terça-feira, 27 de dezembro de 2016

Os alemães e sua montanha de embalagens no lixo

Os alemães são conhecidos como ávidos separadores dos diversos tipos de lixo e por reciclarem meticulosamente. De fato, o país é um dos campeões de reciclagem no mundo, reutilizando cerca de metade de seus resíduos. No entanto, números recentes da organização ambiental alemã Deutsche Umwelthilfe (DUH) mostram que a Alemanha também é boa – até demais – na produção de lixo.

DE ACORDO COM A DUH;
■  Cada cidadão produz uma média de 213 quilos de resíduos de embalagens por ano, ou mais de 600 gramas por dia.
■ Em comparação com a França (185 quilos), Áustria (150 quilos) e Suécia (109 quilos), a Alemanha ocupa o primeiro lugar na Europa em embalagens postas no lixo.

E o problema está aumentando: os resíduos de embalagens cresceram 13% no país, na última década, refletindo uma tendência mundial. Mas, enquanto as empresas lucram com mais embalagens, o governo está lutando para conter a crescente quantidade de resíduos por meio de regulamentações.

LUCRANDO COM EXCESSO DE EMBALAGENS
Por um lado, "há uma clara tendência a dividir os produtos previamente em porções, que vão ficando cada vez menores, o que resulta em quantidades enormes de embalagens", explica Thomas Fischer, da DUH. Essa divisão em porções atende ao crescente número de pessoas vivendo sozinhas, mas as companhias também a praticam para aumentar sua margem de lucro ou disfarçar a redução do tamanho de seus produtos.

Um bom exemplo é a popular cápsula de café: as porções pré-embaladas usam 16 vezes mais embalagem do que o pó empacotado da maneira convencional, mas garantem aos fabricantes um faturamento até quatro vezes maior.

Fatores de mercado igualmente corroeram o sistema alemão de reutilização de frascos de bebidas. O que já foi um sistema modelar está sendo cada vez mais deixado de lado, à medida que as empresas priorizam as garrafas descartáveis, que são mais baratas e, uma vez esmagadas, dispensam custosos espaços de armazenamento.

GARRAFAS REUTILIZÁVEIS
Cerca de 25 anos atrás, mais de 90% da água mineral era vendida pelo sistema de depósito – em que o consumidor paga um valor a mais ao comprar garrafas reutilizáveis e recebe esse dinheiro de volta ao devolvê-las nos mercados. Agora, a proporção é inferior a 30%. As redes de supermercados populares Aldi e Lidl suspenderam inteiramente o uso de garrafas reutilizáveis.

EMPRESAS DÃO PEQUENOS PASSOS
De acordo com um estudo do Instituto do Clima, Meio Ambiente e Energia de Wuppertal, as empresas poderiam reduzir fácil e imediatamente os recursos utilizados em embalagens em 20% se as reprojetassem para ser mais eficientes e ecológicas.
Alguns exemplos têm aparecido no mercado, como desodorantes spray com a mesma quantidade de produto, mas 20% menos de embalagem, ou detergentes em embalagens comprimidas. O Lidl reduziu a embalagem de seu papel higiênico em 20% simplesmente mudando a forma de empacotamento, apertando mais os rolos.

SACOS PLÁSTICOS
Outra ação voluntária das empresas para reduzir o desperdício é a proibição de sacos plásticos. Desde 1º de junho, os supermercados Rewe, a segunda maior cadeia do país, baniram os sacos plásticos de suas lojas. A rede calcula que assim serão usados menos 140 milhões de sacos plásticos.
Embora com medidas menos drásticas, 240 redes alemãs também se comprometeram a cobrar um valor pela sacola de plástico a partir de julho de 2016. No entanto, os sacos de papel que o Rewe e outros supermercados e drogarias continuam oferecendo não são muito melhores para o meio ambiente e podem, em parte, ser até mais nocivos, já que sua produção emprega recursos significativos. Fonte: Deutsche Welle - Data 11.12.2016
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Decomposição dos materiais
Material
Tempo de decomposição na natureza
Papel
De 3 a 6 meses
Tecidos
De 6 meses a 1 ano
Metal
Mais de 100 anos
Alumínio
Mais de 200 anos
Plástico
Mais de 400 anos
Vidro
Mais de 1000 anos



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