sábado, 13 de junho de 2020

Coronavírus: As principais notícias sobre a pandemia em 12 de junho

ALEMANHA-QUASE CEM INFECTADOS EM FAZENDA DE ASPARGOS NA BAVIERA
Até agora, 95 pessoas testaram positivo para o novo coronavírus numa fazenda de aspargos na região suábia da Baviera. A câmara municipal de Aichach-Friedberg informou na sexta-feira (12/06) que foram examinados 525 funcionários.
"Atualmente, todas as pessoas que entraram em contato com infectados estão sendo identificadas", afirmaram as autoridades locais, explicando que os examinados não apresentavam sintomas por ocasião da retirada de secreção de mucosa.
Informações anteriores apontaram que os trabalhadores da colheita de aspargos no distrito de Inchenhofen foram divididos em pequenos grupos, algo que foi expressamente elogiado pela Departamento de Saúde de Aichach-Friedberg. A autoridade estima que o surto afeta apenas a fazenda de aspargos, razão pela qual os limites estabelecidos para novas infecções não deverão ter consequências de longo alcance.
A administração da empresa Lohner Agrar anunciou na sexta-feira que dadas as precauções, como seu próprio supermercados, sua própria cantina com distanciamento entre as mesas e
alojamentos em quartos de uma a duas pessoas, não há explicação para como o vírus chegou à fazenda.
Como o teste da mucosa não faz diferença entre vírus mortos ou ativos na região da garganta, os trabalhadores temporários da fazenda poderiam ter se infectado antes de chegar à Alemanha, apontaram autoridades de saúde.
Devido aos primeiros testes positivos, a empresa interrompeu a colheita e as vendas do vegetal há uma semana, encerrando prematuramente a temporada de aspargos.
Os funcionários testados positivo e algumas pessoas com que tiveram contato permanecem separados uns dos outros, em quarentena, em apartamentos de propriedade da empresa. «O Departamento de Saúde decidirá nos próximos dias quanto tempo vai durar a quarentena e a partir de quando os trabalhadores estrangeiros afetados poderão voltar aos seus países de origem", afirmou a empresa.
A Lohner Agrar informou ainda que várias pessoas que testaram negativo para o novo coronavírus já retornaram à Romênia ou voltarão nos próximos dias para seu país de origem.
Segundo o Instituto Robert Koch (RKI), responsável pelo controle de doenças na Alemanha, a grande maioria dos municípios e cidades alemãs não apresentaram nenhuma ou poucas novas infecções pelo novo coronavírus nos últimos sete dias. 365 de 412 municípios reportaram ao RKI no máximo cinco novos casos por 100 mil moradores nesse período de tempo.
Nos últimos sete dias, o distrito de Aichach-Friedberg registrou o maior número de infecções de coronavírus por 100 mil habitantes na Alemanha, informou o RKI.

ALEMANHA-LUFTHANSA QUER OFERECER TESTES DE COVID-19 AOS PASSAGEIROS
Segundo reportagem divulgada pela revista Spiegel, a Lufthansa quer oferecer aos passageiros a possibilidade de fazerem testes para covid-19 antes de embarcarem nos voos que partem dos aeroportos de Frankfurt e Munique.
A companhia aérea alemã deseja disponibilizar centros para a realização dos exames nesses aeroportos já no mês de julho para os passageiros em viajem para países que exijam a apresentação dos testes. Os resultados devem ficar prontos em quatro horas.
Segundo uma pesquisa também divulgada pela Spiegel, 60% dos alemães tem receio de se contaminarem com o novo coronavírus durante algum voo.

ALEMANHA-BRANDEMBURGO DECLARA FIM DOS LIMITES PARA REUNIÕES PÚBLICAS
Menos de três meses após a adoção de medidas para conter o novo coronavírus, o estado alemão de Brandemburgo anunciou o fim das restrições de contato que impunham limites de no máximo 10 pessoas ou duas famílias.
O governador Dietmar Woidke disse, após se reunir com seu gabinete na cidade de Potsdam, que a partir desta segunda-feira, a questão da higiene e do distanciamento social será o foco principal.
"Este é um grande passo ao darmos uma nova responsabilidade à população do estado", observou. O governo manteve a obrigatoriedade do uso de máscaras de proteção para todas as pessoas com mais de 6 anos no transporte público, no comércio e hospitais, além das casas de repouso, ônibus e barcos de turismo.
A partir do dia 15 de junho, serão permitidos eventos com até mil pessoas, incluindo concertos e serviços religiosos. Não há limite de público para as manifestações e protestos, mas devem ser observadas as regras de distanciamento social.
As creches e jardins de infância reabrirão normalmente a partir da próxima segunda-feira. As escolas retomarão as aulas após as férias de verão, no dia 10 de agosto.

