sábado, 11 de dezembro de 2010

Comportamento - Ser e Estar

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Artigo interessante sobre valores das pessoas num período em que a mídia está mais enaltecendo a Wikileaks. Parece que entramos na era da Wikileaks, Youtube, Rede Social, tudo é relativismo.


 “Às vezes penso, às vezes sou”.


(Paul Valéry)


               Tenho observado com cautela o comportamento das pessoas e suas atitudes na vida em sociedade. E seja no ambiente corporativo, familiar, político, social, enfim, qualquer que seja o meio no qual estejam inseridas, preocupa-me a instabilidade, a ausência de propósitos, a fragilidade das personalidades, ante questões diversas que lhes são impostas.


            As pessoas parecem tomadas por um senso de urgência, um imediatismo subserviente, através dos quais manifestam-se em defesa de interesses de curto prazo, pontuados isoladamente e localmente, como se estivessem desconectadas do organismo social.


            Políticos fazem alianças historicamente incongruentes em troca de alguns minutos adicionais no horário eleitoral gratuito, independentemente da dissonância ideológica e pragmática futura em caso de êxito no pleito. Profissionais travam um verdadeiro jogo de xadrez em suas companhias prejudicando o colega da mesa ao lado em lances ardilosos engendrados nos corredores e nas pausas para o café, em busca de uma notoriedade que pretensamente lhes venha conferir uma maior remuneração. Amigos cultivados ao decorrer de anos capitulam nos momentos mais críticos, negligenciando ajuda e apoio. Familiares desagregam-se ao primeiro sinal de dificuldade econômica. Pais apregoam a ética a seus filhos, enquanto ultrapassam veículos pelo acostamento no final de semana, tendo-os por testemunhas.


            Há uma inversão recorrente dos valores, da ética, da moral, do caráter. As pessoas deixam de ser o que sempre foram e passam a estar o que lhes convém.


Valores


            Valores são definidos como normas, princípios, padrões socialmente aceitos. São-nos incutidos desde cedo, fruto do meio social, e quando chancelados pela conduta humana, considerados eticamente adequados. Somos orientados a aceitá-los, evitar questioná-los. E acabamos cerceados da possibilidade de exercer nossa criatividade, nossa imaginação, nosso livre arbítrio. Como diria Rousseau, “o homem nasce livre e por toda parte encontra-se a ferros”. Se tais parâmetros carecem de concordância, optamos não por alterá-los, mas por desrespeitá-los. Daí advém uma primeira cisão: regras são feitas para serem quebradas; contratos, para serem rompidos.


            A moral de um lobo é comer carneiros, como a moral dos carneiros é comer a grama. Este instinto animal tem inconscientemente caracterizado o comportamento humano o qual tem denotado uma moral dupla: uma que prega mas não pratica, outra que pratica mas não prega.


            Não são os princípios que dão grandeza ao homem. É o homem que dá grandeza aos princípios. Curiosamente é mais fácil lutar por princípios do que aplicá-los. Mas esta é uma luta que deve ser travada diariamente com paciência e sabedoria, ajustando a palavra à ação, a ação à palavra.


            Todo homem toma os limites de seu próprio campo de visão como os limites do mundo. Por isso, esta luta trata-se de litigar paradigmas. Criar e difundir novos. Não esmorecer, mesmo sentindo a mente turva. Todos vivemos sob o mesmo céu, mas nem todos vemos o mesmo horizonte. E quando se tem o horizonte enevoado, é preciso olhar para trás para manter o rumo.  A vida, disse Kierkegaard, só pode ser compreendida olhando-se para trás. Mas só pode ser vivida, olhando-se para frente.


Caráter


            Caráter é destino, disse Heráclito de Éfeso. É aquilo que fazemos quando ninguém está olhando. É nossa particularidade, nossa maior intimidade, nosso segredo mais bem guardado. É nosso maior companheiro, nossa maior paixão – e, às vezes, nosso maior fantasma. É construído desde a mais tenra idade, simbolizando nossa maior herança – e nosso maior legado.


            Um homem de caráter firme mostra igual semblante em face do bem ou do mal. Preocupa-se mais com seu caráter do que com sua reputação, pois sabe que seu caráter representa aquilo que ele é, enquanto sua reputação, apenas aquilo que os outros pensam. E sua firmeza de propósitos o faz com que opte pela singularidade de seu próprio julgamento.


