domingo, 7 de maio de 2023

Cidade tem menos de uma biblioteca para cada 100 mil habitantes

Cidade tem menos de uma biblioteca para cada 100 mil habitantes. Cidade do México tem 3,1, e Buenos Aires, 2,7. Frequência em bibliotecas é baixa, e retirada de livros, mais baixa ainda. Para especialista, família, escola e bibliotecas formam tripé para melhorar hábito de leitura.Nos últimos anos, São Paulo ganhou 12 bibliotecas, chegando a um total de 106 unidades abertas a todo tipo de público, mas a maior e mais populosa cidade da América Latina tem menos de uma biblioteca por 100 mil habitantes _ 0,86.  

A taxa em São Paulo é menor do que a das outras cidades mais populosas do continente, como Cidade do México, que tem 3,1 bibliotecas para cada 100 mil habitantes, e Buenos Aires, com taxa de 2,7.

O levantamento foi feito pelo g1 com dados da Secretaria da Cultura da Cidade de São Paulo, do World Cities Cultures Forum e do Sistema de Información Cultural, do México.  

FECHAMENTOS E POUCOS LEITORES

Além de ter uma taxa baixa para a população, algumas bibliotecas não estão funcionando. No caso das municipais, 47 das 54 estão abertas.

Mesmo nas que estão com portas abertas, o número de frequentadores está diminuindo.  

No primeiro bimestre de 2023, 120.365 pessoas visitaram as bibliotecas municipais, um número menor, se comparado aos mesmos períodos dos anos anteriores à pandemia de Covid-19, quando registraram uma média bimestral de 227,7 mil pessoas em 2019 e de 200,6 mil pessoas em 2018.

Em 2019, a quantidade de visitas anual foi de 1.366.036 milhão de pessoas (53 bibliotecas), e, em 2018, 1.203.581 milhão (54 bibliotecas).

Em 2021, com a capital voltando a funcionar presencialmente aos poucos, 49 bibliotecas voltaram a abrir, mas a frequência no ano foi de apenas 588.126 pessoas. Cerca de 700 mil visitas a menos do que em 2019, antes da crise sanitária.

QUANTIDADE DE LIVROS

São Paulo também carece de livros. Segundo dados da Rede Nossa São Paulo, a média é de 0,21 livro por habitante, sendo que 61 distritos estão abaixo dessa média.

Apenas os distritos de República, Liberdade, Pari e Santo Amaro têm mais de um livro por habitante.

Segundo dados do Instituto Pró-Livro (IPL), apenas 17% dos paulistanos afirmam frequentar bibliotecas, sendo que cerca de 40% disseram ter bibliotecas próximas de casa.

Para Zoara Failla, coordenadora do Instituto Pró-Livro, existem alguns motivos que causam a situação atual:

·        dificuldade de acesso às bibliotecas;

·        bibliotecas que estejam abertas;

·        que tenham um modelo mais acolhedor para o leitor;

·        a própria "formação do leitor" desde a infância.

O problema é agravado quando a análise mostra que a frequência nas bibliotecas não traduz o hábito de leitura.

LEITORES E INTERNET

Na Biblioteca Mário de Andrade, a maior do estado e que está localizada no Centro de São Paulo, por exemplo, a frequência de visitas em 2023 é de cerca de 12 mil pessoas por mês, enquanto os empréstimos de livros mensais são 2,9 mil.

O g1 visitou a biblioteca e conversou com algumas pessoas que estavam no local. A maioria diz que utiliza a biblioteca por causa do ambiente silencioso e pelo wi-fi gratuito.

SOLUÇÃO PARA MAIS LEITORES

Segundo Zoara, coordenadora do IPL, o crescimento do número de leitores está baseado em três pilares:

·        ações das famílias;

·        das escolas;

·        das bibliotecas,

VEJA O QUE ELA DIZ SOBRE ESSES PILARES

FAMÍLIA

Ao “compararmos os leitores com os não leitores, percebemos que, quando a gente pergunta para os leitores quem foi que despertou seu interesse, a família aparece em primeiro lugar, considerando mãe e pai. A gente verificou que têm mais leitores entre aqueles que ganhavam livros de presente. Mas que família é essa? Uma família leitora, que tem livros em casa, que leva seus filhos à livraria e, infelizmente, a gente tem aí 20% das famílias brasileiras com esse perfil. E os outros?”

ESCOLA

"Se o interesse não despertar na família, ele deveria acontecer na escola. Infelizmente, as escolas não estão despertando esse interesse nessa garotada. Então, quando você tem atividade de leitura dentro de uma sala de aula, ela vira uma tarefa. Acho que dentro de uma sala de aula já deveria ter esse despertar da curiosidade de você ir atrás de um livro, ensinar como se encontra o livro do teu interesse. Essas experiências, essas práticas, são poucas escolas que desenvolvem".

