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terça-feira, 31 de dezembro de 2019

Alemanha está despreparada para combater o crime organizado

A criminalidade organizada é global e não conhece fronteiras, mas alguns países carecem de instrumentos para combatê-la. É um absurdo que nações não se unam para enfrentar juntas esse problema, escreve Anabel Hernández.
   
Como outros países da Europa, a Alemanha sofre ataque constante de vários grupos do crime organizado transnacional que se dedicam principalmente ao narcotráfico, introduzindo toneladas de drogas ilegais em território alemão, bem como grandes quantidades de dinheiro ilícito para que seja lavado na economia legal do país.

Ao contrário de países na América Central e na América do Sul, na Europa o crime organizado geralmente não é violento, não mata pessoas, não queima mulheres, bebês e crianças em seus veículos, não explode bombas. Ele não se deixa perceber; por não ser visível, há pouca consciência sobre sua periculosidade. A Espanha e a Holanda, por exemplo, vivem as consequências disso; a Alemanha também.

Uma das regiões onde a presença de tais organizações criminosas cresceu de maneira preocupante é a Renânia do Norte-Vestfália, um dos 16 estados alemães. Como na Espanha e na Holanda, um dos fatores que o tornam "atraente" é sua localização geográfica e seu desenvolvimento econômico.

O estado é vizinho à Holanda, um dos principais produtores de metanfetaminas do mundo, e à Bélgica. Através do rio Reno, ele tem conexão direta com o porto de Antuérpia. Sua forte economia produz mais de um quinto do PIB alemão e concentra mais de 17 milhões de habitantes, o que representa um mercado consumidor em potencial para os traficantes de drogas. Segundo fontes ligadas à Justiça e à segurança pública, é por essa região que a maior parte das drogas entra na Alemanha.

CRIME ORGANIZADO NA EUROPA
Em 2013, a Europol havia identificado 3,6 mil grupos de crime organizado na Europa; em 2018, a agência detectou ao menos 5 mil. O Relatório Mundial sobre Drogas, publicado em 2019 pelas Nações Unidas, informou sobre uma pesquisa realizada em 73 cidades da Europa, focada na análise de urina em busca de sinais de anfetaminas, cocaína, ecstasy e metanfetaminas.
Segundo os resultados do estudo, na Alemanha foi detectado o maior uso de metanfetaminas, ao lado de Holanda e Bélgica. As três cidades com maior consumo foram Erfurt, Chemnitz e Dresden.

Como outras nações da União Europeia, a Alemanha não possui instrumentos para combater organizações criminosas que traficam e distribuem drogas no país e efetuam operações de lavagem de dinheiro.

Quando, em 2011, a 'Ndrangheta, da Calábria, na Itália, assassinou seis pessoas em Duisburg, na Renânia do Norte-Vestfália, acendeu-se um sinal de alerta que ao longo dos anos se tornou um sinal vermelho. Foi um ajuste de contas entre clãs que operam na Alemanha.
Naquela época, as autoridades asseguraram que não haviam detectado "nenhuma atividade mafiosa". Hoje, o secretário de Justiça do estado, Peter Biesenbach, junto a promotores e autoridades policiais, tem como missão enfrentar organizações criminosas que operam em seu território: italianas, mexicanas e turcas, entre outras.

CARTÉIS MEXICANOS
Chama atenção dos investigadores o fato de que, quando conseguem deter "testemunhas colaboradoras", estas se mostram abertas a falar sobre as operações da 'Ndrangheta, mas quase nunca dos cartéis mexicanos, porque mesmo entre os criminosos eles são considerados os mais violentos. Através dessa difusão do terror, os cartéis mexicanos crescem mais rapidamente.
Principalmente o Cartel de Sinaloa, que é o mais antigo e mais experiente nesse ramo criminal.

GRUPO DE TRABALHO ANTIMÁFIA
No início de novembro, Biesenbach e uma equipe de colaboradores participaram em Palermo, na Sicília, de um grupo de trabalho antimáfia, chefiado pelo procurador-geral Roberto Scarpinato. Este é membro do primeiro pool mundial de especialistas criado na Itália nos anos 1980 para lutar de maneira especializada contra uma forma de crime organizado que eles chamavam de "máfia" e que estava se expandindo na Sicília, confrontando o Estado, assumindo o controle do cotidiano de seus cidadãos, distorcendo os valores sociais.

