sábado, 21 de maio de 2016

Em encontro com blogueiros em BH, Dilma insiste em golpe

Depois de nove dias afastada da Presidência da República, Dilma Rousseff esteve ontem em Belo Horizonte para participar do 5º Encontro Nacional de Blogueiros e Ativistas Digitais, no Othon Palace Hotel, no Centro. Ela discursou durante uma hora, fez críticas ao governo interino de Michel Temer e disse que continuará na luta por seu mandato e zelará pela democracia.
No dia anterior ao evento de blogueiros, Temer disse que suspenderia o patrocínio da Caixa Econômica Federal (CEF), que foi autorizado pela administração petista em março e totalizou R$ 100 mil, segundo publicação do Diário Oficial da União. No entanto, ontem, os organizadores do encontro informaram que, por não ter havido uma formalização da retirada do patrocínio, ficou subtendido que a estatal mantinha o compromisso.

Realidade paralela
Nada mais sintomático do que a decisão da presidente afastada Dilma Rousseff de vir a BH para participar de um encontro de blogueiros e ativistas digitais. A convidada e os participantes, muitos financiados nos últimos anos por dinheiro público, fazem questão de viver em realidade paralela, no qual todos os problemas do país começaram depois que o Congresso decidiu afastar a presidente e ela não tem nenhuma responsabilidade por seus atos – entre eles, as famigeradas pedaladas fiscais, razão do afastamento e uma das causas do estratosférico rombo das contas públicas. Ontem, a equipe econômica do governo Temer divulgou déficit de R$ de 170,5 bilhões. O escapismo é conveniente mecanismo de autodefesa usado pelos que não se sentem responsáveis pelos problemas que ajudaram a criar. Só que a conta, tanto do deslocamento da presidente quanto do patrocínio do encontro, é paga (parcial ou integralmente) pelo cidadão brasileiro. E este foi impelido a conviver com uma única realidade: da corrupção, do desemprego, da inflação. A realidade, nada virtual, do desgoverno. Fonte: EM - 21/05/2016 

sexta-feira, 20 de maio de 2016

Governo vê rombo na meta fiscal de R$ 170,5 bi

O governo do presidente interino Michel Temer propôs alterar para R$ 170,5 bilhões a previsão de rombo nas contas da União neste ano. O anúncio foi feito nesta sexta-feira (20) pelos ministros da Fazenda, Henrique Meirelles, e do Planejamento, Romero Jucá.

Se for confirmado, será o terceiro ano seguido em que o governo fecha "no vermelho".

Em março, o governo Dilma havia enviado ao Congresso projeto que estimava o rombo em R$ 96,65 bilhões. Com o processo de impeachment em curso, no entanto, o pedido de Dilma ficou parado no Congresso.

Segundo Meirelles, a nova meta "é absolutamente transparente e realista" e "não se pretende" revisá-la até o final do ano. O cálculo não inclui medidas que ainda estão sendo estudadas ou que precisam ser aprovadas pelo Congresso, e leva em conta a queda na receita e o pagamento de diversas dívidas e pagamentos atrasados, além da renegociação de dívidas de Estados com a União, disse.

A nova meta "se trata de uma constatação da realidade", segundo Romero Jucá. "A primeira forma de resolver o problema é reconhecer o problema. Rombo fiscal não é resultado de uma política para o futuro", afirmou.

Primeiro grande teste
A proposta de mudar a meta fiscal do governo agora precisa passar pelo Congresso. A ideia, segundo o governo, é que seja votada na Comissão Mista do Orçamento na segunda-feira (23) e em sessão conjunta no Congresso na terça.

Ela precisa ser aprovada até o dia 30; caso contrário, todas as despesas da administração ficam imediatamente suspensas, levando a uma paralisia total do novo governo já em seu primeiro mês.

Meta atual é de saldo de R$ 24 bi
Por enquanto, a meta oficial do governo federal é fechar o ano poupando R$ 24 bilhões. Esse é o chamado superavit primário: o que o dinheiro poupa para pagar os juros da dívida e evitar que ela cresça como uma bola de neve.

Neste ano, porém, devido à alta de gastos e queda na receita, o governo vai gastar mais do que ganha. É como uma pessoa que gastou mais do que seu salário e precisou entrar no cheque especial.

