quarta-feira, 21 de fevereiro de 2018

Brasil caiu no ranking de percepção da corrupção

O Brasil caiu 17 posições e atingiu a pior colocação em 5 anos no ranking sobre percepção da corrupção, produzido pela ONG Transparência Internacional. O levantamento, divulgado nesta quarta-feira (21), foi realizado em 180 países em 2017.

As notas dadas aos países vão de 0 a 100. Quanto maior a nota, mais transparente é o país. Com 37 pontos, o Brasil passou a ocupar a 96ª posição no ranking –no ano anterior, com 40 pontos, o país ficou na 79ª colocação. Apenas a Libéria e o Bahrein apresentaram recuo maior que o Brasil, de 32 e 33 posições, respectivamente.

No ranking, a Nova Zelândia aparece em 1º lugar, com 90 pontos, seguida pela Dinamarca, que alcança 89. O "top 10" dos países mais transparentes é complementado por Finlândia (3º), Noruega (3º), Suíça (3º), todos com a mesma pontuação, e Cingapura (6º), Suécia (6º), Canadá (8º), Luxemburgo (8º) e Holanda (8º).

Na outra ponta, a Somália aparece como o menos transparente –posto que vem sendo ocupado pelo país neste ranking desde 2007. Complementando a lista dos 10 países menos transparentes, estão: Coreia do Norte (171º), Guiné Equatorial (171º), Guiné-Bissau (171º), Líbia (171º), Sudão (175º), Iêmen (175º), Afeganistão (177º), Síria (178º) e Sudão do Sul (179º).


Na avaliação de Bruno Brandão, representante da Transparência Internacional no Brasil, "o país despencou". "Foi uma das maiores quedas já registradas do país na história de participação do ranking, o que representou uma enorme frustração, tanto para o país como para a sociedade", analisa.

O Brasil vinha apresentando uma trajetória de queda no índice desde 2014, até atingir um ponto de estabilização no ano passado –processo que, segundo Brandão, é normal nos países que começam a enfrentar o problema. Mas ele explica que, se o país persiste de fato no enfrentamento à corrupção, após o efeito de queda de curto prazo deve ter início uma trajetória positiva, o que ainda não aconteceu no Brasil.

"Nossa interpretação foi de que o Brasil estava, no ano passado, em uma encruzilhada. Ele podia persistir nesse combate vigoroso da corrupção e mudar de patamar, ou poderia regredir e continuar no caminho da corrupção e da impunidade sistêmica", avalia Brandão, mencionando iniciativas como a operação Lava Jato.

"O resultado desse ano, de fato, aponta que esses esforços da sociedade brasileira de combater a corrupção estão em risco. E, claro, existem forças atuando sistematicamente para sabotar esse processo, para estancar a sangria", pontua.

Para Brandão, a perda de posição em relação a países com condições similares de desenvolvimento representa uma "ameaça".

"Era a chance do Brasil começar a se despontar em relação a outros países e gerar para si uma vantagem, um mercado com muito mais segurança, mais atrativo para investimentos e gerar um ambiente de prosperidade e justiça social. É uma grande oportunidade que ainda temos, mas que está sendo ameaçada", afirma.

O índice de percepção da corrupção classifica países e territórios com base em quão corrupto seu setor público é percebido por especialistas e executivos de empresas. Na edição de 2017, o índice se baseou em 13 fontes de dados de 12 instituições como o Banco Mundial, Fórum Econômico Mundial e o Banco Africano de Desenvolvimento.

Segundo a Transparência Internacional, o índice é capaz de capturar aspectos de corrupção como propina, desvio de recursos públicos e proteção legal a denunciantes, jornalistas e investigadores quando reportam casos de corrupção. Ele não é capaz, no entanto, de avaliar fraude em impostos, lavagem de dinheiro e corrupção no setor privado, por exemplo. Fonte: Fonte: UOL, em São Paulo-21/02/2018

