Exame avalia conhecimentos de leitura, matemática e ciências. Piores resultados são de alunos de escolas públicas estaduais e municipais
Apesar de registrar melhora na educação, o Brasil segue entre os piores colocados em ranking internacional de ensino. O país ficou com a 53ª colocação entre 65 países no Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa), elaborado pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).
Feito com estudantes nascidos em 1993 matriculados em qualquer série a partir da 7ª série (8º ano) do ensino fundamental, o ranking é divulgado a cada três anos. Em 2009, avaliou 470 mil estudantes. Desse total, 20 mil eram brasileiros.
É avaliado o conhecimento de leitura, matemática e ciências dos adolescentes. O Instituto de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), órgão do Ministério da Educação (MEC), é quem aplica a prova do Pisa no país.
Com a média geral de 401 pontos, o Brasil ficou atrás de países como
■ Bulgária, Romênia e
■ os latino-americanos México, Chile e Uruguai.
Fica à frente apenas da Colômbia, Kazaquistão, Argentina, Tunísia, Azerbaijão, Indonésia, Albânia, Catar, Panamá, Peru e Quirguistão.
O país ficou bem abaixo da média da OCDE, de 496 pontos.
Os cinco melhores colocados são;
■ China (Xangai), com 577 pontos,
■ Hong Kong, com 546,
■ Finlândia e Cingapura, com 543, e
■ Coréia do Sul, com 541.
Em relação às provas anteriores, o Brasil melhorou. O país teve média geral de 368 pontos em 2000, 383 em 2003 e 384 em 2006 e está entre os três que mais evoluíram desde 2000, atrás apenas de Luxemburgo e Chile. A melhora ocorreu também nas áreas de conhecimento avaliadas.
A melhor pontuação em 2009 foi de leitura, com 412 pontos, seguida por ciências, com 405 e matemática, com 386. Na área de leitura, que teve ênfase em 2009 na avaliação, o Brasil mostrou melhora de 19 pontos de 2006 para 2009, após cair dez pontos de 2003 para 2006.
De forma geral, segundo o ranking, as meninas tiveram desempenho melhor do que os meninos, com 403 pontos, contra 399. E o forte das alunas é a leitura.
AMÉRICA LATINA
Os países da América Latina estão todos entre os últimos 20 colocados. A 54ª posição põe o Brasil a frente de Colômbia (55º), Argentina (57º), Panamá (63º) e Peru (64º). O melhor classificado é o Chile em 45º, seguido pelo México em 50º.
Ultimo Segundo - Cinthia Rodrigues e Priscilla Borges, iG São Paulo e Brasília | 07/12/2010 08:00
O QUE É O PROGRAMA INTERNACIONAL DE AVALIAÇÃO DE ALUNOS (PISA)
O Pisa avalia conhecimentos e habilidades que capacitam os alunos para uma participação efetiva na sociedade. A avaliação em leitura busca saber qual é a compreensão, o uso e a reflexão dos estudantes sobre textos escritos para alcançar objetivos. Já na matemática a intenção é medir a capacidade de atender suas necessidades no mundo para, por exemplo, expressar ideias bem fundamentadas.
Pontuação
No nível abaixo de 1 ficam aqueles que chegam a 358 pontos;
no 1, de 358 a 420;
no 2, de 421 a 482;
no 3, de 483 a 544;
no 4, de 545 a 606;
no 5, de 607 a 668; e
no nível 6, de 669 para cima.
Para a OCDE, encontram-se;
No Nível 1 os estudantes que conseguem responder questões envolvendo contextos familiares, onde toda a informação está presente e as questões estão claramente definidas. Esses alunos são capazes de identificar informações e realizar procedimentos rotineiros, de acordo com instruções diretas em situações explícitas. Podem desempenhar ações óbvias e seguir as informações presentes nos estímulos dos itens.
NO NÍVEL 2, os estudantes conseguem interpretar e reconhecer situações em contextos que requerem nada além do que uma inferência direta. Eles podem extrair informações relevantes de uma única fonte de informação e utilizar um método de representação. Alunos neste nível podem empregar algoritmos, fórmulas e procedimentos básicos e são capazes de raciocinar de forma direta e realizar interpretações literais de resultados.
