sexta-feira, 29 de abril de 2011

Brasil na encruzilhada da história

PALESTRA PROFERIDA PELO DESEMBARGADOR PEDRO VALS FEU ROSA
Por ocasião da abertura do XXV Curso de Política e Estratégia da ADESG-ES (1/7/2010)

Dia desses, meio que ao acaso, conversava eu com um amigo sobre um curioso aspecto da História, qual o de iludir as mentes mais desavisadas quanto a fatos ou processos contemporâneos. É realmente curioso verificarmos que, nos momentos mais agudos da história de países ou povos, muitos dos que os viveram sequer se deram conta da importância dos fatos que testemunharam.

Darei um exemplo: a queda do Império Romano. Eis aí um dos momentos cruciais da História. Curiosamente, no entanto, poucos romanos se deram conta disso! Recuso-me a acreditar na cena de alguém chegando em casa e comentando com a esposa: "Maria, acabei de saber ali na praça que o Império Romano acabou", ou "Maria, já estamos na Idade Média! Acabaram de me falar isso ali na esquina".

Pelos mesmos motivos, não nos passa pela cabeça que algum arauto, em uma das praças de Florença, tenha anunciado, com a voz solene características das grandes ocasiões, a aurora do Renascimento. E quanto à época das grandes navegações? É inimaginável alguma eventual convocação de marinheiros em termos como "está aberta a temporada das grandes navegações. Aliste-se na Marinha e venha participar deste momento histórico".
Há também a Revolução Industrial. Seria até pitoresco imaginarmos um inglês daqueles dias comentando com amigos que iria abrir alguma fábrica, pois o governo anunciara no dia anterior o início de uma nova era na História.

Todos estes exemplos nos remetem a uma constatação inevitável: a maioria dos processos históricos, principalmente aqueles que independem de um marco notório, simplesmente passa desapercebida aos olhos dos que os testemunham! Só muito depois, no cotejo com a integralidade da trajetória humana, é que eles ganham certidão de nascimento e batismo!
E é assim que a História, através de uma sua faceta até curiosa e pitoresca, nos ensina sobre a importância de avaliarmos o momento presente sob pontos de vista mais amplos, que englobem não somente o passado mas também o futuro - em uma expressão, que situem o presente com a maior precisão possível dentro dos processos que o tempo enseja. Está aí, perfeito e acabado, o que se exige de um povo que se pretenda vencedor: a sensibilidade que o leve a perceber a intensidade do momento presente, e a sabedoria de orientar-se conforme as lições do passado e as aspirações do futuro.

Estas reflexões, aplicadas ao Brasil, nos permitem concluir, e sem maiores dificuldades, estarmos diante de uma das "encruzilhadas da História". Sim, o nosso país tem estado, ao longo das gerações contemporâneas, em um momento decisivo - e não temos percebido isso enquanto elite de um país!
Das decisões lançadas sobre os ombros de nossa geração, talvez como em poucas vezes ao longo de nossa História, sairá um Brasil moderno e preparado para os desafios do amanhã, ou então um país enfraquecido e dividido.

Fiquei a refletir sobre isso há poucos dias, quando foi lançado um sério estudo sobre como estará o mundo no ano 2025. Trata-se de uma realização do Conselho Nacional de Inteligência dos Estados Unidos da América. Uma obra notável, bastante detalhista, abordando o impacto, sobre os próximos 15 anos, de variáveis que vão desde o papel das mulheres no Oriente Médio até os eventuais conflitos gerados pela escassez de água potável em alguns países. Uma leitura algo longa, porém fascinante.

Quanto ao Brasil, as análises dos especialistas norte-americanos demoliram algumas ilusões, porém dão margem a profundas esperanças. Comecemos pela parte ruim, que simplesmente destrói a ilusão que temos quanto ao chamado BRIC, como ficaram conhecidas as iniciais de Brasil, Rússia, Índia e China. Espalhou-se pelo país afora a ilusão de que somos todos “emergentes”, e criou-se a idéia de que o Brasil está a crescer nos mesmos patamares e sob as mesmas condições da Rússia, da Índia e da China, estando prestes a desempenhar um importante papel no cenário mundial juntamente com estes países.

A este respeito, o documento norte-americano é até irônico. Simula uma carta do Ministro das Relações Exteriores dos EUA, escrita em 2021, na qual lê-se o seguinte: “Uma vez ouvi uma narrativa – cuja verdade desconheço – segundo a qual a Goldman Sachs acrescentou o Brasil ao agora famoso grupo de forças emergentes ou BRICs como fruto de uma reflexão posterior. Os rumores são de que ela precisava de um quarto país, preferencialmente do Hemisfério Sul, já que todos os outros eram do Norte. Também ajudou o fato de que o Brasil começa com a letra B”.