FALTAM INTERCEPTAÇÃO E INFILTRAÇÃO.
De acordo com conversas informais com membros da delegação alemã, Berlim tem três desvantagens para lidar com esse tipo de crime organizado: do ponto de vista cultural, é difícil para os alemães entenderem como são e como operam essas organizações.
O crime de associação criminal foi introduzido na legislação apenas em 2017, mas faltam outras reformas legais que facilitem a investigação dessas organizações. Há escassez de instrumentos legais mais fortes para a investigação de suas operações e de seu patrimônio: faltam interceptação e infiltração.
Outro fator negativo para o combate legal a essas organizações criminosas é que a lei criminal alemã é feita para punir crimes cometidos por indivíduos, não pelo crime organizado.
Crime organizado investe em países com menos riscos legais

LEI DE "PREVENÇÃO PATRIMONIAL"
Na década de 1980, o Estado italiano criou uma lei de "prevenção patrimonial" que permite confiscar bens quando há suspeita de origem ilegal, sem a necessidade de provar um crime específico. A legislação permite o confisco de bens quando se evidencia uma desproporção entre o patrimônio e os lucros declarados ao Fisco.
Segundo investigações da Justiça italiana, desde a adoção dessa lei, organizações criminosas como 'Ndrangheta, Cosanostra e La Camorra não deixam mais ativos ilegais na Itália, porque há uma alta probabilidade de serem confiscados.
É por isso que esses capitais migram para outros países, como a Alemanha, onde há falta de conhecimento do problema, de legislação correspondente e de treinamento específico de agentes da lei. São ativos sangrentos cuja geração custou milhares de vidas humanas no México, mas também são capitais perversos que só conhecem as regras de seus próprios benefícios sem nenhuma ética, consciência ou responsabilidade social.

CRIME ORGANIZADO É GLOBAL
Nos dois anos em que me aprofundei no modelo italiano de combate ao crime organizado, comparando-o também com outros esforços, incluindo o americano, o estilo italiano de enfrentar a máfia aparece, certamente, como um modelo que demonstrou sua eficácia: prenderam e condenaram centenas de membros de grupos mafiosos, mas também políticos, servidores públicos, comerciantes, empresários e profissionais que se aliaram a tais grupos do crime organizado.
Mas o modelo chega a um limite, o mesmo enfrentado pelo México, Espanha e Holanda: o crime organizado é global, não conhece fronteiras, interage rompendo barreiras.

O crime organizado transnacional sabe como se conectar globalmente, compartilhando seus ativos, infraestrutura e capital para crescer junto e contornar as fronteiras nacionais. É um absurdo que países do mundo não se unam pelo menos numa base continental para enfrentar essa ameaça com uma política comum e meios legais coordenados, compartilhando inteligência, infraestrutura e recursos. Fonte: Deutsche Welle-11.12.2019

terça-feira, 10 de abril de 2018

Holanda, de paraíso da maconha legal a narcoestado

Na tarde de 26 de janeiro passado, o clube juvenil Wittenburg, situado ao lado de um parque infantil no centro de Amsterdã, realizava um curso de culinária e aulas de kickboxing. Era um dia como outro qualquer numa associação de bairro pensada para fortalecer a união entre os moradores. Ao redor das 19h, contudo, o clima de calma deu lugar ao horror. Dois homens armados e encapuzados entraram no local chamando um tal Gianni aos gritos. Os menores, seus monitores e várias mães se jogaram no chão. Com grande nervosismo, os agressores dispararam indiscriminadamente e fugiram num carro roubado. Deixaram um rastro de sangue e medo: Mohammed Bouchikhi, de 17 anos, estava morto; Gianni, de 19, buscado pelos pistoleiros (que não o conheciam), ficou gravemente ferido; outra jovem, de 20 anos, recebeu um disparo na perna.

O centro atacado fica na antiga zona portuária da capital holandesa, chamada Oostelijke Eilanden (Ilhas Orientais). Os moradores disseram “basta” após o tiroteio. Foi o segundo assassinato registrado ali nos últimos três meses, numa área de arquitetura de vanguarda transformada em cenário de ataques inusitados.

