quinta-feira, 30 de julho de 2020

Coronavírus: Vacinas e testes clínicos

Alguns projetos em andamento
Obs: Há atualmente mais de 150 projetos de vacinas em andamento. Cinco projetos estão na fase 3, que é a final, após o teste em humanos – medida que é necessária para provar que a vacina é segura e eficaz.

MODERNA
A empresa norte-americana Moderna anunciou na segunda-feira (27 de julho ) que deu início ao estágio final de testes da candidata a vacina contra o novo coronavírus Sars-CoV-2. Essa é a terceira e última fase de ensaios clínicos em humanos.
O medicamento é desenvolvido com o apoio do governo norte-americano, por meio do Instituto Nacional de Doenças Infecciosas dos Estados Unidos (NIAID), e será aplicado em cerca de 30 mil voluntários adultos que ainda não foram infectados pela Covid-19.
Metade do número total de pessoas receberá duas doses da vacina, com um intervalo de 28 dias de uma para outra. Já o restante dos voluntários receberá duas injeções de uma solução de placebo.
A vacina, que ficará disponível em 89 laboratórios do país, é uma das cinco que estão na fase 3 dos testes, entre as 25 candidatas em estudo em humanos. O governo federal dos EUA apoia o projeto com quase U$1 bilhão.
Batizado de "Cove", o teste da empresa usa parte do mRNA do vírus para provocar a imunização. Segundo a Moderna, se a vacina contra a Covid-19 for eficaz e segura, ela poderá fornecer pelo menos 500 milhões de doses por ano, chegando até 1 bilhão de doses anual, a partir de 2021.

PFIZER E BIONTECH
O governo dos Estados Unidos acertou pagar 1,95 bilhão de dólares por 100 milhões de doses de uma potencial vacina contra a covid-19 desenvolvida pela farmacêutica americana Pfizer em parceria com a empresa alemã de biotecnologia BioNTech, se a imunização se provar bem‑sucedida.
A vacina da Pfizer e da BioNTech, batizada de BNT162, mostrou resultados promissores em pequenos estudos preliminares em humanos e, em breve, deve ser testada em larga escala, inclusive em brasileiros.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou, 12 de julho,  a realização de ensaios clínicos de duas variedades da BNT162 no país. Em todo o mundo, 29 mil voluntários participarão do estudo, sendo mil deles no Brasil, nos estados de São Paulo e Bahia.

UNIVERSIDADE DE OXFORD E ASTRAZENCA
O  ensaio clínico com mais de 500 participantes começou no final de abril. As autoridades de Oxford disseram que a vacina em potencial tem 80% de chance de sucesso e pode estar disponível já em setembro. A vacina usa um vírus modificado para acionar o sistema imunológico. A universidade fez parceria com a empresa farmacêutica AstraZeneca. A empresa informou em meados de maio que a vacina foi eficaz contra o COVID-19 após ser administrada a seis macacos rhesus. A empresa  iniciou o ensaio clínico em estágio avançado. O Brasil também está participando da fase 3 da vacina..

CHINA
EMPRESA FARMACÊUTICA CHINESA SINOVAC
A vacina CoronaVac é  uma das vacinas contra o novo coronavírus em fase mais adiantada de testes. Ela já está na terceira etapa, chamada de “etapa clínica”, onde é feita a testagem em humanos. O laboratório chinês já realizou testes do produto em cerca de mil voluntários na China nas fases 1 e 2. Antes, o modelo experimental aplicado em macacos apresentou resultados expressivos em termos de resposta imune contra as proteínas do vírus.
A vacina é inativada, ou seja, contém apenas fragmentos inofensivos do vírus. Com a aplicação da dose, o sistema imunológico passaria a produzir anticorpos contra o agente causador da covid-19, a doença provocada pelo novo coronavírus. No teste, metade das pessoas receberão a vacina e metade receberá placebo, uma substância inócua e sem efeitos químicos. Os voluntários não saberão o que vão receber. Esse método de testagem é chamado de “testagem cega”, e permite saber se há realmente efeitos físicos e químicos no uso da medicação ou se a melhora acontece simplesmente por ação do organismo. A China está desenvolvendo 19 vacinas candidatas para o enfrentamento da pandemia.

Ao todo, 23 vacinas já estão na fase clínica em todo o mundo. No entanto, apenas duas aparecem em estágio mais avançado, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). Ambas são testadas no Brasil: a ChAdOx1 desenvolvida pela Universidade de Oxford e a Astrazeneca, e a Coronavac, do laboratório chinês Sinovac.

ETAPAS DO ENSAIO CLÍNICO
Fase I. O medicamento é administrado a um pequeno número de pessoas saudáveis e pessoas com uma doença para procurar efeitos colaterais e descobrir a melhor dose.

Fase II. O medicamento é administrado a várias centenas de pessoas que têm a doença, procurando verificar se funciona e se existem efeitos colaterais que não foram detectados durante o teste inicial.

Fase III. Neste ensaio em larga escala, o medicamento é administrado a várias centenas ou até 3.000 pessoas. Um grupo semelhante de pessoas toma um placebo ou composto inativo. O julgamento geralmente é randomizado e pode levar de 1 a 4 anos. Esse estágio fornece a melhor evidência de como o medicamento funciona e os efeitos colaterais mais comuns.

Fase IV. Os medicamentos aprovados para uso passam por monitoramento contínuo para garantir que não haja outros efeitos colaterais, especialmente os graves ou a longo prazo.

VACINAS EM TESTE NO BRASIL:
1-A ChAdOx1 nCoV-19, desenvolvida pela Universidade de Oxford e pelo AstraZeneca, está sendo testada em uma parceria com a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp);

2-A CoronaVac, da Sinovac Biotech, está em testes por conta de uma parceria com o Instituto Butantan e o governo de São Paulo. A vacina   teve os testes ampliados e começou a ser testada em profissionais de saúde que atendem no Hospital Emílio Ribas, da capital paulista.

3-A BNT 162b2 da farmacêutica Pfizer e da empresa alemã BioNTech deverá ser testada nas cidades de São Paulo e Salvador.

4-O governo do Paraná fechou uma parceira com a China National Pharmaceutical Group (SinoPharm) para a testagem de uma vacina candidata contra o novo coronavírus (Sars-CoV-2).
O acordo, fechado por meio do Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar), prevê que o estado terá acesso aos resultados das duas primeiras fases e que, em caso de sucesso, "haverá repasse de tecnologia por parte da Sinopharm para que o Tecpar possa produzir a vacina".
Conforme comunicado oficial do governo, a expectativa é de que os testes comecem já no mês de agosto e que durem cerca de três meses. Além do Brasil, a vacina candidata está sendo testada em 15 mil pessoas nos Emirados Árabes Unidos.
A vacina da SinoPharm usa o vírus inativado do Sars-CoV-2 e foi desenvolvida em uma parceria com o Instituto de Produtos Biológicos de Pequim e o Instituto de Produtos Biológicos de Wuhan - cidade que foi o primeiro epicentro da pandemia da Covid-19. Fontes: Ansa Brasil, Agência Brasil, Deutsche Welle

Nenhum comentário:

Postar um comentário