2017 Rank
Country
2017 Score
2016 Score
2015 Score
2014 Score
2013 Score
2012 Score








1
New Zealand
89
90
91
91
91
90
2
Denmark
88
90
91
92
91
90
3
Finland
85
89
90
89
89
90
3
Norway
85
85
88
86
86
85
3
Switzerland
85
86
86
86
85
86
6
Singapore
84
84
85
84
86
87
6
Sweden
84
88
89
87
89
88
8
Canada
82
82
83
81
81
84
8
Luxembourg
82
81
85
82
80
80
8
Netherlands
82
83
84
83
83
84
8
United Kingdom
82
81
81
78
76
74
12
Germany
81
81
81
79
78
79
13
Australia
77
79
79
80
81
85
13
Hong Kong
77
77
75
74
75
77
13
Iceland
77
78
79
79
78
82
16
Austria
75
75
76
72
69
69
16
Belgium
75
77
77
76
75
75
16
United States
75
74
76
74
73
73
19
Ireland
74
73
75
74
72
69
20
Japan
73
72
75
76
74
74
21
Estonia
71
70
70
69
68
64
21
United Arab Emirates
71
66
70
70
69
68
23
France
70
69
70
69
71
71
23
Uruguay
70
71
74
73
73
72
25
Barbados
68
61
N/A
74
75
76
26
Bhutan
67
65
65
65
63
63
26
Chile
67
66
70
73
71
72
28
Bahamas
65
66
N/A
71
71
71
29
Portugal
63
62
64
63
62
63
29
Qatar
63
61
71
69
68
68
29
Taiwan
63
61
62
61
61
61
32
Brunei Darussalam
62
58
N/A
N/A
60
55
32
Israel
62
64
61
60
61
60
34
Botswana
61
60
63
63
64
65
34
Slovenia
61
61
60
58
57
61
36
Poland
60
62
63
61
60
58
36
Seychelles
60
N/A
N/A
N/A
N/A
N/A
38
Costa Rica
59
58
55
54
53
54
38
Lithuania
59
59
59
58
57
54
40
Latvia
58
57
56
55
53
49
40
Saint Vincent and the Grenadines
58
60
N/A
62
62
62
42
Cyprus
57
55
61
63
63
66
42
Czech Republic
57
55
56
51
48
49
42
Dominica
57
59
N/A
58
58
58
42
Spain
57
58
58
60
59
65
46
Georgia
56
57
52
52
49
52
46
Malta
56
55
60
55
56
57
48
Cape Verde
55
59
55
57
58
60
48
Rwanda
55
54
54
49
53
53
48
Saint Lucia
55
60
N/A
71
71
71
51
Korea, South
54
53
54
55
55
56
85
Argentina
39
36
32
34
34
35
96
Brazil
37
40
38
43
42
43
96
Colombia
37
37
37
37
36
36
96
Panama
37
38
39
37
35
38
96
Peru
37
35
36
38
38
38
112
Bolivia
33
33
34
35
34
34
112
El Salvador
33
36
39
39
38
38
117
Ecuador
32
31
32
33
35
32
135
Dominican Republic
29
31
33
32
29
32
135
Honduras
29
30
31
29
26
28
135
Mexico
29
30
31
35
34
34
135
Paraguay
29
30
27
24
24
25
143
Guatemala
28
28
28
32
29
33
151
Nicaragua
26
26
27
28
28
29
157
Haiti
22
20
17
19
19
19
169
Venezuela
18
17
17
19
20
19
171
Equatorial Guinea
17
N/A
N/A
N/A
N/A
N/A
171
Guinea-Bissau
17
16
17
19
19
25
171
Korea, North
17
12
8
8
8
8
171
Libya
17
14
16
18
15
21
175
Sudan
16
14
12
11
11
13
175
Yemen
16
14
18
19
18
23
177
Afghanistan
15
15
11
12
8
8
178
Syria
14
13
18
20
17
26
179
South Sudan
12
11
15
15
14
N/A
180
Somalia
9
10
8
8
8
8

segunda-feira, 19 de fevereiro de 2018

Que Brasil você quer para o futuro?

Um caminhão frigorífico tombou e foi saqueado em uma rodovia no Paraná no último domingo (18). Cerca de 27 toneladas de carne bovina foram roubadas. A Polícia Militar foi acionada, mas não conteve as cerca de mil pessoas que participaram da ação.

A Polícia Rodoviária Estadual (PRE) do Paraná informou que o motorista do caminhão perdeu o controle do veículo e sofreu o acidente por volta das 11h na Rodovia PR-092, no km 251, na altura de Wenceslau Braz. Ao ver o conteúdo da carga, após o tombamento, parte da população decidiu saquear os alimentos.