A polícia afirma que a maior parte dos enfrentamentos entre facções de diversas origens étnicas é culpa do tráfico de drogas. “Foi um tema tabu até agora, embora o crime organizado faça ajustes de contas com tiros em plena luz do dia. Deixam cabeças cortadas em frente ao negócio do rival, e uma economia paralela lava o dinheiro [do tráfico]. Além disso, nos últimos 30 anos os pequenos traficantes holandeses se tornaram grandes investidores em imóveis. Em suma, essas são as características de um narcoestado”, afirma Jan Struijs, de 56 anos, presidente do Sindicato da Polícia Holandesa.

CADA VEZ MAIS JOVENS
O Sindicato também se expressa com essa contundência no relatório que apresentou ao Governo, após entrevistar cerca de 400 inspetores. Um trabalho no qual Struijs, que já trabalhou como policial nas ruas, delegado e diretor da Academia de Polícia, pede um reforço de 2.000 agentes para combater o crime organizado, cujos pistoleiros são cada vez mais jovens. “A Holanda é um país seguro, mas há uma década o assassinato por encomenda custava uns 50.000 euros (200.000 reais) e o pistoleiro era um profissional adulto. Hoje, custa 5.000 euros (20.000 reais) e o autor é um menor. Essas pessoas costumam vir de famílias desintegradas, e seus ídolos são sujeitos ao volante de um carrão que fingem se ocupar deles, dizendo que terão dinheiro e status. Num dos últimos casos, o garoto que matou duas pessoas tinha 16 anos. O aliciador sabe que nessa idade os jovens passarão uns cinco anos presos e fazem promessas para quando saírem”, afirma Struijs.

A atual espiral de violência no país começou em 2012 no porto de Antuérpia. Um carregamento de 200 quilos de cocaína foi roubado e acabou sendo disputado por dois grupos rivais, um das Antilhas e outro do Marrocos. Ambos faziam parte de uma organização conhecida como Mocro Maffia. “Foram se matando entre eles desde então. Há mais de 20 mortos. Hoje, podemos dizer que há dois líderes, ambos na prisão. São Naoufal F. e Benaouf A., além de muitos grupos menores”, diz Mick van Wely, especialista em crime organizado do jornal De Telegraaf.

Seu colega Paul Vugts, do periódico Het Parool, escondido e sob proteção policial, afirma que houve uma troca da guarda no mundo do crime local. “Há 30 anos, os mafiosos eram holandeses autóctones. Alguns, como Willem Holleeder, continuam entrando e saindo da prisão, mas agora existem múltiplas figuras.”

Os especialistas destacam o porto de Roterdã como o principal lugar por onde entram drogas de todo tipo. Pela posição geográfica e a infraestrutura, a Holanda é o ponto ideal para distribuí-las ao resto da Europa. A guerra subterrânea pelo controle desse negócio acaba com derramamentos de sangue.

UMA POLÍCIA MAIS ÉTNICA PARA COMBATER O CRIME
A procedência dos criminosos é diversa: holandeses, do Suriname e das Antilhas, de origem turca e marroquina, e cada vez mais albaneses, segundo a polícia. Os estacionamentos subterrâneos de Amsterdã são o lugar favorito dos traficantes para seus ajustes de contas, mas um suspeito albanês foi alvo da ação em plena rua: dois motoristas de uma facção rival o atropelaram e roubaram sua cocaína a toda velocidade. Parte da droga acabou no chão, sob os olhares de todos.

“Apesar da variedade, os criminosos mais visíveis parecem ser de origem marroquina”, diz Ahmed Marcouch. Aos 48 anos e nascido no Marrocos, Marcouch foi policial na capital holandesa e ex-deputado social-democrata. Agora é prefeito de Arnhem, no leste do país. “Há na Holanda um grupo de jovens que se matam entre eles. Ganham muito dinheiro com assassinatos por encomenda, que depois gastam em carros, férias e casas, e se sentem intocáveis. Os donos da rua. Para combatê-los, precisamos de uma polícia com maior diversidade étnica. Que entenda sua língua e ganhe sua confiança porque compreende sua cultura. Mas o corpo policial é de maioria autóctone branca. O crime organizado é internacional, e a policia deve se organizar também”, afirma.

