quarta-feira, 8 de junho de 2016

Cartão de suprimentos da Dilma

Planalto diz que Dilma gastou, por mês, R$ 62 mil com cartão de suprimentos; Alvorada diz que informação é sigilosa

Geladeira cheia Segundo dados do Planalto, Dilma gastou, de janeiro a maio, cerca de R$ 280 mil em seu cartão de suprimento para despesas com alimentação, média de R$ 62 mil mensais.

De 13 a 31 de maio — os 18 primeiros dias de afastamento — o gasto bateu R$ 54 mil. O Planalto diz que o cartão foi reabastecido e Dilma já pode fazer compras para o Alvorada.
A assessoria da petista diz que tomará medidas para apurar o vazamento de informações sigilosas “sobre a segurança” do palácio. Fonte: BlogFolha - 07/06/2016  02:10

segunda-feira, 6 de junho de 2016

Suíços rejeitam Bolsa Família

Eleitores suíços rejeitaram em uma votação esmagadora a proposta que garantiria renda básica equivalente a R$ 9 mil para todos os cidadãos do país.

Os resultados finais de um referendo realizado neste domingo mostraram que 77% dos eleitores se opuseram ao plano e 23% foram favoráveis.
Se tivesse sido aprovada, a proposta garantiria renda incondicional para todos os adultos, independente deles trabalharem ou não. Eles receberiam 2.500 francos suíços (cerca de R$ 9 mil). O Estado pagaria ainda 625 francos suíços (R$ 2.270) para sustentar cada criança.

A quantia reflete o alto custo de vida na Suíça, mas não ficou claro como a medida impactaria em classes que recebem salários mais altos.
Os defensores da medida argumentavam que como o trabalho está cada vez mais automatizado, há menos empregos disponíveis.
A ideia não é nova - há 500 anos, o autor Thomas More defendeu a renda básica no livro Utopia, e projetos em escala regional foram testados em diversos países - mas a possibilidade de implementação incondicional, institucionalizada e em larga escala é inédita.

Custos
Com uma renda per capita estimada em US$ 59 mil ao ano (R$ 211 mil) e taxa de desemprego inferior a 4%, o país não carece de políticas públicas de combate à pobreza. Isso, dizem defensores do projeto, permitiria ao país "dar-se ao luxo" de experimentar uma utopia.
Mas, apesar da abundância econômica do país, o projeto não sairia barato aos cofres públicos. A estimativa oficial é de um custo de 208 bilhões de francos (R$ 750 bilhões), para atender 6,5 milhões de adultos e 1,5 milhão de crianças.

Desse valor, cerca de 55 bilhões viriam de cortes em outros projetos sociais. Outros 128 bilhões seriam financiados pelos assalariados: todos teriam 2500 francos abatidos de seu salário mensal, e aqueles que ganhassem menos que isso dariam todo seu salário ao governo e receberiam o subsídio em troca.
Os 25 bilhões de francos que faltariam para cobrir o rombo poderiam ser obtidos por meio de um aumento no imposto de valor agregado (IVA), que atualmente é de 8% e passaria a 16%.

Pouco apoio
A proposta recebeu pouco apoio de políticos suíços - nenhum partido a defendeu abertamente. O plano só foi votado como uma proposta de lei de iniciativa popular, depois que ativistas colheram mais de 100 mil assinaturas de apoio.
Críticos da proposta disseram que desvincular o trabalho do dinheiro recebido seria ruim para a sociedade. Fonte: BBC Brasil - 5 junho 2016

Comentário: Os defeitos e problemas dessa ideia são óbvios. Ter um rendimento garantido pode desestimular o trabalho. Dar uma compensação material para uma pessoa sem que, em troca, tenha produzido algo de valor é uma proposta questionável tanto do ponto de vista econômico quanto do social e ético. Os riscos de corrupção e clientelismo político que iniciativas desse tipo têm são elevados. Finalmente, essa não é uma ideia barata. Tais subsídios podem se tornar um fardo pesado para o Estado e criar enormes e crônicos déficits no orçamento público. Moisés Naím

domingo, 5 de junho de 2016

Brasil descarta 1/3 da comida que produz

O Brasil descarta um terço da comida que produz segundo a FAO, órgão da ONU para agricultura e alimentação.

A perda de alimentos em países pobres ocorre na colheita, no manuseio e no transporte. Nos ricos, concentra-se nas etapas finais, em mercados e lares. Mas o Brasil é "sui generis": tem problemas em todas as etapas, resume o pesquisador Gustavo Porpino, analista da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária).

Aqui, o descarte de comida ainda boa para consumo em casas e mercados representa 40% da perda total.

