quarta-feira, 22 de junho de 2016

Oi pede recuperação judicial de R$ 65 bilhões

Sem chegar a um acordo com credores nacionais e estrangeiros, a operadora Oi entrou com pedido de recuperação judicial nesta segunda-feira (20) para dar início a uma nova rodada de negociação, agora com proteção judicial contra falência.

A Oi é a maior operadora do Brasil em telefonia fixa, empatada com a Vivo (cada uma tem participação de 34,4%), e a quarta em celular, com 18,6% do mercado.

Com uma dívida de R$ 65,4 bilhões, o pedido de recuperação da Oi corre no Rio de Janeiro e, caso seja aceito, será o maior da história. Em abril, a Sete Brasil, empresa de sondas da Petrobras, foi à Justiça negociar R$ 19,3 bilhões com credores.

A maior parte da dívida da Oi é financeira (cerca de R$ 50 bilhões). Entram ainda na conta cerca de R$ 14 bilhões em contingências -como multas da Anatel e discussões judiciais- e cerca de R$ 1,5 bilhão para fornecedores.

Da dívida financeira, cerca de 70% são em moeda estrangeira e boa parte vence neste ano. Somente no primeiro trimestre, a empresa queimou R$ 8 bilhões do caixa, a maior parte para honrar parte desses compromissos. Fonte: Folha de São Paulo - 20/06/2016 

Comentário: Em julho de 2010, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmava que a Oi seria uma grande empresa de telecomunicações nacional. Quase seis anos depois, a operadora deu entrada no pedido de recuperação judicial, caso seja aceito, será o maior da história.O fracasso praticamente enterra os planos de criar uma grande campeã nacional de telecomunicações.

sábado, 18 de junho de 2016

Francisco Dornelles: “O Rio de Janeiro está falido”

Na sexta-feira (17), o governador em exercício do Rio de Janeiro, Francisco Dornelles, decretou estado de calamidade pública por conta da crise financeira que a cidade enfrenta.

“O Estado está falido”, diz. Na semana passada, Dornelles anunciou cortes até em programas sociais, que podem chegar a R$ 1,4 bilhão. Ainda é pouco para reduzir o déficit de R$ 19 bilhões, resultado do descontrole das despesas nos últimos anos e da queda abrupta das receitas com a redução do preço do petróleo e a crise da Petrobras. Premido pelas regras da Lei de Responsabilidade Fiscal e pela dívida com a União, Dornelles não imaginava enfrentar uma situação tão ruim quando se despediu do Senado para ser vice na chapa de Luiz Fernando Pezão. “Eu vim para ser um vice aposentado”, afirma. Com Pezão há dois meses afastado, aos 81 anos Dornelles enfrenta a pior situação de sua carreira.

Nós temos dois déficits: o fiscal, do Tesouro, e o da Previdência. O Estado tem 223 mil servidores ativos e 230 mil inativos e pensionistas. O Rio de Janeiro gasta R$ 25 bilhões com ativos e R$ 17 bilhões por ano com inativos. No campo do Tesouro, o maior contribuinte era a Petrobras – houve uma queda brutal. O segundo maior contribuinte eram as empresas de engenharia que prestavam serviço à Petrobras. Elas pararam. O terceiro eram as empresas terceirizadas que prestavam serviço às empresas que trabalhavam para a Petrobras. Então, houve uma queda fantástica. Fonte: Época - 17/06/2016

Comentário: O pré-sal; um sonho que virou pesadelo. Seria o conto de  fadas dos brasileiros.Segundo o governo  inundaria o país de dólares.
O que diz o Instituo Lula sobre o pré-sal:
Em vez de, como no passado, comprar navios e plataformas no exterior, gerando emprego e renda lá fora, Lula e Dilma ressuscitaram a indústria naval brasileira, que hoje emprega 78 mil trabalhadores - contra apenas 3 mil no governo do PSDB.
Nas próximas três décadas, o petróleo que jorra das profundezas do mar destinará cerca de R$ 1,3 trilhão à educação e à saúde, graças à nova legislação sancionada pela presidenta Dilma em 2013.
E pensar que se o povo brasileiro não elegesse Lula e Dilma, toda essa riqueza poderia ter sido privatizada -- ou ficar para sempre esquecida no fundo do mar. Atualmente a Petrobras tem uma dívida de 450 bilhões de reais

Machado diz em delação que cada político recebeu em propina

Em seu acordo de delação premiada na Lava Jato, o ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado afirmou ter intermediado o repasse de propina para ao menos 25 políticos quando ocupava o cargo máximo na subsidiária da Petrobras. Sua denúncia envolve nomes importantes do PMDB, PT, DEM, PSDB, PCdoB e PP.

