Fim do ensino primário é um momento decisivo para o futuro
das crianças na Alemanha. Aos dez anos de idade, alunos são distribuídos em
diferentes tipos de escolas. Modelo divide especialistas.
Dez anos de idade é muito cedo para decidir o futuro
profissional de uma criança? No sistema educacional alemão, essa avaliação
começa já no fim do ensino primário (Grundschule). Os alunos são distribuídos
em três diferentes tipos de escolas no ensino secundário, dependendo do
desempenho escolar, da recomendação de professores e, muitas vezes, também da
opção dos pais.
Para ingressar no Gymnasium, o aluno tem que ter boas notas.
Trata-se de uma formação de oito ou nove anos de duração, que é considerada o
caminho natural para quem estará apto a entrar na universidade. Após concluir
os estudos, os alunos fazem uma espécie de exame vestibular (Abitur), que só
pode ser prestado uma única vez. A nota obtida servirá para o resto da vida em
qualquer tentativa de ingressar na universidade. Os estudantes fazem provas
específicas de acordo com a área que pretendem seguir: humanas, exatas ou
biológicas.
As outras duas opções para os alunos aos dez anos de idade
são as escolas que garantem uma formação para profissões técnicas. Na
Hauptschule, os alunos adquirem uma formação básica de cinco a seis anos, que
irá prepará-los para ingressar numa instituição de ensino profissionalizante.
A Realschulecostuma durar seis anos e combina uma orientação
tanto profissional quanto científica. Pode ser definida como algo entre a
Hauptschule e o Gymnasium. Se seguir na Realschule até o décimo ano, o aluno
obtém um certificado (Mittlere Reife) que lhe possibilita ingressar numa
instituição de ensino profissionalizante ou seguir para o Gymnasium e fazer o
Abitur.
Esses dois modelos mostram o vínculo do sistema educacional
alemão com o mercado de trabalho e a valorização do ensino técnico. Alguns
estados federativos oferecem também as Gesamtschulen, que integram os três
tipos de formação, sob o argumento que ao fim do ensino primário é muito cedo
para dividir as crianças de acordo com o desempenho escolar.
O sistema não é completamente engessado. Dependendo do
desempenho do aluno nos dois primeiros anos do ensino secundário, é possível
conseguir uma transferência para um outro tipo de escola. Mais tarde, quando o
estudante já ingressou na formação profissional, ainda há chances de entrar na
universidade. É preciso passar por um curso preparatório de dois anos para o
ensino superior.
Esse modelo escolar divide especialistas. Enquanto alguns
defendem que a diferenciação entre os alunos causa frustração e acentua
desigualdades sociais, outros argumentam que os diferentes modelos permitem
justamente que a criança não se frustre caso não consiga atingir um nível mais
exigente. Fonte:Deutsche Welle-07.12.2018
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