domingo, 19 de dezembro de 2010

Origem do Natal

bligo-Natal.jpgO Natal é um feriado comemorado anualmente em 25 de Dezembro (nos países eslavos e ortodoxos cujos calendários eram baseados no calendário Juliano, o Natal é comemorado no dia 7 de janeiro), que comemora o nascimento de Jesus de Nazaré. A data de comemoração do Natal não é conhecida como o aniversário real de Jesus e pode ter sido inicialmente escolhida para corresponder com qualquer festival histórico Romano ou com o solstício de inverno.




HISTÓRIA 


De acordo com o almanaque romano, a festa já era celebrada em Roma no ano 336 d.C.. Na parte Oriental do Império Romano, comemorava-se em 7 de janeiro o seu nascimento, ocasião do seu batismo, em virtude da não-aceitação do Calendário Gregoriano. No século IV, as igrejas ocidentais passaram a adotar o dia 25 de dezembro para o Natal e o dia 6 de janeiro para Epifania (que significa "manifestação"). Nesse dia comemora-se a visita dos Magos.


Segundo estudos, a data de 25 de dezembro não é a data real do nascimento de Jesus. A Igreja entendeu que devia cristianizar as festividades pagãs que os vários povos celebravam durante o solstício de Inverno.


Segundo alguns especialistas, o dia 25 de dezembro foi adotado para que a data coincidisse com a festividade romana dedicada ao "nascimento do deus sol invencível", que comemorava o solstício de inverno. No mundo romano, a Saturnália, festividade em honra ao deus Saturno, era comemorada de 17 a 22 de dezembro; era um período de alegria e troca de presentes. O dia 25 de dezembro era tido também como o do nascimento do misterioso deus persa Mitra, o Sol da Virtude.


ÁRVORE DE NATAL


Entre as várias versões sobre a procedência da árvore de Natal, a maioria delas indica a Alemanha como país de origem, uma das mais populares atribui a novidade ao padre Martinho Lutero (1483-1546), autor da Reforma Protestante do século XVI. Olhando para o céu através de alguns pinheiros que cercavam a trilha, viu-o intensamente estrelado parecendo-lhe um colar de diamantes sobre a copa das árvores. Tomado pela beleza daquilo, decidiu arrancar um galho para levar para casa. Lá chegando, entusiasmado, colocou o pequeno pinheiro num vaso com terra e, chamando a esposa e os filhos, decorou-o com pequenas velas acesas presas nas pontas dos ramos e papéis coloridos. Era o que ele vira lá fora. Afastando-se, todos ficaram surpresos ao verem aquela árvore iluminada. Nascia assim a árvore de Natal. Queria, assim, mostrar as crianças como deveria ser o céu na noite do nascimento de Cristo.


Na Roma Antiga, os Romanos penduravam máscaras de Baco em pinheiros para comemorar uma festa chamada de "Saturnália", que coincidia com o nosso Natal.


BOTINHAS AS DE NATAL


A lenda das botinhas de Natal na lareira tem origem na Holanda. A tradição das botinhas na lareira surgiu com a lenda de São Nicolau


“Não esqueça de deixar o sapatinho na janela, senão Papai Noel não vai trazer os presentes!”. Seja na janela ou na lareira, sapato ou meia; a tradição pode não ser compreendida pelas crianças, nem pelos pais, mas ela está presente em casas de todo o mundo na época do Natal.


A lenda de colocar os sapatinhos ou de pendurar as meias ao lado da chaminé veio da cidade de Amsterdã, na Holanda. As crianças deixavam os tamancos (típicos daquele país) na entrada da porta e os pais depositavam um presente sobre cada par.


Segundo uma lenda, São Nicolau teve conhecimento de que três moças muito pobres não podiam se casar porque não tinham dinheiro. Comovido, ele atirou moedas de ouro pela chaminé durante a noite para não ser visto. As moedas caíram dentro das meias que haviam sido postas para secar junto ao fogo da lareira, e as moças conseguiram juntar o dote.


Por esse motivo, surgiu a tradição de se colocar a meia ou o sapato na chaminé, para que na manhã do dia de Natal fossem encontrados presentes neles. Para aqueles que não possuem lareiras, as janelas são ótimas substitutas.


PRESÉPIO


A tradição católica diz que o presépio (do lat. praesepio) surgiu em 1223, quando São Francisco de Assis quis celebrar o Natal de um modo o mais realista possível e, com a permissão do Papa, montou um presépio de palha, com uma imagem do Menino Jesus, da Virgem Maria e de José, juntamente com um boi e um jumento vivos e vários outros animais. Nesse cenário, foi celebrada a Missa de Natal. O sucesso dessa representação do Presépio foi tanta que rapidamente se estendeu por toda a Itália. Logo se introduziu nas casas nobres européias e de lá foi descendo até as classes mais pobres.


