sexta-feira, 20 de maio de 2016

Governo vê rombo na meta fiscal de R$ 170,5 bi

O governo do presidente interino Michel Temer propôs alterar para R$ 170,5 bilhões a previsão de rombo nas contas da União neste ano. O anúncio foi feito nesta sexta-feira (20) pelos ministros da Fazenda, Henrique Meirelles, e do Planejamento, Romero Jucá.

Se for confirmado, será o terceiro ano seguido em que o governo fecha "no vermelho".

Em março, o governo Dilma havia enviado ao Congresso projeto que estimava o rombo em R$ 96,65 bilhões. Com o processo de impeachment em curso, no entanto, o pedido de Dilma ficou parado no Congresso.

Segundo Meirelles, a nova meta "é absolutamente transparente e realista" e "não se pretende" revisá-la até o final do ano. O cálculo não inclui medidas que ainda estão sendo estudadas ou que precisam ser aprovadas pelo Congresso, e leva em conta a queda na receita e o pagamento de diversas dívidas e pagamentos atrasados, além da renegociação de dívidas de Estados com a União, disse.

A nova meta "se trata de uma constatação da realidade", segundo Romero Jucá. "A primeira forma de resolver o problema é reconhecer o problema. Rombo fiscal não é resultado de uma política para o futuro", afirmou.

Primeiro grande teste
A proposta de mudar a meta fiscal do governo agora precisa passar pelo Congresso. A ideia, segundo o governo, é que seja votada na Comissão Mista do Orçamento na segunda-feira (23) e em sessão conjunta no Congresso na terça.

Ela precisa ser aprovada até o dia 30; caso contrário, todas as despesas da administração ficam imediatamente suspensas, levando a uma paralisia total do novo governo já em seu primeiro mês.

Meta atual é de saldo de R$ 24 bi
Por enquanto, a meta oficial do governo federal é fechar o ano poupando R$ 24 bilhões. Esse é o chamado superavit primário: o que o dinheiro poupa para pagar os juros da dívida e evitar que ela cresça como uma bola de neve.

Neste ano, porém, devido à alta de gastos e queda na receita, o governo vai gastar mais do que ganha. É como uma pessoa que gastou mais do que seu salário e precisou entrar no cheque especial.

Por lei, o Executivo é obrigado a reavaliar suas receitas e despesas ao fim de cada bimestre e, se for necessário, deve estimar o corte de despesas não obrigatórias que deverá fazer para se adequar à meta fiscal.

O objetivo do governo é convencer o Congresso a alterar essa meta: em vez de poupar R$ 24 bilhões, quer ficar R$ 170,5 bilhões "no vermelho". Fonte: UOL, em São Paulo 20/05/2016

Comentário: O déficit fiscal equivale a 2,88% do PIB.
O novo governo prevê que a economia brasileira irá encolher 3,8% neste ano --como aconteceu no ano passado. Já a inflação deve dar uma trégua e ficar em 7%, após ter fechado 2015 em 10,67%. As novas estimativas foram divulgadas pelo governo de Michel Temer nesta sexta-feira (20), no Relatório de Receitas e Despesas.
A previsão anterior, feita em fevereiro pela equipe da presidente afastada Dilma Rousseff, estimava queda do Produto Interno Bruto (PIB) de 3,05% e inflação de 7,44%.
O novo governo também está prevendo dólar a R$ 3,7 em média neste ano, em comparação com previsão anterior de R$ 4,18.A estimativa para a taxa média de juros é de 14%, enquanto a anterior era de 14,17%.
Projeção de déficit de 2016
1,247 trilhão - É a despesa estimada para 2016 pela nova equipe econômica
1,077 trilhão- É a receita projetada para o período
Fonte: UOL-20/05/2016

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