Condenação por corrupção passiva, peculato e lavagem de
dinheiro é a primeira no âmbito da Operação Lava Jato. Cabe recurso da defesa.
O juiz federal Sérgio Moro, responsável pela Operação Lava
Jato, condenou nesta quarta-feira (18/05) o ex-ministro José Dirceu a 23 anos e
três meses de prisão por causa de crimes relacionados ao esquema de corrupção
desvendado pela Operação Lava Jato.
Dirceu foi presidente do PT e uma das pessoas mais
influentes do primeiro governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva,
tendo sido chefe da Casa Civil de 2003 a 2005.
A sentença de primeira instância foi ditada em Curitiba por
Moro, que considerou Dirceu culpado das acusações de corrupção passiva, lavagem
de dinheiro e pertinência à organização criminosa. A pena deverá ser cumprida
inicialmente em regime fechado. Cabe recurso da decisão.
"O mais perturbador, porém, em relação a José Dirceu de
Oliveira e Silva consiste no fato de que recebeu propina inclusive enquanto
estava sendo julgada pelo Plenário do Supremo Tribunal Federal a Ação Penal
470, havendo registro de recebimentos pelo menos até 13/11/2013", afirmou
Moro na sentença.
Para Moro, a condenação não inibiu o ex-ministro de repetir
os crimes. "Agiu, portanto, com culpabilidade extremada, o que também deve
ser valorado negativamente", acrescentou.
No mês passado, o Ministério Público Federal (MPF) pediu à
Justiça Federal do Paraná a condenação de Dirceu, do ex-tesoureiro do PT João
Vaccari Neto, e de mais 13 réus da ação penal decorrente da 17ª fase da
Operação Lava Jato, batizada de Pixuleco. No pedido, o MPF acusou Dirceu dos
crimes de organização criminosa, corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
O ex-ministro do PT foi preso em agosto de 2015, durante a
operação Pixuleco.
Vaccari também foi condenado, com pena de nove anos de
prisão. Deutsche Welle - Data 18.05.2016
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