sábado, 1 de setembro de 2018

Brasil e a automação de empresas

País é só o 39º entre 44 que mais usam a robótica; especialistas veem perda de competitividade

Depois que um profissional da fábrica da Unilever em Aguaí (SP) coloca um conjunto de 93 latas vazias na esteira, ninguém mais precisa encostar nelas para que caixas de desodorantes cheios e tampados das marcas Dove e Rexona deixem a empresa.

Trabalham ali empilhadeiras autônomas, que levam caixas com insumos e itens prontos de um lado para o outro, máquinas que sozinhas enchem as garrafas e as tampam em fração de segundo e braços robóticos que fazem o encaixotamento dos itens.
Há também um robô que, de duas em duas horas, pega itens prontos e verifica características como peso e diâmetro.

As máquinas registram tudo o que fazem e geram gráficos para que os operadores acompanhem o processo.
Equipadas com sensores, elas se comunicam. Ninguém precisa avisar que faltam latinhas na esteira. O sistema faz solicitações de mais suprimentos por conta própria.

Braços humanos não são usados nem para abastecer o caminhão que leva os itens para o centro de distribuição da empresa. Caixas com o produto final são empilhadas sobre uma esteira posicionada na frente do veículo e descarregam o conteúdo ali dentro.
Ricardo Gomes, diretor da fábrica, diz que ela foi desenvolvida buscando o que há de mais atual em termos de sustentabilidade e tecnologia. Com três anos, é a unidade mais nova da companhia no Brasil. A Unilever tem dez complexos fabris no país.

Segundo ele, a automação torna a produção mais eficiente, aumentando a qualidade e reduzindo o desperdício. Em algumas semanas, até o abastecimento da esteira com latas será feito por máquinas.

Gomes nega que a adoção de automação diminua o número de trabalhadores. Segundo o executivo, ela permite que eles deixem atividades repetitivas e desconfortáveis e passem a se dedicar a buscar melhorias para a produção ou atuar em outras áreas.

"Temos de desmistificar a ideia de que a automação impacta a participação de pessoas. Quando a usamos, precisamos do ser humano, mas em áreas estratégicas."  A companhia não informa qual o número de profissionais na unidade de Aguaí.

Apesar de a robótica estar em crescimento no Brasil, exemplos como o da multinacional ainda são raros no país.

Segundo dados da IFR (Federação Internacional de Robótica, na sigla em inglês);
■  o Brasil tem dez robôs a cada 10 mil trabalhadores.
■ A média global é de 74.
■ O Brasil fica na 39ª posição em um ranking de 44 países que mais usam a tecnologia.
■ A liderança é da Coreia do Sul, com 631 robôs por 10 mil trabalhadores, seguida por Singapura (488) e Alemanha (309).

COMPETITIVIDADE DAS EMPRESAS BRASILEIRAS
O atraso ameaça a competitividade das empresas brasileiras, segundo Fernando Madani, coordenador do curso de engenharia de controle e automação do Instituto Mauá de Tecnologia.
"Existe o medo da perda de empregos que a automação traria. Mas, se não formos mais eficientes, vamos perder todos os empregos", diz.

MÃO DE OBRA ESPECIALIZADA
Segundo Madani, um desafio para empresas que querem adotar robótica é ter mão de obra especializada para dar manutenção aos sistemas, especialmente no caso de pequenas e médias companhias.
"Um robô não é mais tão caro, é possível comprar muitos deles pelo preço de um carro premium, de R$ 300 mil."

Empresas que fornecem robôs no Brasil, as estrangeiras ABB e Kuka e a nacional Pollux dizem que, apesar da presença baixa deles no país, a demanda vem em alta.
"Na crise, os grandes investimentos em linhas automotivas [em que robôs são mais adotados] foram menores, mas outros setores estão investindo mais", afirma Daniel Diniz, gerente de marketing e vendas da ABB.

Edouard Mekhalian, diretor-geral da Kuka para o Brasil, diz que a demanda por robôs cresce cerca de 15% ao ano.
Segundo ele, entre os fatores que dificultam o avanço da robótica no Brasil;
■ mercado historicamente mais fechado (o que diminuiria a busca por competitividade),
■ as incertezas com relação à política e à economia (que afastam investimentos) e
■ um mercado consumidor que não é acessado por toda a população.

José Rizzo, presidente da Pollux, afirma que o avanço do uso de robôs na década ficou abaixo de sua expectativa. Ele diz que acreditava que, com o barateamento da tecnologia e o aumento do custo da mão de obra, haveria um crescimento forte a partir de 2014. Porém, como resultado da elevação do desemprego, o interesse por eles não foi o esperado.

