sábado, 19 de maio de 2012

Entendendo o discurso da Dilma: Comissão da Verdade


No discurso a presidente menciona muito o direito a verdade. Mas o que é a verdade? De acordo com dicionário

1. Aquilo que corresponde à realidade; Exatidão

2. Aquilo que é real, verdadeiro:

Buscar a realidade em si, significa muito pouco para o conhecimento, a não ser correlacionar com outros fatos dessa realidade, colocando em destaque o seu significado.

Ela disse: Nós reconquistamos a democracia a nossa maneira, por meio de lutas e de sacrifícios humanos irreparáveis, mas também por meio de pactos e acordos nacionais, muitos deles traduzidos na Constituição de 1988.

Ela esquece que a palavra democracia é muito dúbia, dependendo da ideologia política. Devemos voltar na época, década de 60, qual era sua visão de democracia ou se ela tinha?.

Em 1964,  com 17 anos, ela prestou concurso e ingressou no Colégio Estadual Central (atual Escola Estadual Governador Milton Campos), Belo Horizonte, MG, ingressando na primeira série do clássico (ensino médio). Nessa escola pública o movimento estudantil era ativo, especialmente por conta do recente golpe militar. De acordo com ela, foi nesta escola que ficou "bem subversiva" e que percebeu que o mundo não era para "debutante", iniciando sua educação política.

Em 1964, ingressou na Política Operária (POLOP), uma organização fundada em 1961, oriunda do Partido Socialista Brasileiro, onde militou ao lado de José Aníbal.

 Seus militantes logo viram-se divididos em relação ao método a ser utilizado para a implantação do socialismo: enquanto alguns defendiam a luta pela convocação de uma assembléia  constituinte, outros preferiam a luta armada. Dilma ficou com o segundo grupo, que deu origem ao Comando de Libertação Nacional (COLINA).

Foi nessa época que conheceu Cláudio Galeno de Magalhães Linhares, cinco anos mais velho, que também defendia a luta armada. Galeno ingressara na POLOP (Política Operária) em 1962, havia servido no Exército, participara da sublevação dos marinheiros por ocasião do golpe militar e fora preso na Ilha das Cobras. Casaram-se em 1967, apenas no civil, depois de um ano de namoro.

Atuação no COLINA - Segundo companheiros de militância, não teria participado diretamente das ações armadas, pois era conhecida por sua atuação pública, contatos com sindicatos, aulas de marxismo e responsabilidade pelo jornal O Piquete. Apesar disso, aprendeu a lidar com armamentos e a enfrentar a polícia.

Dilma teve de fugir  de Minas por causa da polícia e foi para o Rio, onde ajudava a organização, participando de reuniões, bem como no transporte de armas e dinheiro.

Nessas reuniões, conheceu o advogado gaúcho Carlos Franklin Paixão de Araújo, então com 31 anos, por quem se apaixonou e com quem viria a viver por cerca de 30 anos. Araújo era chefe da dissidência do Partido Comunista Brasileiro (PCB, na época também conhecido como o "Partidão"), e abrigara Galeno em Porto Alegre. A separação de Galeno e Dilma foi pacífica. Como afirmou Galeno, "naquela situação difícil, nós não tínhamos nenhuma perspectiva de formar um casal normal".[10]

No início de 1969, passou a tratar da fusão de seu grupo com o COLINA e a Vanguarda Popular Revolucionária (VPR), liderada por Carlos Lamarca. Dilma participou de algumas reuniões sobre a fusão, que acabou formalizada em duas conferências em Mongaguá, originando a Vanguarda Armada Revolucionária Palmares (VAR-Palmares).

Carlos Araújo foi escolhido como um dos seis dirigentes da VAR-Palmares, que se autointitulava "uma organização político-militar de caráter partidário, marxista-leninista, que se propõe a cumprir todas as tarefas da guerra revolucionária e da construção do Partido da Classe Operária, com o objetivo de tomar o poder e construir o socialismo".