            O caráter testa-se em pequenas coisas. Num olhar, num gesto, numa palavra. Quando queremos saber de que lado sopra o vento atiramos ao ar não uma pedra, mas uma pluma. Há um provérbio dos índios norte-americanos que diz: “Dentro de mim há dois cachorros: um deles é cruel e mau, o outro é muito bom. Os dois estão sempre brigando. O que ganha a briga é aquele que alimento mais freqüentemente”.


            Acredito que as adversidades além de fortalecerem o caráter, revelam-no. Tornam-no mais tenaz, purificam-no.


            Caráter é destino. E o destino não é uma questão de sorte, mas uma questão de escolha. Não é uma coisa que se espera, mas que se busca. O futuro de um homem está decididamente escrito em seu passado.


Mudança


            Não existe nada permanente, exceto a mudança. Porém, mudar e mudar para melhor são coisas diferentes. As pessoas não resistem às mudanças, resistem a ser mudadas. É um mecanismo legítimo e natural de defesa. Insistimos em tentar impor mudanças, quando o que precisamos é cultivar mudanças.


            O dinheiro, por exemplo, muda as pessoas com a mesma freqüência com que muda de mãos. Mas, na verdade, ele não muda o homem: apenas o desmascara. Esta é uma das mais importantes constatações já realizadas, pois auxilia-nos a identificar quem nos cerca: se um amigo, um colega ou um adversário. Infelizmente, esta observação, não raro, dá-se tardiamente, quando danos foram causados, frustrações foram contabilizadas, amizades foram combalidas. Mas antes tarde, do que mais tarde.


            Os homens são sempre sinceros. Mudam de sinceridade, nada mais. Somos o que fazemos e o que fazemos para mudar o que somos. Nos dias em que fazemos, realmente existimos: nos outros apenas duramos.


            Segundo William James, a maior descoberta da humanidade é que qualquer pessoa pode mudar de vida, mudando de atitude. Talvez por isso a famosa Prece da Serenidade seja tão dogmática: mudar as coisas que podem ser mudadas, aceitar as que não podem, e ter a sabedoria para perceber a diferença entre as duas.


Tolerância


            Cada vida são muitos dias, dias após dias. Caminhamos pela vida cruzando com ladrões, fantasmas, gigantes, velhos e moços, mestres e aprendizes. Mas sempre encontrando nós mesmos. Na medida em que os anos passam tenho aprendido a me tornar um pouco pluma: ofereço menos resistência aos sacrifícios que a vida impõe e suporto melhor as dificuldades. Aprendi a descansar em lugares tranqüilos e a deixar para trás as coisas que não preciso carregar, como ressentimentos, mágoas e decepções. Aprendi a valorizar não o olhar, mas a coisa olhada; não o pensar, mas o sentir. Aprendi que as pessoas, via de regra, não estão contra mim, mas a favor delas.


            Por isso, deixei de nutrir expectativas de qualquer ordem a respeito das pessoas. Atitudes insensatas não mais me surpreendem. Seria desejável que todos agissem com bom senso, vendo as coisas como são e fazendo-as como deveriam ser feitas. Mas no mundo real, o bom senso é a única coisa bem distribuída: todos garantem possuir o suficiente...


            Somos responsáveis por aquilo que fazemos, o que não fazemos e o que impedimos de fazer. Nós não aprendemos nada com nossa experiência. Nós só aprendemos refletindo sobre nossa experiência. Todos temos nossas fraquezas e necessidades, impostas ou auto-impostas. “Conheço muitos que não puderam quando deviam, porque não quiseram quando podiam”, disse François Rabelais.


            Por tudo isso, é preciso tolerância. É preciso também flexibilidade. Mas é preciso fundamentalmente policiar-se. Num mundo dinâmico, é plausível rever valores, adequar comportamentos, ajustar atitudes. Mantendo-se a integridade.


Fonte: Tom Coelho - setembro / 2003 - Publicidade pela ESPM e Economia pela USP, com especialização em Marketing pela Madia Marketing School e em Qualidade de Vida no Trabalho pela USP.

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Wikileaks, hacker e internet livre

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Em uma das revistas de 2009 do Copenhagen Institute for Future Studies saiu um artigo sobre o tema “Anarconomy”. Esse artigo veio em boa hora para analisar o pensamento dos piratas cibernéticos. Hoje o que se comenta mais é o caso da Wikileaks. Eles querem ser os paladinos da verdade, da transparência, etc. Por detrás dessa falsa transparência incentiva a ilegalidade, o roubo de informações, é o caos das informações. Eles estão jogando farofa no ventilador, para não dizer outra coisa.