A Polícia Militar foi acionada, mas não conseguiu conter as cerca de mil pessoas que se aglomeraram no local do acidente. De acordo com a Polícia Rodoviária Estadual, todo o conteúdo da carga, cerca de 27 toneladas, foi furtado.


A Polícia Civil de Wenceslau Braz, no norte pioneiro do Paraná, informou, que está tentando identificar os envolvidos no saque. Quem for identificado pode responder por furto, com pena de um a quatro anos de prisão. Fonte: UOL Noticias e G1 PR- 19/02/2018.

     
O que circulam nos comentários na internet
Qual é a pior coisa do Brasil? Resposta: O seu próprio povo
Ainda querem mudar o pais ???
Depois reclama dos políticos e fazem a mesma coisa

domingo, 18 de fevereiro de 2018

Ensino médio perde alunos e acumula 1,5 milhão fora da escola

As matrículas do ensino médio tiveram queda em 2017, no momento em que se esperava um movimento contrário, de inclusão, já que há cerca de 1,5 milhão de jovens de 15 a 17 anos fora da escola. Essa etapa de ensino é considerada um dos principais gargalos da educação básica.

Dados do Censo da Educação Básica de 2017, divulgadas pelo MEC (Ministério da Educação) nesta quarta-feira (31), mostram que;
■ O  país tem 48,6 milhões de alunos.
■ Eles estão matriculados em 184,1 mil escolas (83% são públicas), da educação infantil ao ensino médio.

Por rede, em 2017
Federal
 396.482
Estadual
16.222.814
Municipal
23.101.736
Privada
8.887.061
Fonte: Censo da Educação Básica/MEC

ABANDONO ESCOLAR
O total de matrículas vem caindo ao longo dos anos. A queda é impulsionada, sobretudo, por dois movimentos: a melhora no fluxo escolar (com taxas mais positivas de aprovação) e uma redução no número de crianças no país. A despeito do quadro geral, ainda são altos os índices de reprovação e abandono nos anos finais do ensino fundamental (6º ao 9º ano) e no ensino médio.

ENSINO MÉDIO
O país registrou 7.930.384 alunos no ensino médio em 2017. O número representa uma queda de 2,5% com relação às matrículas do ano passado. Do total desses alunos, 84,8% estão em escolas estaduais.
"A matrícula do ensino médio segue a tendência de queda observada nos últimos anos que se deve tanto a uma redução da entrada proveniente do ensino fundamental quanto à melhoria no fluxo no ensino médio", ressaltou o MEC na divulgação dos dados. Entre 2013 e 2017, enquanto as matrículas do 9º ano tiveram queda de 14,2%, a taxa de aprovação do ensino médio subiu 2,8 pontos percentuais.

ESTAGNAÇÃO DAS MATRÍCULAS NO MÉDIO
A estagnação das matrículas no médio indica, também, que o país não tem conseguido incluir os cerca de 1,5 milhão de jovens que abandonaram as salas de aula antes de terminar a educação básica. Esse contingente equivale a 15% do total de jovens de 15 a 17 anos, faixa etária ideal para o nível médio.
Os governos estaduais não têm investido na inclusão desses jovens, explica Daniel Cara, coordenador da Campanha Nacional pelo Direito à Educação. "Os governos consideram que incluir esses jovens é um problema, porque a inclusão tende a reduzir o desempenho nas avaliações de larga escala. Quando eles entram no sistema, chegam com déficit", diz.

DOIS SÉCULOS
Estudo recente coordenado pelo economista Ricardo Paes de Barros mostra que, mantido o ritmo de expansão da escolaridade dos últimos 15 anos, o país levaria 200 anos para universalizar o atendimento.

ENSINO MÉDIO EM TEMPO INTEGRAL
Por outro lado, o ensino médio em tempo integral teve alta. O volume de matrículas nessa modalidade representou 8,4% do total de alunos em 2017. Eram 6,7% no ano anterior. A modalidade é uma das apostas do governo Michel Temer para alavancar a qualidade da etapa, mas há estudos que indicam que o acesso é desigual –as escolas com maior carga horária atendem aos alunos com melhor situação socioeconômica.

ENSINO MÉDIO INTEGRADO AO ENSINO PROFISSIONAL,
Já as matrículas de ensino médio integrado ao ensino profissional, outra aposta do governo para a etapa, ficaram praticamente estagnadas. Se em 2017 elas eram 6,54% do total de alunos, em 2017 esse índice passou a 6,99% –o que significa 554.319 alunos. A educação profissional é uma das linhas de aprofundamento previstas com a reforma do ensino médio realizada pela equipe de Temer.