NO NÍVEL 3, os estudantes conseguem executar procedimentos claramente descritos, selecionar e pôr em prática estratégias de resolução de problemas simples. Conseguem interpretar e utilizar representações baseadas em diferentes fontes de informação, além de refletir diretamente sobre elas. Podem desenvolver comunicações curtas para relatar suas interpretações, resultados e raciocínios. Os estudantes do nível 4 podem trabalhar efetivamente com modelos explícitos sobre situações complexas concretas, que podem envolver situações difíceis ou necessitar tomadas de decisões. Podem selecionar e integrar diferentes representações, incluindo simbólicas, ligando-as diretamente a aspectos da vida real. Utilizam habilidades bem desenvolvidas e conseguem refletir de forma flexível.
NO NÍVEL 5, os alunos são capazes de desenvolver trabalhos com modelos sobre situações complexas, identificando constrangimentos e especificando suposições. Podem selecionar, comparar e avaliar estratégias apropriadas de resolução de problemas para lidar com problemas complexos relativos a esses modelos. Alunos nesse nível podem trabalhar estrategicamente utilizando habilidades de raciocínio desenvolvidas e abrangentes, representantes apropriadas, caracterizações simbólicas e formais. Eles podem refletir sobre suas ações formulando e comunicando suas interpretações e raciocínios.
NO NÍVEL 6, estudantes conseguem conceitualizar, generalizar e utilizar informações baseadas em suas próprias investigações e modelagem de situações-problema complexas. Eles podem concatenar diferentes fontes e representações de informação e traduzi-las flexivelmente. Estudantes neste nível são capazes de pensar e raciocinar matematicamente de forma avançada. Esses alunos podem aplicar seus conhecimentos para desenvolver abordagens e estratégias para lidar com novas situações através do domínio de operações matemáticas simbólicas e formais. Estudantes neste nível conseguem formular e comunicar precisamente suas ações e reflexões sobre achados, interpretações, argumentos e suas pertinências.
Fontes: Estadão - 08 de dezembro de 2010 e Gazeta do Povo – 07 de dezembro de 2010
Comentário: Como diz a estudante Maria Gabriela, "deveria haver mais organização e deveriam exigir mais da gente, como acontece nas escolas particulares, com mais conteúdo, porque às vezes a gente fica com muita folga". É uma coisa tão simples, porém tão difícil colocar em prática devido a ideologia educacional existe no país. Estão mais preocupados com o formato educacional do que com o conteúdo.
Segundo a análise da revista Economist, o progresso recente meramente elevou o nível das escolas de desastroso para muito ruim;
■ a revista diz que dois terços dos jovens de 15 anos são incapazes de fazer qualquer coisa além de aritmética básica.
■ mesmo escolas privadas e pagas são medíocres. Seus alunos vêm das casas mais ricas, mas eles se tornam jovens de 15 anos que não se saem melhor que um adolescente médio da OCDE
■ uma das razões para a má qualidade do ensino é o desperdício de dinheiro. Como os professores se aposentam com salários integrais após 25 anos para mulheres e 30 para homens, até a metade dos orçamentos da escola vai para as aposentadorias
■ exceto em poucos locais, professores podem faltar em 40 dos 200 dias escolares sem ter o salário descontado.
SÓ DINHEIRO NÃO DEFINE RANKING
A primeira classificada no ranking é a região de Shangai, na China – o país pode escolher se submete toda a população à prova ou só um distrito – que estreou no ranking no topo das três áreas. “Ainda existe correlação entre a riqueza de um país e o nível de conhecimento de sua população. No entanto, o fato da China ser o 1º mostra que o PIB (Produto Interno Bruto) per capita não é o fato mais importante. Nações pobres não são incompatíveis com sistemas educacionais de alta performance”, diz o relatório da organização.
Segundo estudo, a riqueza é um fator que só influencia 6% na pontuação dos países. Mesmo entre os membros da OCDE, o primeiro colocado é a Coréia do Sul, que não está entre os mais ricos. Os Estados Unidos ficam em 26º.
Na década de 70 o desenvolvimento industrial do Brasil era bem superior da Coréia do Sul, mas enquanto a Coréia investia no sistema educacional com qualidade, o Brasil estava apenas preocupado com a proletarização do ensino com fins estatísticos.
A melhora do Brasil lembra o copo de água mais ou menos cheio ou vazio. Depende do observador. Parece quer o Brasil está formando os tiriricas transgênicos.
Pra quê o pobre estudar? Se o governo oferece tudo para ele, sem avaliar o retorno, Bolsa Família, universalização do celular, SUS, passar de ano sem estudar, o aluno finge que estuda e o professor finge que está dando aula, etc.
E a America Latina, coitada, vive do passado ideológico, nostálgico, em que a esquerda não modernizou , passando um filme de acetato num mundo digital.