Ironias à parte, realmente salta aos olhos a desproporção de forças. A Rússia, a Índia e a China são potências nucleares, detentoras de tecnologia militar de altíssimo nível. Enquanto isso, dos 25 navios de nossa Marinha de Guerra, apenas 14 estão em condições de navegar, e dos seus 23 aviões apenas um tem condições de levantar vôo.
Rússia, Índia e China trataram de fortalecer seus respectivos parques industriais e tecnológicos nacionais, enquanto que nós fizemos o oposto, vendendo para estrangeiros algumas de nossas melhores empresas. Nominalmente, não produzimos sequer uma calculadora de bolso, pois falta-nos até mesmo uma fábrica de chips – somos meros montadores de aparelhos eletrônicos.
E é assim que o documento norte-americano sugere que a participação do Brasil no BRIC será a de sediar conversas e negociações lá no Rio de Janeiro, “onde a atmosfera é mais amena e o Carnaval está chegando”.

Concluiu-se, ainda, que o Brasil, após 2020, deverá ser um dos grandes exportadores de petróleo e de produtos agrícolas do planeta, o que robusteceria profundamente sua economia – também confere: basicamente é a continuação da economia extrativista que há 500 anos retira do Brasil riquezas naturais a preço de banana em troca de bens industrializados importados a peso de ouro.

Sobre este aspecto, as gerações contemporâneas, na ansiedade de agradar o capitalismo estrangeiro, engendraram uma segunda "abertura dos portos" - esta última, entretanto, de resultados calamitosos para um país que pretende se desenvolver.
Em verdade, o processo de desnacionalização da economia que se promoveu no nosso país, até onde pesquisei, não encontra paralelo no planeta!

Citarei um pequeno exemplo: há coisa de um ou dois anos planejou-se vender uma das maiores empresas privadas da França a um grupo norte-americano - um negócio absolutamente lícito. Mas eis que os Poderes constituídos daquele país, de forma aberta e frontal, anunciaram ser aquela empresa uma jóia do país, que não poderia ser vendida, e que tudo fariam para impedir o avanço das negociações. O resultado: a empresa continua francesa, e agora revitalizada.
Em nosso país o processo histórico contemporâneo foi diferente: venda-se! Entregue-se! Nos últimos anos, incríveis 60% das empresas brasileiras negociadas foram parar nas mãos de estrangeiros. Foi assim que chegamos no insólito país cujos habitantes compram o leite de suas próprias vacas, a água mineral de suas próprias nascentes e a maioria dos produtos de sua própria terra de empresas estrangeiras aqui instaladas.

Da indústria alimentícia à mineração, da comunicação à siderurgia, dos transportes à energia, o que o Brasil possuía de melhor foi vendido a grupos estrangeiros. Um país não pode se desenvolver verdadeiramente sob tais condições.
Em verdade, vejo sustentando nossa aparente pujança o remeter para fora, a preços aviltantes, riquezas as mais preciosas que temos, a maioria delas de natureza não-renovável. A conta desta cegueira já começará a ser paga pela próxima geração - no ritmo atual de extrativismo, que só aumenta a cada dia, daqui a 82 anos não teremos mais minério de ferro para exportar. Nosso níquel só durará mais 116 anos, o chumbo 96, o nióbio apenas mais 35 anos, o estanho 80, os diamantes 123 e o ouro míseros 43. Sim, o Brasil da Serra Pelada será importador de ouro daqui a mínimos 43 anos!

Dizem alguns que o Brasil cresceu nas últimas décadas. Fico a me perguntar, e vai aí uma grande pergunta, quem tem crescido verdadeiramente - se o Brasil, exportador cada vez maior de riquezas em sua maioria não-renováveis, ou se empresas aqui instaladas, com alguns poucos e evidentes reflexos positivos no nosso dia-a-dia e nas contas nacionais. Confesso não ter encontrado, ainda, resposta a esta pergunta.

Permito-me, concluindo este raciocínio, apontar o exemplo do parque agrícola do sul do Brasil. Éramos grandes e poderosos plantadores e exportadores de soja, trigo etc. E eis que, dentro da nossa macropolítica histórica de internacionalização da economia, abrimos nossas fronteiras aos concorrentes argentinos. Ganharam eles, que praticamente levaram à miséria os agricultores dos estados do sul. A quem disser que "em compensação passamos a exportar mais para lá", e que graças a isto crescemos, responderia que, após consultar a pauta de nossas exportações, constatei que a maior parte dela é de produtos fabricados por empresas estrangeiras aqui instaladas. Em uma frase: sacrificamos nossa agricultura a troco de enriquecermos empresas estrangeiras. Ouso perguntar: isto é crescimento real, sólido e consistente?

O fato é que nossa geração abriu mão de desenvolver um parque industrial próprio, desnacionalizou nossas mais importantes empresas, e está a consumir inebriadamente as maiores riquezas não-renováveis que a natureza nos ofereceu. Temos assistido complacentemente o capital estrangeiro se apropriar de serviços e riquezas do Brasil de forma antes só concebível em alguns indefesos países africanos. Que a história nos seja misericordiosa, pois que nossa responsabilidade é imensa - afinal, somos nós, a elite do país, os detentores de recursos muito poderosos, hábeis a eliminar ou atenuar estas ameaças.
Parece incrível, mas vergonhosamente empresas estrangeiras já são responsáveis por 70% de nossas exportações de soja, 15% das de laranja, 13% de frango, 6,5% de açúcar e álcool e 30% das de café! Isto já sangra o Brasil em mais de US$ 12 bilhões a cada ano só a título de remessa de lucros.

