A primeira-ministra britânica, Theresa May, anunciou na
manhã desta sexta-feira que deixará o cargo no próximo dia 7 de junho, abrindo
caminho para a disputa por sua sucessão como líder do Partido Conservador e,
consequentemente, no comando do governo.
A decisão ocorre após quase três anos de desgastes causados
por sucessivos fracassos na condução do Brexit, como é conhecido o processo de
saída do Reino Unido da União Europeia.
Em um discurso emocionado, May afirmou que fez o melhor para
honrar o resultado do referendo de junho de 2016. "E eu sei que podemos
entregar o Brexit", acrescentou, se referindo a seu partido.
Ela lamentou não ter conseguido concluir a tarefa. "Meu
sucessor terá de conseguir um consenso", afirmou, fazendo alusão aos votos
necessários no Parlamento para que um acordo de saída da União Europeia seja
aprovado. "Um consenso só será possível se ambos os lados do debate se
comprometerem."
A primeira-ministra chorou ao fim de seu pronunciamento.
"Nossa política talvez esteja sob pressão, mas há
tantas coisas boas no nosso país, tanto de que devemos nos orgulhar",
disse May. "(Sou) a segunda primeira-ministra mulher, mas certamente não a
última." "Em breve, deixarei o trabalho que foi a honra de minha
vida", afirmou, concluindo que agradecia por ter servido ao país que ama –
momento em que não conseguiu mais conter as lágrimas.
Sucessão
May esteve sobre intensa pressão desde que assumiu o cargo,
em 2016.
O primeiro-ministro anterior, David Cameron, renunciou após
a vitória do Brexit no referendo de junho daquele ano – ele defendia a
permanência do país no Reino Unido no bloco europeu.
Apesar de ter apoiado a permanência do Reino Unido na União
Europeia, May defendeu que o resultado do plebiscito deve ser respeitado e, ao
assumir o cargo, definiu o processo como prioridade de seu governo.
A disputa para escolher um novo líder do Partido
Conservador, que se tornaria primeiro-ministro, deve começar apenas no dia 10
de junho.
Atualmente, o nome mais cotado para substituí-la é o do
ex-ministro das Relações Exteriores, Boris Johnson, mas há outros possíveis
nomes, como o ex-secretário Dominic Raab. Fonte: BBC Brasil - sexta-feira, 24 de maio de 2019
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