CARTÕES DE NATAL


A prática de enviar Cartões de Natal surgiu na Inglaterra no ano de 1843. Em 1849 os primeiros cartões populares de Natal começaram a ser vendidos por um artista inglês chamado William Egly. Acredita-se que o primeiro Cartão de Natal foi confeccionado na Inglaterra em 1843 por um artista chamado John C. Horsley para um amigo, Sir Henry Cole.


Neste cartão estava desenhada uma família e as palavras "A Merry Christmas and a Happy New Year to You".


Esta prática difundiu-se rapidamente por toda a Inglaterra e países de língua inglesa chegando depois ao resto do mundo.


CANTIGAS DE NATAL TRADICIONAIS


A cantiga de natal mais antiga que a história da música registra é «Jesus Refulsit Omnium», (Jesus, luz de todas as nações); ela data do século IV e a letra é atribuída a Santo Hilário de Poitiers.


O mais conhecido, no entanto, é «Noite Feliz». Seu título original é «Stille Nacht, heilige Nach» e foi escrito, poderia dizer-se «acidentalmente», pelo sacerdote austríaco Joseph Mohr, que ao ver que se havia estragado o órgão de sua paróquia, a capela de São Nicolau, localizada na pequena cidade de Oberndorf, decidiu escrever um canto que pudesse ser interpretado com violão na missa do galo. Foi assim como no natal de 1818 se cantou pela primeira vez «Noite Feliz», atualmente traduzido a 330 idiomas.


Outro dos cantos mais conhecidos nos países de fala inglesa é «Joy to the World», escrito por Isaac Wats, inspirado no salmo 98 («Cantai ao Senhor um cântico novo, porque Ele fez maravilhas») e cuja música é atribuída a Federico Hendel, devido a que as partituras coincidem em várias partes do canto com sua célebre obra «O Messias».


Talvez a mais popular canção é provavelmente "White Christmas" escrita por Irving Berlin em 1942 para o filme "Holliday Inn".


Outras famosas Canções de Natal são "The First Noel", "Hark, the Herald Angels Sing", "Away in a Manger"," A Little Town of Bethlehem"e "Jingle Bells".


Popularmente se conhecem mais os cantos que fazem alusão ao Natal que aqueles que se referem ao Advento; às vezes por isso durante este tempo se cantam canções que falam do nascimento e não da espera do menino Jesus, como liturgicamente deveria ser.


Segundo José Solé, isso se dá devido a que os cantos de Advento são pouco conhecidos. No quarto domingo do Advento, explica, costuma-se cantar o «Magnificat», dentro das diversas interpretações musicais do hino.


Ainda que o sentido das cantigas de natal é o de «elevar o espírito do Natal», como o afirma José Solé, muitas delas falam de elementos culturais desta época do ano e deixam de lado o nascimento de Jesus: «Uma coisa seria uma cantiga de natal e outra é a música de Natal. Quando se fala de Natal, é o natal de Jesus, não de outra coisa. Evidentemente, todas estas coisas são apenas o acompanhamento, e fizeram que muitas vezes se perca o sentido, inclusive do próprio Papai Noel ou da árvore, que têm uma razão de ser».


«A verdadeira música de Natal, ao contrário, nos aproxima mais de Deus e faz que tenhamos um coração mais elevado», conclui José.


Fontes: Wikipédia, eBand e Zenit.org


Vídeo: Nana Mouskouri - Silent night. Stille Nacht, heilige Nacht. Lyrics in German




sábado, 18 de dezembro de 2010

Falta qualidade à educação no país, diz estudo

bligo-Educacao.jpgDados do relatório do movimento Todos pela Educação, que acompanha a qualidade da educação no Brasil:


■ Pouco mais de um terço dos alunos do 5° ano do ensino fundamental sabe ler e escrever de acordo com o esperado para a série. A mesma defasagem é verificada no aprendizado de matemática, no caso dos alunos do 9º ano.


■ Para os alunos do 9° ano do ensino fundamental, a meta de português foi atingida, mas a de matemática não. Apenas 14,8% dos estudantes aprenderam o esperado para a série que cursavam – abaixo dos 17,9% estipulados pela entidade. Em língua portuguesa, 26,3% atingiram a pontuação adequada, superando a meta de 24,7%.


■ No ensino médio, 28,9% obtiveram o resultado esperado no caso de língua portuguesa (a meta era 26,3%) e só 11% alcançaram o aprendizado adequado para a etapa em matemática (a meta era 14,3%).