Diante desta vergonha fico a pensar nos grandes vultos que, com sacrifício, nos entregaram o Brasil grande que recebemos se contorcendo em suas tumbas, rubros de indignação e revolta com nossa fraqueza e mediocridade. E fico a temer pela cobrança das gerações seguintes, que estão por receber de nossas mãos um país loteado, retalhado, quase que vendido.
Não se diga, cinicamente, em nossa defesa, que a culpa foi do povo. Jamais. Este está lá, padecendo nas íngrimes encostas dos nossos morros, trabalhando de sol a sol, semeando e colhendo quase sempre sem apoio algum. Este povo humilde, se algo der errado, terá sido vítima, jamais culpado. A culpa tem sido, é e será nossa. Nós, autoridades, empresários e formadores de opinião somos os responsáveis.

Aliás, não somos. Fomos. Digo isto porque já não vejo condições de o Brasil sair de uma era que talvez no futuro seja batizada por algum historiador de "Período de Internacionalização", "Era da Alienação", ou seja lá o que for, para nosso desdouro.
É fato: sem que tenhamos percebido, acabamos de passar por uma das "encruzilhadas da História". De toda sorte, uma outra está por vir - aquela prevista pelos estudiosos norte-americanos, que nos colocam a partir de 2020 como grandes exportadores de petróleo e alimentos.

Dado o nosso malogro na "encruzilhada anterior", já estaremos chegando mal a este novo período de riqueza que se avizinha - será ele, em sua maioria, explorado por empresas transnacionais aqui instaladas. Não por acaso, e cito um pequeno exemplo, há poucos dias negociou-se um campo de petróleo situado próximo ao nosso litoral por robustos US$ 7 bilhões!
Sim, nós já estaremos chegando a este novo período histórico gravemente comprometidos. Mas isto não é tudo. Há, no detalhado e preciso estudo norte-americano, um muito sério alerta à nossa geração: “sem avanços no campo das leis, até mesmo o rápido crescimento econômico será reduzido pela instabilidade que resulta do crime e da corrupção infiltrada”.

Eis aí, sem retoques, o nosso desafio maior. O Brasil perde 32% do que arrecada em impostos com a corrupção, e a com a morosidade do Poder Judiciário deixamos de gerar US$ 100 bilhões a cada ano apenas em função da redução de investimentos das empresas aqui localizadas. Um país nestas condições não pode crescer, e muito menos se recuperar da sangria a que tem sido submetido nas últimas décadas.
Fazer com que as leis deste país funcionem não é uma tarefa exclusiva do Poder Judiciário. Esta há que ser, repito, a meta de toda uma elite de um país durante toda uma geração. Há que se promover uma verdadeira mudança de hábitos, de cultura e de mentalidade.
Estarei exagerando? Não. Olhem em volta. Vão a uma festa qualquer, seja no quintal de um barraco ou nos mais finos salões, e constatem a verdade simples de que 'quanto mais bandido, mais aplaudido'.

Lá nas favelas, aos bandidos são dispensadas todas as atenções e homenagens, em um comportamento que causa horror aos habitantes dos bairros nobres. Mas ouso perguntar: em que é diferente o ato de cortejar nas finas recepções corruptos notórios, daqueles cuja culpa salta aos olhos até dos cegos? É assim, entre os respeitosos tratamentos de "Excelência", "Doutor" e similares, que o tempo vai rasgando nossa dignidade e nos empurrando cada vez mais rumo à bacia de Pilatos.
Sim, não há diferença. O pobre quer do traficante que corteja uma merreca qualquer. E o rico do corrupto a quem bajula um empurrão na carreira ou outra benesse qualquer. Se diferença houver, seja em desfavor do rico, notoriamente mais consciente.

Nossa sociedade já passa a diferenciar os pequenos corruptos dos grandes - aqueles, "normais", merecedores até de apoio e voto, e estes apenas do nosso servil e respeitoso cumprimento. Como se isto fosse possível!
Este tem sido, lamentavelmente, um comportamento normal e socialmente aceitável. Respirem fundo, fechem os olhos, isolem-se por algums momentos que seja da rotina frenética deste início de milênio, e experimentem ver a realidade a partir de um ponto de vista só um pouquinho mais alto.

