quinta-feira, 12 de dezembro de 2019

ONU divulga ranking do IDH; Brasil ocupa a 79ª posição

O Brasil ficou na 79ª posição no ranking do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) divulgado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) .
Medido anualmente, o IDH vai de 0 a 1 – quanto maior, mais desenvolvido o país – e tem como base indicadores de saúde, educação e renda.

RANKING
Apesar do leve aumento, o Brasil caiu uma posição no ranking mundial em relação à publicação anterior, passando da 78ª para 79ª. O Pnud revisa os índices a cada nova edição do relatório. No relatório atual, a posição do Brasil no ranking anterior foi alterada (de 79ª para 78ª).
Os dados do relatório publicado agora são de 2018. Dados deste ano serão divulgados na edição 2020 do levantamento.
Entre os países da América do Sul, Brasil e a Colômbia apareceram empatados na quarta posição. O primeiro lugar ficou com Chile (42º, na colocação geral), seguido de Argentina (48º) e Uruguai (57º), respectivamente.
Segundo o relatório, a taxa anual de crescimento do IDH brasileiro nos últimos 18 anos foi de 0,78%. No mesmo período, a expectativa de vida foi de 66 para 75 anos. Fonte: Human Development Report Office 2019. 
Ranking
País
Índice de desenvolvimento humano
Expectativa de vida
Ano de escolaridade esperado
Média de anos de escolaridade
PIB Per capita
1
Norway
0.954
82.3
18.1
12.6
68,059
2
Switzerland
0.946
83.6
16.2
13.4
59,375
3
Ireland
0.942
82.1
18.8
12.5
55,66
4
Germany
0.939
81.2
17.1
14.1
46,946
4
Hong Kong, China (SAR)
0.939
84.7
16.5
12.0
60,221
6
Australia
0.938
83.3
22.1
12.7
44,097
6
Iceland
0.938
82.9
19.2
12.5
47,566
8
Sweden
0.937
82.7
18.8
12.4
47,955
9
Singapore
0.935
83.5
16.3
11.5
83,793
10
Netherlands
0.933
82.1
18.0
12.2
50,013
11
Denmark
0.930
80.8
19.1
12.6
48,836
12
Finland
0.925
81.7
19.3
12.4
41,779
13
Canada
0.922
82.3
16.1
13.3
43,602
14
New Zealand
0.921
82.1
18.8
12.7
35,108
15
United Kingdom
0.920
81.2
17.4
13.0
39,507
15
United States
0.920
78.9
16.3
13.4
56,14
17
Belgium
0.919
81.5
19.7
11.8
43,821
18
Liechtenstein
0.917
80.5
14.7
12.5
99,732
19
Japan
0.915
84.5
15.2
12.8
40,799
20
Austria
0.914
81.4
16.3
12.6
46,231
América do Norte

13
Canada
0.922
82.3
16.1
13.3
43,602
15
United States
0.920
78.9
16.3
13.4
56,14
76
Mexico
0.767
75.0
14.3
8.6
17,628
América do Sul

42
Chile
0.847
80.0
16.5
10.4
21,972
48
Argentina
0.830
76.5
17.6
10.6
17,611
57
Uruguay
0.808
77.8
16.3
8.7
19,435
79
Brazil
0.761
75.7
15.4
7.8
14,068
79
Colombia
0.761
77.1
14.6
8.3
12,896
82
Peru
0.759
76.5
13.8
9.2
12,323
85
Ecuador
0.758
76.8
14.9
9.0
10,141
96
Venezuela (Bolivarian Republic of)
0.726
72.1
12.8
10.3
9,07
98
Paraguay
0.724
74.1
12.7
8.5
11,72
98
Suriname
0.724
71.6
12.9
9.1
11,933
114
Bolivia (Plurinational State of)
0.703
71.2
14.0
9.0
6,849
123
Guyana
0.670
69.8
11.5
8.5
7,615
América Central