O assistente social Safoan Mokhtari diz que esses garotos que entram tão cedo no crime não são bobos. Conseguiriam um bom trabalho se tivessem o mesmo interesse em estudar. “Alguns vão ao colégio, mas depois se metem no lugar errado. Começam vendendo haxixe, e se passam para a cocaína é outro grupo. Outro ambiente.” Daí a importância da prevenção. “Os agentes fazem o que podem, e a diversidade é essencial para que haja um contato real e para melhorar a percepção que se tem deles”, diz. “Do contrário, esses jovens evitarão se aproximar.” Fonte: El País - 1 ABR 2018     

quinta-feira, 7 de dezembro de 2017

Policiais fazem selfies sorrindo com Rogério 157

Imagens que circulam na internet mostram fotos estilo "selfie" de policiais junto com o bandido Rogério Avelino da Silva, o Rogério 157, preso na manhã desta quarta-feira, 6.

Em algumas das imagens, os policiais e o traficante aparecem sorrindo - em uma delas, uma policial está quase apoiada no ombro de Rogério e ambos estão sorrindo.

O Secretário de Segurança do Rio, Roberto Sá, disse que os policiais que fizeram selfies com Rogério Avelino da Silva, o Rogério 157,  serão investigados pela Corregedoria Interna da Polícia Civil. O secretário afirmou que "houve uma euforia dos policiais, mas é possível que se tenha passado do ponto".

Segundo o secretário, o caso será objeto de apuração interna e os policiais envolvidos nas fotos deverão ser ouvidos.

"Não deve glamorizar criminosos, ele é mais um dos 4 mil criminosos que a polícia prende por mês. Foi uma prisão emblemática, houve uma euforia, mas pelas fotos é possível que se tenha passado do ponto. Mas temos que entender a euforia e evitar qualquer tipo de atitude que possa glamorizar esses criminosos", disse o secretário, em coletiva no Centro Integrado de Comando e Controle da Polícia, no centro.

Rogério foi preso na Favela do Arará, zona norte do Rio de Janeiro, quando a polícia realizava uma operação integrada na comunidade, e na Mangueira e Tuiuti, na zona norte do Rio de Janeiro. Um efetivo de 2,9 mil homens das Forças Armadas, membros das polícias Civil, Militar e Federal participaram da ação.

Rogério foi o responsável pelo tráfico na Rocinha depois que tirou o poder de seu antecessor e ex-aliado, Antônio Francisco Bonfim Lopes, o Nem, que está preso. Fonte: Estadão - 06 Dezembro 2017

Comentário: Confraternização entre celebridades instantâneas???
Certa vez o pintor americano Andy Warhol, disse  que todos terão seus quinze minutos de fama antes do advento da internet. Agora é a  eternidade. A rede social  lembra muito o Chacrinha  que dizia;  vai para o trono ou não vai?

sexta-feira, 7 de outubro de 2016

Policiais alemães mataram dez pessoas em 2015

Policiais alemães mataram dez pessoas e feriram 22 com tiros em 2015, segundo informações coletadas pela Escola Superior de Polícia, na cidade de Münster, e divulgadas pela imprensa alemã.
Em todo o ano houve 40 casos em que policiais dispararam contra pessoas. O número de casos não equivale ao de tiros disparados, já que, em um caso podem ter sido dados vários tiros. A estatística inclui apenas os casos em que uma arma foi apontada para uma pessoa.
Na maior parte dos casos (34), os tiros foram disparados para a própria defesa ou para ajudar colegas em perigo. Das dez mortes, nove se enquadram nessa categoria.
Em quatro casos (que resultaram em uma morte), os agentes usaram suas armas para evitar um crime grave. Os dois casos restantes foram dados em situações de fuga.
No total, foram disparados 48 tiros de alerta. E os agentes sacaram suas armas 11.884 vezes para matar animais doentes, feridos ou perigosos.
Em 2014, policiais mataram a tiros sete pessoas e feriram 31. Foram computados 46 casos em que armas foram apontadas contra pessoas. Fonte: Deutsche Welle -Data 22.09.2016

Comentário: Diferença brutal no uso de arma de fogo pela polícia alemã e brasileira
Levantamento exclusivo feito pelo G1 com base nos dados das secretarias da Segurança Pública mostra que ao menos 2.526 pessoas morreram em 2014 somente em ações de policiais militares em serviço em 22 estados do país. Isso significa sete mortos por dia, em média.

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

ECUADOR ¿QUE ONDA CON LOS PACOS?