BRASIL-PANDEMIA AVANÇA NA AMAZÔNIA E AMEAÇA POVOS INDÍGENAS
Com menos de dois meses de vida, o bebê S.D, da etnia kalapalo, está internado numa UTI neonatal em Cuiabá, Mato Grosso, para que tenha chances de sobreviver à covid-19. O recém‑nascido é mais um infectado pelo novo coronavírus dentro da Terra Indígena Xingu - a primeira a ser criada no Brasil, em 1961.
"Os parentes [como indígenas se referem a outros indígenas] estão muito assustados. A gente sabia que, quando a covid-19 chegasse, a gente não teria estrutura. É muito triste o que está acontecendo”, diz Watatakalu Yawalapiti, liderança na TI Xingu.
Devido à gravidade do caso, a Justiça atendeu a um pedido do Ministério Público Federal e obrigou o governo do estado a remover o bebê para algum hospital público ou particular. A transferência ocorreu na última quinta-feira (11/02), três dias depois da decisão judicial.
Além do recém-nascido, pelo menos dois outros casos de covid-19 foram confirmados entre os indígenas do Xingu. Para evitar uma disseminação mais rápida, lideranças tentam isolar as aldeias e pregar o distanciamento social, o que é antinatural na cultura indígena, totalmente baseada na coletividade. No estado, a primeira vítima da doença foi um bebê da etnia xavante, de oito meses.
"Temos que proteger os parentes porque não temos apoio do governo, que é ausente. Pedimos muitas vezes que colocassem barreiras sanitárias, mas não aconteceu até agora”, afirma Yawalapiti.
Aterrorizados com o avanço da pandemia nos territórios isolados, eles clamam por apoio. "A gente está pedindo socorro”, diz Eliane Xunakalo, da Fepoimt (Federação dos Povos e Organizações Indígenas de Mato Grosso).
"Não podemos esperar que os povos sejam dizimados, extintos, como já aconteceu no passado. A gente não pode contar com governo federal, porque para ele não é interessante que a gente receba ajuda”, afirma Xunakalo.
Contrário à demarcação de terras indígenas, o presidente Jair Bolsonaro repete desde sua campanha eleitoral que tem intenção de autorizar atividades econômicas, como mineração e monocultura, nos territórios.
Desde o início da pandemia, 264 indígenas morreram vítimas do novo coronavírus, segundo dados da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), atualizados nesta quinta-feira. A maior parte dos casos ocorrem em Amazonas (133), Pará (52) e Roraima (29).

REINO UNIDO-COMPANHIAS AÉREAS PROCESSAM GOVERNO BRITÂNICO
As companhias aéreas British Airways, EasyJet e Ryanair lançaram uma ação legal contra o governo britânico para eliminar a quarentena imposta aos viajantes que chegam ao Reino Unido.
Em comunicado conjunto, as empresas declararam que a quarentena em vigor desde segunda‑feira "terá um efeito devastador no turismo e na economia do Reino Unido e destruirá milhares de empregos"
O Reino Unido decretou uma quarentena obrigatória de 14 dias, a ser reavaliada a cada três semanas, para todas as chegadas por terra, mar e ar, independentemente de os viajantes residirem ou não no Reino Unido.
As companhias aéreas pediram que o assunto fosse levado à Justiça o mais depressa possível.
Segundo as empresas, a quarentena é restritiva demais e não se baseia em nenhuma consulta ou evidência científica.
O governo britânico argumentou que poderia estabelecer pontes aéreas para certos países, a fim de não comprometer o renascimento do turismo há muito aguardado pelo setor aéreo.
Mas as três empresas questionam esse dispositivo e pedem ao governo que restabeleça a quarentena introduzida em 10 de março, para que seja válida apenas para viajantes de países de alto risco. Uma medida similar foi anunciada na quinta-feira pela União Europeia.

REINO UNIDO-PANDEMIA DERRUBA ECONOMIA BRITÂNICA
O Reino Unido anunciou nesta sexta-feira (12/06) a maior queda mensal de seu PIB da história: 20,4% em abril, na comparação com o mês anterior.
A queda é um efeito direto da pandemia de coronavírus, que paralisou a economia britânica. Na comparação com o mesmo mês do ano anterior, o recuo chega a 24,5%, também um recorde.
O Reino Unido decretou confinamento obrigatório em 23 de março, e a medida só foi relaxada em maio. Abril foi, portanto, provavelmente o mês mais afetado pela pandemia.
O país era, até o início desta sexta, o segundo em número de mortes por coronavírus – no total, foram mais de 41.300 óbitos.

Para muitos, o confinamento obrigatório foi decretado tardiamente. Segundo admitiu nesta semana Chris Whitty, assessor do governo britânico para questões de saúde, um “lockdown” apenas uma semana mais cedo poderia ter salvado 20 mil vidas. Fonte: Deutsche Welle - 12.06.2020

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