56
Barbados
0.813
79.1
15.2
10.6
15,912
60
Bahamas
0.805
73.8
12.8
11.5
28,395
63
Trinidad and Tobago
0.799
73.4
13.0
11.0
28,497
67
Panama
0.795
78.3
12.9
10.2
20,455
68
Costa Rica
0.794
80.1
15.4
8.7
14,79
72
Cuba
0.778
78.7
14.4
11.8
7,811
73
Saint Kitts and Nevis
0.777
74.6
13.6
8.5
26,77
74
Antigua and Barbuda
0.776
76.9
12.5
9.3
22,201
89
Dominican Republic
0.745
73.9
14.1
7.9
15,074
89
Saint Lucia
0.745
76.1
13.9
8.5
11,528
94
Saint Vincent and the Grenadines
0.728
72.4
13.6
8.6
11,746
96
Jamaica
0.726
74.4
13.1
9.8
7,932
103
Belize
0.720
74.5
13.1
9.8
7,136
124
El Salvador
0.667
73.1
12.0
6.9
6,973
126
Guatemala
0.651
74.1
10.6
6.5
7,378
126
Nicaragua
0.651
74.3
12.2
6.8
4,79
132
Honduras
0.623
75.1
10.2
6.6
4,258
169
Haiti
0.503
63.7
9.5
5.4
1,665
BRICS

49
Russian Federation
0.824
72.4
15.5
12.0
25,036
79
Brazil
0.761
75.7
15.4
7.8
14,068
129
India
0.647
69.4
12.3
6.5
6,829
113
South Africa
0.705
63.9
13.7
10.2
11,756

terça-feira, 10 de dezembro de 2019

Crescimento do Brasil : Panorama global é instável

O crescimento do PIB mundial caiu para 2,9% este ano - sua taxa mais baixa desde a crise financeira - e espera que se mantenha em 3% nos próximos dois anos.

A economia está se recuperando gradualmente. Foi aprovada a reforma previdenciária e melhores perspectivas de progresso na reforma estrutural estão aumentando a confiança e apoio ao investimento, que também é impulsionado por condições financeiras mais fáceis. A inflação baixa e a retirada mais fácil de do se
guro de desemprego e FGTS contribuirão  para reforçar o consumo. Partindo do pressuposto de que a agenda de reformas continuará  avançando, o crescimento é projetado para ganhar impulso em 2020. No entanto, o alto desemprego está caindo apenas lentamente, e os empregos recém-criados são de baixa qualidade, incluindo muitos empregos informais.

A política monetária foi flexibilizada, o que é adequada, pois a inflação deverá permanecer abaixo da meta em 2020 e 2021. Ainda há margem para flexibilização adicional. Garantir a sustentabilidade fiscal e o cumprimento das regras fiscais exigirá ajustes adicionais nos gastos obrigatórios, ao mesmo tempo em que salvaguardam transferências sociais efetivas e investimentos públicos. O aumento da produtividade dependerá da melhoria do clima de negócios através de reformas nos impostos, regulamentação e redução das barreiras comerciais. A preservação de ativos naturais exigirá esforços de execução mais determinados. Fonte: OCDE

domingo, 8 de dezembro de 2019

Mais uma geração perdida

Imagine 30 milhões de palavras em três anos. Dez milhões de palavras por ano. Esse é o número de palavras que uma criança rica escuta a mais que uma criança pobre (em um estudo de Hart e Risley para os Estados Unidos, mas que vale também para nós). É comum falar que o problema do Brasil é a educação.

Mas o buraco é muito mais embaixo. As diferenças entre crianças ricas e pobres já é gigantesca antes do 1º ano do ensino fundamental. Ao longo do sistema de ensino, o abismo só aumenta.

Outro lugar-comum é dizer que falta qualidade; falta infraestrutura; e os professores são mal pagos. Ou seja, se magicamente melhorarmos a estrutura do sistema educacional, pronto, está tudo resolvido.