Eles nada mais são do que os hackers,  são narcisistas eletrônicos  que querem manobrar as informações de maneira anárquica. Julgam transparentes, honestos, defensores da livre informação da internet, etc.  Mas como eles obtém essas informações, pesquisando, ou  investigando? Não. Simplesmente algum ativista simpatizante desse grupo rouba informações de empresa ou do governo e colocam na internet,  para ver o que acontece. Eles estão tão acostumados em acessar sites indevidamente, que eles acham que é normal esse tipo de serviço. Não há ética e nem moral nesse tipo de serviço. Alguns hackers dizem é pura adrenalina cibernética. Eles querem tudo de graça na rede, mas quem produzirá essas informações ou projetos? Eles próprios? Eles tem competência para isso? Ou são os novos piratas cibernéticos?


Os princípios que eles enaltecem como as comunidades de informações livres, grupos decidindo, etc. Nada mais é do que o   comunismo eletrônico. É novo comunismo virtual? Ninguém trabalha, apenas recebe informações? 


Desse artigo  transcrevo algumas idéias que coincidem com o pensamento da Wikileaks:


1-Dizem os autores dos artigos que nos últimos anos assistimos e ainda assistiremos à proliferação de conteúdos e serviços gratuitos na Internet. Esse conteúdo é criado e distribuído livremente pelos próprios usuários nas redes de voluntários de acordo com princípios anárquicos:     


2-Porque Anarconomía = Anarquismo + Economia?


■ A sociedade em rede tem muitas semelhanças com o ideal anarquista. O código aberto e todas as aplicações grátis têm um grande valor para o usuário.


■ As ferramentas que no passado estavam reservados para uns poucos, agora  estão disponíveis para todos (criar e distribuir conteúdos: blogs, youtube, flickr, facebook, …).


■ Produtos e serviços gratuitos desafiam e competem com os produtos e serviços comerciais.


■ No futuro, só se poderá ganhar dinheiro quem tiver soluções e experiências únicas.


E, ainda segundo os autores, no futuro, os princípios de anarconomía se moverão da Internet ao mundo real e mudarão radicalmente a economia do mercado.


O PRINCÍPIO FUNDAMENTAL DO ANARQUISMO É QUE NÃO DEVE TER NENHUMA AUTORIDADE CENTRAL COM O PODER DE IMPOR SUA VONTADE E FAZER CUMPRIR AS LEIS. PELO CONTRÁRIO, A SOCIEDADE DEVE SER ORGANIZADA COM "REGRAS DE LIVRE ACORDO ENTRE OS DIVERSOS GRUPOS".


3-Estamos vivendo numa época de mudança radical. Um dos grandes cismas é a utilização dos direitos dos produtos intangíveis.


De um lado temos o grupo dos utópicos, que pensam que o acesso a todos os conhecimentos e produtos culturais deveriam ser abertos e livre. No outro lado, temos as grandes empresas e as pessoas criativas que se ganham a vida com os direitos de propriedade intelectual - as companhias gravadoras, os detentores de patentes, artistas, etc. - que pensam que os estímulos para criar novos conhecimentos e novos produtos culturais desaparecerão se não se pode obter um monopólio temporário com o que eles criaram.


4-Anarconomía desafia os monopólios tradicionais baseados na legislação, os direitos intangíveis e a tecnologia. As leis nacionais podem ser contornadas com a terceirização através dos países com menos regulação.


5-Os artigos falam da “anarconomía”, isto é de uma economia que não é  ou pouca formal, livre e sem autoridade central onde muitas pessoas trabalham voluntariamente e os serviços e produtos são grátis.


6-Será realidade o que descrevem os autores? Na contramão estão os fatos conhecidos até agora: As experiências em liberdade descontrolada nunca agradaram a uns poucos bípedes cujo função é o controle, o racionamento, a organização e a distribuição desigual das “liberdades”, segundo os critérios de pertinência a uma casta particular e a riqueza material.


E estes bípedes, que se chamam habitualmente "políticos" vão fazer tudo o possível para que a “liberdade” não seja para todos. Além disso, sabemos que em todas as sociedades dos bípedes durante toda a história conhecida alguns bípedes sempre eram e são mais iguais do que outros.

