Vai ao ar em cinco partes, a partir da próxima segunda-feira, o depoimento que Carlos Araújo, ex-marido da presidente Dilma Rousseff, gravou para a novela “Amor e Revolução”, do SBT.
Os depoimentos de ex-militantes de organizações de esquerda na época da ditadura são um dos chamarizes da trama de Tiago Santiago, e vão ao ar sempre no final dos capítulos.
Araújo será o primeiro entrevistado a ocupar cinco capítulos. No depoimento, ele negou a participação de Dilma em ações armadas, contou detalhes sobre o roubo do cofre do ex-governador Adhemar de Barros e falou sobre a prisão da presidente.
“Eu tenho muito orgulho de ser companheiro da Dilma. Sempre nos identificamos. O nosso bom companheirismo persiste até hoje”, disse.
Ele conta que foi um dos fundadores da VAR-Palmares (Vanguarda Armada Revolucionária Palmares ) e chama os assaltos que praticavam de “ações de desapropriação de bancos”.
Relata a prisão de Dilma em São Paulo e as sessões de tortura a que foi submetida. “Ela não ficou com sequelas. Felizmente. Ela entrou na cadeia nova e saiu nova.”
Araújo diz que o assalto ao cofre do Adhemar foi planejado pela necessidade de financiar as ações de guerrilha, que se avolumavam. “Tínhamos a informação de que o dinheiro do jogo do bicho era recolhido mensalmente e levado para a casa de Dona Ana Capriglione, no bairro de Santa Tereza, no Rio de Janeiro, e depois mandado para o exterior. Soubemos disso, fomos lá e pegamos o cofre. Naquela época tinha aproximadamente US$ 2 milhões.”
Ele diz que tentou o suicídio depois que foi preso e torturado e negou a participação da ex-mulher em ações armadas. “A Dilma não participou de ação nenhuma. Não existe nenhum processo. Ela não participou de nenhuma ação armada porque não era o setor dela. Ela atuava em outros setores.” Fonte:Folha.com - 29´de junho de 2011
Comentário: Interessante para a esquerda e para a mídia, o que eles fizeram foram uma aventura romântica terrorista. Naquela época a sociedade não apoiou esse romantismo da esquerda que nasceu na alienação dos movimentos estudantis. O mentor ou intelectual é muito mais perigoso pois ele formula a estratégia do terror, ele não mata diretamente, mas ele é o propelente.
Hoje na mídia a esquerda vende a imagem que naquela época era a Branca de Neve que foi passear na floresta e encontrou o lobo mau (ditadura). Não fizeram nada, não mataram, não torturaram, não seqüestraram, não mataram inocentes, não jogaram bombas, etc. Hoje eles são empresários, adoram a la dolce vita, buona vita, veja os Bons Companheiros do Molusco. Todos estão bem empregados, aposentados ou encostados na Casa da Viúva A Casa da Viúva é aquela boa senhora que paga as contas. O nosso Brasil
O roubo ou, melhor, o seqüestro ou desapropriação de bancos do mísero 2 milhões de dólares, equivale, hoje, apenas 34 milhões de dólares. Pode ser considerado o segundo maior roubo da história no país.
Veja o documento liberado para consulta pública sobre VAR-Palmares
VAR-Palmares planejou execução de militares
Documentos do grupo guerrilheiro, no qual militou a presidente Dilma, indicam planos para ‘justiçamento’ de oficiais do Exército
Com cinco páginas, o relatório A Campanha de Propaganda Militar, redigido por líderes do grupo, avalia que a eliminação de agentes da repressão seria uma forma de sair do isolamento. O texto foi apreendido em um esconderijo da organização, o chamado aparelho, e encaminhado em caráter confidencial ao então Ministério da Aeronáutica.
O arquivo inédito, revelado pelo Estado no ano passado e aberto à consulta pública na terça-feira, 12, faz parte do acervo do Centro de Segurança e Informação da Aeronáutica (CISA). No Arquivo Nacional, em Brasília, novo endereço do acervo que estava em poder do serviço de inteligência da Aeronáutica, há um conjunto de documentos que tratam da VAR-Palmares. Mostram, entre outras coisas, a participação de militares da ativa e a queda de líderes do grupo em Minas Gerais, Rio de Janeiro, Espírito Santo e São Paulo.
Os nomes dos integrantes do grupo receberam uma tarja preta, o que impede estabelecer relações diretas entre eles e as ações relatadas. É possível saber, por exemplo, que militantes de Belo Horizonte receberam em certa ocasião dez revólveres calibre 38 e munição, mas não os nomes desses militantes.
Na primeira página, o relatório de cinco páginas destaca que o grupo não tem "nenhuma possibilidade" de enfrentar os soldados nas cidades. Sobre o justiçamento de militares observa: "Deve ser feito em função de escolha cuidadosa (trecho incompreensível) elementos mais reacionários do Exército."
Extermínio. Na época da redação do texto, entre 1969 e 1970, a ditadura tinha recrudescido o combate aos adversários do regime. Falava-se em setores das forças de completo extermínio dos subversivos. Em dezembro de 1968, o regime havia instituído o AI-5, que suprimia direitos civis e coincidia com o início de uma política de Estado para eliminar grupos de esquerda.
A VAR-Palmares surgiu em 1969 com a fusão do grupo Colina (Comando de Libertação Nacional), em que Dilma militava, com a Vanguarda Popular Revolucionária (VPR), do capitão Carlos Lamarca. Dilma, à época com 22 anos, foi presa em janeiro de 1970 em São Paulo. Ela só foi libertada em 1972, após passar por uma série de sessões de tortura. Sempre que fala sobre seu envolvimento com a resistência ao regime militar, Dilma costuma ressaltar que sua visão atual da vida não tem "similaridade" com o que pensava durante o tempo de guerrilha.
O documento tornado público classifica as ordens como contraofensiva. Seria uma resposta aos "crimes" do regime militar contra a esquerda: "O justiçamento punitivo visa especialmente paralisar o inimigo, eliminando sistematicamente os cdf da repressão, os fascistas ideologicamente motivados que pressionam os outros."
O texto também dá orientações sobre como definir e vigiar possíveis alvos. A ideia era uma fazer uma lista dos oficiais "reacionários" e de pessoas ligadas à CIA, a agência central de inteligência dos Estados Unidos.
A VAR-Palmares tinha definido como alvos prioritários o delegado Sérgio Paranhos Fleury, do DOPS, e seu subordinado Raul Careca, acusados de comandarem a máquina da tortura nos porões de São Paulo: "Careca, Fleury são assassinos diretos de companheiros também. Trata-se de represália clara. Já outros investigados serão eliminados sob condição, conforme vimos acima." Fonte: O Estado de São Paulo - 13 de abril de 2011