terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Com Evo Morales, mais cocaína no Brasil

Comentário:
É a inclusão social  oferecendo aos mais necessitados oportunidades de plantar coca, distribuindo trabalho e serviços , dentro de um sistema que beneficie a todos.
Como Evo Morales é craque na política, a plataforma econômica  é a produção de coca.
Esse deve ser o programa assistencialista, do tipo Fome Zero. É o lado obscuro da esquerda socialista do século XXI. 
 Resumo do artigo
A ideologia oficial do presidente é promover o uso tradicional da coca.
Problema: nem se mascassem uma montanha andina os bolivianos consumiriam tanta planta
Não há país na América Latina em que o discurso politicamente correto e demagógico possa produzir resultados tão desastrosos quanto a Bolívia. Não há país da região que possa ser tão afetado por causa disso quanto o Brasil. No poder desde 2006, Evo Morales prega uma versão local do socialismo, o indigenismo e o bolivarianismo.
Morales defende com veemência é a coca, planta típica da região andina usada desde os tempos pré-colombianos. A folha é mascada pelos bolivianos ou macerada no chá – aumenta a resistência à altitude e ao trabalho braçal, embora em nada se compare aos efeitos eufóricos do seu derivado mais poderoso e deletério, a cocaína.
Na nova Constituição escrita sob seu comando, a planta ganhou o status de "recurso natural renovável da biodiversidade da Bolívia e fator de coesão social". Nenhum problema, exceto pelo fato de que as folhas destinadas ao uso proibido, como matéria-prima do crack e da cocaína, ultrapassam vastamente as do uso permitido e tradicional. Em quatro anos, a produção de pasta-base de coca e de cocaína na Bolívia aumentou 41%. A maior parte é traficada para o território brasileiro, onde abastece o vício, a criminalidade e a corrupção. Muita droga entra no Brasil, proveniente dos vizinhos produtores e destinada a outros consumidores, mas a que fica é, majoritariamente, a boliviana, de pior qualidade. Das 40 toneladas de cocaína consumidas anualmente no país, mais de 80% são da Bolívia.
No próximo dia 6, Evo Morales deverá se reeleger presidente praticamente sem oposição. A vida da maioria dos bolivianos melhorou muito pouco, ou nada, mas o estilo populista e a identidade aimará – um dos grandes grupos indígenas da Bolívia – alimentam a sua popularidade. A defesa da coca também. O principal reduto eleitoral de Morales é a região do Chapare, onde está a maior parte do cultivo da coca.
No discurso, ele diz que é a favor da coca e contra a cocaína. Na prática, mais de 95% das folhas cultivadas no Chapare viram droga. Para atender ao uso tradicional, bastariam 7 000 hectares. Morales já anunciou que o limite legal deveria ser de 20 000 hectares. "O presidente prometeu que ampliaria os cultivos de coca e está cumprindo", constata Franklin Alcaraz, diretor do Centro Latino-Americano de Investigação Científica (Celin) e autor de um trabalho sobre a receita proporcionada pela folha de coca, legal e ilegal.
A mais drástica medida adotada como parte da política de promoção da coca foi expulsar a agência antidrogas americana, a DEA, em novembro do ano passado, sob a falsa acusação de fomentar o golpismo. A agência auxiliava a Força Especial de Luta contra o Narcotráfico (FELCN), unidade da polícia boliviana responsável pela erradicação de cultivos e laboratórios ilegais.
No Chapare, o programa antidrogas agora extinto também tinha um braço social, através da Usaid, que financiava projetos sociais e promovia a plantação de abacaxi, cacau, café, melão e banana, voltados para exportação. A ideia era dar aos paupérrimos camponeses da região uma via de saída do cultivo da coca. Em qualquer país é difícil incentivar esse tipo de substituição, mas na Bolívia foi impossível. No ano passado, os cocaleiros expulsaram a Usaid. Em um ano, as exportações de frutas da região caíram 41%..
Desde 2007, a atividade de refino tem se propagado em fábricas clandestinas com tecnologia trazida pelos maiores especialistas no assunto: os traficantes colombianos. Seus rivais em brutalidade e conhecimento do ramo, os mexicanos, também estão prospectando o território.

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