O buraco é mais embaixo. Falta demanda por educação. As famílias pobres brasileiras investem pouco em educação. Isso significa que pais cobram pouco dos filhos, terceirizam a educação para a escola e apoiam pouco as crianças que querem realmente estudar. E os pais estão certos! Investir em educação significa gastar tempo e dinheiro em algo que vai dar retorno em 20 anos ou mais. Para uma pessoa pobre, isso é uma eternidade.

O buraco é ainda mais embaixo. Uma criança medíocre de uma família de classe média não vai ter problemas em se inserir no mercado de trabalho, ainda mais se for branca. Uma criança pouco acima da média e pobre (e ainda mais se for negra) vai ter que saltar diversos obstáculos. Não vai ter exemplos de sucesso para seguir. Vai ver os pais, tios e amigos serem discriminados. Não vai ter mentor.

Sua família não vai ter dinheiro para curso de inglês. Ou judô. E vai ter recebido menos informação ao longo da vida. Vai ter que superar tudo isso na marra.

Eu entendo os pais que não se comprometem com a educação dos filhos, ao ver que há pouca chance de eles terminarem numa situação melhor que Sísifo, rolando pedra morro acima só para vê-la rolando morro abaixo, de volta, eternamente.

O buraco é realmente mais embaixo. Se começarmos a fazer políticas públicas decentes para educação, vamos ver resultados em 20 anos. Mas a maioria dos políticos não faz ou sequer tem noção do diagnóstico correto. No governo do PT, achava-se que a saída era universalizar ensino universitário. Nada disso. O desenho correto é investir em primeira infância.

Mas, por mais que o modelo do PT tenha sido ruim, nada é pior do que acontece hoje, no Brasil. Fora a perda de tempo com discussão ideológica do Enem, agora temos um importantíssimo acordo entre o MEC e o Ministério da Família para promover cultura de paz nas escolas.

Gastamos o tempo (caro) de dois ministérios num programa inútil. Quase um ano de governo, e simplesmente não temos nenhuma ação para melhorar o sistema educacional do país. Teremos mais uma geração perdida, com todos pagando caro pelo racismo e pelo elitismo endêmicos do sistema educacional, pela desvalorização dos professores e pelos gastos focados nas partes erradas do sistema.

O tempo de uma autoridade pública custa caro, capital político é finito, e um governo só tem quatro anos para tentar mudar o país. Nos últimos anos, tivemos o programa Criança Feliz, instituído em 2016 com apoio das Nações Unidas e que já atendeu 678 mil famílias. É muito pouco.

Deveríamos estar criando um projeto de país que investe muito mais recursos e políticas na primeira infância. Não há perspectiva de algo mudar com esse governo. No caso da educação, mais do que nunca, o Brasil é o país do futuro. Fonte: Folha de São Paulo - 30.nov.2019-Rodrigo Zeidan Professor da New York University Shanghai (China) e da Fundação Dom Cabral. É doutor em economia pela UFRJ.

Comentário: O Brasil continua perdido no tempo, pois, a educação anda no lombo de burro. As camadas mais pobres não visualizam que a educação é o planejamento futuro dos filhos. Eles  preocupam com o trabalho que é imediatismo  e as mesadas sociais do governo. E a política sabe como manobrar essa parte social. Negocio mesmo é Pancadão, cultura e lazer. Só falta estudar
A letra da musica da Legião Urbana define bem esse país: Que país é esse
Nas favelas, no Senado
Sujeira pra todo lado
Ninguém respeita a Constituição
Mas todos acreditam no futuro da nação

Dados do Inep - MEC
■Em 2018, foram registradas 27,2 milhões de matrículas no ensino fundamental. - Inep
■O ensino médio registrou 7,7 milhões de matrículas no ano de 2018,
■As matrículas na educação infantil  5,2 milhões de crianças
Em resumo, os professores fingem que ensinam e os alunos fingem que aprendem.

quarta-feira, 4 de dezembro de 2019

China ocupa 1° lugar no relatório PISA sobre avaliação de alunos

O relatório PISA divulgado coloca a China em 1° lugar, seguida de outros países asiáticos como a Singapura e a Coreia do Sul. O Programa internacional de avaliação de alunos de 15 anos, mede as competências na leitura, matemática e ciências e abrangeu 32 milhões de adolescentes de 79 países do mundo.  

