A agência de classificação de risco financeiro Fitch reduziu a nota de risco soberano do Brasil, de BB a BB- com
perspectiva estável, depois do fracasso das negociações para a reforma da
Previdência, considerada essencial para sanar os déficits públicos. A nota
serve como uma baliza para grandes investidores: quanto mais baixa, mais longe
o país fica de conseguir o selo de "bom pagador", o que ajuda o fluxo
de investimentos e impacta em outras taxas da economia.
"A redução [da nota] do Brasil se deve a seus
persistentes e amplos déficits, ao elevado e crescente peso da dívida do
governo e ao fracasso para legislar com reformas que melhorem os resultados das
finanças públicas", explicou a agência em um comunicado.
A Fitch questiona a viabilidade da reforma, a poucos meses
das eleições presidenciais e legislativas de outubro, que ainda não têm nenhum
candidato do agrado do mercado. Esse calendário "significa que a reforma
da Previdência será abandonada até depois das eleições e há incerteza sobre a
capacidade do próximo governo de garantir sua aprovação de forma
oportuna", acrescenta. A Bovespa, que estava em alta, mudou de direção
após o anúncio, e caía 0,5% no começo da tarde.
Em janeiro, a Standard & Poor's rebaixou a nota de
crédito da dívida do Brasil de "BB" para "BB-". A agência
elogiou os esforços do Governo Temer, considerado uma administração pró‑receituário
básico do mercado, mas disse que os resultados não são suficientes. Para a
agência, não há apoio suficiente na classe política para avançar as reformas
liberais que interessam ao mercado financeiro. Fonte: El País - 23 FEV 2018
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