ALUGUEL DE ROBÔS
Como os clientes não estavam dispostos a fazer investimentos, a companhia passou a oferecer robôs como serviço, alugando os equipamentos e ficando responsável por sua programação e manutenção. Desde 2017, em vez de o cliente ter de investir R$ 400 mil em um projeto com robô, ele passa a ter a opção de pagar R$ 8.000 mensais para usar a tecnologia.
"Dificilmente iríamos acelerar a adoção no modelo antigo. Agora, de cada dez robôs instalados, oito são nesse modelo."
Apesar de a iniciativa ter dado bons resultados, ele diz que a situação do país é preocupante: "Se não mudarmos nossa realidade, nem em cem anos tiraremos o atraso".
Fonte: Folha de São Paulo - 7.ago.2018

Comentário:
As mudanças na forma como trabalhamos e produzimos nossas riquezas são irreversíveis. Nossa economia mudou e a sociedade deve passar por tempos complicados por causa disso. Não existe uma fórmula pronta para resolvermos essa equação, pois o momento ainda é novo. A tecnologia certamente já alterou a forma como muitos empregos funcionam, chegando a eliminar algumas funções, mas medidas efetivas precisam ser tomadas por nossos governantes. A questão social afeta toda a população e infelizmente não vejo uma ação real sendo executada. É preciso tomar uma atitude agora para ao menos amenizar as preocupantes consequências dessa eliminação em massa de empregos. Fonte: Martin Ford (autor do livro “Rise of the Robots”)

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quinta-feira, 30 de agosto de 2018

Lunar Eclipse over Rio

Explanation: Moonrise doesn't usually look this interesting. For one thing, the full moon is not usually this dark -- but last Friday the moon rose here as it simultaneously passed through the shadow of the Earth. For another thing, the Moon does not usually look this red -- but last Friday it was slightly illuminated by red sunlight preferentially refracted through the Earth's atmosphere. Next, the Moon doesn't usually rise next to a planet, but since Mars was also coincidently nearly opposite the Sun, the red planet was visible to the full moon's upper right. Finally, from the vantage point of most people, the Moon does not usually rise over Rio de Janeiro in Brazil. Last Friday's sunset eclipse, however, specifically its remarkable Micro Blood Moon Total Lunar Eclipse, was captured from Rio's Botofogo Beach, along with an unusually large crowd of interested onlookers. Fonte: NASA - Image Credit: Carlos 'Kiko' Fairbairn

domingo, 26 de agosto de 2018

A impressionante rede de estradas do império romano que continua gerando riqueza

Todos os caminhos levam a Roma". O que chegou à atualidade como uma expressão popular tinha, na época do esplendor do Império Romano, um sentido quase literal.
Os historiadores calculam que, no ano 117 de nossa era, quando os romanos chegaram ao ponto máximo de expansão geográfica, a intrincada rede de caminhos por eles construídos percorria 80 mil km. Isso equivale a duas voltas inteiras pela Terra.
Estas estradas serviam para o transporte de tropas e suprimentos, que abasteciam as conquistas deste império. Depois, elas se tornaram rotas de comércio e de trocas de mensagens.

ESTES CAMINHOS CONECTAVAM A EUROPA, O ORIENTE MÉDIO E O NORTE DA ÁFRICA.
Ainda é possível percorrer estas rotas, mas não apenas como uma atração turística.
Um grupo de economistas da Universidade de Copenhague, na Dinamarca, chegou à conclusão que a prosperidade gerada por estas estradas há quase 2 mil anos está relacionada ao desenvolvimento do qual gozam hoje os lugares em seus arredores.

O CAMINHO DO PROGRESSO
Digital Atlas of Roman and Medieval Civilizations
Rede de rotas construídas pelo Império Romano percorria 80 mil km
Para chegar a esta conclusão, os pesquisadores compararam um mapa da antiga rede de estradas romanas com um mapa noturno moderno de 2010 - em que é possível ver áreas mais ou menos iluminadas pela rede elétrica.
Para os economistas, a relação é clara: quanto mais luz, maior o progresso econômico.Para aprimorar a análise, foram coletadas também estatísticas atuais da população, densidade das estradas e produção econômica.
Economistas usam grau de iluminação como indicador de desenvolvimento

                                                        O  resultado foi claro: lugares mais próximos a rotas do Império romano tendem a coincidir com aqueles que hoje têm mais estradas, pessoas e desenvolvimento econômico.
Assim, os pesquisadores concluíram que o desenvolvimento de diversas cidades europeias "se deve à persistência de uma notável infraestrutura durante um período de 2 mil anos", aponta o estudo.