De acordo com Maurício Lopes Lima, um integrante de buscas da Operação Bandeirante (Oban), estrutura que integrava o serviço de inteligência das Forças Armadas (onde teriam sido realizados atos de tortura), Dilma era a grande líder da organização clandestina VAR-Palmares. Usando vários codinomes, como Estela, Luísa, Maria Lúcia, Marina, Patrícia e Wanda,  teria recebido epítetos superlativos dos relatórios da repressão, definindo-a como "um dos cérebros" dos esquemas revolucionários. O delegado Newton Fernandes, que investigou a organização clandestina em São Paulo e traçou o perfil de dezenas de integrantes, afirma que Dilma era uma das molas mestras dos esquemas revolucionários.

Depoimentos e relatórios policiais indicavam que coube a Dilma administrar o dinheiro, pagar salários de militantes, encontrar abrigo para o grupo e comprar um Fusca.

Mesmo com grande quantidade de dinheiro, a organização não conseguiu manter a unidade. Em um congresso em Teresópolis, entre agosto e setembro de 1969, teria havido grande divisão entre os "militaristas", focados na luta armada, e os "basistas", que defendiam um trabalho de massas. Dilma estava com o segundo grupo. Enquanto os primeiros se agruparam na VPR militarista, liderados por Lamarca, Dilma ficou no segundo grupo, a VAR-Palmares basista. Teria havido disputa pelo dinheiro do grande assalto e pelas armas.

Após a divisão, Dilma foi enviada a São Paulo, onde esteve encarregada de manter em segurança as armas que couberam a seu grupo. Evitando mantê-las em apartamentos sem a segurança necessária, ela e a amiga Maria Celeste Martins (décadas mais tarde, sua assessora na Casa Civil) mudaram-se para uma pensão simples na zona leste urbana, com banheiro coletivo, escondendo o arsenal debaixo da cama.

Prisão

Uma série de prisões de militantes conseguiu capturar José Olavo Leite Ribeiro, que encontrava-se três vezes por semana com Dilma. Conforme o relato de Ribeiro, após um dia de tortura, revelou o lugar onde se encontraria com outro militante, em um bar na Rua Augusta. Em 16 de janeiro de 1970, obrigado a ir ao local acompanhado de policiais disfarçados, seu colega também foi capturado e, quando já se preparavam para deixar o local, Dilma, que não estava sendo esperada, logo chegou. Percebendo que algo estava errado, Dilma tentou sair do local sem ser notada. Desconfiados, os policiais a abordaram e encontraram-na armada. "Se não fosse a arma, é possível que conseguisse escapar", ressalta Ribeiro.

Foi, então, levada para a Operação Bandeirante (Oban), teria sido torturada por vinte e dois dias com palmatória, socos, pau-de-arara, choques elétricos, relatou Maria Luísa Belloque, uma companheira de cela. Fonte: Wikipédia

Toda formação da Dilma foi marxista, subversiva  e luta armada, nada tinha de formação democrata na acepção da palavra.

O mais interessante de tudo isso após sua liberdade em 1972, terminou o curso de Economia na Universidade Federal do Rio Grande do Sul em 1977, em plena ditadura. Nota-se que a ditadura não era tão dura assim.

O que diz os comunistas sobre o significado de democracia-popular : "A democracia popular é uma forma particular do poder revolucionário, surgida das novas circunstâncias históricas peculiares à nossa época moderna, ela é a expressão da nova correlação das forças de classes, que se desenvolveram em escala internacional". Esta correlação de forças diferenciou-se em favor do socialismo, o que se prova com as lutas pela liberdade dos povos coloniais, pela vitória próxima dos trabalhadores .Ao mesmo tempo, elas são as fontes de energia do internacionalismo do proletariado construindo o novo mundo socialista, cuja vitória custou tanto sangue e suor e cuja realização final é a missão histórica de nossa geração.

A democracia na visão comunista é  bem diferente no conceito da democracia de origem grega: Democracia ("demo+kratos") é um regime de governo em que o poder de tomar importantes decisões políticas está com os cidadãos (povo), direta ou indiretamente, por meio de representantes eleitos — forma mais usual. Uma democracia pode existir num sistema presidencialista ou parlamentarista, republicano ou monárquico. Para os comunistas meia dúzia não é igual a seis.

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