Esse desperdício não depende muito de políticas públicas. "Todos têm uma parcela de culpa e podem fazer algo para mudar", diz Camila Kneip, coordenadora de nutrição da ONG Banco de Alimentos, que recolhe excedentes em mercadões, restaurantes e casas.

Gustavo Porpino,  da Embrapa, analisou hábitos de famílias para sua tese de doutorado. Constatou que o desperdício em casa ocorre por compras não planejadas, desejo de oferecer abundância e preconceito com sobras. "O consumidor precisa conhecer a vida rural, entender de onde sai o alimento e o que se gasta para produzi-lo."

Quando se coloca nessa conta o gasto de água, o problema se torna mais gritante: para a produção de uma maçã, são usados 125 litros.

O Instituto Akatu estima que 41 mil toneladas de comida são desprezadas no Brasil diariamente e, com isso, 100 bilhões de litros de água, que equivalem a 10% do volume útil do Sistema Cantareira.  

Campeão de desperdício
O Brasil é um dos dez países que mais descartam alimentos em todo o mundo
■10% nos mercados e nas casas
■ 30% nas centrais de abastecimento
■ 50% no manuseio e transporte
■ 10% na colheita

O que isso significa
■ por dia 41 mil toneladas  desperdiçadas que alimentariam 25 milhões de pessoas por dia (13% da população do Brasil).
■ por ano 15 milhões de toneladas desperdiçadas no Brasil que alimentariam 9 bilhões de pessoas em um único dia ou toda população do Brasil por 47 dias.

Com base em dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), os pesquisadores do Instituto Akatu fizeram a seguinte conta:
Uma família média brasileira gasta 478 reais mensais para comprar comida. Se o desperdício de 20% de alimentos deixasse de existir em casa, 90 reais deixariam de ir para o ralo. Guardando esses 90 reais todos os meses, depois de 70 anos (expectativa média de vida) a família teria uma poupança de 1,1 milhão de reais. Fonte: Folha de São Paulo - 05/06/2016  

sábado, 4 de junho de 2016

Lenda do boxe mundial, Muhammad Ali morre

O ex-boxeador americano Muhammad Ali, 74, morreu em um hospital de Phoenix, nos Estados Unidos, por problemas respiratórios, nesta sexta-feira (3). A morte foi anunciada na madrugada (de Brasília) deste sábado. Seu porta-voz, Bob Gunnell, anunciou nesta quinta (2) que o ex‑atleta estava hospitalizado.

De acordo o Bob Gunnell, porta-voz da família, Ali morreu de choque séptico devido a causas naturais não especificadas. O funeral será realizado na sexta-feira (10) em Louisville, Kentucky, disse Gunnell.

Ali foi campeão olímpico, participou da "Luta do Século" original, venceu o combate mais famoso da história, foi o primeiro tricampeão mundial dos pesados, dominou o boxe no período mais competitivo entre os grandalhões dos ringues e se tornou a primeira estrela globalizada do esporte, com duelos em países do Terceiro Mundo.

Nascido Cassius Marcellus Clay Jr. em 1942, na cidade de Louisville, oriundo de uma família humilde, Ali descobriu o boxe na infância por acaso. Aos 12 anos, quando roubaram sua bicicleta, procurou Joe Martin, um policial que dava aulas em um centro de recreação, para reclamar do roubo. Nunca mais viu a bicicleta, mas logo estava calçando as luvas de boxe.

Rapidamente ele conquistou títulos amadores que lhe abriram caminho até a Olimpíada de Roma, em 1960. Lá, aquele jovem tagarela ganhou a medalha de ouro entre os meio-pesados (categoria de peso imediatamente inferior à dos pesados no amadorismo). Ao retornar aos Estados Unidos, foi acolhido como herói, homenageado por autoridades e assinou contrato com um grupo de milionários que o patrocinou.

Naquela época, prevalecia o racismo. Os restaurantes, hotéis e cinemas, especialmente os do sul do país, reservavam espaços para que os negros se acomodassem separados dos brancos.

O boxeador se adaptou facilmente ao profissionalismo, no qual estreou ainda em 1960. Poucos meses após conquistar o título mundial dos pesos-pesados, ao bater Sonny Liston, a quem apelidou de "O Grande Urso Feio", em fevereiro de 64, revelou que se convertera ao islamismo, abrindo mão do seu "nome de escravo", Cassius Clay, e passando a se chamar Muhammad Ali. Em suas próprias palavras, era agora "O Rei do Mundo" e "O Mais Bonito".

Três anos depois, ainda campeão, foi convocado a comparecer ao centro de recrutamento do Exército, onde recusou o alistamento para a Guerra do Vietnã. Ali teve a licença de pugilista cassada e foi destituído do cinturão em 1967. Nos anos seguintes, ganhou a vida com palestras no circuito universitário.  