Por lei, o Executivo é obrigado a reavaliar suas receitas e despesas ao fim de cada bimestre e, se for necessário, deve estimar o corte de despesas não obrigatórias que deverá fazer para se adequar à meta fiscal.

O objetivo do governo é convencer o Congresso a alterar essa meta: em vez de poupar R$ 24 bilhões, quer ficar R$ 170,5 bilhões "no vermelho". Fonte: UOL, em São Paulo 20/05/2016

Comentário: O déficit fiscal equivale a 2,88% do PIB.
O novo governo prevê que a economia brasileira irá encolher 3,8% neste ano --como aconteceu no ano passado. Já a inflação deve dar uma trégua e ficar em 7%, após ter fechado 2015 em 10,67%. As novas estimativas foram divulgadas pelo governo de Michel Temer nesta sexta-feira (20), no Relatório de Receitas e Despesas.
A previsão anterior, feita em fevereiro pela equipe da presidente afastada Dilma Rousseff, estimava queda do Produto Interno Bruto (PIB) de 3,05% e inflação de 7,44%.
O novo governo também está prevendo dólar a R$ 3,7 em média neste ano, em comparação com previsão anterior de R$ 4,18.A estimativa para a taxa média de juros é de 14%, enquanto a anterior era de 14,17%.
Projeção de déficit de 2016
1,247 trilhão - É a despesa estimada para 2016 pela nova equipe econômica
1,077 trilhão- É a receita projetada para o período
Fonte: UOL-20/05/2016

quinta-feira, 19 de maio de 2016

José Dirceu é condenado

Condenação por corrupção passiva, peculato e lavagem de dinheiro é a primeira no âmbito da Operação Lava Jato. Cabe recurso da defesa.
O juiz federal Sérgio Moro, responsável pela Operação Lava Jato, condenou nesta quarta-feira (18/05) o ex-ministro José Dirceu a 23 anos e três meses de prisão por causa de crimes relacionados ao esquema de corrupção desvendado pela Operação Lava Jato.
Dirceu foi presidente do PT e uma das pessoas mais influentes do primeiro governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, tendo sido chefe da Casa Civil de 2003 a 2005.

A sentença de primeira instância foi ditada em Curitiba por Moro, que considerou Dirceu culpado das acusações de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e pertinência à organização criminosa. A pena deverá ser cumprida inicialmente em regime fechado. Cabe recurso da decisão.

"O mais perturbador, porém, em relação a José Dirceu de Oliveira e Silva consiste no fato de que recebeu propina inclusive enquanto estava sendo julgada pelo Plenário do Supremo Tribunal Federal a Ação Penal 470, havendo registro de recebimentos pelo menos até 13/11/2013", afirmou Moro na sentença.
Para Moro, a condenação não inibiu o ex-ministro de repetir os crimes. "Agiu, portanto, com culpabilidade extremada, o que também deve ser valorado negativamente", acrescentou.

No mês passado, o Ministério Público Federal (MPF) pediu à Justiça Federal do Paraná a condenação de Dirceu, do ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto, e de mais 13 réus da ação penal decorrente da 17ª fase da Operação Lava Jato, batizada de Pixuleco. No pedido, o MPF acusou Dirceu dos crimes de organização criminosa, corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
O ex-ministro do PT foi preso em agosto de 2015, durante a operação Pixuleco.

Vaccari também foi condenado, com pena de nove anos de prisão. Deutsche Welle - Data 18.05.2016

Protesto sobre ato anti-impeachment em Cannes

Foi um ato simples e que funcionou. Fiquei tocado", disse o diretor brasileiro Kleber Mendonça Filho sobre a repercussão do ato anti-impeachment feito pela equipe do longa no Festival de Cannes.
A estreia do filme nacional no evento francês, na tarde de terça (17), foi marcada pelo ato, encampado pelo diretor e pelo elenco, incluindo a atriz principal, Sonia Braga. A manifestação em apoio ao mandato de Dilma Rousseff (PT) teve repercussão internacional.

Antes da projeção, assim que subiu a escadaria que dá para o Palais, a equipe estendeu cartazes com dizeres como "o Brasil está sofrendo um golpe de Estado". Dentro do cinema, outros convidados brasileiros estenderam uma faixa.

