quinta-feira, 7 de setembro de 2017

O consumo de sacolas plásticas pelo mundo

ALEMANHA
O uso de sacolas de pano ou de papelão para carregar compras é hábito de boa parte da população alemã. Sacolas plásticas são vendidas nos supermercados por 0,05 e 0,10 euros. Ainda assim, somente em Berlim, 30 mil sacolinhas deixam lojas e mercados por hora. Em toda a Alemanha, em torno de 17 milhões de sacolas plásticas são consumidas por dia – ou 6 bilhões por ano.



ARGENTINA
Assim como na Alemanha, é hábito de muitos portenhos levar sacolas próprias para carregar as compras. Em setembro de 2008, o governo da Província de Buenos Aires (território à parte da capital, mas com quase 40% da população do país) aprovou lei para banir o uso e a comercialização das sacolas plásticas. A intenção é eliminá-las completamente até 2016.

BANGLADESH
O país asiático foi o primeiro do mundo a banir completamente a utilização e a comercialização de sacolas plásticas, em 2002. A exemplo de outros países em desenvolvimento, como Quênia e Ruanda, Bangladesh baniu as sacolas plásticas depois que resíduos originários delas ajudaram a inundar até dois terços do país em enchentes que ocorreram em 1988 e 1998.

CHINA
A China baniu o uso de sacolas plásticas em 1º de junho de 2008. Quatro anos depois, o governo chinês declarou que o país economizou 4,8 milhões de toneladas de petróleo, o equivalente a 6,8 milhões de toneladas de carvão, sem contar as 800 mil toneladas de plástico não utilizadas.

ESPANHA
O governo espanhol aprovou o Plano Nacional Integrado de Resíduos, em 2010. Uma série de regras pretendia diminuir e possivelmente banir o uso de sacolas plásticas até o fim de 2015. Com isso, supermercados começaram a planejar ações para reduzir o consumo, como dar desconto aos cliente para cada sacola não consumida.

ESTADOS UNIDOS
São Francisco foi a primeira cidade americana a banir sacolas plásticas, em 2007. Seguindo a linha, o estado da Califórnia aprovou, no ano passado, uma lei que proíbe a distribuição gratuita – e consequente utilização – das sacolas. Problema: o lobby industrial. A medida só será aprovada em referendo em novembro de 2016.

FRANÇA
Para frear a poluição e reduzir a produção de lixo, em junho de 2014 o governo francês resolveu agir rumo ao banimento das sacolas plásticas. Nos supermercados franceses, elas devem desaparecer a partir de janeiro de 2016. Não será a primeira vez que os comerciantes vão encarar uma drástica redução no consumo de sacolas: em 2002, elas eram 10,5 bilhões; em 2011, 700 milhões.

IRLANDA
Em 2002 a Irlanda introduziu uma taxa de 15 centavos de libra por sacola plástica e, com isso, diminuiu em até 94% o consumo do produto. Em 2007, a taxa ainda subiu para 22 centavos de libra.

ITÁLIA
Desde junho de 2013, a Itália obriga estabelecimentos comerciais a vender sacolas plásticas biodegradáveis. A medida levou a uma disputa com o Reino Unido, que questiona a validade da lei perante as regras no mercado interno da União Europeia. Especialistas criticam ainda o real benefício dessas sacolas para o meio ambiente.

MAURITÂNIA
O país do noroeste da África proibiu, no início de 2013, a comercialização e utilização de sacolas plásticas. O principal motivo é nobre: a preservação ambiental e proteção dos animais. Até o fim de 2012, constatou-se que pelo menos 70% das mortes acidentais de bois e ovelhas no país ocorriam devido à ingestão de plástico

REINO UNIDO
Desde setembro de 2013, o Reino Unido cobra 5 centavos de libra por sacola do consumidor. O motivo é óbvio: apenas em 2013, os supermercados distribuíram gratuitamente mais de 8 bilhões de sacolas plásticas, o que significa 130 sacolas por pessoa. Mais: o número equivale a 57 mil toneladas de sacolas plásticas durante um ano. Fonte: Deutsche Welle – 16.04.2015
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Comentário: O tamanho do problema
Entre 500 bilhões e 1 trilhão de sacolas plásticas são consumidas em todo o mundo anualmente. No Brasil, cerca de 1,5 milhão de sacolinhas são distribuídas por hora! Achou muito? A natureza também.