EDUCAÇÃO INFANTIL
O número de alunos em creche (0 a 3 anos) cresceu, chegando a 3.406.796 alunos. É 5% superior ao ano passado. Na pré-escola (4 e 5 anos), o avanço foi mais tímido, de 1,2% no período, totalizando 5.101.935 alunos.
O Brasil tem a meta, prevista no PNE (Plano Nacional de Educação), de matricular ao menos 50% das crianças de 0 a 3 anos em creche até 2024. Todas as crianças na idade de pré-escola deveriam estar na escola desde 2016, segundo o PNE e emenda constitucional aprovada em 2009. Em todo o país, o atendimento na creche é de 30,4% e na pré-escola, de 90,5%, segundo o Observatório do PNE, do Movimento Todos Pela Educação.
A qualidade desse atendimento também é deficiente. Um terço dos professores que atuam na educação infantil não tem diploma de ensino superior. No ensino médio esse índice é de 6,5% e no fundamental, de 14,7%.

ENSINO FUNDAMENTAL
O país tinha 27.348.080 alunos no ensino fundamental em 2017. São 1,8 milhão de alunos a menos do que em 2013, tendência explicada pela melhoria do fluxo e redução no número de crianças.
As redes municipais concentram a maioria dos alunos do fundamental. Condições de precariedade persistem, segundo o Censo da Educação Básica.

DEFICIÊNCIAS
■ pouco mais de 6% das escolas não possuem sistema de esgoto sanitário;
■ mais da metade não dispõe de laboratório de informática e
■ 46% não têm sala de leitura ou biblioteca.
Fonte: Folha de São Paulo - 31.jan.2018

Comentário:
Dados preliminares de uma pesquisa realizada por Fundação Brava, Insper, Instituto Ayrton Senna e Instituto Unibanco apontam que os custos anuais de termos jovens de 15 a 17 anos fora da escola são quase equivalentes ao valor investido atualmente pelo País em ensino médio. Somadas as perdas pessoais dessa população, que tem rendimento salarial menor, às perdas sociais, que abarcam queda de arrecadação e aumento de gastos com saúde e segurança pública, os prejuízos chegariam a R$ 49 bilhões/ano. Atualmente, o valor investido pelo País em ensino médio é de R$ 50 bilhões, segundo o Ministério da Educação.  Fonte: O Estado de S.Paulo-02 Maio 2017
 

sábado, 17 de fevereiro de 2018

Por que é um problema o Brasil não precisar de engenheiros

O Brasil forma poucos engenheiros. Mesmo assim, não faltam profissionais da área no mercado. Para o jornalista alemão Alexander Busch, isso é um mau sinal – e o país está perdendo a revolução digital na indústria.

No Brasil, quem tem filhos que acabaram de concluir o ensino médio vive dias de muito estresse. Os aspirantes ao ensino superior se perguntam: em que instituição posso estudar com a pontuação que obtive no Enem (Exame Nacional do Ensino Médio), cujos resultados foram divulgados há poucas semanas?

É um desgaste que espanta. Mas fico ainda mais impressionado quando vejo o número de vagas disponíveis, a exemplo do curso de Engenharia Mecatrônica. São 2.200 vagas no Brasil inteiro, mas há apenas uma meia dúzia de universidades públicas que obtiveram bons resultados no teste de qualidade do Ministério da Educação.

Frequentemente, é para entrar nessas universidades que milhares de candidatos de todo o país concorrem. Raramente, as vagas disponíveis passam de 50, tirando aquelas que são atribuídas segundo critérios sociais, as chamadas cotas. Além disso, mais da metade dos alunos interrompem a faculdade. Hoje em dia, apenas 345 estudantes de Mecatrônica concluem o curso anualmente.

Esse número é incrivelmente baixo se considerarmos que vivemos hoje uma revolução global na indústria que, desesperadamente, procura exatamente esses engenheiros. A palavra-chave é Indústria 4.0, que inclui habilidades relacionadas a automação, big data, inteligência artificial, impressão 3D, etc.

É decisivo para o Brasil não perder a oportunidade de dar esse salto. Há muito em jogo. O Brasil é uma das poucas grandes economias emergentes no mundo que possui uma larga base industrial. Em comparação, Índia e Rússia têm bases bem menores.