Ásia e a China em particular voltam a brilhar na classificação PISA, mas este estudo de referência sobre os sistemas de educação no mundo é alarmante pois não nota praticamente nenhuma melhoria dos resultados dos alunos desde o ano 2000.

A análise, publicada de 3 em 3 anos pela OCDE, que avalia as competências em ciências, matemática e compreensão da escrita de alunos de 15 anos tornou-se uma referência mundial seguida atentamente pelos governos mundiais.

Os testes foram submetidos em maio de 2018 a 600.000 jovens de 79 países e territórios, uma mostra representando 32 milhões de alunos.

Assim vários países asiáticos figuram entre os melhores alunos na leitura, mais desenvolvida na edição deste ano, mas também nas ciências e matemáticas.

Pequim, Shanghai, Jiangsu e Zhejian, lideram seguidos de Singapura, Macau e Hong Kong ambos também da China, Estónia e Canadá.

Ainda na Ásia, a Coreia do Sul está igualmente bem classificada aparecendo na sétima posição.

Por cá na Europa, a Bélgica ocupa 22° lugar na tabela de classificação do estudo  Pisa, enquanto a França surge na vigésima terceira posição, Portugal, em 24° lugar e a Suíça em 28°.

Em relação à precedente edição, certos países progrediram, como Estónia, Polónia ou Portugal, onde um esforço particular foi feito sobre a formação de professores e valorização da profissão, segundo a OCDE.

ESTUDOS FEITOS EM 2018 E RELATÓRIO PUBLICADO EM 2019
O relatório considera no entanto decepcionante que apesar de ter havida uma alta de 15% das despesas no ensino primário e no liceu nos países da OCDE nos últimos 10 anos, a maioria dos países não vê nenhuma melhoria do resultado dos alunos deste que entrou em vigor o estudo PISA em 2000.

Na realidade, apenas 7 dos 79 sistemas de ensino analisados mostram melhorias significativas  na leitura, matemática e ciências, segundo o relatório, e apenas um deles, Portugal, é membro da OCDE.

Não é compreensível tendo em conta que as necessidades educativas dos adolescentes de 15 mudaram de maneira fundamental tendo a introdução dos aparelhos digitais transformam a maneira como as pessoas leem e trocam informações.

FALTA DE VISÃO CRÍTICA
A digitalização provocou a emergência de novas formas de textos e a multiplicação de fontes na internet para além do manual tradicional de ensino criou confusão nos alunos que não sabem fazer a diferença entre o verdadeiro e o falso.

Conclusão: "sem uma sólida instrução os adolescentes correm o risco de ficar de ficar à margem da sociedade, incapazes de enfrentar os desafios do mundo do trabalho e as desigualdades vão continuar a aumentar", afirma o secretário geral da OCDE, Angel Gurria, na apresentação do relatório PISA 2019. Fonte: RFI - 03/12/2019

PISA 2018: Os melhores países




O infográfico combina as pontuações médias de cada país nas três áreas principais de teste para mostrar qual foi o desempenho mais alto no nível geral. Com uma pontuação média de 1.736, a China lidera a lista à frente de Cingapura e Estônia em segundo e terceiro, respectivamente. Os EUA só alcançam o 22º lugar com uma pontuação média total de 1.485. A média para todos os países da OCDE testados foi de 1.465.

O aparente domínio da China nessa medida de aproveitamento dos estudantes deve, no entanto, ser tomado com certa cautela. Diferentemente dos outros países testados, as pontuações da superpotência são baseadas em alunos de Pequim e Xangai e suas duas províncias vizinhas - Jiangsu e Zhejiang - que abrigam apenas 183 milhões dos 1,4 bilhões de habitantes da China. O relatório observa, no entanto, que o nível de renda dessas regiões chinesas está bem abaixo da média da OCDE. Fonte: Statista - 3 / dez / 2019

Pontuações do PISA ligadas ao status de professor na sociedade: estudo
O desempenho dos alunos se correlaciona com o modo como a sociedade considera e remunera seus professores, afirma um estudo de 35 nações realizado por um empresário de educação de Dubai. A China está no topo e o Brasil no mais baixo, com a Alemanha na posição intermediária..