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Nós vamos ficar cada vez mais distraídos

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Escritor, ex-editor-executivo da revista "Harvard Business Review" e professor do Massachusetts Institute of Technology (MIT), Nicholas Carr adora colecionar polêmicas. Ele critica a superficialidade da internet e alerta para a perda gradativa do foco no que interessa 


Na semana passada, Carr esteve no Brasil para o Info Summit 2010. Em pauta, o seu novo livro - "The Shallows: What the Internet Is Doing to Our Brains" (algo como "Os superficiais, o que a internet tem feito com nossos cérebros"), em que desenvolve o artigo da "Atlantic" e defende a tese de que a internet pode, sim, emburrecer e dificultar o aprendizado, logo ela que chegou a ser considerada a revolução na área educacional. Após o evento, escritor falou com exclusividade ao GLOBO.


? No livro "Where good ideas come from" ("De onde vêm as boas ideias"), o escritor Steven Johnson afirma que o ambiente caótico da internet e suas conexões são fundamentais para a inovação e ainda ajudam as pessoas a serem mais criativas. Em seu novo livro, "The Shallows" ("Os superficiais"), o senhor afirma que a internet e o excesso de informações sem profundidade que ela despeja nas pessoas estão encolhendo nossa capacidade de pensar. Quem está correto, afinal?


NICHOLAS CARR: É totalmente verdade que a internet permite ter a acesso a informações tão ampla e rapidamente que o compartilhamento, a pesquisa e a colaboração ficam mais fáceis. Mas o que pessoas como Steven Johnson podem estar desconsiderando é que estas tecnologias nos fazem pensar de maneira diferente, nem sempre positiva. Ou seja: o que vemos com a internet e as tecnologias digitais em geral é que toda a ênfase está no ritmo rápido de troca de informação e na capacidade de achar toneladas de conteúdo. Os aspectos básicos da tecnologia são esses: links, mecanismos de buscas, alertas, interrupções, multitarefas, multifuncionamento. Este sistema não nos encoraja nem nos dá oportunidade para fazer coisas que necessitam de atenção mais profunda.


? Por exemplo...


CARR: As coisas que, no passado, sempre foram consideradas essenciais para uma vida intelectual rica, como contemplação, reflexão e introspecção. Se você é constantemente interrompido, você nunca consegue exercitar estas formas de pensamento mais atentas e focadas. Uma das coisas que sabemos sobre a mente é que a habilidade para prestar atenção, pensar profundamente sobre algo, focar e concentrar-se de fato ativam muitos dos nossos processos cognitivos, como pensamento crítico, memória, lógica, pensamento conceitual e algumas formas de criatividade. Meu medo é que estamos perdendo nossa capacidade e habilidade para esse tipo de pensamento. Seres humanos adoram obter novas informações, e há uma espécie de obsessão de estar no topo do conhecimento de tudo, mas isso nos empurra a uma forma de pensamento mais primitiva na qual estamos constantemente mudando o nosso foco.


? A ideia é que a maioria das pessoas, obcecadas em obter informações, acaba ouvindo falar um pouco de tudo, mas nada profundamente. E a maioria, fora de contexto, é isso?


CARR: Exato. E é por isso que os chamo de superficiais: você circula com muita rapidez, obtém informações rapidamente, mas nunca vai fundo em nada.


? Quais são as evidências de que a forma como obtemos informação pelas mídias digitais impede a compreensão e o aprendizado?


CARR: Há muitos estudos sobre vários aspectos da rede, como os que comparam hipertexto a texto. Há 30 anos, quando os textos na internet começaram a usar os hipertextos, acreditava-se que estes pedaços de informação de acesso rápido complementariam o entendimento do que estava sendo dito e ajudariam a ampliar a compreensão geral. Mas o que os estudos começaram a mostrar é que a compreensão e interpretação do texto estavam mais fracas com os hipertextos comparadas com o texto linear tradicional. E parece estar relacionado com a qualidade dispersiva do link. Mais que isso. Só na percepção, durante a leitura, de que há ali um link, o seu cérebro começa a se perguntar se vale a pena ir até o hipertexto e se aquela informação fará ou não falta na leitura. Aquilo quebra o ritmo de leitura e acaba afetando a compreensão do texto. E isso só reforça a tese de que, quanto mais você está focado, maior a compreensão e o aprendizado.