Segundo Machado, parte dos pagamentos foi em dinheiro e outra parte em doações eleitorais. Todos os citados negam irregularidades.
 Como os repasses foram feitos em parcelas pagas ao longo de vários anos, não é possível atualizá-los para valores atuais. Por isso, as quantias abaixo estão exatamente como citadas em seu depoimento. Fonte: Folha de São Paulo - 17/06/2016  

quinta-feira, 16 de junho de 2016

Após dois anos da Copa, estádios vivem crises financeiras

O Brasil gastou R$ 8,3 bilhões em construções e reformas de 12 estádios para a Copa-2014. A alegação era de que, posteriormente, serviriam para gerar renda para o futebol nacional e para outros eventos. Exatamente dois anos após a abertura do Mundial, 12 de junho, a maioria das arenas passa por crises financeiras e não justificam o investimento.
Lembre-se que a promessa inicial do governo federal e da CBF era de que todos os estádios teriam investimento privado, o que seria feito por empresas interessadas em geri-los. Ao final, apenas três arenas tiveram dinheiro privado, e todas foram financiadas com recursos públicos. O preço previsto inicialmente triplicou.
A crise enfrentada pelos estádios é diferente em cada Estado. Há em comum nelas a dificuldade de encontrar um modelo de gestão rentável e os altos custos de manutenção e de construção. Vamos detalhar caso a caso:

MARACANÃ
– A concessão do estádio a Odebrecht revelou-se um fracasso tanto que a empresa discute como devolver o equipamento. A construtora acumulou prejuízo de R$ 173 milhões em dois anos de gestão. Isso pode ser explicado pelo alto custo de manutenção, e porque a empresa nunca conseguiu vender todas as propriedades pelos valores esperados inicialmente. Ressalte-se ainda que o governo do Estado mudou o modelo de negócios da arena ao impedir construção de espaços comerciais em volta. Clubes como Flamengo, Vasco e Botafogo também reclamaram das taxas que pagavam para usar o estádio.

ARENA CORINTHIANS
– O estádio é o maior sucesso de público entre os 12, mas um péssimo negócio até agora. A receita anual de 2015 foi de R$ 73 milhões brutos, muito inferior aos R$ 112 milhões líquidos previstos em contrato. A venda de camarotes não engatou e os naming rights estão emperrados há pelo menos quatro anos. Sem isso, o dinheiro arrecadado tem sido insuficiente para pagar os financiamentos do estádio: o Corinthians está atrasado com parcelas com o BNDES. No total, há uma dívida acumulada de R$ 800 milhões.

MANÉ GARRINCHA
– O governo do Distrito Federal prometeu que havia diversas empresas interessadas na concessão do estádio, mas nunca nenhuma delas apareceu. Com o custo total de R$ 1,5 bilhão, a arena chegou a ser usada para estacionamento de ônibus e repetição pública. Tem recebido alguns jogos da Série A do Brasileiro, marcados pela violência e pela arrecadação pequena para o governo. O prejuízo estimado em 2015 foi de R$ 6,2 milhões.

MINEIRÃO
– O modelo de PPP feito pelo governo do Estado com a empresa Minas Arena não se mostrou rentável. O governo do Estado tinha que bancar a falta de arrecadação da empresa por meio de incremento nas parcelas até que decidiu cortar parte da verba neste ano alegando problemas de gestão. O Cruzeiro, principal usuário, brigou com a Minas Arena por causa de taxas para utilização do estádio. Há uma disputa judicial entre as partes para estabelecer quem deve a quem.

ARENA PERNAMBUCO
– Outro estádio em que surgiu disputa entre a Concessionária, controlada pela Odebrecht, e o governo do Estado. Após estudos do tribunal de contas e da FGV, o governo de Pernambuco rescindiu o contrato de PPP alegando que houve gastos indevidos na construção e que houve subutilização do equipamento. Agora, aceitou pagar R$ 250 milhões à empreiteira para encerrar o contrato. Sport e Santa Cruz têm preferido jogar em seus estádios na Série A do que na Arena Pernambuco, o que torna a arena ainda menos utilizada.

ARENA FONTE NOVA
Nos dois primeiros anos de operação, a Arena Fonte Nova acumulou R$ 41 milhões em prejuízo. Isso levou a Odebrecht, que firmou uma PPP com o governo local, a estudar pedir a divisão desse rombo com o governo. Ao mesmo tempo, houve discussão entre a Arena Fonte Nova e o Bahia após o clube reclamar das condições impostas no contrato. As partes chegaram a um acordo.