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Funeral de Froilan Jimenez,  policía muerto en el rescate de Correa


Trato de entender la lógica de los acontecimientos recientes en Ecuador,  no es fácil tener una idea cabal de todo lo sucedido,  aún para los mismos ecuatorianos. La prensa y los analistas tienen la misma sensación. No hay certeza real de que fue lo sucedido.  Un verdadero intento de acabar con el gobierno,   o solo una demanda de tipo salarial mal encaminada.


Antecedentes.


El gobierno envío en forma urgente al legislativo, de mayoría oficialista.  Un proyecto de ley denominado;  Ley de Servidores Públicos el mismo que fue aprobado con demasiada premura y en el  cual se incurrió en severas deformaciones y errores incluso de redacción,  esto según los críticos de la ley en parte por el apuro que se le dio a la iniciativa.  En lo medular esta ley aplica regulaciones presupuestarias que afectan directamente los sueldos,  honorarios y beneficios adicionales,  percibidos por el sector público en general.   Pero esta ley también incluye como servidores públicos a los policías y militares;   les recorta varios beneficios e impone nuevas disposiciones que les juegan en contra.


En términos generales esta ley dispone los siguientes cambios para todo el sector burocrático:


Restringe severamente la creación de más cargos o vacantes o en el sector público


Homologación de sueldos,  es decir acaba con las desigualdades groseras que existían en la administración pública.  Por ejemplo no era sano que una secretaria de Petroecuador ganara doce veces más que una secretaria del ministerio de salud, y etc. etc.


Pone tope de $ 30.000 Dollares a las indemnizaciones por años de servicios.


Limita los sueldos de los directores y gerentes,  que en muchos casos ganaban más que el Presidente de la República.


Establece limitaciones y condiciones fuertes para los jubilados que reingresen a los mismos servicios públicos.


Trata de evitar el nepotismo,  impidiendo que miembros de un grupo familiar trabajen en la misma empresa.


Estas,  entre otras medidas contempla  la Ley de Servidores Públicos. En lo concreto con los policías,  las modificaciones son:


Elimina el sistema de bonificaciones y méritos 


La nueva ley elimina los reconocimientos económicos que obtenían los policías y militares desde los 15 hasta los 38 años de servicio, y deroga la entrega de medallas, botones, anillos, canastas navideñas y otros beneficios materiales, y trae consigo modificaciones en la seguridad social de los militares y en el pago de jubilaciones, que en un porcentaje podrían saldarse con bonos del Estado y no en efectivo.


Además establece un aumento en el tiempo de servicio para cada grado.  Antes un policía debía permanecer cinco años en un grado,  para poder acceder al grado inmediato superior. Ahora ese tiempo se extiende a siete años.  En Ecuador los clases y suboficiales tienen ocho grados jerárquicos.  Con exactitud  no se cuantos años ahora serán necesarios para que un policía raso,  pueda jubilar con el grado de Sub – oficial Mayor,  ya que no en todos los rangos el tiempo de permanencia es el mismo.  Pero es claro que se aumentó pesadamente la cantidad de años en servicio para alcanzar el rango mas alto dentro de la sub – oficialidad.   Todo esto causó mucho malestar y rabia en el personal policial.


A los policías se los incluyó dentro de esta ley,  sin que en modo alguno se haya considerado sus necesidades y sobre todo el hecho innegable de que a pesar de ser funcionarios públicos,  sus funciones son diferentes a las del resto de la burocracia. La carga horaria es muchísimo mas alta que en las demás reparticiones públicas y los factores de riesgo que envuelven su trabajo,  son elevadísimos. 


Ciertamente si el gobierno quería recortar presupuesto podría empezar,  eliminando los privilegios que tiene la alta oficialidad,  como por ejemplo los cuatro o cinco vehículos asignados a un solo general, cada uno con su respectivo chofer,  reducirles a los oficiales la cantidad de secretarias o de personal de servicio,  que simplemente no pueden justificar, las becas de los hijos de los altos oficiales, etc.   En lugar de quitarles las medallas,  los aguinaldos de fin de año,  los bonos en dinero que percibían cada cinco años al ascender de grado,  etc.


La crisis.


El jueves 30 de septiembre la Policía Nacional del Ecuador,  entra en huelga.  Los funcionarios se toman los cuarteles y unidades policiales y no salen a trabajar.  Realizan también manifestaciones en los exteriores de sus cuarteles.