Após uma longa batalha jurídica, recuperou a licença de pugilista e retornou aos ringues em 1970, contra dois rivais de categoria, Jerry Quarry e o argentino Oscar "Ringo" Bonavena. No ano seguinte, enfrentou na "Luta do Século" "Smokin" Joe Frazier, que então era o dono de seu cinturão, em um choque de invictos.
Ali perdeu por pontos em 15 assaltos, mas em 1974 ganhou nova oportunidade de lutar pelo título, desta vez contra George Foreman, na "Rumble in the Jungle" ("Briga na Selva"), no Zaire. Ali subiu ao ringue como o azarão. Afinal, Foreman tomara o cinturão de Frazier ao derrubá-lo seis vezes em dois assaltos, e precisara do mesmo número de assaltos para destruir outro algoz de Ali, Ken Norton.

Sem a agilidade e os reflexos do auge da carreira, Ali usou a cabeça. Encostou-se nas cordas e permitiu que o rival o castigasse, assalto após assalto, até que Foreman se cansasse. Então, no oitavo assalto, partiu para o ataque e derrotou o rival. O combate foi transformado em livro por Norman Mailer ("A Luta") e gerou um documentário, "Quando Éramos Reis", ganhador do Oscar em 1996.

Ali disputou depois aquela que foi eleita pela publicação especializada "The Ring" a melhor luta da história, a "Thrilla in Manila", seu terceiro duelo com Frazier, nas Filipinas. "Foi o mais próximo que cheguei da morte", falou sobre a luta, que venceu no 14º assalto.

Em 1978, Ali perdeu o título para o novato de sete lutas Leon Spinks, mas o recuperou no mesmo ano para se tornar o primeiro tricampeão dos pesados. Anunciou sua aposentadoria, mas retornou contra seu ex-sparring Larry Holmes, agora campeão, e contra Trevor Berbick. Perdeu as duas e pendurou as luvas em definitivo.

Ele passou, então, a se dedicar a missões de cunho humanitário e político, visitando países como Cuba, China e Rússia. Foi ao acender a pira olímpica nos Jogos de Atlanta-96 que o mundo descobriu os avançados sintomas do Mal de Parkinson, que reduziu drasticamente a sua mobilidade e a sua capacidade de comunicação. Passou os últimos anos de sua vida dependente de tratamentos e remédios, e suas aparições públicas se tornaram cada vez mais raras. Fonte: Folha de São Paulo - 04/06/2016  

sexta-feira, 3 de junho de 2016

Deputados aprovam reajuste para funcionários

A sociedade como um todo será chamada a fazer sacrifícios. Deputados aprovam reajuste para funcionários com impacto de ao menos R$ 58 bilhões até 2019, mesmo com país em recessão e rombo fiscal. Para analista, mais pobres serão os mais penalizados com provável alta de impostos.

A Câmara dos Deputados aprovou na madrugada desta quinta-feira (02/06), com aval do presidente interino Michel Temer, um pacote de reajuste para funcionários públicos dos Três Poderes que causará um impacto de ao menos 58 bilhões de reais até 2019 – e logo no momento em que o país registra dois anos de recessão e tem a expectativa de fechar 2016 com um rombo de ao menos 170 bilhões de reais nas contas públicas.

Para José Matias-Pereira, especialista em administração pública da Universidade de Brasília (UnB), qualquer aumento de despesas vai agravar mais ainda a situação do país.
"Entendo que vamos chegar a um momento em que a sociedade, como um todo, será chamada para fazer sacrifícios – e isso significa, naturalmente, a elevação de tributos", diz Matias-Pereira. "E quando isso acontece são as populações mais pobres que pagam o preço e que são as mais penalizadas.". Fonte: Deutsche Welle - Data 02.06.2016

Comentário: Em plena crise, o país no volume morto econômico,  a Câmara dos Deputados aprovou aumento salarial  para a realeza, vassalos, fidalgos, a nobreza do Estado enquanto a plebe fica com o desemprego, sem salário, pagando impostos, etc. É o trem da alegria dos funcionários públicos

quinta-feira, 2 de junho de 2016

PIB do Brasil recua 5,4% e confirma maior recessão em 25 anos

Com uma taxa de desemprego de dois dígitos, aumento do endividamento e dos preços no supermercado, os dados do Produto Interno Bruto (PIB) divulgados nesta quarta-feira (1) confirmam o que o brasileiro vem sentindo na pele e no bolso nos últimos meses: a economia enfrenta sua pior recessão em 25 anos. O PIB encolheu 5,4% no primeiro trimestre de 2016, em comparação ao mesmo período do ano passado, a oitava queda consecutiva. Já em relação ao último trimestre de 2015, a queda foi de 0,3%. Em valores correntes, o PIB totalizou 5,94 trilhões de reais.