Percebam com que clareza alguns poucos maus semeiam a desgraça pelo mundo - tudo às claras, sob as vistas de todos. Nós - cada um de nós - sabemos seus nomes e o que fazem. Constatem o quanto perdemos em tempo e qualidade de vida por conta deles. Ouçam os gritos dos miseráveis que sofrem abandonados pelas prisões e corredores de hospitais. Escutem, por um instante que seja, o choro das crianças devoradas por ratos em nossas favelas. Vejam - ou melhor, não vejam - os nossos irmãos soterrados pelos deslizamentos de terra, sobre uma terra tão rica como é a do Brasil. E subitamente Pilatos vai nos parecendo mais e mais familiar, diante dos nossos tenebrosos silêncio e passividade.

Cumprir leis em um país nestas condições é tarefa árdua, quase que impossível. E tanto pior quando este debate tem passado ao largo da vida nacional, quase sempre às voltas com simpósios, congressos e conferências sobre "A Importância da Taturana de Peito Rosado no Carnaval do Casaquistão", "A Influência do Espirro do Urubu na Formação das Correntes Aéreas" ou outros temas de igual jaez, retrato de uma Sociedade que está a dormitar em berço esplêndido.

Não se entenda, com estas palavras, estar eu a sugerir que de uma hora para outra nos transformemos em um Dom Quixote ou coisa do gênero. Jamais. Somos imperfeitos demais para isso. Nossa tão falha natureza humana, em meio aos percalços da vida, jamais deixará de nos dar momentos de Pilatos. Sim, não podemos nós pregar a perfeição ou atirar pedras. Absolutamente. Em verdade, que o Criador compreenda nossas fraquezas humanas é o que esperamos.
Apenas se espera de nós, em um momento tão sério, no qual está sendo definido o destino do nosso país, que, inspirados na divisa de Tamandaré, cumpramos com o nosso dever. E não temos muito tempo para isso - em mais uma ou duas décadas também este processo histórico estará encerrado, e o Brasil terá ido rumo a um futuro de desigualdade, conflitos sociais e talvez até cisão, ou para um outro de ordem e respeito básico às leis que o conduzirá a uma era de estabilidade e progresso duradouros.

Nossa geração, e é forçoso que se diga isso, só tem mais esta tarefa a cumprir - já falhou quanto a quase todas as outras que lhe competiam!
É diante desta tão pesada responsabilidade histórica que assume especial relevo o evento desta noite. Aqui está uma das elites pensantes do Brasil, que tem o sagrado dever de buscar, através da informação técnica e correta, o esclarecimento do povo brasileiro. Só através dele, do esclarecimento do povo, daremos aos nossos governantes as ferramentas necessárias ao verdadeiro progresso.

Esta a lição que nos lega a história: um povo corretamente esclarecido é um povo unido, cujo país dificilmente será vencido!
Os meios para isso, a universalização das telecomunicações nos proporciona a cada dia com maior intensidade. É hora, assim, de que cada um de nós vá às ruas, criticar o que tem que ser criticado e defender o que tem que ser defendido. Nossos conhecimentos e recursos já não podem ficar restritos, pois sério o momento presente.
Estejamos, pois, à altura das exigências do momento histórico de nosso país e de suas instituições. Este o chamado da Pátria. Este o nosso dever.

Sou um otimista. Acredito no Brasil. Tenho orgulho do meu país. Quero vê-lo grande. Acima de tudo, quero entregá-lo à próxima geração do mesmo tamanho que este tinha quando me foi confiado. Posso ser apenas um, e insignificante. Mas o Brasil, lutando um novo “Riachuelo” contra o atraso, a miséria e, ouso asseverar, a segregação, espera que cada um cumpra com o seu dever – até mesmo os mais insignificantes.
Seja o maior de nossos receios não a dor do descobrir ou do discutir a verdade, ou mesmo do ser perseguido por causa dela, mas, antes, temamos o julgamento de nossas consciências e a posteridade, dedo acusador em riste, a indagar os motivos de uma timidez que tantos bichos desprotegeu,
“Bichos como o que vi ontem,
Na imundície do pátio,
Catando comida entre os detritos.
Quando encontrava alguma coisa,
Não examinava nem cheirava.
Engolia com voracidade.
O bicho não era um cão,
O bicho não era um gato,
O bicho não era um rato.
O bicho, meu Deus,
Era um homem”
(Manuel Bandeira).
Muito obrigado

Comentário
Não concordo muito com o pensamento do autor do artigo, direcionado para nacionalismo. A educação é o ativo intelectual mais importante de uma Nação. É só lembrar  Portugal nos tempos dos descobrimentos reuniu o que tinha de melhor de especialistas na área de navegação.

No Brasil desde o Império a educação não foi um foco estratégico para adquirir conhecimentos científicos. A educação  foi  para elite usufruir o poder. Desde o descobrimento o Brasil é um mero fornecedor de matéria prima para o mundo. Pau-Brasil, ouro, cana de açúcar, café,  agora. minério de ferro, alimentos, etc.