A este movimiento policial se suma el personal de la FAE. Fuerza Aérea Ecuatoriana,  quienes se toman los aeropuertos de Quito y Guayaquil.  Esta es la única rama de las Fuerzas Armadas que toma un partido decidido en el conflicto.  Lo cual no es raro,  pues la FAE,  tiene un vergonzoso historial al respecto.  Recuérdese el secuestro del Presidente León Febres Cordero y toda la payasada que se vivió en torno a la decadente  figura del general Frank Vargas Pazos,  ex comandante  de la aviación.


Cerca del medio día,  el Presidente de la Republica Rafael Correa, en una demostración de estupidez política sin precedente,  ingresa a una de las dependencias policiales tomadas por los huelguistas.  Las actitudes leoninas del mandatario,  sumado a los ánimos caldeados de la tropa policial,  hacen que las cosas terminen mal y el Presidente debe abandonar el lugar en medio de forcejeos y gases lacrimógenos. 


Empiezan los misterios.


A causa de una operación reciente en una de sus rodillas,   el Presidente Correa debe ser internado en un centro asistencial.  Cosa rara,  que justamente decida atenderse en el hospital de la Policía,  como si  Quito,  no estuviera lleno de estupendas clínicas  privadas,  además de los hospitales militares que en estas circunstancias resultaban más seguros para el mandatario


Por un lado el Presidente y los  órganos oficiales,  denuncian que el mandatario está secuestrado al interior del hospital.  Por otra parte los insurrectos niegan la acusación.  El hospital es tomado por la Policía sublevaba y rodeado en el exterior por mas personal policial alzado.


Después de las 21:00  el ejército y personal del GOE (Grupo de Operaciones Especiales Policía) y del GIR (Grupo de Intervención y Rescate Policía) irrumpen en el hospital para rescatar al Presidente. 


Seguimos con los misterios,  si Correa estaba secuestrado ¿como es que no se producen muertes ni heridos en el interior de la habitación en donde estaba supuestamente recluido?,  es decir ¿porqué no hay bajas entre los comandos que lo liberan y los policías insurrectos que lo mantienen cautivo?.   ¿Como se da eso?,  al menos debió presentarse alguna resistencia de parte de quienes supuestamente lo tenían prisionero.  Pero eso no es así.  Por lo que muestran las imágenes el enfrentamiento se da con efectivos que rodeaban el edificio,  es cosa de ver los videos que están disponibles.  El fuego se dirige al exterior del edificio y no hacia adentro.


Correa es liberado en medio de una nutrida balacera,  en la cual fue posible incluso ver la muerte de un efectivo del GIR (Policía) Froilan  Jiménez,    esto transmitido en directo a todo el mundo.  Impactante escena.


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Froilan Jiménez


 


Mas misterios,  desde un primer momento las autoridades responsabilizan a Lucio Gutiérrez,  ex presidente que no pudo terminar su mandato y ex militar (Coronel de Ejercito) golpista,  de tendencia izquierdista radical.   De concertar y dirigir este golpe de estado.  Como prueba de esto se denuncia que el abogado de Gutiérrez lideró un ataque a los estudios centrales de la televisión estatal.  Sin embargo Gutiérrez no está en el país  vive actualmente en Brasil,  además una hija y un primo de él que actualmente son parte del ejército toman parte activa en la operación de rescate del Presidente.  Todo esto solo aporta más dudas y confusión al respecto.


Minutos después Correa está en Carondelet,  dirigiéndose a sus partidarios desde el balcón del palacio.  Proclamando que ha logrado vencer un golpe de estado.


Consecuencias inmediatas de la sublevación.


En primer término tenemos una cantidad enorme de hechos delictivos,   ocurridos principalmente en Guayaquil,  la segunda ciudad en importancia y primer puerto del país.  Los niveles delictivos en Guayaquil son críticos en circunstancias normales,  no habiendo policía,  se batió un record.  Solo en la mañana cinco bancos fueron asaltados,  gran cantidad de comercios grandes y pequeños fueron saqueados,  se suspendieron los servicios de transporte público,  los asaltos a mano armada en la vía pública ni siquiera han sido cuantificados, etc.  Algo similar ocurrió en otras ciudades,


Por orden del gobierno,  todos los canales de televisión y radio emisoras estuvieron obligadas a re-transmitir  exclusivamente las noticias del canal Ecuador TV y la radioemisora oficial.  Imponiendo una inaceptable censura y un totalitarismo sobre las informaciones,   con el transcurso de las horas las distintas estaciones privadas de televisión y las radios empezaron a emitir sus propios noticieros,  razón por la cual arriesgan fuertes sanciones.