Desta vez, todas as atividades que compõem o PIB apresentaram queda, até a agropecuária, que vinha contribuindo positivamente para o indicador nos trimestres anteriores, descolado da recessão que atingia os demais setores. A atividade no campo se contraiu 3,7% no trimestre de 2016, frente ao mesmo período do ano passado. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o resultado é explicado pelo desempenho ruim na safra de alguns produtos, como o milho.
■A indústria, por sua vez, manteve a trajetória de queda, com recuo de 7,3%, puxada pela menor produção de máquinas e equipamentos, do setor automotivo e de metalurgia.
■A construção civil também sentiu o impacto do menor investimento, e se retraiu 6,2% no período. Com menos poder de renda, mais desemprego e temeroso com o cenário nacional, o consumidor também deixou de comprar.
■O setor de serviços teve queda de 3,7%  no primeiro trimestre, influenciado pela queda de 10,7% no comércio.
■ Pelo quinto trimestre seguido, o consumo das famílias apresentou resultado negativo. No primeiro trimestre de 2016, o consumo das famílias caiu 6,3%. Segundo o IBGE, o resultado é explicado pela deterioração dos indicadores de inflação, juros, crédito, emprego e renda ao longo do período.
Apenas no setor externo o PIB registrou um bom resultado. As exportações foram o único item a apresentar aumento no nível de atividades no primeiro trimestre do ano, em relação ao mesmo período do ano anterior.
As exportações de bens e serviços cresceram 13%, puxadas pela melhora dos preços das commodities no mercado internacional e da desvalorização cambial. Por outro lado, as importações de bens e serviços caíram 21,7%.

A retomada do mercado de trabalho e dos investimentos, entretanto, deve ser mais lenta. "As empresa não estão trabalhando com o máximo de suas capacidades, ou seja, há funcionários fazendo jornadas menores e máquinas sem utilização. Isso deve postergar a retomada dos investimentos e, consequentemente das contratações, mesmo com sinais de melhora da economia", afirma economista Juan Jensen, do Insper. Nesse sentido, o desemprego tende a se manter elevado ainda este ano e, somente em 2017, voltar a cair. Fonte: El País - São Paulo 1 JUN 2016
Comentário: Ainda não atingimos o 2º volume morto econômico.
De acordo com Pesquisa Nacional por Amostra de Domicilio Contínua (Pnad Contínua), em abril havia 11,4 milhões de trabalhadores desempregados.

A Velha e/ou Nova Matriz Econômica do PT se baseia em cinco pilares: política fiscal expansionista, juros baixos, crédito barato fornecido por bancos estatais, câmbio desvalorizado e aumento das tarifas de importação para "estimular" a indústria nacional.  A crença do governo passa a ser a de que "um pouco mais de inflação gera mais crescimento econômico". O povo até gostou criou a nova classe média emergente consumista.

quarta-feira, 1 de junho de 2016

Dilma mentiu sobre encontros com Odebrecht

Em entrevista à Folha, Dilma Rousseff foi inquirida sobre a quantidade de encontros que manteve com Marcelo Odebrecht, presidente da maior construtora do país, preso em Curitiba desde 19 de junho de 2015. “Eu não recebi nunca o Marcelo no [Palácio da] Alvorada”, afirmou Dilma. “No Planalto, eu não me lembro.” Essa resposta não é verdadeira.

De acordo com os arquivos eletrônicos do Planalto, consultados pelo blog da Folha, Dilma recepcionou o mandachuva da Odebrecht pelo menos quatro vezes desde que virou presidente, duas das quais no Palácio da Alvorada —ambas em 2014, ano da campanha à reeleição.

Num desses encontros que Dilma afirma que “nunca” ocorreram no palácio residencial, o empreiteiro chegou em tempo para servir-se do almoço, às 11h30 do dia 26 de março de 2014 (clique sobre a imagem abaixo para ampliá-la). Noutro encontro, Odebrecht foi recebido pela inquilina do Alvorada às 9h30 do dia 25 de julho de 2014 (veja na imagem reproduzida no rodapé do post).

As duas audiências concedidas por Dilma no Palácio do Planalto, seu local de trabalho, ocorreram em 2013. Uma no início do ano, em 10 de janeiro. Outra no segundo semestre, em 10 de outubro.


Dona de uma memória que seus auxiliares consideram prodigiosa, Dilma apagou os encontros com Marcelo Odebrecht da lembrança num instante em que suas relações com o empreiteiro estão crivadas de suspeitas. Fonte: Blog Folha Josias de Souza 29/05/2016