segunda-feira, 23 de setembro de 2019

Dia da árvore, 21 de setembro: Em São Paulo, selva de pedras

Pode até ser clichê, mas não é à toa que São Paulo é vista como uma selva de pedras. Considerando a malha da cidade, sem contar os bolsões de mata ao sul e ao norte da capital nem seus parques, o índice médio de cobertura verde no viário urbano é de só 11,7%.
O dado foi revelado em uma pesquisa do Laboratório Senseable City, do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), que já calculou, com o auxílio do Google Street View, a cobertura verde de 23 cidades do mundo. Na lista, São Paulo, o único município brasileiro analisado, fica na terceira pior posição, só à frente de Quito, no Peru, (10,8%) e Paris, na França, (8,8%), a pior colocada.

OBJETIVO
Os organizadores do projeto, apelidado de Treepedia, explicam que a ideia não é criar um ranking para que as cidades compitam em uma “olimpíada verde”, mas gerar reflexões entre os tomadores de decisão sobre onde é preciso agir para melhorar esses índices. E também servir como uma ferramenta para ajudar a decidir onde essa ação tem de ser priorizada.
O objetivo da Treepedia é quantificar e caracterizar como os cidadãos veem e experimentam a paisagem de uma cidade e seu verde. Como as ruas são a unidade primária pela qual as pessoas se movem e experimentam a cidade, nos concentramos nelas. E, considerando os muitos serviços que fornecem, como o resfriamento e a retenção da água das chuvas, as árvores das ruas são fundamentais..

MAPEAMENTO
O mapeamento não só quantifica a cobertura das cidades, mas também a distribuição de árvores. No caso paulistano, ele revelou nossa desigualdade verde. Enquanto a zona oeste é bem arborizada, a leste padece sem sombras. Em alguns poucos cantos, a cobertura supera a média das cidades que aparecem com melhor desempenho, como Vancouver, no Canadá,(25,9%) e Cingapura, na Ásia, (29,3%). Algumas ruas do Alto de Pinheiros chegam a ter 46%, enquanto vias na Mooca têm menos de 3%.

ÁRVORE É SAÚDE
Pesquisas científicas têm apontado, porém, que os benefícios associados a uma boa arborização vão muito além do conforto térmico.
Árvores removem poluentes da atmosfera e umidificam o ar. Estima-se que uma única árvore de grande porte pode transpirar 150 mil litros de água em um ano – 400 litros por dia. Estudos em cidades da Europa e dos Estados Unidos também já apontaram para uma redução da depressão, do risco de morte por doenças cardiorrespiratórias e melhora geral do bem-estar em quem vive em áreas urbanas mais verdes.

IMPACTO NO CLIMA
Num futuro cada vez mais quente por causa das mudanças climáticas, a arborização urbana assume importância fundamental, afirma o biólogo Marcos Buckeridge, da USP, que compõe o grupo do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) que analisa os cenários em torno da meta de conter o aquecimento a 1,5°C definida pelo Acordo de Paris.
“Arborização urbana aparece como umas das principais estratégias para amenizar ao máximo um aquecimento médio acima de 1,5°C, que podemos sentir já a partir de 2030. Árvores serão o guarda-chuva verde que vai proteger as pessoas”, diz. Fonte: Fonte: O Estado de São Paulo - 30 jul 2017

COMENTÁRIO:
O ultimo mapeamento de arvores realizado pela prefeitura foi em 2014 e foram catalogadas 650 mil árvores em ruas e praças. São Paulo  com 12,2 milhões de habitantes, conforme dados de 2018 e a estimativa do número de árvores por 100 habitantes é de 5,3..
Atualmente a cidade de São Paulo conta com
· mais de 100 parques municipais,
· 8 parques urbanos estaduais, aproximadamente 5 mil praças,
· 2 Áreas de Proteção Ambiental (APA) Municipais,
· 3 APA’s Estaduais e 2 Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPN), que são Unidades de Conservação de Uso Sustentável,
· 6 Parques Naturais Municipais e
· 6 Parques Estaduais, todos Unidades de Conservação de Proteção Integral, e 17.800km de vias públicas.

Nenhum comentário:

Postar um comentário