Sacolas plásticas não são o maior vilão do meio ambiente, mas o seu consumo excessivo é. As sacolinhas, tão práticas e gratuitas, têm um alto custo ambiental: para sua produção são consumidos petróleo ou gás natural (ambos recursos naturais não-renováveis), água e energia, e liberados efluentes (rejeitos líquidos) e emissões de gases tóxicos e do efeito estufa. Depois de usadas, muitas são descartadas de maneira incorreta, aumentando a poluição e ajudando a entupir bueiros que escoam as águas das chuvas ou indo parar nas matas e oceanos, sendo ingeridas por animais que morrem sufocados ou presos nelas. Pouquíssimas chegam a ser recicladas.

Consumir sacolas plásticas de maneira consciente significa refletir antes de aceitar uma sacolinha. A compra é pequena? Será que não cabe na sua bolsa ou bolso? Você já tem uma sacola retornável? Que tal adquirir uma e economizar 6 sacolinhas plásticas? Está certo que reutilizamos as sacolinhas plásticas como sacos de lixo, mas pense bem: você não pega muito mais sacolinhas do que realmente precisa?

Desenvolver este olhar sobre as sacolas plásticas é o primeiro passo para transformar os nossos hábitos de consumo. O consumo consciente leva em consideração o impacto individual de um produto – quanto consumiu de matéria-prima e insumos, quanto provocou de poluição em sua produção, se pode ser reciclado, etc. – e também o impacto coletivo do consumo somado de todos os cidadãos. A atitude responsável de cada um faz enorme diferença para a qualidade de vida de todos.

Recusar, reduzir, reutilizar
Quanto se trata de sacolas plásticas, a primeira atitude é RECUSAR sempre que possível. Novos hábitos vão ajudá-lo nesta tarefa e logo será estranho aceitar uma sacola plástica no comércio. Dizer simplesmente "Não, obrigado" é o primeiro passo.

Caso não seja possível recusar a sacola plástica, porque você esqueceu a sacola retornável, porque o produto é molhado ou por outro motivo, entra em ação a segunda atitude: REDUZIR o consumo. Aproveite toda a capacidade da sacolinha, distribua bem as compras entre as sacolas e utilize apenas a quantidade necessária.

Mesmo assim você ainda tem várias sacolinhas plásticas em casa? Então REUTILIZE-as. Usar sacolas plásticas como saco de lixo é um hábito antigo do brasileiro e não está errado: o saco plástico ainda é a melhor forma de acondicionar o lixo. Fonte: Ministério do Meio Ambiente

sábado, 2 de setembro de 2017

México instala cápsulas de dormir em aeroporto

Os passageiros em conexão no Aeroporto Internacional da Cidade do México agora contam com o conforto de um hotel que oferece cápsulas para dormir. O hóspede escolhe se quer passar a noite toda ou só as horas necessárias entre um vôo  e outro.

As pessoas poderão descansar dentro das cápsulas enquanto aguardam seu vôo no Terminal 1 do Aeroporto Internacional da Cidade do México, graças à opção de hospedagem "Izzzleep".
Inspirado nos  hotéis de cápsulas no Japão,  possui 40 cápsulas, com 2,2 metros de comprimento por 1,3 metros de largura e podem ser alugadas a partir de 160 pesos por hora e 720 pesos por dia.
Além disso, ao fazer o check-in, os hóspedes terão direito a armários para armazenar suas bagagens, chuveiros, banheiros e vestiários.