Coordenador de cinema da Fundação Joaquim Nabuco (Recife), vinculada ao Ministério da Educação e Cultura, o diretor participou da manifestação em Cannes na terça-feira (17), quando parte da equipe do filme apresentou à imprensa internacional cartazes dizendo que o impeachment de Dilma Rousseff foi um golpe. Folha de São Paulo - 18/05/2016  10h32

Comentário: Os artistas, produtores  estão mais preocupados em perderem os benefícios. São os aproveitadores de boquinhas (são as coxinhas recheadas com mortadela)  
O cineasta é beneficiário da Lei de Audiovisual (dinheiro público) e coordenador do Cinema da Casa do Museu em Recife, da Fundação Joaquim Nabuco, que era presidida por um dos fundadores da CUT, Paulo Rubem Santiago, indicado pelo ex-ministro da Educação. O Portal da Transparência mostra que "Aquarius" recebeu R$ 1 milhão ao ser um dos selecionados no edital BNDES de Cinema de 2014 e que o cineasta recebe R$ 3.800 mensais para trabalhar na fundação.

segunda-feira, 16 de maio de 2016

Morte de Cauby Peixoto

O cantor Cauby Peixoto morreu na noite de domingo, 15 de maio, aos 85 anos. Ele estava internado no hospital Sancta Maggiore, no bairro do Itaim Bibi, zona sul de São Paulo, desde 9 de maio, por causa de uma pneumonia.   Cauby Peixoto foi o último dos moicanos. Com a sua morte, vai junto um estilo de cantor que já não existe mais, aquele de vozeirão aveludado, romântico incurável, ideal para se ouvir dançando num daqueles bailes dos anos dourados.

Foi o mais longevo de todos os nossos cantores desse naipe, com 65 anos de carreira ininterruptos, sem que o metal da voz jamais lhe faltasse, sempre gravando e fazendo grandes shows. Até o fim.

Nas Rádios Nacional e Tupi, Cauby foi cantor-galã, tendo um séquito de fãs que o rasgavam para levar um pedacinho de sua roupa, desmaiavam quando lhe viam, enfim, eram aficionadas por ele.  

Nesse tempo, encantou a todos com as românticas "Conceição", "Tarde Fria", "Molambo", "Nono Mandamento" e "Prece de Amor", a tarantela kitsch "Canção do Rouxinol" e grandes versões, como "É Tão Sublime o Amor", "Daqui Para a Eternidade" e a que o lançou ao sucesso, "Blue Gardenia", do repertório de Nat King Cole --que ele teve a honra de conhecer pessoalmente.

Renascimento
Durante a década de 1970, foi o rei da noite, cantou em pequenas boates pelo país e estava um pouco apagado da mídia quando em 1980 o diretor da Som Livre, João Araújo, decidiu dar um gás em sua carreira.

Nascia o álbum "Cauby! Cauby!", em que deu uma geral no repertório, com autores mais jovens ou sofisticados. A faixa-título era um autorretrato deslumbrante do cantor pintado por Caetano Veloso. "Loucura", de Joanna e Sarah Benchimol, estourou na novela "Baila Comigo" e "Bastidores", de Chico Buarque, virou seu emblema pela vida afora: "Cantei, cantei, nem sei como eu cantava assim... Fonte: UOL 16/05/2016

sexta-feira, 13 de maio de 2016

Funeral do PT ?

O cientistas político André Singer  definiu o lulismo como um modelo de composição política centrado nos predicados carismáticos de Lula e envolto numa estratégia econômica de incentivo ao consumo – como a geração de emprego e renda, apoio do Estado a investimentos privados e a políticas sociais para socorrer os mais pobres.
Mas  13 anos, 5 meses de governo petista termina de maneira sombria deixando a recessão econômica atual como  a pior da história brasileira acompanhada da “herança maldita” com uma série de escândalos de corrupção. Instalou-se no governo uma quadrilha criminosa organizada; o assalto à Petrobras, o petrolão,  o festival de propinas, a bolsa empresarial das montadoras e das empreiteiras, e o rombo nas contas públicas. O país está no volume morto e poderá ser levado para o buraco negro. A crise fez o Brasil regredir uma década.

Em O Príncipe, Nicolau Maquiavel disse : O defeito comum dos homens na bonança é não se preocupar com a tempestade.

quinta-feira, 12 de maio de 2016

Temer diz que não é hora de falar em crise, mas em trabalhar

No primeiro pronunciamento oficial como presidente interino do país, Michel Temer chamou de “ingrato” o momento político e econômico que o Brasil vive. No entanto, defendeu que agora não é mais hora de se falar em crise, “mas em trabalhar”. Temer disse que o maior desafio para que a economia brasileira saia da recessão “é parar o processo de queda livre dos investimentos”, sendo necessário para isso construir um ambiente propício para investidores. “O mundo está de olho no país, e havendo condições adequadas, a resposta será rápida”, disse, em discurso no Palácio do Planalto.