Os governos que desejam pontuações mais altas de alunos nas pesquisas mundiais do PISA sobre habilidades em leitura, matemática, ciências e trabalho em equipe devem se esforçar para melhorar a atenção  dada pela sociedade aos professores e bem como sua remuneração, recomendam a Fundação Varkey, de Londres / Dubai.

A pesquisa do Índice Global de Status dos Professores da Varkey (GTSI) encontrou uma ligação direta entre o status dos professores e o desempenho dos alunos, medido pelo PISA - um conjunto de pesquisas regulares de avaliação de alunos publicadas pela Organização para o Desenvolvimento Econômico (OCDE), com sede em Paris. Fonte: DW-18.11.2018

Pontuações do PISA ligadas ao status de professor na sociedade: estudo
O desempenho dos alunos se correlaciona com o modo como a sociedade considera e remunera seus professores, afirma um estudo de 35 nações realizado por um empresário de educação de Dubai. A China está no topo e o Brasil no mais baixo, com a Alemanha na posição intermediária..

Os governos que desejam pontuações mais altas de alunos nas pesquisas mundiais do PISA sobre habilidades em leitura, matemática, ciências e trabalho em equipe devem se esforçar para melhorar a atenção  dada pela sociedade aos professores e bem como sua remuneração, recomendam a Fundação Varkey, de Londres / Dubai.

A pesquisa do Índice Global de Status dos Professores da Varkey (GTSI) encontrou uma ligação direta entre o status dos professores e o desempenho dos alunos, medido pelo PISA - um conjunto de pesquisas regulares de avaliação de alunos publicadas pela Organização para o Desenvolvimento Econômico (OCDE), com sede em Paris. Fonte: DW-18.11.2018


segunda-feira, 2 de dezembro de 2019

Alemanha cresce 0,1% e escapa da recessão

O Produto Interno Bruto (PIB) alemão cresceu 0,1% no terceiro trimestre deste ano em relação aos três meses anteriores, evitando uma recessão técnica após uma contração de 0,2% no trimestre anterior, informou nesta quinta-feira (14/11) o Departamento Federal de Estatísticas (Destatis).

Os economistas falam de uma "recessão técnica" quando o PIB se contrai por dois trimestres consecutivos. A última recessão técnica na Alemanha ocorreu no final de 2012.
No primeiro trimestre deste ano, o PIB alemão cresceu 0,5%. No segundo trimestre, inicialmente havia sido divulgada uma contração da economia de 0,1%, que o Destatis agora corrigiu para 0,2%.

O crescimento econômico surpreendeu especialistas, que esperavam uma segunda retração em série.
O Ministério da Economia alemão ponderou nesta quinta-feira que os números da economia permaneceram fracos no terceiro trimestre e ressaltou que não há sinais de recuperação, acrescentando que as empresas alemãs não esperam um aumento nas exportações nos próximos
meses.

"Os indicadores ainda não apontam uma recuperação conjuntural, mas os indicadores climáticos de negócios enviam um primeiro raio de esperança", frisou o ministério em seu relatório mensal.
"Não temos uma recessão técnica, mas os números de crescimento ainda são muito fracos", disse o ministro da Economia alemão, Peter Altmaier.

A maioria dos analistas não espera uma recessão no futuro próximo, apesar da desaceleração do crescimento. O que se espera é que neste ano o crescimento fique claramente abaixo do de 2018, quando o PIB teve um aumento de 1,5%. O prognóstico é que o crescimento neste ano seja de 0,5%.