Cada cápsula é individual e contém uma televisão de alta definição, duas portas USB, um conector para dispositivos eletrônicos, controles de iluminação e um espelho. Além disso, eles têm a segurança necessária, pois eles têm um controle de ventilação, um botão de emergência, um extintor de incêndio e um alarme de fumaça. Fonte: WRadio - México 25/08/2017


sexta-feira, 1 de setembro de 2017

Brasil tem 207,6 milhões de habitantes

O Brasil já conta com mais de 207 milhões de habitantes, número superior aos 206 milhões registrados no ano passado, segundo a mais nova estimativa sobre a população brasileira feitas pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) publicada no "Diário Oficial da União" desta quarta-feira (30).

O número atualizado é de 207.660.929 habitantes, alta de 0,77% em relação aos 206.081.432 do ano passado. Entre os Estados, os três mais populosos estão na região Sudeste, enquanto os cinco menos populosos estão na região Norte,

ESTADOS MAIS POPULOSOS
O levantamento mostra que o Estado de São Paulo tem 45,1 milhões de habitantes (21,7% da população),
Minas Gerais, 21,1 milhões,
Rio de Janeiro, 16,7 milhões.

ESTADOS MENOS POPULOSO
Roraima foi o Estado menos populoso, com 522,6 mil habitantes, 0,3% da população brasileira.

MUNICÍPIOS MAIS POPULOSOS
O município de São Paulo continua sendo o de maior população com 12,1 milhões de habitantes,
Rio de Janeiro (6,520 milhões de habitantes),
Brasília (3,039 milhões) e
Salvador (2,954 milhões de habitantes).

Segundo o levantamento, 17 municípios brasileiros tinham população superior a 1 milhão de pessoas, somando 45,5 milhões de habitantes, o equivalente a 21,9% da população brasileira.

MUNICÍPIOS COM MENOS HABITANTES
O município com menos moradores era Serra da Saudade, em Minas Gerais, com apenas 812 habitantes.
Borá (SP), com 839 moradores,
Araguainha (MT), com 931 habitantes.

O IBGE calcula que quase um quarto dos municípios (24,746%) do país teve redução de população em relação ao ano anterior.

Entre outros objetivos, a nova estimativa do IBGE será utilizada para o cálculo das cotas do Fundo de Participação de Estados e Municípios. Os dados têm data de referência em 1º de julho e estão organizados por Estados, Distrito Federal e municípios.

Veja a relação por Estado:

São Paulo
 45.094.866
Espírito Santo
 4.016.356
Minas Gerais
 21.119.536
Rio Grande do Norte
 3.507.003
Rio de Janeiro
 16.718.956
Alagoas
 3.375.823
Bahia
 15.344.447
Mato Grosso
 3.344.544
Rio Grande do Sul
 11.322.895
Piauí
 3.219.257
Paraná
 11.320.892
Distrito Federal
 3.039.444
Pernambuco
 9.473.266
Mato Grosso do Sul
 2.713.147
Ceará
 9.020.460
Sergipe
 2.288.116
Pará
 8.366.628
Rondônia
 1.805.788
Santa Catarina
 7.001.161
Tocantins
 1.550.194
Maranhão
 7.000.229
Acre
 829.619
Goiás
 6.778.772
Amapá
 797.722
Amazonas
 4.063.614
Roraima
 522.636
Paraíba
 4.025.558
Total
207.660.929

Fonte: UOL Notícias -30/08/2017

quarta-feira, 30 de agosto de 2017

A História dos Óculos

Os primeiros registros históricos sobre a existência das lentes foram pelos chineses 500 aC. Eram usadas como adornos coloridos por nobres, pois não possuíam grau.
Na Idade Média os monges começaram a usar a chamada “pedra de leitura” feita em cristal para aumentar o tamanho das letras (eram as lupas primitivas). Há relatos que o Imperador Nero colocava uma pedra polida na frente dos olhos para ver os duelos, contam que deveria ser uma pedra de esmeralda que amplificava sua visão para correção de uma provável miopia.

Somente no século XIII na Alemanha , surge o primeiro par de lentes unidas por rebites ou aro em compasso que se apertava sobre o nariz para se posicionar na frente dos olhos. Foi sucesso de vendas na Itália e por isso os italianos passaram a ser considerados os inventores dos óculos.