Veja alguns tópicos interessantes durante o reinado do D. Pedro II sobre educação.
1- D. Pedro II mostrou interesse pelos estudos. Antes de completar seis anos de idade, já dominava as línguas escritas portuguesa e inglesa, e estava aprendendo a língua francesa e a gramática.
2- Foi somente em primeiro de janeiro de 1843 que D. Pedro II falou, pela primeira vez, sobre a educação no Brasil durante a Fala do Trono dirigida à Assembléia Legislativa do Império “[...] Tenho que nesta sessão vos ocupareis desveladamente destes graves assuntos; bem como da Instrução Pública e dos meios de promover a introdução de braços livres, úteis ao país”.
3-O monarca voltaria a falar novamente sobre a educação na Fala do trono de 1865, mostrando assim que eram raríssimas as referências a respeito da Instrução nas formalidades de início dos trabalhos no legislativo: “[...] o desenvolvimento da Educação e Instrução Pública deve ser um dos principais objetos de vosso desvelo. A instrução municipal exige uma reforma baseada nos ditames da experiência”.
4-Na prática, pouco se fez pela Educação Pública. Embora muitos dispositivos constitucionais tenham sido criados, nenhum deles foi cumprido.
Esta situação era constante no país: “[...] as leis sempre se distanciaram das realizações”.
5- Embora na Constituição de 1824 houvesse a determinação de criação de escolas de primeiras letras em todas as cidades e vilarejos, de escolas para meninas em cidades maiores e a garantia de ensino gratuito de primeiras letras para todos os cidadãos, nada disso foi cumprido.
Os professores que ministrariam o ensino primário eram, em sua maioria, leigos. Sem apoio e desconsiderados pelas autoridades, eles se afastavam do magistério.
6-As escolas de Ensino Normal, que objetivavam o preparo do professor,  tiveram uma curta trajetória: a de São Paulo, criada em 1846 foi fechada em 1877; a da Bahia, do Ceará e de Niterói, criadas no período de 1830/1850, não foram adiante.
7 - O ensino brasileiro ou “Escolas de Primeiras Letras” – a cargo dos Governos Provinciais – foi praticamente ignorado pelas autoridades brasileiras, durante todo o período imperial. O total abandono da instrução pública oficial cedia lugar às instituições educativas das ordens religiosas , ficando nas mãos da Igreja Católica a primazia na formação dos futuros líderes do país.
8- D. Pedro II governou o Brasil durante 49 anos, parte dos quais esteve rodeado por artistas e
intelectuais. Entretanto, o erudito Imperador – que freqüentemente recebia cientistas, escritores,
poetas e músicos – pouco ou quase nada fez para arrefecer a grande taxa de analfabetos do país.
Fonte: A Educação de D. Pedro II, Imperador Do Brasil.- Universidade Estadual de Maringá - 21 e 22 de outubro de 2004
O mais interessante de todo esse problema educacional no tempo do Império continua até hoje. O Brasil sempre perde tempo, como hoje, está perdendo tempo. Nações que tem objetivos, resultados, direções, não perdem tempo.

sexta-feira, 22 de abril de 2011

Descobrimento do Brasil e feriado

Em 22 de abril comemora-se o Descobrimento do Brasil. Foi nessa data, no ano de 1500, que os marinheiros de uma frota portuguesa, sob o comando do capitão Pedro Álvares Cabral, avistaram um monte, que chamaram de Pascoal, no litoral sul do atual Estado da Bahia. Isso aconteceu depois de atravessarem o oceano Atlântico durante cerca de 40 dias, sem saber com certeza o que iriam encontrar aqui.  No dia 26 de abril, foi celebrada a primeira missa no Brasil.

Cabral tornou-se o chefe militar da expedição, enquanto navegadores mais experientes foram destacados para a expedição para ajudá-lo em assuntos navais Os mais importantes deles foram Bartolomeu Dias, Diogo Dias e Nicolau Coelho. Esses navegadores comandariam, junto com os outros capitães, 13 navios ( 10 Naus e 3 Caravelas)  e 1500 homens.Desse contingente, 700 eram soldados, embora a maioria fosse composta por plebeus comuns que não tinham nenhum treinamento ou experiência em combate anterior.

Após deixarem o local em direção à Índia, Cabral, na incerteza se a terra descoberta tratava-se de um continente ou de uma grande ilha, alterou o nome para Ilha de Vera Cruz. Após exploração realizada por outras expedições portuguesas, foi descoberto tratar-se realmente de um continente, e novamente o nome foi alterado. A nova terra passou a ser chamada de Terra de Santa Cruz. Somente depois da descoberta do pau-brasil, ocorrida no ano de 1511, nosso país passou a ser chamado pelo nome que conhecemos hoje: Brasil. 

A descoberta do Brasil ocorreu no período das grandes navegações, quando Portugal e Espanha exploravam o oceano em busca de novas terras. Poucos anos antes da descoberta do Brasil, em 1492, Cristóvão Colombo, navegando pela  Espanha, chegou a América, fato que ampliou as expectativas dos exploradores. Diante do fato de ambos terem as mesmas ambições e com objetivo de evitar guerras pela posse das terras, Portugal e Espanha assinaram o Tratado de Tordesilhas, em 1494. De acordo com este acordo, Portugal ficou com as terras recém descobertas que estavam a leste da linha imaginária ( 200 milhas a oeste das ilhas de Cabo Verde), enquanto a Espanha ficou com as terras a oeste desta linha. 