? Mas os educadores acham que uma das ferramentas mais preciosas para o aprendizado são os recursos multimídia...


CARR: Os estudos não mostram isso. Multimídia requer que a pessoa mude o tempo todo o seu foco. E o fato é que, se você está o tempo todo mudando o seu foco, a sua habilidade de aprender se reduz. O que não significa que multimídia seja sempre ruim, se ela for preparada com fins específicos. Mas o problema com a internet é que ela não é desenhada por experts em educação, e você tem constantes mudanças de foco. Se você olha para o modelo básico de webdesign de mídias sociais, como Facebook, percebe que ele não é feito com a ideia de otimizar a compreensão e o entendimento. É feito com a ideia de manter a visão grudada na tela em focos de conteúdos constantemente variados e atualizados.


? Ou seja, é uma tecnologia que encoraja a dispersão. E o que deixaria a rede ser menos dispersiva?


CARR: A internet é uma ferramenta multimídia tão poderosa que ela encoraja as pessoas, seja produtores ou consumidores de conteúdo, a ter e fazer mais e mais sem o necessário questionamento sobre qualidade, interesse e utilidade do que está ali. Você pode imaginar a internet desenvolvida de uma forma diferente, onde são filtrados todos os componentes dispersivos da maneira que um bom livro. Certas plataformas caminham para isso. O iPad, por exemplo, é um tipo mais comum de apresentação de informações até porque suas habilidades multimídias não são tão fortes. Há alguns indicativos de que talvez as pessoas queiram mais foco. Mas a tendência geral continua em direção a mais e mais dispersão.


? E a tendência não teria volta...


CARR: Exato. O que a gente sabe de empresas que produzem novos aparelhos eletrônicos é que elas competem entre si adicionando novas funções. Mesmo o Kindle, que começou como um leitor de livros, já permite algum tipo serviço de rede. O iPad já evolui para um sistema de multitarefa. Meu medo é que mesmo estes produtos que incentivam a atenção continuem a se desenvolver na direção de ter mais funções. E a realidade crua é: nós vamos adicionar distração e dispersão mais e mais.


Fonte: O Globo - 06/12/2010


Comentário:


Qual é o futuro do Homem?


Deixará de ser Homo Sapiens?


Será um andróide humano?


Será um homem sob controle remoto?


Será um homem controlado pela rede social?


Acabou a privacidade humana,  Youtube, wikileaks, wikisex, wiki...... etc

domingo, 5 de dezembro de 2010

Ryan: El niño que le quitó la sed a medio millón de africanos

Ryan nació en Canadá en mayo del 91, es decir que a día de hoy tiene 19 años De pequeño, en la escuela, cuando tenía tan solo seis añitos s u maestra les habló de cómo vivían los niños en África. Se conmovió profundamente al saber que algunos hasta mueren de sed, que no hay pozos de dónde sacar agua, pensar que a él le bastaba dar unos pasos para que el agua saliera del grifo durante horas... Ryan preguntó cuánto costaría llevarles agua. La maestra lo pensó un poco y recordó una organización llamada WaterCan dedicada al tema y le dijo que un pequeño pozo podía costar unos 70 dólares.


Cuando llegó a su casa fue directo a su madre Susan y le dijo que necesitaba 70 dólares para comprar un pozo para los niños africanos. Su madre le dijo que debía ganárselos él mismo y le fue poniendo tareas en casa con las que Ryan se ganaba algunos dólares a la semana . Finalmente reunió los 70 dólares y pidió a su madre que lo acompañara a la sede de WaterCan para comprar su pozo para los niños de África. Cuando lo atendieron le dijeron que lo que costaba realmente la perforación de un pozo eran 2000 dólares . Susan le dejó claro que ella no podía darle 2000 dólares por más que limpiara cristales para toda la vida, pero Ryan no se rindió. Le prometió a aquel hombre que volvería... y lo hizo.


Contagiados por su entusiasmo, todos se pusieron a trabajar : sus hermanos, vecinos y amigos. Entre todo el vecindario lograron reunir 2000 dólares trabajando y haciendo mandados y Ryan volvió triunfal a WaterCan para pedir su pozo. En enero del 99 ..... se perforó un pozo en un pueblo al norte de Uganda . A partir de ahí empieza la leyenda. Ryan no ha parado de recaudar fondos y viajar por medio globo buscando apoyos.