A desaceleração é atribuída sobretudo ao conflito comercial entre China e Estados Unidos e à incerteza gerada pelo Brexit, que prejudicam cadeias de abastecimento e a confiança de investidores, respingando nas exportações de setores-chave da economia alemã.

A indústria automotiva, pilar econômico alemão, atravessa um período de demanda decrescente, enquanto tenta acelerar a cara transição para abandonar os motores a diesel.
Apesar da conjuntura, em setembro o país registrou um  aumento nas exportações de 4,6%. Ao longo do ano, o crescimento acumulado das exportações é de 1%.

Atualmente, o consumo privado é considerado o principal fator de crescimento na Alemanha, devido em grande parte à baixa taxa de desemprego. No entanto, a desaceleração econômica pode afetar negativamente o ânimo dos consumidores.

De acordo com a sociedade alemã de pesquisa de mercado GfK, o ânimo de consumo em novembro é o menor registrado desde o terceiro trimestre de 2016.
Na semana passada, o painel independente de economistas que assessora o governo alemão afirmou que não há sinais de uma "recessão geral e profunda". O governo tem resistido a pedidos para utilizar seu superávit orçamentário em programas de estímulos econômicos. Fonte: Deutsche Welle – 14.11.2019

domingo, 1 de dezembro de 2019

Brasil teve campos de concentração em 1942

O Brasil manteve campos de concentração durante a Segunda Guerra Mundial (1939-45), revelam documentos oficiais que estavam lacrados pelo governo e que ajudam a desvendar um período até aqui obscuro da história.
A partir de 1942, cerca de 3.000 pessoas de origem alemã, italiana e japonesa foram mantidas em dez campos de concentração criados em sete Estados brasileiros (PA, PE, RJ, MG, SP, SC e RS).
Sem nenhuma semelhança com os campos nazistas, os espaços de confinamento brasileiros permitiam que os prisioneiros saíssem para fazer compras na cidade, receber visitas e até tocar em festas.

Esse período da história brasileira jamais foi incluído nos livros didáticos porque, até 1996, era considerado secreto pelo governo, que permitia somente o acesso parcial aos dados. Os arquivos oficiais foram lacrados com base em uma lei que proibia consultas ou pesquisas por 50 anos. Em 1988, o prazo caiu para 30 anos.

"Essa é uma história que está para ser escrita e foi omitida por ser inoportuna. Esses arquivos revelam os carrascos de uma fase desagradável da história política brasileira", diz a professora da USP e coordenadora do projeto Arquivo-Universidade, Maria Luiza Tucci Carneiro, especialista em racismo e anti-semitismo.

A criação dessas áreas para prisioneiros ocorreu a partir de agosto de 1942, época em que o Brasil saiu da neutralidade em relação à guerra e se posicionou a favor dos Aliados (EUA, Inglaterra e França). O bloco lutava contra os países do Eixo (Alemanha, Itália e Japão). O Brasil era governado por Getúlio Vargas.
De acordo com Perazzo, autora da tese intitulada "Prisioneiros de Guerra. Os Cidadãos do Eixo nos Campos de Concentração Brasileiros", a perseguição aos imigrantes já existia alguns anos antes da eclosão da guerra. A diferença é que, antes da adesão aos Aliados, os imigrantes eram vistos como "cidadãos indesejados".

A partir de 1938, alemães, japoneses e italianos começaram a ser severamente reprimidos no Brasil por representarem uma ameaça ao projeto nacional-moderno do governo, já que tinham ideologias diferentes das sugeridas no país.
A reclusão nos campos foi praticamente uma precondição para o apoio do Brasil aos Aliados. A historiadora explica que o tratamento dado aos imigrantes deixou de ser uma questão nacional para projetar-se como um dos elementos de negociação no campo da política internacional.
O Brasil teve sua recompensa depois da guerra. Enquanto a Europa estava quase destruída, o país aproveitava um dos períodos mais promissores no que diz respeito à geração de empregos, provenientes da industrialização com o apoio do Aliados. Fonte: Folha de São Paulo - 08/12/2002