quarta-feira, 1 de maio de 2013

A revolução bolivariana exposta



Todo sábado, levo meu automóvel a um posto de gasolina.

Pelo câmbio oficial, encher o tanque custa menos de US$ 0,50. Pela taxa do mercado negro, custa apenas US$ 0,08.

Mas, em alguns dias, vou ao supermercado e não encontro alimentos básicos -leite, farinha ou arroz. Se os consigo em outro lugar, eles já aumentaram de preço, já que a Venezuela tem um dos índices de inflação mais altos do mundo, cerca de 20%.

A Venezuela não é um típico país latino-americano, mas, sim, uma fantasia petroleira peculiar. Talvez, em um futuro não muito remoto, essa ficção estoure em nossas mãos, já que o preço do barril de petróleo, depois de subir durante anos, caiu abaixo de US$ 90 nos últimos meses.

Tanto a dívida externa como a interna continuaram crescendo e chegaram ao equivalente a 70% do PIB. As exportações caíram, enquanto na última década as importações aumentaram de US$ 13 bilhões ao ano para mais de US$ 50 bilhões anuais.

A Venezuela chegou a ser o quinto exportador de café do mundo, mas hoje importa café da Nicarágua.

Há um exemplo ainda mais paradoxal: o país importa 100 mil barris de gasolina por dia. A "revolução bolivariana" que o falecido presidente Chávez proclamou não depende de seus postulados políticos nem de sua relação com a Cuba de Fidel Castro. Sua verdadeira ideologia é o preço do petróleo.

Chávez ressuscitou o sonho da riqueza nacional e contou com um ciclo de bonança petrolífera para apoiá-lo. Não é a primeira vez que isso acontece. Durante o primeiro governo de Carlos Andrés Pérez (1974-1979), o país viveu uma euforia econômica baseada no enorme ingresso de dinheiro proveniente do aumento do preço do petróleo cru.

Os conflitos no Oriente Médio -a queda do xá e a guerra entre Irã e Iraque- adiaram a explosão da crise até 1983, quando o preço do petróleo, ajustado pela inflação, caiu de um máximo de US$ 105 o barril, em 1979, para US$ 70.

Chávez ofereceu aos venezuelanos um relato diferente, uma nova visão do futuro. Usando seu carisma pessoal e uma grande indústria propagandística, transformou-se em uma nova versão de governante. Encarnou o Estado, ditou a política como um exercício pessoal e tentou criar uma nova identidade nacional. Reviveu a tentadora ilusão de que não precisamos produzir riqueza, simplesmente temos que saber distribuí-la.

Certamente Chávez conseguiu um novo esquema de distribuição da renda do petróleo. Ele pôs a pobreza no centro da agenda e do debate do país e deu visibilidade e consciência aos pobres e excluídos. No entanto, não governou com eficácia nem resolveu os problemas da renda da população. Dedicou-se a concentrar poder e a garantir sua permanência.

Por fim, acabou administrando as esperanças dos pobres, em vez de suas finanças. Seu legado é um país em crise. As eleições de 14 de abril, para eleger seu sucessor, depois que Chávez morreu de câncer, demonstram que houve uma mudança política.

Desde a eleição de 2006 até a de 2012, quando Chávez foi eleito para um terceiro mandato, a oposição obteve quase 2,3 milhões de novos votos, quase o triplo que o governo. Durante esses seis anos, a margem de vitória de Chávez caiu mais de 15 pontos percentuais. Sem Chávez, essa tendência se aprofundou. Nicolás Maduro, o sucessor que Chávez escolheu, ganhou por uma margem mínima.

Para enfrentar a difícil situação econômica, ele será obrigado a tomar medidas impopulares, como já teve que fazer em fevereiro, ao desvalorizar a moeda. Os venezuelanos estão convencidos de que nenhum político poderá aumentar o preço da gasolina. Essa lenda nasceu em fevereiro de 1989, quando, em seu segundo governo, Carlos Andrés Pérez tentou aumentar de maneira gradual o preço do combustível.

De imediato, houve uma revolta popular, com saques e muitos mortos. O novo governo terá de enfrentar esse desafio.

O Estado petroleiro ficou sem recursos e sem máscara. Não há mais discursos ou cantos do Comandante. A fantasia petroleira que ele criou para seduzir o país talvez seja finalmente exposta. É provável que o mito de Chávez sobreviva à crise, mas os venezuelanos continuarão sofrendo. Fonte: Folha de São Paulo - segunda-feira, 29 de abril de 2013

Comentário: O que os governos latinos fazem muito bem  é a eterna  caridade. Oferecem renda mínima para os pobres, para que saiam da estatística da pobreza. É o mote político.

Numa simulação hipotética se os governos o oferecessem renda mínima para todos os pobres, não existiriam mais pobres nas estatísticas. Isso seria verdade? Como pode erradicar a pobreza sem educação? Como pode uma família pobre andar pelas próprias pernas, sem auxílio do governo, sem educação mínima para arrumar emprego? Onde fica o planejamento familiar dos pobres no contexto da renda mínima? Não se deve dar o peixe aos pobres, mas ensiná-los a pescar.