Cuando el pozo de Angola estuvo hecho, el colegio comenzó un carteo con niños del colegio que estaba al lado del pozo, en África. Así Ryan conoció a Akana; un chico que había escapado de las garras de los ejércitos de niños y que luchaba por estudiar cada día. Ryan se sintió cautivado por su nuevo amigo y pidió a sus padres ir a verle. Con un gran esfuerzo económico por su parte, los padres pagaron un viaje a Uganda y Ryan en el 2000 llegó al pueblo donde se había perforado su pozo. Cientos de niños de los alrededores coreaban su nombre formando un pasillo. - ¿Saben mi nombre? -preguntó Ryan a su guía - Todo el mundo a 100 kilómetros a la redonda lo sabe, le respondió .


A día de hoy Ryan --con 19 años- tiene su propia fundación y lleva logrados más de 400 pozos en África. Se encarga también de proporcionar educación y de enseñar a los nativos a cuidar de los pozos y del agua. Recoge donaciones de todo el mundo y estudia para ser ingeniero hidráulico. Ryan se ha empeñado en acabar con la sed en África.




sábado, 4 de dezembro de 2010

Wikileaks:O fim da diplomacia como a conhecemos?

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Em 1996, após a conclusão das negociações de paz de Dayton sobre a Bósnia e Herzegovina, o Ministério das Relações Exteriores alemão sentiu que os relatos publicados sobre o assunto não davam crédito suficiente às contribuições alemãs para o acordo. Assim, foi tomada a decisão de publicar todos os 53 principais relatórios – ou “cables” - diplomáticos despachados pela equipe que eu chefiei durante o processo de negociação de 21 dias.


No entanto, os documentos foram cuidadosamente editados antes da publicação. Por exemplo, a maior parte das referências ao comportamento de líderes específicos bósnios ou sérvios foi removida, bem como as ocasionais reclamações quanto aos desacordos entre nós e, digamos, a delegação dos Estados Unidos, chefiada por Richard Holbrooke.


Como resultado, o registro público do processo de negociação acabou sendo apresentado como pretendíamos, mas nenhum dos participantes teve qualquer motivo para se sentir insatisfeito. Missão cumprida.


Anos depois, eis que nos deparamos com o tsunami do WikiLeaks. Por que este caso é tão diferente? Por que os diplomatas estão tão desconcertados por aquilo que o ministro italiano das Relações Exteriores classificou como o 11 de setembro da diplomacia?


Primeiro, os vazamentos de transmissões diplomáticas confidenciais – seja por pombo-correio, carta selada, telegrama clássico ou e-mail criptografado – são tão antigos quanto a própria diplomacia. Os vazamentos sempre acontecem: eles podem ser causados pela rivalidade entre agências de uma determinada administração, por uma oposição ansiosa por derrubar um governo, por um governo que deseja ameaçar ou debilitar um adversário, por um indivíduo excessivamente ambicioso ou carregado de ódio, ou por várias outras motivações.


Alguns vazamentos são inócuos, outros letais – e alguns chegaram até mesmo a provocar guerras. Mas uma coisa é certa: todo vazamento provoca danos ou destrói a confiança, de uma maneira ou de outra. E a confiança é a mercadoria mais preciosa no mundo da diplomacia. É por isso que a atual publicação pelo WikiLeaks de centenas de milhares de mensagens diplomáticas dos Estados Unidos ameaça uma espécie inteira. Esses vazamentos colocam em risco a atividade diplomática.


Segundo, a maioria dos vazamentos ocorre em democracias. Seria uma verdadeira surpresa se a próxima safra que o WikiLeaks colocar na Internet contivesse mensagens vazadas por funcionários do governo chinês ou iraniano. Os regimes autocráticos são com menor frequência vítimas de vazamentos feitos de dentro das estruturas do próprio governo. Isso pode ser por causa das punições severas enfrentadas pelo vazador, mas também devido a um maior secretismo interno e à ausência de uma oposição efetiva e de uma mídia independente.


Assim, as sociedades abertas tendem a ficar em uma posição de relativa desvantagem em relação aos países menos democráticos no que se refere à busca de objetivos de políticas externas que não sejam prejudicados por vazamentos. Não há dúvida quanto a isso: a conduta da diplomacia norte-americana foi seriamente prejudicada pelo vazamento de material diplomático. E o estrago teria sido ainda maior se o “New York Times”, o “Guardian”, “Der Spiegel” e outras publicações não tivessem demonstrado um senso de responsabilidade política e moral ao permitirem que parte do material fosse editado para proteger certos indivíduos.