Segundo a pesquisa mais recente do Instituto Pró-Livro, ao comparar a aprendizagem entre escolas que têm e que não têm bibliotecas, os alunos que têm essa opção estão 1,5 ano à frente na aprendizagem dos que não têm. Zoara afirma que as bibliotecas também deveriam promover ações que chamem a comunidade do seu entorno.

BIBLIOTECAS

“A gente precisa pensar em um modelo de biblioteca que acolhe, voltado para a comunidade e voltar para a formação leitora, para o despertar o interesse à leitura. Eu acho importante que a biblioteca se preocupe com essa formação dessa garotada. É importante criar um espaço lúdico para a garotada dentro das bibliotecas, como a gente vê nessas grandes livrarias, porque as crianças ficam fascinadas com essa experiência de folhear um livro, de descobrir um livro, e isso fica na memória afetiva dela." Fonte: g1 SP — São Paulo - 23/04/2023  

sábado, 6 de maio de 2023

Coronavírus: Situação do Estado de São Paulo até 5 de maio de 2023

 

OMS declara fim da emergência global por covid-19

Após mais de três anos, Organização Mundial da Saúde remove mais alto nível de alerta em relação à doença – um passo significativo para o fim da pandemia que matou milhões no mundo.

A covid-19 não representa mais uma emergência de saúde global, declarou a Organização Mundial da Saúde (OMS) nesta sexta-feira (05/05) – um passo significativo para o fim da pandemia que matou mais de 6,9 milhões no mundo e deixou economias e comunidades devastadas.

A decisão veio um dia depois de uma reunião do comitê de emergências da OMS, que recomendou que a entidade declarasse o fim da emergência de saúde pública de interesse internacional, em vigor há mais de três anos.

"Aceitei esse conselho. É, portanto, com grande esperança que declaro o fim da covid-19 como uma emergência de saúde global", afirmou o diretor-geral da organização, Tedros Adhanom Ghebreyesus.

O mais alto nível de alerta da OMS foi atribuído à covid-19 em 30 de janeiro de 2020. O status ajuda a concentrar a atenção internacional em uma ameaça à saúde, além de reforçar a colaboração no âmbito de vacinas e tratamentos.

Declarar o fim da emergência de saúde global é um sinal do progresso feito pela comunidade internacional nessas áreas, embora não represente o fim da covid-19 – que, segundo a OMS, veio para ficar.

"Isso não significa que a covid-19 deixou de ser uma ameaça à saúde global", reforçou Tedros, estimando que a pandemia matou "pelo menos 20 milhões" de pessoas no mundo, quase três vezes o número registrado oficialmente.

"A covid mudou o mundo e nos mudou. E é assim que deve ser. Se voltarmos a como as coisas eram antes da covid-19, teremos fracassado em aprender nossas lições, e fracassado com nossas gerações futuras", completou.

UMA DOENÇA DEVASTADORA

O chefe da OMS ainda lamentou os danos que a doença causou à comunidade internacional, lembrando que o vírus destruiu negócios, exacerbou divisões políticas e mergulhou milhões na pobreza.

Quando a OMS declarou pela primeira vez que o coronavírus era uma emergência de saúde global, a doença ainda não tinha sido nomeada covid-19, e não havia grandes surtos fora da China.

CASOS DE INFECÇÃO, VACINA

Mais de três anos depois, o vírus causou cerca de 764 milhões de casos de infecção em todo o mundo, e cerca de 5 bilhões de pessoas receberam pelo menos uma dose de vacina contra a doença.

MORTES

Em números de mortos, a pandemia está em tendência de queda há mais de um ano. Segundo dados da OMS, a taxa de mortalidade da covid-19 diminuiu de um pico de mais de 100.000 pessoas por semana em janeiro de 2021, para pouco mais de 3.500 na semana até 24 de abril deste ano.

Ainda assim, regiões do Sudeste da Ásia e no Oriente Médio registraram recentemente picos de casos da doença.

A OMS não declara o início ou o fim de pandemias. Mas começou a usar o termo para se referir ao surto de covid-19 em março de 2020, quando o vírus já havia se espalhado para todos os continentes, exceto a Antártida, embora muito depois de vários cientistas já terem alertado que uma pandemia estava em curso.

RESPOSTA GLOBAL

O chefe de emergências da entidade, Michael Ryan, afirmou que os líderes internacionais precisam agora refletir sobre como enfrentar futuras ameaças à saúde, dados os inúmeros problemas que prejudicaram a resposta mundial à covid-19.

Atualmente, países estão negociando um tratado pandêmico que, segundo alguns, pode definir como as futuras ameaças causadas por doenças serão enfrentadas – embora seja improvável que tal tratado se torne juridicamente vinculativo.

Após longos períodos de restrições duras visando combater a covid-19, vários países, como Alemanha, França e Reino Unido, abandonaram muitas de suas medidas contra a pandemia no ano passado.

Nos Estados Unidos, a declaração de emergência de saúde pública por covid-19 está programada para expirar em 11 de maio, quando serão suspensas medidas abrangentes de resposta à pandemia, como a obrigatoriedade de vacinas.Fonte: Deutsche Welle – 05.05.2023