Para o sociólogo Simon Schwartzman, pesquisador do Instituto de Estudos do Trabalho e Sociedade (Iets), o fato de estar havendo uma evolução, embora pequena, no aprendizado do português isso não deve ser atribuído à qualidade do ensino da língua portuguesa nas escolas. Segundo ele, o português está associado à educação familiar. - Se a família fala um pouco melhor, a criança aprende. Matemática depende da escola, o que significa que ela não está ensinando - concluiu.


Concluíram o ensino fundamental 63,4% dos adolescentes de até 16 anos (a meta era 64,5%) e 50,2% das pessoas com 19 anos no ensino médio, mais que a meta, de 46,5%.


Outros dados interessantes:


■ Metade dos brasileiros entre 15 e 17 anos não está na série escolar adequada, mostram os dados da SIS (Síntese de Indicadores Sociais) divulgados nesta sexta-feira (17) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Esses estudantes deveriam estar cursando o ensino médio, mas estão em outras séries escolares, como o nível fundamental.  5,1 milhoes de jovens não estão na série escolar adequada, de um total de 10,2 milhões.


■ No país, 18% dos jovens entre 15 e 17 anos não estão na escola. Cerca de 1,8 milhões de jovens não estudam


■ O Brasil tem 14,1 milhões de pessoas analfabetas de acordo com Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios), equivale a 7,3% da população total (191,7 milhões).


■ Um em cada cinco brasileiros com 15 anos ou mais são analfabetos funcionais, de acordo com dados da Pnad 2009 (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios). O número corresponde a mais de 29 milhões de pessoas, ou 20,3% da população nesta faixa etária, que é de 143 milhões.


■ O Brasil conta com 50,2 milhões de jovens entre 15 e 29 anos.


Comentário: Se somarmos os analfabetos funcionais ou não, jovens que não estudam, perfazem  45 milhões de jovens. A situação do ensino brasileiro é bem pior do que o governo propaga que o ensino está melhorando.


Comentário:


No relatório das notas do Pisa (Programa Internacional de Avaliação de Alunos) de 2009 o Brasil não atingiu ainda a média dos países OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico). O governo afirma que o Brasil está melhorando, mas ainda não atingiu a média desses países. Isso lembra que o aluno foi reprovado, mas continua melhorando?


É caso do copo com metade com água. Se a pessoa é otimista, analisa que o copo está mais ou menos cheio. É que o governo faz com esses números. E a pessoa pessimista analisa que o copo está mais ou menos vazio. O ensino é um autentico elefante branco.

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Congressistas brasileiros ganharão mais do que americanos e britânicos

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O aumento aprovado pelos congressistas brasileiros aos seus próprios salários, na quarta-feira, deixa os vencimentos básicos de deputados e senadores do país 8% maiores do que os dos congressistas americanos e 84% maior do que os dos britânicos, segundo um levantamento feito pela BBC Brasil.


A decisão aprovada no Congresso brasileiro elevou os salários dos deputados e senadores em 62%, de R$ 16,5 mil para R$ 26,7 mil, a partir de fevereiro de 2011. Os salários do presidente, do vice e dos ministros também serão elevados.


Segundo dados do Parlamento britânico, cada um dos 650 deputados da Câmara dos Comuns recebe um salário básico equivalente a 5.478 libras por mês (cerca de R$ 14.541).


Nos Estados Unidos, deputados e senadores recebem um salário básico equivalente a US$ 14.500 por mês (cerca de R$ 24.700).


Os salários dos congressistas brasileiros também ficarão quase seis vezes mais altos do que os de seus pares argentinos. Os deputados do país vizinho ganham um salário básico mensal de 10.600 pesos (cerca de R$ 4.540), enquanto os senadores recebem cerca de 16 mil pesos mensais (R$ 6.850).


Comparações


Um levantamento comparativo preparado pelo Parlamento britânico em 2007 mostra os vencimentos dos congressistas de países como Austrália, Canadá, França, Alemanha, Irlanda, Itália, Holanda, Nova Zelândia, Noruega, Espanha e Suécia.


Segundo o levantamento britânico, que incluiu também dados da Grã-Bretanha e dos Estados Unidos, em 2007 os deputados e senadores americanos eram os que tinham os maiores vencimentos entre esses países, seguidos pelos italianos, que tinham salários equivalentes a R$ 22.350 mensais.


Na outra ponta, a Espanha tinha os menores salários de parlamentares em 2007 – o equivalente a R$ 6.466 mensais, seguida de Suécia (R$ 9.469) e Noruega (R$ 9.649).


O aumento concedido pelos congressistas brasileiros aos seus próprios salários não supera, em termos proporcionais, a elevação aprovada em agosto para os vencimentos dos parlamentares indianos, de mais de 200%.