Mesmo com a descoberta das terras brasileiras, Portugal continuava empenhado no comércio com as Índias, pois as especiarias que os portugueses encontravam lá eram de grande valia para sua comercialização na Europa. As especiarias comercializadas eram: cravo, pimenta, canela, noz moscada, gengibre, porcelanas orientais, seda, etc. Enquanto realizava este lucrativo comércio, Portugal realizava no Brasil o extrativismo do pau-brasil, explorando da Mata Atlântica toneladas da valiosa madeira, cuja tinta vermelha era comercializada na Europa. Neste caso foi utilizado o escambo, ou seja, os indígenas recebiam dos portugueses algumas bugigangas (apitos, espelhos e chocalhos) e davam em troca o trabalho no corte e carregamento das toras de madeira até as caravelas. 

Foi somente a partir de 1530, com a expedição organizada por Martin Afonso de Souza, que a coroa portuguesa começou a interessar-se pela colonização da nova terra. Isso ocorreu, pois havia um grande receio dos portugueses em perderem as novas terras para invasores que haviam ficado de fora do tratado de Tordesilhas, como, por exemplo, franceses, holandeses e ingleses. Navegadores e piratas destes povos, estavam praticando a retirada ilegal de madeira de nossas matas. A colonização seria uma das formas de ocupar e proteger o território. Para tanto, os portugueses começaram a fazer experiências com o plantio da cana-de-açúcar, visando um promissor comércio desta mercadoria na Europa. Fonte: História do Brasil

Comentário

Um ator vestido de Pedro Álvares Cabral no Rio de Janeiro entrevistando algumas pessoas;

1-Local onde foi descoberto o Brasil?

Resposta: Baia da Guanabara

2- Que língua falava os portugueses?

Resposta: Aí você complicou

Enquanto isso o povão quer mesmo é curtir uma praia. Ninguém é de ferro. Ai que preguiça!

Sol, suor, cerveja e outras coisas mais.... Praia Grande no litoral sul de SP, lotada nesta sexta-feira

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Cuba aposta em líder de 80 anos para renovar Partido Comunista



"Não é o perfeito, mas é o que podemos fazer por enquanto", disse ontem o ditador de Cuba, Raúl Castro, 79, ao ser confirmado como chefe máximo do Partido Comunista e informar que o novo número 2 da legenda é o também líder histórico Ramón Machado Ventura, 80.

O tom de justificativa de Raúl, no encerramento do 6º Congresso do PC, tinha um motivo: o anúncio de que será a "velha guarda" que comandará as reformas econômicas anunciadas para a ilha contrasta com a promessa de promover um "rejuvenescimento sistemático" do PC feita dias antes por ele mesmo.

O encontro histórico marcou a exclusão formal do líder da Revolução de 1959, Fidel Castro, do cargo que ocupava há décadas e que agora é de seu irmão Raúl: o de primeiro-secretário da legenda.

Veterano da guerrilha de Sierra Maestra, Ventura, que já era desde 2008 vice-presidente do país, é o segundo-secretário.

Fidel, 84, fez uma aparição surpresa na cerimônia. De abrigo esportivo, o ex-ditador -que, doente, deixou o poder em 2006- caminhou devagar até a mesa principal do encontro. Foi ovacionado, enquanto a TV estatal focava militantes às lágrimas. Não disse uma palavra.

Os delegados do PC ratificaram a escolha do novo núcleo duro do partido -o birô, com 15 membros- e da cúpula ampliada, o chamado Comitê Central, de 115.

Três novos nomes ascenderam ao birô, com destaque para Marino Murillo, 50, espécie de czar das reformas econômicas, e o novo ministro da Economia, Adel Izquierdo, 65.

Já no Comitê Central, a renovação foi maior: 59 dos 115 nomes. Raúl frisou o esforço de aumentar a representação de mulheres (de 41%) e de negros e mestiços (31%).

A força dos militares no governo do general e ex-ministro da Defesa Raúl sobressaiu nas listas das duas instâncias. No birô, nada menos que 40% são militares, e são eles que controlam as maiores holdings estatais, como a de turismo Gaesa. Também estão à frente de joint-ventures com capital estrangeiro em mineração.

O encontro do PC, o primeiro em 14 anos, foi convocado para discutir como salvar a ilha da crise econômica, mas ganhou relevância política com a renovação da legenda e a proposta de Raúl de limitar a dez anos o período de um dirigente no poder.

Um dos mais longevos ditadores da história latino-americana, Fidel Castro escreveu ontem que a ideia de limitar a reeleição lhe "agradou". Disse que nunca se preocupou pelo tempo que permaneceria no comando -47 anos- e que aceitou a posição "quase obrigado".

O Congresso do PC fez uma deferência ao maior aliado econômico e político de Fidel, Hugo Chávez.