Al momento y por tiempo indefinido se mantendrá el estado de excepción,  lo que en si constituye la suspensión de las garantías constitucionales,  es decir  las libertades fundamentales pueden ser suspendidas,  esto incluye censuras de todo tipo y la presencia de los militares en las calles.


La Policía Nacional,  será reestructurada.   Ya renunció el Comandante General Fredy Martínez,  en su lugar asumió  el General Fausto Franco,  que no es de la misma antigüedad del general Martínez.  Esto provocó la salida de la institución de todos los generales de la misma promoción de Martínez.  El ministro de Gobierno (Interior)  habla de “auto depuración” de la  Policía.  Ya que es posible que existan oficiales y tropa con intenciones golpistas.  


A pesar de la reiterada negativa del Presidente Correa  a cambiar el texto de la ley de Servidores Públicos,  hoy la prensa ecuatoriana ha informado de algunas precisiones y modificaciones  en lo referente a los militares y policías.


En conclusión


Difícilmente puedo entender el movimiento sangriento de la semana anterior,  como un intento del golpe de estado;   las razones son las siguientes: 


No había ningún tipo de exigencia en ese sentido por parte de los insurrectos.


No se tenía ningún líder político,  ni mucho menos al interior de las Fuerzas Armadas y Policía que se perfilara como alternativa al gobierno actual.


La mención de Lucio Gutiérrez por parte de algunos policías,  obedeció más bien a una maniobra tardía y desesperada de encontrar algún sustento o apoyo político.  Ya que como se sabe la verdadera oposición,  la derecha ecuatoriana liderada por Jaime Nebot no participó en este evento y se limitó a una prudente declaración.


El Presidente Correa,  demostró en forma descarnada su pésima capacidad para afrontar una crisis.  Y lo que es peor,  en su equipo se notó la absoluta ausencia de asesores capacitados o con la suficiente “autoridad” frente al mandatario para orientarlo en situaciones graves.


Si alguien sale ganando aquí,  es únicamente el Presidente Correa,  quien ha logrado un excelente elemento de distracción frente a los crecientes problemas económicos que su gobierno empieza a enfrentar.  La bonanza petrolera, que le permitió solventar muchos de sus programas sociales y  algunos de corte populista,  ha terminado.  Ahora debe enfrentar una realidad económica distinta.


La Policía Nacional,  ha sufrido un enorme traspié como institución. Ahora deberá enfrentar una reestructuración completa,  más que nunca vinculada a los vaivenes de la política.  Este episodio deja al descubierto una falta de liderazgo y confianza al interior de la institución.  El  hecho de no tener un vocero para el conflicto, un oficial que fuera depositario de la confianza de sus subalternos,  es clara muestra de esta realidad.  Si hubiese habido una cúpula o una persona que gozara de la confianza de sus subalternos,  se habría podido establecer un interlocutor válido y en alguna manera esto habría servido para evitar el derramamiento de sangre y el posterior proceso de “auto depuración” que el gobierno pretende ejercer en la institución.


La "auto depuración" mencionada por el gobierno,  ¿que es lo que implicará para los policías y los militares que de una u otra forma estuvieron involucrados en el incidente?  ¿No será en breve,  este un nuevo foco de conflicto esta vez,  con todas las Fuerzas Armadas?,  debido no solo  a los hechos constados,  también a  las suspicacias del gobierno.


Esta crisis pasajera,    podría ser solo la semilla de nuevas crisis aún más severas.  Consideremos que la enorme y articulada burocracia ecuatoriana,  no ha hecho movimiento alguno.  El Magisterio  -incluso el universitario- entre otros importantes estamentos burocráticos,   están en la mira de las reformas que se vienen con esta nueva ley.   La nueva situación económica con un presupuesto restringido y la consecuente carencia para los proyectos y planes del gobierno,  son un terreno propicio para el nacimiento y/o la continuación de conflictos sociales.