Ainda assim, a triplicação dos salários dos parlamentares indianos elevou-os para 50 mil rupias mensais, ou o equivalente a R$ 1,8 mil mensais.


Fonte: BBC Brasil - 17 de dezembro, 2010


Comentário: É a Bolsa Família dos políticos.

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Autoridades de Xangai consideram proibir mais de um cachorro por casa

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Após a política do filho único em vigor na China, agora os moradores da cidade de Xangai correm o risco de ter em vigor a lei do cachorro único.


O projeto de lei municipal sobre criação de cães, que está sendo revisado pelos legisladores locais, deixa claro que cada casa pode ter apenas um cachorro, dada a alta densidade populacional e o limitado espaço disponível em Xangai, informa a agência chinesa Xinhua.


Se um cachorro der cria, os donos devem doar todos os filhotes a donos adotivos elegíveis, ou mandá-los a agências de adoção credenciadas pelo governo até que eles tenham três meses de vida, determina o projeto de lei.


Se for aprovada, a lei deve entrar em vigor no ano que vem. A multa para quem violar a regra será de até 1.000 yuan (R$ 260).


Xangai não é a primeira cidade chinesa a pensar nisso. Antes, cidades como Guangzhou e Chengdu aprovaram leis limitando a presença de um cachorro por casa em áreas de controle designadas, lembra a Xinhua.


CORTE DE CUSTOS


Por outro lado, as autoridades também estão considerando baixar o preço exorbitante do registro e da licença para cães, segundo a agência de notícias.


Atualmente, os donos de cães pagam entre 1.000 yuan (R$ 260) e 2.000 yuan (R$ 520) por ano com licença e vacinas, dependendo da localidade. Quanto mais perto do centro da cidade, maior o custo para manter um cachorro.


O projeto de lei pretende cortar o valor para a partir de 300 yuan (R$ 77), incluindo os custos de certificação, implantação de um chip de identificação e vacina contra raiva todos os anos.


O alto preço da taxa de licenciamento tem sido apontado como a principal razão para a maioria das pessoas de Xangai não registrarem seus cães, diz a Xinhua.


Números oficiais falam em cerca de 800 mil cachorros domésticos na cidade, mas apenas um quarto deles são registrados e licenciados.


Fonte: Folha.com - 11/11/2010 


 Comentário: Pelo jeito há uma superpopulação mundial de animais domésticos.


10 Países com a maior população de cães no mundo


1º. Estados Unidos: 61 milhões


2º.  Brasil: 30 milhões


3º. China: 22 milhões


4º. Japão/Rússia: 9,6 milhões


5º. África do Sul: 9,1 milhões


6º. França: 8,1 milhões


7º. Itália: 7,6 milhões


8º. Polônia: 7,5 milhões


9º. Tailândia: 6,9 milhões


10º. Reino Unido: 6 milhões


Fonte: Mapsofworld.com


Os cães podem ter duas crias por ano, com seis filhotes em média de cada vez. Desta forma, apenas um casal e suas gerações futuras podem gerar 67.000 cães num período de seis anos. Estima-se que a população mundial de cães ultrapasse 600 milhões de animais.


10 Países com a maior população de gatos no mundo


1º Estados Unidos: 76,4 milhões


2º. China:  53 milhões  


3º Russia: 12,7 milhões  


4º Brasil: 12,5 milhões


5º França:  9,6 milhões


6º Itália: 9,4 milhões 


7º  Reino Unido: 7,7 milhões 


8º Ucrânia: 7,35 milhões  


9º Japão: 7,3 milhões  


10º Alemanha: 7,7 milhões


Um só casal de gatos por procriar quatro vezes ao ano, com ninhadas de quatro filhotes por vez, pode atingir em sete anos uma geração de 420.000 animais. Estima-se que a população mundial de gatos ultrapasse 200 milhões de animais.

sábado, 11 de dezembro de 2010

Comportamento - Ser e Estar

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Artigo interessante sobre valores das pessoas num período em que a mídia está mais enaltecendo a Wikileaks. Parece que entramos na era da Wikileaks, Youtube, Rede Social, tudo é relativismo.


 “Às vezes penso, às vezes sou”.


(Paul Valéry)


               Tenho observado com cautela o comportamento das pessoas e suas atitudes na vida em sociedade. E seja no ambiente corporativo, familiar, político, social, enfim, qualquer que seja o meio no qual estejam inseridas, preocupa-me a instabilidade, a ausência de propósitos, a fragilidade das personalidades, ante questões diversas que lhes são impostas.


            As pessoas parecem tomadas por um senso de urgência, um imediatismo subserviente, através dos quais manifestam-se em defesa de interesses de curto prazo, pontuados isoladamente e localmente, como se estivessem desconectadas do organismo social.