No século XV surgiram os óculos com haste lateral que eram colocadas na frente dos olhos somente para leitura. Foram usados por présbitas cultos, por isso era sinônimo de inteligência, status e nobreza. Os óculos com hastes curtas eram usados por homens casados e os de hastes longas pelos solteiros. Modelos femininos também surgiram com hastes longas.

A partir de 1700 foram testados vários materiais para tornar os aros mais confortáveis e diminuir o peso sobre o nariz: osso, chifre, madeira ,couro, cobre etc. Nesta época surgiram alguns modelos com hastes e o óculos começaram a ser usados na correção dos olhos míopes. Estudiosos tiveram uma melhor compreensão dos princípios da refração da luz e houve a invenção do bifocal por Benjamin Franklin em 1730.

No fim do século XIX as lentes dos óculos começaram a ser fabricadas com vidros de melhor qualidade óptica (vidro Crown) que é usado até hoje em alguns casos, por ser resistente aos riscos, mas como é um material mais pesado e quebrável veio sendo substituído pelas resinas , que são materiais plásticos com maior leveza e resistência ao impacto . No século XX inicia-se o modismo dos óculos, a preocupação com a estética e o conforto das armações. Fonte: Portal da Retina 

domingo, 27 de agosto de 2017

Um único doador de sêmen com mais de 100 filhos

Um único doador de sêmen holandês que visitou ilegalmente 11 centros de fertilidade do país é o pai confirmado de pelo menos 102 filhos. Outro decidiu dividir suas doações entre duas clínicas e também acumula uma grande prole. O caso dos dois, que supostamente agiram fora do circuito legal de saúde, somando uma cifra exorbitante de descendentes, reabriu o debate sobre a necessidade de se criar um registro nacional de doadores que evite essas fraudes. Nos últimos meses, a Holanda tem sido palco de diferentes escândalos relacionados a doação de sêmen.

Segundo a lei holandesa, os doadores anônimos de sêmen só podem oferecer seus serviços 25 vezes na mesma clínica com um pagamento por doação de 25 euros. O objetivo é evitar os problemas de consanguinidade que um possível encontro na vida adulta dos filhos resultantes acarretaria. A norma é clara, mas apresenta uma lacuna legal: não há um registro de doadores, e por isso os especialistas pediram ao Governo que estabeleça por fim um registro oficial.

O super doador, que prefere se manter anônimo, declarou ao jornal Algemeen Dagblad que fez isso durante uma década, e que as diferentes clínicas não costumavam perguntar a ele se tinha visitado outra antes. Se faziam, ele dizia que não, e acrescenta que deveriam estar agradecidos a ele. “Se sua amostra passa nos exames de idoneidade, já ficam muito felizes. E meu sêmen era aceito de imediato. Além disso, as coisas também são complicadas depois. Sei que um dos bancos de esperma utilizou o meu em 35 ocasiões, em vez das 25 permitidas”, acrescentou.

Também afirma que “não queria ter o maior número de filhos possível; queria fazer as pessoas felizes”. Do segundo doador se sabe que foi a quatro lugares e seu casal de filhos está com casais que conheceu pela Internet. De qualquer forma, como os dois operam nas redes sociais, é provável que sua prole seja até maior.

A Associação Nacional de Ginecologistas, que pediu que deixem de ser usadas as amostras de ambos, foi alertada por um grupo de mães solteiras que ficaram grávidas fora dos canais oficiais. Elas não explicaram como tinham descoberto a fraude, mas “disseram que os dois homens tinham tido dezenas de filhos”, segundo os médicos. A Inspeção do Ministério da Saúde abriu uma investigação, e a pergunta que todo mundo se faz é por que não se abre de uma vez um registro nacional para que as clínicas cruzem seus dados e possam evitar as múltiplas paternidades.