4 comentários:

  1. Pienso que el amigo Cesar esta mal informado sobre lo que es en realidad la Revolucion Bolivariana en la acualidad en Nuestro gran pais, fije se Bien
    1.- Reduccion de la Pobreza General en un 50%
    2.- Reduccion de la Pobreza Critica en un 66%
    3.- Matricula Universitaria sobre los 2.5 millones de estudiantes, en 1989 eran unos 350mil
    4.- Atencion de salud totalmente gratis al pueblo
    5.- Educacion en todos los Niveles Gratuita.
    6.- Inversion Social(Fijese Bien Inversion... no Gasto) cerca de 500mil millones de Dolares  para recuperar todo lo que anteriormente le discrimine en los otros 5 puntos,
    7.- El indice de desarrollo humano medido por el PNUD uno de los mas altos de america latina y entre los primeros 70 paises del mundo
    8.- Venezuela libre de analfabetismo decretado por la Unesco
    9.- Disminución del DESEMPLEO; de 16.6% en enero de 1.999 a 7% en Diciembre de 2.012.
    10.- Control y disminución de la INFLACIÓN. De un promedio de 44.2% y 57.6% en los últimos periodos de CAP Y Caldera, respectivamente, a 20.8% en el periodo de Chávez. Sin dudas, nos ubicamos en una nueva dimensión.
    11.- Las RESERVAS INTERNACIONALES pasaron de 15.379 millones de dólares en 1.999 a 43.054 en 2.008 y en el presente, se ubican en la franja de los 30.000 millones. Incremento que en todo caso supera el 200%.
    12.- Mientras en otros paises latinos, se lucha contra la crissis economica del Capitalismo, con una desocupacion laboral que llega hasta en un 28% en España, en Grecia y se lucha por una  educacion y una atencion por la salud manejada por el Estado,  en Venezuela se incrementa el salario del trabajador, y se crean mas plazas de empleo, esto en franco desarrollo  Nacional de un estado que piensa en su pueblo y distribuye los recursos acorde con las necesidades del mismo, favoreciendo a aquellos que en los ultimos 200 años y sobre todo en los ultimos 50 antes de 1998 fueron excluidos y marginados de la sociedad venezolana.
    Hoy podemos asegurar que somos un pais totalmente mejor que hace 14 años, hoy tenemos la informacion y quien tiene la informacion tiene el poder, hoy tenemos el CHAVISMO y esta es y sera para toda la vida una Ideologia filosofica politica justa y humanistica que nos guia en la Construccion de la Patria.
    Cuando se quiera ESCRIBIR sobre el proceso Politico, Economico y Social que desde hace 14 años se esta desarollando en Venezuela primero se debe investigar y no hablar por hablar, y a quienes le dan el permiso para que se escriban mentiras en estos Blogs, deben ser mas cuidadosos.
    Muchas Gracias
    Carlos Ochoa
    twitter: @ochacm
     
     
     
     
     
     
     
     
     
     
     
     
     
     
     
     
     
     
     
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  2. É só você tiver paciência  e pesquisar no Google, as informações sobre a Venezuela, tais como; falta de abastecimento de alimentos, câmbio controlado e irreal,criminalidade, desenvolvimento, etc. A vitória do Maduro foi apertada, que significa que a população está dividida quanto o sucesso que você aponta. O pluralismo de ideias é uma das características  da democracia, caso contrário, seria a democracia de partido único que tanto almeja  a revolução bolivariana.  
     O que o Chavez ofereceu aos venezuelanos foi repartir um bolo (petróleo) sem produzir mais bolos. A Venezuela foi ajudada pela alta de petróleo e o presidente fez sua festa para manter no poder infinitamente, mas a vida reservou sua surpresa.
    Se houve realmente melhorias na qualidade de vida dos venezuelanos, educação, trabalho, etc., Por que o índice de violência aumentou no mesmo período? Isso é um contra-senso? Vejamos alguns dados
     Em 2011, foram cometidos 19,3 mil assassinatos no país, segundo dados da ONG Observatório Venezuelano de Violência (OVV). O índice de 67 homicídios por 100 mil habitantes coloca o país entre os mais violentos do mundo. Os roubos a mão armada e os sequestros-relâmpago - chamados na Venezuela de "sequestros express" - também se tornaram delitos comuns. O índice de desemprego entre os jovens chega a 16%.

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  3. le repito sus datos son falsos ... revise esos datos en los organismos adscritos en la ONU y en OEA y vera que ud esta siendo engañado por ONG que estan del lado de oposicion... y ... no me venga con el cuento de que ONU y OEA son organismos que estan en favor de las politicas progresistas de una de las mejores Ideologias hoy por hoy en el Planeta, una Ideologia Politica Justa y Humanistica ... es asi como defino el CHAVISMO... porque sus premissas politicas son lineamientos que se dirigen para resolver los problelmas a los mas necesitados y sigue un plan de trabajo para llevar al pueblo hacia un mejor VIVIR, ese plan se denomina Plan Simon Bolivar... O... Plan de la Patria 2013-2019, y es un plan humanitario y justo de Inclusion y Paz

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  4. Os dados da ONU e OEA são fornecidos pelo governo. Logicamente o governo poderá manipular as informações. As informações e confiabilidade devem ser cruzar para que os dados sejam reais. Nem sempre o governo oferece confiabilidade nas informações que oferece a sociedade.  O governo utiliza as informações como estratégia política. Não existe transparência  nas informações do governo.
    O Hugo Chávez foi um grande ator político, montou um filme socialista para os venezuelanos. Era elogiado nos Festivais de Filmes Socialistas.Um belo filme enquanto a sessão durava. A cortina fechou e agora os venezuelanos estão vivendo o filme real.

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