            Políticos fazem alianças historicamente incongruentes em troca de alguns minutos adicionais no horário eleitoral gratuito, independentemente da dissonância ideológica e pragmática futura em caso de êxito no pleito. Profissionais travam um verdadeiro jogo de xadrez em suas companhias prejudicando o colega da mesa ao lado em lances ardilosos engendrados nos corredores e nas pausas para o café, em busca de uma notoriedade que pretensamente lhes venha conferir uma maior remuneração. Amigos cultivados ao decorrer de anos capitulam nos momentos mais críticos, negligenciando ajuda e apoio. Familiares desagregam-se ao primeiro sinal de dificuldade econômica. Pais apregoam a ética a seus filhos, enquanto ultrapassam veículos pelo acostamento no final de semana, tendo-os por testemunhas.


            Há uma inversão recorrente dos valores, da ética, da moral, do caráter. As pessoas deixam de ser o que sempre foram e passam a estar o que lhes convém.


Valores


            Valores são definidos como normas, princípios, padrões socialmente aceitos. São-nos incutidos desde cedo, fruto do meio social, e quando chancelados pela conduta humana, considerados eticamente adequados. Somos orientados a aceitá-los, evitar questioná-los. E acabamos cerceados da possibilidade de exercer nossa criatividade, nossa imaginação, nosso livre arbítrio. Como diria Rousseau, “o homem nasce livre e por toda parte encontra-se a ferros”. Se tais parâmetros carecem de concordância, optamos não por alterá-los, mas por desrespeitá-los. Daí advém uma primeira cisão: regras são feitas para serem quebradas; contratos, para serem rompidos.


            A moral de um lobo é comer carneiros, como a moral dos carneiros é comer a grama. Este instinto animal tem inconscientemente caracterizado o comportamento humano o qual tem denotado uma moral dupla: uma que prega mas não pratica, outra que pratica mas não prega.


            Não são os princípios que dão grandeza ao homem. É o homem que dá grandeza aos princípios. Curiosamente é mais fácil lutar por princípios do que aplicá-los. Mas esta é uma luta que deve ser travada diariamente com paciência e sabedoria, ajustando a palavra à ação, a ação à palavra.


            Todo homem toma os limites de seu próprio campo de visão como os limites do mundo. Por isso, esta luta trata-se de litigar paradigmas. Criar e difundir novos. Não esmorecer, mesmo sentindo a mente turva. Todos vivemos sob o mesmo céu, mas nem todos vemos o mesmo horizonte. E quando se tem o horizonte enevoado, é preciso olhar para trás para manter o rumo.  A vida, disse Kierkegaard, só pode ser compreendida olhando-se para trás. Mas só pode ser vivida, olhando-se para frente.


Caráter


            Caráter é destino, disse Heráclito de Éfeso. É aquilo que fazemos quando ninguém está olhando. É nossa particularidade, nossa maior intimidade, nosso segredo mais bem guardado. É nosso maior companheiro, nossa maior paixão – e, às vezes, nosso maior fantasma. É construído desde a mais tenra idade, simbolizando nossa maior herança – e nosso maior legado.


            Um homem de caráter firme mostra igual semblante em face do bem ou do mal. Preocupa-se mais com seu caráter do que com sua reputação, pois sabe que seu caráter representa aquilo que ele é, enquanto sua reputação, apenas aquilo que os outros pensam. E sua firmeza de propósitos o faz com que opte pela singularidade de seu próprio julgamento.


            O caráter testa-se em pequenas coisas. Num olhar, num gesto, numa palavra. Quando queremos saber de que lado sopra o vento atiramos ao ar não uma pedra, mas uma pluma. Há um provérbio dos índios norte-americanos que diz: “Dentro de mim há dois cachorros: um deles é cruel e mau, o outro é muito bom. Os dois estão sempre brigando. O que ganha a briga é aquele que alimento mais freqüentemente”.


            Acredito que as adversidades além de fortalecerem o caráter, revelam-no. Tornam-no mais tenaz, purificam-no.


            Caráter é destino. E o destino não é uma questão de sorte, mas uma questão de escolha. Não é uma coisa que se espera, mas que se busca. O futuro de um homem está decididamente escrito em seu passado.


Mudança


            Não existe nada permanente, exceto a mudança. Porém, mudar e mudar para melhor são coisas diferentes. As pessoas não resistem às mudanças, resistem a ser mudadas. É um mecanismo legítimo e natural de defesa. Insistimos em tentar impor mudanças, quando o que precisamos é cultivar mudanças.