ARENA AMAZÔNIA
– Sofreu prejuízo de R$ 7,5 milhões no ano de 2015, e retornou para as mãos do Estado do Amazonas. A receita em um ano do estádio, que custou cerca de R$ 600 milhões, foi R$ 600 mil. Em 2016, a renda melhorou e chega perto de R$ 6 milhões, bem longe, no entanto, do que foi investido. O estádio abre, basicamente, quando há jogos de times de fora do Estado.

ARENA PANTANAL
Estádio tem um custo de manutenção de R$ 600 mil por mês, e com as receitas cada vez mais raras. Os jogos da Série A que eram realizados no local sumiram por causa da falta de condições do estádio, que passou a apresentar goteiras em vestiários, e problemas de infraestrutura.

ARENA CASTELÃO
O estádio tem um custo de manutenção em torno de R$ 14 milhões. Seus números de receitas não foram divulgados, o que torna difícil saber se é superavitário ou deficitário.

BEIRA-RIO
A Brio, empresa da Andrade Gutierrez para gerir o estádio, levou um prejuízo de R$ 48 milhões desde a abertura, considerada a receita com camarotes e setores Vips, menos os custos financeiros e operacionais do Beira-Rio. O Internacional, como não tem que pagar despesas, fica com sua bilheteria limpa, fora as despesas de jogo.

ARENA DA BAIXADA
A CAP SA, empresa criada pelo Atlético-PR para construir e gerir o estádio, teve déficit de R$ 2,6 milhões em 2015. Sua receita foi de apenas R$ 5 milhões. Em seu balanço, o clube registrou receitas de R$ 5,5 milhões com sua arena. Ainda não foram quitados os financiamentos com o Estado para a construção do estádio.

ARENA DAS DUNAS
Registra um lucro de R$ 20 milhões em sua operação de 2014, último número conhecido. Mas isso tem relação com a forma de concessão do estádio que prevê remuneração do governo do Rio Grande do Norte, e com outros eventos como o Carnatal. Dona da concessão da arena, a OAS, em recuperação judicial por causa da Lava-Jato, tenta revender o estádio. Fonte: UOL Esporte - 12/06/2016

Petrobras é a madame mais honesta dos cabarés do Brasil

Em sua delação premiada, o ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado afirmou que a Petrobras é "a madame mais honesta dos cabarés do Brasil".

Ele afirmou que essa metáfora significava que a estatal era um "organismo bastante regulamentado e disciplinado".

Machado afirmou aos investigadores que havia um modelo tradicional de cobrança de propina, mas que ultimamente esse limite começou a ser extrapolado. O ex-presidente da Transpetro disse que, nos contratos, existiam o "custo político", ou seja, um percentual de qualquer relação contratual entre empresa privada e poder público a ser destinado a propinas.

Segundo ele, o percentual é de 3% no nível federal, de 5% a 10% no nível estadual e de 10% a 30% no nível municipal.
"Que recentemente, em todos os níveis de governos, as pessoas saíram desse padrão e foram além, envolvendo a estrutura das empresas estatais e dos órgãos públicos, o que antes não acontecia; que o depoente não deixou a Transpetro sair do 'modelo tradicional'".

Para Machado, há outros órgãos estatais com práticas menos ortodoxas que a Petrobras como Dnit, Docas, bancos oficiais como Banco do Nordeste, Funasa e Dnocs.

PROPINA
Em sua delação premiada, Machado relatou ter repassado recursos ilícitos a mais de 20 nomes de diferentes partidos, entre eles PMDB, PT, PP, DEM, PSDB e PSB.
Machado afirmou também que o presidente interino Michel Temer negociou com ele o repasse de R$ 1,5 milhão de propina para a campanha de Gabriel Chalita (ex-PMDB) à Prefeitura de São Paulo, em 2012.
 O ex-presidente da Transpetro relatou que participou da captação de recursos ilícitos para bancar a eleição do hoje senador Aécio Neves (PSDB-MG) à presidência da Câmara dos Deputados, no ano de 2001.
Na delação, Machado afirmou ainda que o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e o senador Romero Jucá (PMDB-RR) receberam mesadas durante anos do esquema de corrupção investigado pela Operação Lava Jato. Fonte: Folha de São Paulo - 15/06/2016  

terça-feira, 14 de junho de 2016

Solarin: o celular mais seguro do mundo

Ele se chama Solarin, e é o telefone celular mais seguro do mundo. Pelo menos é o que afirmam os seus criadores, a start up israelense Sirin Labs, que, com o novo smartphone, pretende atingir o segmento do mercado de altos executivos de grandes corporações e instituições para os quais a segurança e a privacidade são elementos essenciais. Mas essa segurança tem seu preço: a partir de 12.400 euros (cerca de 50.000 reais) para o modelo básico, chegando a 15.000 euros (cerca de 60.000 reais) no mais avançado.