Um texto do presidente venezuelano, que obteve aprovação popular para instituir a reeleição indefinida em seu país, abriu a cerimônia de ontem. Fonte: Folha de São Paulo - São Paulo, 20 de abril de 2011 

Comentário: Isso que é democracia de partido único. A eleição é rápida e eficiente. É a famosa geriatria socialista. É o Conselho de Anciãos Socialistas. O sonho do PT é deitar eternamente em berço esplêndido, ou melhor, no Palácio Alvorada. Como fica Cuba e a Dilminha, que está pregando os direitos humanos? Cuba é diferente, é um laboratório de idéias socialistas.

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Fidel diz que nova geração deve fazer retificações para manter osocialismo



O ex-presidente cubano Fidel Castro disse nesta segunda-feira que a nova geração de políticos, que no futuro dirigirá o Partido Comunista de Cuba (PCC), deverá retificar "tudo o que deve ser retificado" para continuar construindo o socialismo.

"A nova geração deve retificar e mudar tudo o que deve ser retificado e mudado para continuar demonstrando que o socialismo é também a arte de realizar o impossível: construir e realizar a revolução dos humildes", escreve Fidel em um novo artigo divulgado nesta segunda-feira.

Na última de suas reflexões, Fidel afirma que está acompanhando os debates da convenção do PCC e se declara admirado com o preparo e o "elevado nível cultural" desta nova geração, que, segundo ele, é "tão diferente da que se alfabetizava precisamente em 1961, quando os aviões ianques de bombardeio, nas mãos de mercenárias, atacavam a pátria", em referência à invasão da Baía dos Porcos.

"Estavam tão preparados e seu vocabulário era tão rico que eu quase não os entendia", escreve o ex-presidente cubano, de 84 anos.

Fidel considera que a tarefa da nova geração "é ainda mais difícil" que a assumida pela sua quando o socialismo foi proclamando em Cuba há 50 anos "a 90 milhas (cerca de 145 quilômetros) dos Estados Unidos".

"Persistir nos princípios revolucionários é, a meu julgamento, o principal legado que podemos deixar-lhe (à nova geração). Não há margem para o erro neste momento da história humana", afirma.

Ele acrescenta que a direção do PCC "deve ser a soma dos melhores talentos políticos" e ser "capaz de enfrentar a política do império que põe em risco a espécie humana e gera gansters como os da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), capazes de lançar em apenas 29 dias (...) mais de quatro mil missões de bombardeio sobre uma nação da África".

Também ressalta que outro dever da nova geração de revolucionários é "ser um modelo de dirigentes modestos, estudiosos e incansáveis defensores do socialismo".

"Sem dúvida constitui um difícil desafio na época bárbara das sociedades de consumo superar o sistema de produção capitalista, que fomenta e promove os instintos egoístas do ser humano", afirma.

O 6º Congresso do PCC dá continuidade nesta segunda-feira a seus debates sobre o plano de reformas econômicas projetado pelo presidente Raúl Castro para atualizar o modelo socialista.

A reunião, que terminará na terça-feira, deve realizar também a nomeação de políticos para seus órgãos de direção, inclusive a escolha do primeiro-secretário, ao qual Fidel Castro renunciou.

Está previsto que essa renúncia seja formalizada e que Raúl Castro, o segundo secretário do PCC, passe a substituir seu irmão no principal cargo da legenda. Fonte: UOL Noticias - 18/04/2011 

Comentário: O eterno Fidel continua sonhando com o socialismo. O socialismo cubano   ofereceu quase nada ao povo cubano;  a maioria dos cubanos é funcionário público,  ganhando sem trabalhar.  O Fidel construiu o país sem trabalho, massificou a pobreza para que não houvesse comparação de classe. Mas só a elite política cubana é diferente, burguesa, etc. O Fidel sonha e continua sonhando com o socialismo, igual os cientistas que estão à procura dos extraterrestres, OVNI, etc.. Existe?

domingo, 17 de abril de 2011

Senador Aécio Neves tem habilitação apreendida em blitz no RJ



O senador Aécio Neves (PSDB-MG) teve sua carteira de habilitação apreendida por estar com o documento vencido e por se recusar a fazer o teste do bafômetro em uma Operação Lei Seca no Leblon, na zona sul do Rio de Janeiro, na madrugada deste domingo.

O documento foi apreendido e o senador foi multado em R$ 957,70. De acordo com o governo do Estado do Rio, o senador chamou um amigo para dirigir a Land Rover que guiava e foi liberado. O político terá de se dirigir ao Detran-RJ para renovar o documento de habilitação e pagar a multa.

Segundo informações da assessoria de imprensa do político, a blitz ocorreu a cerca de três quarteirões de seu apartamento, quando o senador voltava para casa após visitar amigos. Fonte: Zero Hora - 17/04/2011 

Comentário: Deveria dar o exemplo de cidadania. Muito provável ele tomou muita água, guaraná, coca-cola, etc. Talvez,  ele estava com hiponatremia, intoxicação por água. Mas o que ele gosta muito é de um bom  whisky tanto quanto o Calamary gosta de cachaça. A elite do PSDB gosta de whisky, scotch, enquanto a elite do PT gosta de uma boa cerveja, boa cachaça. Por causa disso o PT está mais próximo do povão ou compreende melhor o povão.