Há vários motivos para isso: a indústria pesada criada durante a era Vargas; a indústria automobilística que chegou ao país há 60 anos; empresas como a Petrobras e a Embraer, que sempre realizaram pesquisas por conta própria. Mais tarde, veio a construção das represas e a criação do Sistema Interligado Nacional (SIN) de energia elétrica. A automação no setor agrícola também impulsionou a industrialização do país.

Mas esse alicerce de uma indústria de transformação está ameaçado – e não é de hoje. A desindustrialização do Brasil avança de forma acelerada há duas décadas. De um lado, porque o Brasil voltou a se concentrar na produção e na exportação de matérias-primas. Por outro lado, porque a pesquisa e o desenvolvimento dependem fortemente do Estado, há anos paralisado pela recessão e pela corrupção.

Estudos realizados pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Anísio Teixeira (Inep) mostram claramente que o Brasil está perdendo a chance de estabelecer os fundamentos para a sua própria revolução industrial. Dos 8 milhões de estudantes universitários brasileiros, apenas cerca de um milhão cursa uma das disciplinas científicas, como matemática, informática, ciências naturais e tecnologia.

Isso equivale a mais ou menos 13% de todos os estudantes do país. Se supusermos que, no campo das ciências naturais, a relação entre cursos privados e públicos é de oito para dois, chegamos à conclusão de que apenas 2,5% dos estudantes universitários brasileiros frequentam cursos nessa área.

Em comparação, o número absoluto de estudantes em relação à população do país é semelhante no Brasil e na Alemanha. Mas, no país europeu, um terço dos quase três milhões de estudantes segue carreiras de exatas. Acrescenta-se a isso mais um milhão de estudantes em escolas técnicas (comparáveis ao Senai no Brasil).

Mas erra quem pensa que as empresas brasileiras estão desesperadas por não encontrarem engenheiros suficientes, como acontece nos Estados Unidos ou na Europa.

INDÚSTRIA BRASILEIRA ESTÁ TÃO ATRASADA
Não faltam especialistas em robótica e mecatrônica no Brasil, segundo explicou Claudio Raupp, presidente da HP Brasil, em entrevista recente ao jornal Folha de S. Paulo. Segundo Raupp, a indústria brasileira está tão atrasada que a demanda por esses especialistas ainda nem existe. "O risco [que o Brasil enfrenta] é que nossos melhores engenheiros se mudem para o exterior porque não há necessidade deles aqui", avalia. Fonte: Deutsche Welle - Data 15.02.2018

Comentário:
Nos EUA formam-se em média 70.000 engenheiros por ano. Grande parte dos engenheiros nos EUA  estão em pesquisa e desenvolvimento. O ex-presidente dos EUA,  Obama, disse  num discurso sobre educação , que a engenharia deve focar em pesquisa e desenvolvimento de tecnologia.
No Brasil temos apenas 1.000 empresas que faturam acima de 1 bilhão de reais.
Somando o PIB dos Estados Americanos Texas e Califórnia é 50%  superior ao da Brasil. No Brasil 99% das empresas são micros e pequenas empresas. O restante é 60 mil empresas. Dessas 80% não fazem investimento em pesquisa e inovação.
No Brasil forma-se 30.000 engenheiros por ano. Nos EUA preocupa-se manter a qualidade do ensino e nível adequado de salário. O salário do recém-formado nos EUA é de 70 mil dólares. No Brasil não existe nenhuma entidade ou a própria Universidade não sabem por aonde andam os engenheiros.
Transcrevo a definição de engenheiro do Journal Enginnering Education.
 “A formação do engenheiro deverá incutir no  estudante a compreensão do mundo que solicita, necessita e usará para os aperfeiçoamentos proporcionados pela engenharia. O estudante deverá saber que um trabalho de engenharia não  ficará completo, nem mesmo poderá começar ou terminar com sucesso, e que o engenheiro não estará desempenhando seu papel, se a solução deixar de satisfazer o ambiente não técnico e se este ela não se ajustar perfeitamente. É necessária uma vasta formação cultural não para deleite pessoal, mas sim como condição essencial para que o profissional venha a ser de fato competente”.
Na essência a definição significa que o engenheiro deverá ter uma base sólida de engenharia e a busca de inovação.
Na realidade as faculdades estão entregando diplomas e não se preocupando com a formação.