A IMPORTÂNCIA DA RODA
Mas, no Oriente Médio e no norte da África, os cientistas perceberam que a relação entre quantidade de estradas e desenvolvimento na atualidade não era tão clara. Por que?
Ocorre que, entre os anos 500 e 1000, o transporte mais utilizado nestas regiões eram as caravanas de camelos, em vez de carroças puxadas por bois.
As caravanas eram mais rentáveis, mas elas não exigiam a pavimentação e manutenção.
Assim, se perdeu a oportunidade de manter uma infraestrutura durante vários séculos.
Portanto, demonstra o estudo: o investimento em infraestrutura é um fator chave na conquista de um desenvolvimento durável. Fonte: BBC Brasil – 19 de agosto de 2018 

quinta-feira, 23 de agosto de 2018

País deve pensar no futuro e virar chave do seu crescimento

Avanço só virá se inovação for tratada como estratégia, afirma Gianna Sagazio, referência no tema

Enquanto a inovação não for definida como estratégia para o desenvolvimento do país nada vai mudar, diz Gianna Sagazio, diretora de inovação da CNI (Confederação Nacional da Indústria).
“A gente sabe que é um momento difícil para o Brasil, de busca do equilíbrio fiscal. Mas isso não pode apagar uma agenda de futuro. É preciso resolver questões emergentes, mas também pensar no futuro”, afirma ela, que é também superintendente do IEL (Instituto Euvaldo Lodi), criado pelo setor industrial e que prepara as empresas para aumentar a competitividade.
A inovação  não é prioridade do país. Na China, o primeiro país de renda média que ficou entre os 20 mais inovadores do mundo, existe uma estratégia montada para que a inovação seja o fio condutor do desenvolvimento. O Brasil ficou em 64º lugar no ranking do Índice Global de Inovação em 2017,

O Instituto coordena a Mobilização Empresarial pela Inovação, movimento formado pelas 500 maiores lideranças do país com o objetivo de ampliar a inovação no Brasil.
Os países mais inovadores —por acaso, os mais competitivos e desenvolvidos— têm políticas com prioridade para investir nessa área.

Investimentos em inovação em 2017;
■EUA investiram US$ 532 bilhões (R$ 2 trilhões);
■China, US$ 279 bi (R$ 1 tri);
■Alemanha, US$ 105 bi (R$ 407 bi).
Estamos bem longe disso.

Quanto o Brasil investe?
O dado mais recente, de 2015, do Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação, mostra que o Brasil empenhou R$ 76 bilhões (US$ 23 bilhões de dólares)  em pesquisa e desenvolvimento em inovação. O governo federal e os estaduais desembolsaram R$ 38,3 bilhões, e o setor privado, R$ 38,1 bilhões. Ou 1,28% do PIB investidos em P&D, 0,64% para cada lado. Aqui, pesquisa e desenvolvimento são considerados custos. Nos países mais inovadores, investimento. Fonte: Folha de São Paulo - 16.ago.2018

Comentário:
Quando D. Pedro II visitou os Estados Unidos em 1876. De 15 de abril a 12 de julho de 1876, o imperador percorreu mais de 14 mil quilômetros de trem  e passou por 28 estados, além da capital Washington.
O imperador se interessou pela ciência, pela tecnologia, as invenções e ficou maravilhado pelo trem. Dom Pedro II percorreu as extensões continentais dos Estados Unidos de trem, de Nova York a São Francisco na ida e na volta.  Ele foi de oeste a leste, e depois voltou do leste para oeste, buscando informações, e as inovações que estavam conhecendo.
Pelo jeito tivemos pouco avanço em quase 142 anos, continuamos a produzir ou fabricar carroças tecnológicas com conteúdo nacional.

domingo, 19 de agosto de 2018

Turismo em massa

Brigas na Fontana di Trevi por uma 'selfie', caos e destruição em fazendas para conseguir uma foto perfeita ou a apropriação de espaços arqueológicos para lazer e refeições. Estes são alguns dos ‘hits’ dos viajantes em férias pelo mundo.  


Uma bofetada na Fontana di Trevi para conseguir a ‘selfie’ perfeita. Isso aconteceu em 8 de agosto em um dos monumentos mais visitados de Roma. Duas turistas, uma holandesa e uma ítalo-americana, tentavam tirar uma ‘selfie’ em frente à fonte. Por disputar o mesmo espaço acabaram brigando diante de uma multidão atônita —seis pessoas da família das duas mulheres entraram no fuzuê—, até que a polícia interveio. Um turista espanhol gravou um vídeo em que você pode apreciar a confusão. As duas mulheres acabaram na delegacia.  Fonte: El País - 19 AGO 2018
Comentário
Nós Vamos Invadir Sua Cidade
Nós gostamos de tudo, nós queremos é mais,
Nós queremos estar do seu lado
Precisando a gente se espreme
Nós vamos chacoalhar a sua aldeia
Agora se você vai se incomodar
Então é melhor se mudar
Não adianta nem nos desprezar
Se a gente acostumar a gente vai ficar
A gente tá querendo variar
Vamo invadir!

Agora nós vamos invadir sua Cidade