Mas, e a transparência governamental? E a liberdade de informação como direito do cidadão?


Sim, nas democracias os governos precisam assumir a responsabilidade pelos seus atos. Mas o direito do cidadão de conhecer aplica-se basicamente às políticas do seu próprio governo. Os vazamentos em casos de conduta governamental ou empresarial indevida ou comportamento criminoso podem ser um ingrediente legítimo de uma sociedade moderna, mas o direito de conhecer não deve ser interpretado de forma a incluir informações apresentadas ou discutidas por países estrangeiros sujeitas a regras de sigilo.


Novamente, essa é uma questão de confiança – o tecido básico da diplomacia. Quando a confiança desaparece, fica difícil, e às vezes até mesmo impossível, reconstruí-la. É por isso que a maioria dos países conta com legislação para impedir que documentos diplomáticos sejam publicados durante várias décadas. 


Por exemplo, eu não poderia ter responsavelmente assinado um grande número de mensagens enviadas da minha embaixada em Washington durante os anos da crise do Iraque caso não fosse capaz de confiar na promessa de sigilo. É claro que a minha equipe e eu enviamos informes detalhados sobre a competição entre Rumsfeld e Powell por influência no governo E é evidente que nós fornecemos a Berlim a nossa melhor análise da política dos Estados Unidos e das coisas positivas e negativas que se passavam em Washington – relatórios de embaixada clássicos e francos que nem sempre eram simpáticos a todos, mas que eram de considerável interesse e tinham enorme importância para o governo em Berlim.


Terceiro, a construção e o fortalecimento das relações internacionais se tornariam mais difíceis com um tráfico de informações no estilo WikiLeaks. E isso não se limitaria à diplomacia norte-americana. As fontes secariam, embaixadores teriam que escutar apenas aquilo que os interlocutores locais gostariam de ler no jornal e o acesso a informações que valesse à pena proteger ficaria menos disponível para os diplomatas.


E, ainda pior, o compartilhamento de informações entre agências de um mesmo governo seria reduzido, as embaixadas poderiam ver-se privadas de certos tipos de informação por temor de vazamentos por meio de tecnologias e os embaixadores poderiam acabar excluídos de certas reuniões com líderes de alto escalão.


Alguns chefes de governo poderiam preferir confiar em enviados especiais e não mais na estrutura diplomática tradicional. Alguns poderiam decidir não mais permitir que as transcrições das suas conversas fossem feitas e distribuídas pelos circuitos diplomáticos.


Este é o paradoxo do WikiLeaks: ele gera menos abertura e muito mais secretismo em vez de criar o universo transparente de informações com o qual os idealistas do WikiLeaks têm sonhado.


Finalmente, a administração de crises internacionais e a prevenção de crises são algumas das tarefas mais nobres da moderna diplomacia bilateral e multilateral. Os vazamentos maciços não prejudicarão apenas a atividade diplomática como tal. Eles poderiam também minar as atuais e futuras negociações de paz e as tentativas de prevenção de crises em várias regiões. Basta pensar na questão nuclear iraniana. Ou no Oriente Médio, no Afeganistão e no Paquistão.


É por isso que essa questão não diz respeito a ferir os egos de alguns líderes políticos que são descritos negativamente nas mensagens diplomáticas. O problema é muito mais sério: esta é uma questão de guerra e paz, e pode ser também uma questão de vida ou morte.


Fonte: UOL Noticias - 04/12/2010 - Autor: Wolfgang Ischinger, diretor da Conferência de Segurança de Munique, foi vice-ministro das Relações Exteriores da Alemanha e embaixador da Alemanha em Washington e Londres


Comentário: O dono da Wikileak foi ou é um cracker que é diferente do hacker.. O cracker é perito em informática que fazem o mau uso de seus conhecimentos, utilizando-o para roubo de dados, sejam pessoais ou não.