            O dinheiro, por exemplo, muda as pessoas com a mesma freqüência com que muda de mãos. Mas, na verdade, ele não muda o homem: apenas o desmascara. Esta é uma das mais importantes constatações já realizadas, pois auxilia-nos a identificar quem nos cerca: se um amigo, um colega ou um adversário. Infelizmente, esta observação, não raro, dá-se tardiamente, quando danos foram causados, frustrações foram contabilizadas, amizades foram combalidas. Mas antes tarde, do que mais tarde.


            Os homens são sempre sinceros. Mudam de sinceridade, nada mais. Somos o que fazemos e o que fazemos para mudar o que somos. Nos dias em que fazemos, realmente existimos: nos outros apenas duramos.


            Segundo William James, a maior descoberta da humanidade é que qualquer pessoa pode mudar de vida, mudando de atitude. Talvez por isso a famosa Prece da Serenidade seja tão dogmática: mudar as coisas que podem ser mudadas, aceitar as que não podem, e ter a sabedoria para perceber a diferença entre as duas.


Tolerância


            Cada vida são muitos dias, dias após dias. Caminhamos pela vida cruzando com ladrões, fantasmas, gigantes, velhos e moços, mestres e aprendizes. Mas sempre encontrando nós mesmos. Na medida em que os anos passam tenho aprendido a me tornar um pouco pluma: ofereço menos resistência aos sacrifícios que a vida impõe e suporto melhor as dificuldades. Aprendi a descansar em lugares tranqüilos e a deixar para trás as coisas que não preciso carregar, como ressentimentos, mágoas e decepções. Aprendi a valorizar não o olhar, mas a coisa olhada; não o pensar, mas o sentir. Aprendi que as pessoas, via de regra, não estão contra mim, mas a favor delas.


            Por isso, deixei de nutrir expectativas de qualquer ordem a respeito das pessoas. Atitudes insensatas não mais me surpreendem. Seria desejável que todos agissem com bom senso, vendo as coisas como são e fazendo-as como deveriam ser feitas. Mas no mundo real, o bom senso é a única coisa bem distribuída: todos garantem possuir o suficiente...


            Somos responsáveis por aquilo que fazemos, o que não fazemos e o que impedimos de fazer. Nós não aprendemos nada com nossa experiência. Nós só aprendemos refletindo sobre nossa experiência. Todos temos nossas fraquezas e necessidades, impostas ou auto-impostas. “Conheço muitos que não puderam quando deviam, porque não quiseram quando podiam”, disse François Rabelais.


            Por tudo isso, é preciso tolerância. É preciso também flexibilidade. Mas é preciso fundamentalmente policiar-se. Num mundo dinâmico, é plausível rever valores, adequar comportamentos, ajustar atitudes. Mantendo-se a integridade.


Fonte: Tom Coelho - setembro / 2003 - Publicidade pela ESPM e Economia pela USP, com especialização em Marketing pela Madia Marketing School e em Qualidade de Vida no Trabalho pela USP.

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Wikileaks, hacker e internet livre

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Em uma das revistas de 2009 do Copenhagen Institute for Future Studies saiu um artigo sobre o tema “Anarconomy”. Esse artigo veio em boa hora para analisar o pensamento dos piratas cibernéticos. Hoje o que se comenta mais é o caso da Wikileaks. Eles querem ser os paladinos da verdade, da transparência, etc. Por detrás dessa falsa transparência incentiva a ilegalidade, o roubo de informações, é o caos das informações. Eles estão jogando farofa no ventilador, para não dizer outra coisa.


Eles nada mais são do que os hackers,  são narcisistas eletrônicos  que querem manobrar as informações de maneira anárquica. Julgam transparentes, honestos, defensores da livre informação da internet, etc.  Mas como eles obtém essas informações, pesquisando, ou  investigando? Não. Simplesmente algum ativista simpatizante desse grupo rouba informações de empresa ou do governo e colocam na internet,  para ver o que acontece. Eles estão tão acostumados em acessar sites indevidamente, que eles acham que é normal esse tipo de serviço. Não há ética e nem moral nesse tipo de serviço. Alguns hackers dizem é pura adrenalina cibernética. Eles querem tudo de graça na rede, mas quem produzirá essas informações ou projetos? Eles próprios? Eles tem competência para isso? Ou são os novos piratas cibernéticos?


Os princípios que eles enaltecem como as comunidades de informações livres, grupos decidindo, etc. Nada mais é do que o   comunismo eletrônico. É novo comunismo virtual? Ninguém trabalha, apenas recebe informações? 


Desse artigo  transcrevo algumas idéias que coincidem com o pensamento da Wikileaks:


1-Dizem os autores dos artigos que nos últimos anos assistimos e ainda assistiremos à proliferação de conteúdos e serviços gratuitos na Internet. Esse conteúdo é criado e distribuído livremente pelos próprios usuários nas redes de voluntários de acordo com princípios anárquicos:     


2-Porque Anarconomía = Anarquismo + Economia?