Há quatro anos, o Conselho de Saúde sugeriu a abertura desse serviço, mas a situação continua parada. A ministra da Saúde em exercício, Edith Schippers, é partidária da criação do registro, mas a Holanda ainda não conseguiu formar um Governo desde as eleições de março passado.

O MÉDICO QUE INSEMINOU EM SEGREDO DEZENAS DE MULHERES
As doações de sêmen deixaram de ser anônimas em 2004, e o Governo pediu que os que o fizeram antes revelassem sua identidade. “Para os filhos é terrível não sabem quem é seu pai”, afirma. O novo escândalo se soma às atividades de Jan Karbaat, médico de Roterdã já falecido, que inseminou em segredo com seu sêmen dezenas de mulheres em sua própria clínica.

O caso chegou aos tribunais, e um grupo de 25 supostos filhos conseguiu que os juízes lhes permitissem colher amostras de DNA de seu suposto progenitor. Foram cotejadas com as deles. Outros 18 jovens já sabem que são irmãos, e todas as mães eram pacientes de Karbaat. Pai legal de 22 filhos, ele pode ter até uma centena a mais de forma ilegal. Fonte: El Pais - Haia 25 AGO 2017

Chuvas inesperadas transformam deserto mais seco do mundo em tapete florido

“Desierto florido”. É desta forma que os chilenos apelidam um exuberante fenômeno natural que cobre de flores o mais seco deserto do planeta. Esta temporada, considerada a mais intensa das últimas duas décadas, foi provocada por chuvas intensas e inesperadas que atingiram o norte do país durante o inverno e transformaram o Atacama num tapete colorido.

Normalmente, o espetáculo da natureza acontece a cada cinco ou sete anos, mas a última florada aconteceu em 2015, tornado o fenômeno deste ano completamente inesperado. As sementes passam anos enterradas no solo seco do deserto, e germinam nas escassas temporadas de chuvas.

Segundo a Corporação Nacional de Florestas (Conaf), o “desierto florido” deve ter sido provocado pelo El Niño do ano passado, que alterou o regime de chuvas na região. Em maio, fortes chuvas atingiram o deserto, principalmente na província de Huasco. As cerca de 200 espécies diferentes de flores são endêmicas do Atacama e protegidas por lei.

Como o espetáculo atrai muitos turistas, a Conaf realiza ações de fiscalização constantes, para identificar problemas e conscientizar os visitantes sobre a impportância da proteção das espécies vegetais únicas e ecossistemas associados ao “desierto florido”.

— É espetacular, mas deve-se ter precaução: não pisar nas plantas, carregar o lixo — comentou o turista Filomeno Astudillo, ao portal da Conaf. — Acho muito bom que as autoridades estejam no campo para incentivar o cuidado e o turismo.

De acordo com o Servicio Nacional de Turismo, os melhores locais para observação são o Parque Nacional Llanos de Challe, a rota costeira entre Caldera e Huasco, e o Parque Nacional Pan de Azúcar. As flores começaram a desabrochar no fim de julho, mas o ápice acontece entre a segunda semana de agosto e a primeira quinzena de setembro. A expectativa é que 25 mil turistas visitem o Atacama neste ano, 25% a mais que em 2016.  Fonte: O Globo-24/08/2017

quinta-feira, 24 de agosto de 2017

Com ou sem crise, a ‘marvada’ está lá

Água que passarinho não bebe, marvada, caninha, pinga são apenas alguns dos inúmeros apelidos de uma das mais tradicionais bebidas brasileiras: a cachaça. No Brasil, essa aguardente de cana de açúcar é servida muitas vezes em doses puras, mas foi a caipirinha que deu a ela transcendência mundial e lugar cativo na carta de bebidas de qualquer restaurante.

Hoje o Brasil produz cerca de 800 milhões de litros por ano. São cerca de 12.000 produtores no país, mas existem estimativas de associações regionais que elevam esse número para quase 15.000. No entanto, devidamente registrados no Ministério de Agricultura e Receita Federal são menos de 2.000 estabelecimentos, com 4.000 marcas.