O Solarin incorpora a tecnologia militar de privacidade mais avançada que existe hoje em dia, fora das agências de inteligência, de acordo com a Sirin Labs. A empresa fez uma parceria com a KoolSpan, companhia especializada em segurança de comunicação celular, para integrar a criptografia AES (de 256 bits- chip a chip), mesma tecnologia utilizada por vários exércitos para proteger as suas comunicações. Ela é acionada por um interruptor de segurança localizado na parte de trás do telefone, que passa a operar, assim, em um modo protegido, apresentando uma interface exclusiva para as chamadas e mensagens totalmente criptografadas.

Os ciber-ataques são endêmicos no mundo inteiro. Esta tendência tem aumentado. Um único ataque é capaz de estragar seriamente a reputação e as finanças de uma empresa. O Solarin é pioneiro em novos recursos de privacidade e no uso de criptografias inovadoras, para oferecer aos clientes a tranquilidade necessária para lidar com informações críticas em seus negócios, afirma Tal Cohen, diretor e fundador da Sirin Labs.

Mais veloz e com banda mais larga
O equipamento oferece até 450 Mbps de download e até 150 Mbps de velocidade de upload, ao lado da compatibilidade com 24 bandas LTE, para facilitar o seu uso em nível internacional. Ele incorpora uma nova tecnologia para conexão wifi (WiGig) que permite uma velocidade de até 4,6 Gbps, o que permite um acesso à nuvem quase instantâneo, e a sincronização de fotos, vídeos e conexões sem fio, assim como a transmissão de vídeos de baixa latência, e uma banda três vezes mais larga do que o mais sofisticado dos smartphones.

A tela de 5,5 polegadas e com resolução IPS LED 2k incorpora uma câmera de 23,8 megapixels, com foco automático por laser e flash de quatro tonalidades, além de um flash frontal. O sistema de som utiliza três autofalantes de graves, unidos por meio de um amplificador inteligente para controlar o volume e a distorção. O Solarin é alimentado por um processador Qualcomm Snapdragon 810 e a bateria mais potente do mercado, com carga rápida e algoritmos de otimização de energia para viagens.

“Criamos o aparelho com o mais elevado grau de privacidade, capaz de operar com mais velocidade do que qualquer outro telefone e construído com os melhores materiais do mundo. Não admitimos as regras dos preços e a tecnologia que estavam disponíveis. Com o Solarin, rompemos com essas regras”, afirma Hogeg, presidente da Sirin. Fonte: El País - Madri 5 JUN 2016 

sábado, 11 de junho de 2016

Lula chama deputados de 'picaretas'

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva reassumiu o discurso de oposição em ato contra o governo do presidente interino, Michel Temer (PMDB), e reeditou o ataque ao Congresso feito há 22 anos chamando os deputados de picaretas.

"É só olhar para a cara deles para saber que os 300 picaretas que eu falei em 1994 aumentaram um pouco", disse, em discurso na avenida Paulista na noite desta sexta-feira (10).

O protesto, segundo os organizadores, reuniu cerca 100 mil pessoas, mas havia grandes espaços vazios na avenida. A PM não divulgou estimativa de público.

Numa fala em que voltou a admitir uma candidatura à Presidência em 2018, Lula criticou a montagem do ministério de Temer. O petista afirmou que, com José Serra (PSDB) à frente do Ministério das Relações Exteriores, o país voltou a sofrer do "complexo de vira-lata".

"Se a solução deste país fosse diminuir ministério, era melhor tirar o da Fazenda, do Planejamento, e deixar o dos pobres", completou, ao criticar a extinção da pasta de Direitos Humanos.

Segundo o petista, os "coxinhas" que pediam a saída de Dilma Rousseff hoje têm vergonha de dizer que querem Temer. Seu discurso focou mais em criticar o presidente interino do que em defender a presidente afastada.

Nos últimos dias, Dilma havia dito que viria ao protesto, por pressão da organização, mas avaliou que não era apropriado porque não queria se associar a discursos mais radicais.

Lula afirmou que não poderia reivindicar o "Fora, Temer", mote do protesto, porque "não ficaria bem". E emendou: "Temer, você é um advogado constitucionalista, você sabe que não agiu correto. Por favor, permita que o povo retome o poder para Dilma e participe em 2018 das eleições."

A tese de convocar novas eleições ou realizar um plebiscito, defendida por alguns setores, não foi abraçada nos discursos. Fonte: Folha de São Paulo - 10/06/2016