■ A sociedade em rede tem muitas semelhanças com o ideal anarquista. O código aberto e todas as aplicações grátis têm um grande valor para o usuário.


■ As ferramentas que no passado estavam reservados para uns poucos, agora  estão disponíveis para todos (criar e distribuir conteúdos: blogs, youtube, flickr, facebook, …).


■ Produtos e serviços gratuitos desafiam e competem com os produtos e serviços comerciais.


■ No futuro, só se poderá ganhar dinheiro quem tiver soluções e experiências únicas.


E, ainda segundo os autores, no futuro, os princípios de anarconomía se moverão da Internet ao mundo real e mudarão radicalmente a economia do mercado.


O PRINCÍPIO FUNDAMENTAL DO ANARQUISMO É QUE NÃO DEVE TER NENHUMA AUTORIDADE CENTRAL COM O PODER DE IMPOR SUA VONTADE E FAZER CUMPRIR AS LEIS. PELO CONTRÁRIO, A SOCIEDADE DEVE SER ORGANIZADA COM "REGRAS DE LIVRE ACORDO ENTRE OS DIVERSOS GRUPOS".


3-Estamos vivendo numa época de mudança radical. Um dos grandes cismas é a utilização dos direitos dos produtos intangíveis.


De um lado temos o grupo dos utópicos, que pensam que o acesso a todos os conhecimentos e produtos culturais deveriam ser abertos e livre. No outro lado, temos as grandes empresas e as pessoas criativas que se ganham a vida com os direitos de propriedade intelectual - as companhias gravadoras, os detentores de patentes, artistas, etc. - que pensam que os estímulos para criar novos conhecimentos e novos produtos culturais desaparecerão se não se pode obter um monopólio temporário com o que eles criaram.


4-Anarconomía desafia os monopólios tradicionais baseados na legislação, os direitos intangíveis e a tecnologia. As leis nacionais podem ser contornadas com a terceirização através dos países com menos regulação.


5-Os artigos falam da “anarconomía”, isto é de uma economia que não é  ou pouca formal, livre e sem autoridade central onde muitas pessoas trabalham voluntariamente e os serviços e produtos são grátis.


6-Será realidade o que descrevem os autores? Na contramão estão os fatos conhecidos até agora: As experiências em liberdade descontrolada nunca agradaram a uns poucos bípedes cujo função é o controle, o racionamento, a organização e a distribuição desigual das “liberdades”, segundo os critérios de pertinência a uma casta particular e a riqueza material.


E estes bípedes, que se chamam habitualmente "políticos" vão fazer tudo o possível para que a “liberdade” não seja para todos. Além disso, sabemos que em todas as sociedades dos bípedes durante toda a história conhecida alguns bípedes sempre eram e são mais iguais do que outros.

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Nós vamos ficar cada vez mais distraídos

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Escritor, ex-editor-executivo da revista "Harvard Business Review" e professor do Massachusetts Institute of Technology (MIT), Nicholas Carr adora colecionar polêmicas. Ele critica a superficialidade da internet e alerta para a perda gradativa do foco no que interessa 


Na semana passada, Carr esteve no Brasil para o Info Summit 2010. Em pauta, o seu novo livro - "The Shallows: What the Internet Is Doing to Our Brains" (algo como "Os superficiais, o que a internet tem feito com nossos cérebros"), em que desenvolve o artigo da "Atlantic" e defende a tese de que a internet pode, sim, emburrecer e dificultar o aprendizado, logo ela que chegou a ser considerada a revolução na área educacional. Após o evento, escritor falou com exclusividade ao GLOBO.


? No livro "Where good ideas come from" ("De onde vêm as boas ideias"), o escritor Steven Johnson afirma que o ambiente caótico da internet e suas conexões são fundamentais para a inovação e ainda ajudam as pessoas a serem mais criativas. Em seu novo livro, "The Shallows" ("Os superficiais"), o senhor afirma que a internet e o excesso de informações sem profundidade que ela despeja nas pessoas estão encolhendo nossa capacidade de pensar. Quem está correto, afinal?


NICHOLAS CARR: É totalmente verdade que a internet permite ter a acesso a informações tão ampla e rapidamente que o compartilhamento, a pesquisa e a colaboração ficam mais fáceis. Mas o que pessoas como Steven Johnson podem estar desconsiderando é que estas tecnologias nos fazem pensar de maneira diferente, nem sempre positiva. Ou seja: o que vemos com a internet e as tecnologias digitais em geral é que toda a ênfase está no ritmo rápido de troca de informação e na capacidade de achar toneladas de conteúdo. Os aspectos básicos da tecnologia são esses: links, mecanismos de buscas, alertas, interrupções, multitarefas, multifuncionamento. Este sistema não nos encoraja nem nos dá oportunidade para fazer coisas que necessitam de atenção mais profunda.