Um das mais bem sucedidas é, sem dúvida, a Companhia Müller de Bebidas, dona da conhecida Cachaça 51. Sediada na região de Pirassununga, no interior de São Paulo, a companhia é hoje a maior produtora do segmento. Lidera as vendas no Brasil e também reina no mercado internacional em países como Espanha, Portugal e Itália, surfando no sucesso da caipirinha.

No ano passado, as exportações da Cachaça 51 cresceram em volume 13,8%, quase o dobro da média nacional das suas concorrentes brasileiras, segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro da Cachaça (Ibrac):
No mercado espanhol, por exemplo, a marca representou mais de 40% de toda a cachaça brasileira consumida pelos espanhóis.
Em Portugal, metade da cachaça vendida no país foi da marca.
Na versão exportação, a bebida tem graduação alcoólica de 40% vol (no Brasil é 39%), não é adoçada e é 100% destilaria própria. A companhia já exporta para mais de 50 países e os planos são de continuar investindo em novos mercados.

No Brasil o consumo também é grande. A cada hora são servidos 374.000 doses de Cachaça 51 em algum ponto do país. A companhia possui uma rede de distribuição que abastece mais de um milhão de pontos de vendas, como bares, restaurantes, barracas de praia e padarias.

O êxito da marca se deve em grande parte ao seu fundador Guilherme Müller Filho. Brasileiro de origem alemã, ele fundou a empresa em 1959 e nunca tirou os olhos do seu produto. Enquanto o sócio cuidava da área financeira, era ele quem, no seu fiel caminhão Ford F8, transportava em tanques de madeira a cachaça produzida para os consumidores e empresas. A fórmula deu certo e o negócio prosperou. A origem do nome numérico "51" sempre foi alvo de lendas entre os apreciadores da "marvada" deixando a marca mais atraente.

A empresa que hoje é propriedade dos filhos de Müller, Luiz Augusto e Benedito - que travam disputas na Justiça pela herança herdada –, espera conquistar um marco inédito neste ano.

A Cia Müller deve atingir a maior safra da sua história, já que estima processar 630.000 toneladas de cana de açúcar em seus canaviais. A super safra vai permitir que a destilaria envase, pela primeira vez, 100% da cachaça com cana totalmente própria. "Com isso, a Cia Müller mantém o controle de qualidade em todas as etapas de produção da cachaça", explica Rodrigo Carvalho, diretor comercial de marketing, que calcula um faturamento de 766 milhões de reais da companhia em 2017. Com a autonomia, a expectativa também é que a média de produção de 200.000 litros de cachaça por ano seja mantida.

A conquista, no entanto, acontece em um momento no qual o mercado de cachaça vem padecendo uma pequena queda no Brasil. "A crise econômica tem prejudicado de forma generalizada todas as categorias. Nos últimos anos, o mercado de cachaça sofreu um declínio de volume de 3,5% ao ano. Mas, ao mesmo tempo, se observa um crescimento de consumo das chamadas cachaça premium, que são produtos mais sofisticados com maior valor agregado", ressalta Carvalho. Visando esse segmento em ascensão, a empresa desenvolveu, há oito anos, a linha Reserva 51, envelhecida de quatro a cinco anos em barris de carvalho e finalizada em barris de vinho.

HERANÇA COLONIAL
Apesar da sofisticação atual de algumas cachaças, a bebida sempre foi popular e acessível. Criada há cerca de 500 anos, no início da colonização portuguesa, a cachaça é a segunda bebida mais consumida no país tropical, ficando atrás apenas da cerveja. São várias as versões existentes sobre a origem da bebida. Uma delas é que ela foi descoberta, por acaso, pelos escravos que trabalhavam na moagem da cana para produzir açúcar. Eles teriam deixado armazenar o caldo que se formava durante a primeira fervedura da cana e resolveram experimentar o líquido. Os escravos teriam sido os primeiros a se apaixonarem pela bebida que agradou também aos portugueses que começaram a levar a aguardente para Portugal. Fonte: El País - São Paulo 21 AGO 2017