Quem é especialista em informática acha que as relações entre Nações devem ser como é o fluxo de informações da internet, transparência virtual, pode ser correta ou não, o que importa é o impacto na comunidade. As variáveis do sistema tecnológicas são poucas, podendo ser verdadeiras ou falsas, enquanto as variáveis do comportamento humano são muitas, podendo afetar as relações entre pessoas e Estados. Para o Estado existem dois tipos de informações: a informação externa que é elaborada, que procura não provocar tensões entre as partes, que a sociedade pode conhecer. A informação interna que é retida pelo Estado, torna-se sigilosa, pois a análise é mais detalhada. Segundo Sun Tzu, o Estado deve conhecer  em profundidade a situação dos amigos e inimigos quanto suas forças, fraqueza, planos e pessoal.


Como diz o autor do artigo muito bem; “Nas democracias os governos precisam assumir a responsabilidade pelos seus atos. Mas o direito do cidadão de conhecer aplica-se basicamente às políticas do seu próprio governo. Os vazamentos em casos de conduta governamental ou empresarial indevida ou comportamento criminoso podem ser um ingrediente legítimo de uma sociedade moderna, mas o direito de conhecer não deve ser interpretado de forma a incluir informações apresentadas ou discutidas por países estrangeiros sujeitas a regras de sigilo.


Novamente, essa é uma questão de confiança – o tecido básico da diplomacia. Quando a confiança desaparece, fica difícil, e às vezes até mesmo impossível, reconstruí-la. É por isso que a maioria dos países conta com legislação para impedir que documentos diplomáticos sejam publicados durante várias décadas.


Parece-me que ele quer causar  impacto, como todo usuário da internet, posta suas informações pessoais on-line, não visualiza o impacto dessas informações, apenas aguardando o resultado. Pelo jeito ele criou o Youtube da mídia escrita. Afinal quem está ganhando com esse desserviço a democracia da informação? Isso já é um caminho para regulamentar a internet?

La Abuela

Comovente história da avó que cuida de seu neto com paralisia cerebral.

Impressionante a alegria que resplandece no rosto dessa avó que cuida de seu neto.

De onde ela obtém  tanta energia para passar tantos obstáculos?  Só Deus sabe.

Deve ser a Fé, Esperança e Amor.


 

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Wikileaks: Cuba acogió a miembros de las Farc, el ELN y ETA

El documento, enviado el 27 de febrero de 2009, señala que el Gobierno de Cuba permite a miembros de estos grupos "disfrutar de descanso y relajo, así como de recibir cuidados médicos y otros servicios".

Cuba acogió en su territorio a miembros de la banda terrorista ETA y de la guerrilla de las Farc, según uno de los cables enviados por los diplomáticos de Estados Unidos en La Habana a Washington, filtrado por Wikileaks.

Según la filtración de este sitio web al diario El País, Estados Unidos tuvo constancia el año pasado de la presencia de terroristas de ETA y de las Farc en la isla.

Para Estados Unidos, la presencia de los terroristas en la isla no supone en sí un motivo de alarma, pues considera "poco probable que lleven a cabo una operación terrorista", según el cable que firma el jefe de la Oficina de Intereses de Estados Unidos en La Habana, Jonathan Farrar.

El documento, enviado el 27 de febrero de 2009, señala que el Gobierno de Cuba permite a miembros de ETA, de las Farc y del Eln, "disfrutar de descanso y relajo, así como de recibir cuidados médicos y otros servicios".

La nota dice que "las actividades específicas de estos grupos" son desconocidas, pero sí se ha podido "corroborar que los miembros de ETA que asesoran a las Farc han pasado tiempo en Cuba y que, incluso, algunos tienen a familiares en el país".

El cable insiste en que "hay pocas probabilidades de que desarrollen una actividad operacional debido a la necesidad de contar con un santuario seguro".

Más allá, el documento explica que no se ha visto "evidencia" de que La Habana permita a estos "servicios de inteligencia hostiles planear en Cuba operaciones terroristas y en contra de Estados Unidos".

Es sabido en la comunidad diplomática, dice el cable, "que el Gobierno de Cuba está ansioso por evitar dar a Estados Unidos un motivo racional que le permita llevar a cabo operaciones antiterroristas contra ella".

El informe que envió el jefe de la misión diplomática estadounidense habla también de los lazos entre el Gobierno de Cuba y las organizaciones colombianas.

"Los informes indican también que el Gobierno de Cuba tiene influencia en las Farc. El Departamento Internacional del Partido Comunista de Cuba guarda una estrecha relación con el Partido Comunista Clandestino de Colombia (PCC), que sirve como el ala política de las Farc, y en cierto sentido también del Eln", concluye. Fuente: Semana - Jueves 2 Diciembre 2010