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Corpo do Salvador Allende será exumado no Chile

O juiz chileno Mario Carroza decretou nesta sexta-feira a exumação dos restos mortais do ex-presidente Salvador Allende para a realização de uma nova autópsia para tentar identificar as causas reais de sua morte, em 1973.

A exumação tinha sido cogitada em janeiro deste ano quando a Justiça do Chile anunciou que, pela primeira vez, investigaria as circunstâncias da morte de Allende.

Sua filha, a senadora Isabel Allende, chegou a declarar, na ocasião, que esperava que o Estado se empenhasse na apuração dos fatos que levaram "à pior ditadura que já sofreram os chilenos".

A exumação será realizada na segunda quinzena de maio com a participação de equipes do Serviço Médico Legal.

Na última terça-feira, Carroza recebeu familiares do ex-presidente, acompanhados pela advogada de direitos humanos, Pamela Pereira, para fazer constar que eles estão de acordo com a realização da autópsia.

A versão oficial da morte do ex-mandatário aponta que Allende se suicidou em 11 de setembro de 1973, depois da sede presidencial, o Palácio La Moneda, ter sido invadida por tropas golpistas lideradas pelo ex-ditador Augusto Pinochet. Fonte: Folha.com - 15/04/2011

Comentário: Deveria pedir para os especialistas do Museu de Cera, Madame Tussauds, fazer um clone de cera do Allende e construir um mausoléu  para sua glorificação. Os comunistas e simpatizantes gostam de cadáver embalsamado e beijar a mão. O sonho dos comunistas é olhar o passado de acordo com sua  estória (não confunda com a história).  Até o Chávez mandou exumar o corpo do Simón Bolívar. Coitada da América Latina, é um autêntico museu interativo.  


terça-feira, 12 de abril de 2011

12 de abril de 1961: Yuri Gagarin no espaço

Em 12 de abril de 1961, o cosmonauta russo Yuri Gagarin tornou-se o primeiro ser humano a completar uma volta em torno da Terra no espaço, em 1h48min. Sua frase "A Terra é azul!" entrou para a história.
A baixa estatura havia garantido ao major da Força Aérea russa Yuri Alexeievitch Gagarin, então com 27 anos, um lugar na apertada cápsula que o levaria à órbita terrestre. Seria mais uma vitória soviética na corrida contra os norte-americanos pela conquista do espaço.
Essa corrida havia começado a 4 de outubro de 1957, com o satélite Sputnik 1. Poucas semanas mais tarde, a cadela Laica foi enviada ao espaço. Os Estados Unidos reagiram em 1958, com o envio da sonda Explorer 1 e a criação da Nasa.
Três semanas depois do feito histórico de Gagarin, os EUA enviaram o astronauta Alan Shepard como primeiro norte-americano ao espaço, só que num vôo balístico e que durou apenas 15 minutos.

Os soviéticos e seus recordes
Em maio de 1961, o então presidente John Kennedy prometeu que, até o final da década, um norte-americano pisaria na Lua. O passo seguinte foi de John Glenn, a 20 de fevereiro de 1962, com três voltas em torno da Terra.
Enquanto isso, os técnicos e engenheiros soviéticos continuavam impressionando o mundo com uma série de recordes. Em 1963, Valentina Tereshkova foi a primeira mulher no espaço sideral; dois anos depois, o cosmonauta Alexei Leonov foi o primeiro a flutuar por dez minutos fora de sua cápsula; e, no ano seguinte, o módulo Luna 9 pousou na Lua.
Só muito mais tarde, a comunidade internacional ficaria sabendo que o programa espacial soviético custou muito mais vidas do que se supunha. Foi o caso, por exemplo, do cosmonauta Alexander Komarov, que morreu em 1967 porque o pára-quedas da Soyuz 1 não abriu na aterrissagem.

Um fim trágico
Para Gagarin, a morte de Komarov significou a perda do status de cosmonauta ativo, pois a União Soviética não queria arriscar a perda de mais um herói. Depois de retornar à Terra, foi recebido por Nikita Kruchov e homenageado por todo o país. Sua segunda viagem ao espaço estava programada para 1968, mas ele não pôde mais participar.
Durante um vôo de treinamento em 27 de março de 1968, Gagarin e um companheiro sofreram um acidente fatal. Somente no aniversário de 50 anos do histórico voo de Yuri Gagarin, em 2011, o Kremlin liberou documentos sobre a misteriosa morte do cosmonauta. O acidente teria sido causado por uma manobra brusca, dizem investigadores russos. Em 1969, o norte-americano Neil Armstrong seria o primeiro ser humano a pisar na Lua. Fonte: Deutsche Welle