O presidente interino declarou que vai incentivar de “maneira significativa” as parcerias público-privadas, por acreditar que esse instrumento tem potencial para geração de empregos. “Sabemos que o Estado não pode tudo fazer, depende da atuação dos setores produtivos, empregadores de um lado, trabalhadores do outro. São esses dois polos que irão criar a nossa prosperidade”, argumentou.

Para Temer, compete ao Estado cuidar de áreas como segurança, saúde e educação, mas ele afirmou que o “restante” será compartilhado com a iniciativa privada.

Gestão pública
O presidente interino abordou a necessidade de equilibrar as contas públicas para que a economia volte a crescer e disse que seu governo vai focar na melhoria dos processos administrativos do governo, em busca de uma democracia “da eficiência”.  Michel Temer pediu confiança ao povo brasileiro para as mudanças que devem ocorrer. “Vamos precisar muito da governabilidade, que é o apoio do povo. O povo precisa colaborar e aplaudiu as medidas que venhamos a tomar”, disse.
Temer afirmou que pretende enxugar a máquina estatal. “A primeira medida na linha dessa redução está aqui representada. Já eliminamos vários ministérios da máquina pública e ao mesmo tempo nós não vamos parar por aí.  Já estão encomendados estudos para eliminar cargos comissionados e funções gratificadas”, informou.

Bolsa Família
O presidente interino disse que um projeto para garantir a empregabilidade exige a aplicação e a consolidação de projetos sociais, pelo fato de o Brasil “lamentavelmente ainda é um país pobre”. Ele garantiu que não haverá cortes nos programas sociais avaliados como bem-sucedidos, entre eles o Bolsa-Família, Pronatec, Fies, ProUni e Minha Casa, minha Vida, que segundo Temer serão aprimorados, além de mantidos. Ele afirmou que nenhuma das reformas propostas vai alterar os direitos adquiridos pelos cidadãos brasileiros nos últimos anos.

Executivo e Legislativo
Ao longo de sua fala, o presidente interino citou várias vezes a necessidade de união entre os Poderes e o povo. “Unidos poderemos enfrentar os desafios desse momento que é de grande dificuldade. Reitero que é urgente pacificar a nação e unificar o Brasil, é urgente fazermos um governo de salvação nacional.”, disse.
Temer ressaltou a importância da harmonia e do diálogo entre o Executivo e o Legislativo e disse que as reformas fundamentais serão fruto de um desdobramento ao longo do tempo. Para viabilizar reformas necessárias como a previdenciária e a trabalhista, em tramitação no Congresso Nacnoanl, o Executivo e Legislativo precisam trabalhar em harmonia e devem governar em conjunto. “Esta agenda difícil e complicada será balizada de um lado pelo diálogo e do outro pela soma de esforços”.

Um dos pontos em que disse que vai se empenhar é a revisão do Pacto Federativo. “Estados e municípios precisam ganhar autonomia verdadeira sobre a égide de uma federação real, e não sobre uma federação artificial como vemos atualmente.”

Respeito institucional
No início e no final do discurso, Temer disse que a intenção inicial era de que a cerimônia fosse realizada com a maior seriedade possível. Ele também declarou ter “respeito institucional” pela presidenta Dilma Rousseff.

Cerimônia
Durante a cerimônia, Temer deu posse aos 23 ministros que vão compor a equipe de governo. No início da tarde, a assessoria de imprensa da vice-presidência já havia anunciado os nomes dos novos ministros e a redução do número de ministérios. O Ministério da Cultura, por exemplo, será incorporado ao Ministério da Educação; e o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação vai se fundir ao das Comunicações, entre muitas outras mudanças.
Temer foi notificado sobre o afastamento da presidenta Dilma Rousseff do cargo por até 180 dias hoje pela manhã, às 11h27, no Palácio do Jaburu, residência oficial da vice-presidência. A partir de então, Michel Temer passou a ser presidente interino e ter plenos poderes para nomear ministros e gerenciar o Orçamento da União. Fonte: Agência Brasil - 12/05/2016