? Por exemplo...


CARR: As coisas que, no passado, sempre foram consideradas essenciais para uma vida intelectual rica, como contemplação, reflexão e introspecção. Se você é constantemente interrompido, você nunca consegue exercitar estas formas de pensamento mais atentas e focadas. Uma das coisas que sabemos sobre a mente é que a habilidade para prestar atenção, pensar profundamente sobre algo, focar e concentrar-se de fato ativam muitos dos nossos processos cognitivos, como pensamento crítico, memória, lógica, pensamento conceitual e algumas formas de criatividade. Meu medo é que estamos perdendo nossa capacidade e habilidade para esse tipo de pensamento. Seres humanos adoram obter novas informações, e há uma espécie de obsessão de estar no topo do conhecimento de tudo, mas isso nos empurra a uma forma de pensamento mais primitiva na qual estamos constantemente mudando o nosso foco.


? A ideia é que a maioria das pessoas, obcecadas em obter informações, acaba ouvindo falar um pouco de tudo, mas nada profundamente. E a maioria, fora de contexto, é isso?


CARR: Exato. E é por isso que os chamo de superficiais: você circula com muita rapidez, obtém informações rapidamente, mas nunca vai fundo em nada.


? Quais são as evidências de que a forma como obtemos informação pelas mídias digitais impede a compreensão e o aprendizado?


CARR: Há muitos estudos sobre vários aspectos da rede, como os que comparam hipertexto a texto. Há 30 anos, quando os textos na internet começaram a usar os hipertextos, acreditava-se que estes pedaços de informação de acesso rápido complementariam o entendimento do que estava sendo dito e ajudariam a ampliar a compreensão geral. Mas o que os estudos começaram a mostrar é que a compreensão e interpretação do texto estavam mais fracas com os hipertextos comparadas com o texto linear tradicional. E parece estar relacionado com a qualidade dispersiva do link. Mais que isso. Só na percepção, durante a leitura, de que há ali um link, o seu cérebro começa a se perguntar se vale a pena ir até o hipertexto e se aquela informação fará ou não falta na leitura. Aquilo quebra o ritmo de leitura e acaba afetando a compreensão do texto. E isso só reforça a tese de que, quanto mais você está focado, maior a compreensão e o aprendizado.


? Mas os educadores acham que uma das ferramentas mais preciosas para o aprendizado são os recursos multimídia...


CARR: Os estudos não mostram isso. Multimídia requer que a pessoa mude o tempo todo o seu foco. E o fato é que, se você está o tempo todo mudando o seu foco, a sua habilidade de aprender se reduz. O que não significa que multimídia seja sempre ruim, se ela for preparada com fins específicos. Mas o problema com a internet é que ela não é desenhada por experts em educação, e você tem constantes mudanças de foco. Se você olha para o modelo básico de webdesign de mídias sociais, como Facebook, percebe que ele não é feito com a ideia de otimizar a compreensão e o entendimento. É feito com a ideia de manter a visão grudada na tela em focos de conteúdos constantemente variados e atualizados.


? Ou seja, é uma tecnologia que encoraja a dispersão. E o que deixaria a rede ser menos dispersiva?


CARR: A internet é uma ferramenta multimídia tão poderosa que ela encoraja as pessoas, seja produtores ou consumidores de conteúdo, a ter e fazer mais e mais sem o necessário questionamento sobre qualidade, interesse e utilidade do que está ali. Você pode imaginar a internet desenvolvida de uma forma diferente, onde são filtrados todos os componentes dispersivos da maneira que um bom livro. Certas plataformas caminham para isso. O iPad, por exemplo, é um tipo mais comum de apresentação de informações até porque suas habilidades multimídias não são tão fortes. Há alguns indicativos de que talvez as pessoas queiram mais foco. Mas a tendência geral continua em direção a mais e mais dispersão.


? E a tendência não teria volta...


CARR: Exato. O que a gente sabe de empresas que produzem novos aparelhos eletrônicos é que elas competem entre si adicionando novas funções. Mesmo o Kindle, que começou como um leitor de livros, já permite algum tipo serviço de rede. O iPad já evolui para um sistema de multitarefa. Meu medo é que mesmo estes produtos que incentivam a atenção continuem a se desenvolver na direção de ter mais funções. E a realidade crua é: nós vamos adicionar distração e dispersão mais e mais.


Fonte: O Globo - 06/12/2010


Comentário:


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