segunda-feira, 14 de outubro de 2019

Arthur Nory é campeão mundial de ginástica

Medalhista de bronze nos Jogos Olímpicos, Arthur Nory agora é também um campeão mundial. No domingo (13), ele faturou, na última prova do Mundial de Stuttgart (Alemanha), a primeira e única medalha da seleção brasileira: um ouro, na barra fixa. Momentos antes, Flávia Saraiva foi quarta colocada no solo, ficando sem medalha por detalhes, e, antes ainda, sexta na trave de equilíbrio. Também, Bia Ferreira foi campeã mundial de boxe.

Nory, que na Olimpíada do Rio foi bronze no solo, chegou ao Mundial cotado para uma medalha na barra fixa, mas não era nem o principal favorito entre os brasileiros. Chico Barretto ganhou o ouro nos Jogos Pan-Americanos, com nota 14,566, logo à frente do próprio Nory. Nas eliminatórias do Mundial, porém, Chico caiu do aparelho e não conseguiu vaga na final.

No domingo, o ginasta do Pinheiros se superou. Depois de receber nota 14,600 nas eliminatórias, ele melhorou 0,3 em execução e subiu para 14,900. Quinto a se apresentar, assumiu a primeira colocação e passou a torcer para que os adversários não o superassem. Deu certo. Daiki Hashimoto, do Japão, teve várias falhas, e Tyson Bull, da Austrália, teve uma queda. Samuel Mikulak, estrela da ginástica norte-americana, também não brilhou, e deixou o ouro com Nory.

Com a medalha, Nory entra em um seletíssimo hall da ginástica brasileira. Antes dele, só Arthur Zanetti (um ouro e três pratas) e Diego Hypolito (dois ouros, uma prata e dois bronzes), entre os homens, haviam ganhado medalhas em Campeonatos Mundiais. No feminino também já foram ao pódio Jade Barbosa (dois bronzes, em 2007 e 2010), Daiane dos Santos (ouro em 2003) e Daniele Hypolito (prata em 2001).

No sábado (12), Zanetti não conseguiu cravar a chegada de sua apresentação na final das argolas, deu um passo a mais, e isso o tirou do pódio. Com nota 14,700, o brasileiro terminou apenas na quinta colocação, a 0,208 da medalha de ouro. O passo a mais lhe tirou 0,3.

MEDALHAS DO BRASIL EM MUNDIAIS

Ouro
Daiane dos Santos (solo) 2003
Diego Hypólito (solo) 2005 e 2007
Arthur Zanetti (argolas) 2013
Arthur Nory (barra fixa) 2019

Prata
Daniele Hypólito (solo) 2001
Diego Hypólito (solo) 2006
Arthur Zanetti (argolas) 2011, 2014 e 2018

Bronze
Jade Barbosa (individual geral) 2007
Jade Barbosa (salto) 2010
Diego Hypólito (solo) 2011 e 2014
UOL Noticias - 13/10/2019  

sábado, 12 de outubro de 2019

São Paulo monitora o avanço de barbeiros

As autoridades de saúde pública estão preocupadas com a dispersão do inseto barbeiro da espécie Panstrongylus megistus a partir de Taboão da Serra, na região metropolitana de São Paulo, para a capital.

O barbeiro transmite a doença de Chagas se estiver infectado pelo protozoário Trypanosoma cruzi, causador da doença de Chagas. Atualmente, a espécie Panstrongylus megistus tem importância epidemiológica porque geralmente vem infectada pelo parasita.

SINTOMAS DA DOENÇA
·    Os sintomas iniciais da doença de Chagas são febre, dor de cabeça e fraqueza.
·    Na fase aguda, o fígado e o baço aumentam e aparecem distúrbios cardíacos.
·    Na crônica, compromete o coração e o aparelho digestivo.
·    Em crianças, a doença pode levar à morte.

Além dela, outra espécie de barbeiro também existe no estado: a Rhodnius neglectus, presente na região Noroeste, mas sem infecção pelo protozoário.

Mesmo que não ainda exista transmissão da doença de Chagas na região metropolitana e na capital paulista, a Sucen (Superintendência de Controle de Endemias) do Estado de São Paulo iniciará neste mês um monitoramento em quatro parques da capital:
·    Villa-Lobos, do Povo;
·    Água Branca (na zona oeste);
·    e Ibirapuera (zona sul).

ROTA DE DESLOCAMENTO.
O objetivo é fazer a busca ativa por exemplares do barbeiro, bem como identificar sua rota de deslocamento.
Segundo Rubens Antonio da Silva, biólogo, pesquisador e coordenador técnico do Programa de Controle de Doença de Chagas da Sucen, a hipótese é de que os corredores verdes estejam facilitando a dispersão dos insetos.
"Examinando os locais de ocorrência de barbeiros nos últimos anos, concluímos que eles podem estar se movendo através das conexões de matas e parques, a partir da região entre as rodovias Régis Bittencourt e Raposo Tavares."
Dos parques, os barbeiros invadem as casas, fazem colônias e usam as pessoas e os animais domésticos como fonte de alimentação.

“No caso do Parque da Água Branca, a situação é um pouco diferente. Já existe a possibilidade de ter espécies de barbeiros no local. Estes bichos precisam de sangue quente de pessoas e de animais, e lá há mais de 1.300 galinhas que podem servir de fonte de alimentação”, afirma Silva.
O monitoramento dos parques inclui ações educativas e orientação aos frequentadores e moradores do entorno destes locais.
“Quando tivemos a grande transmissão, entre as décadas de 1950 e 1970, a região metropolitana de São Paulo não vivenciou a endemia e, portanto, não possui conhecimento da doença de Chagas. O que isso tem de relevante? Por não estarem atentas ao monitoramento da espécie, as pessoas podem ter o bicho dentro de casa e desconhecer”, afirma Silva.

Os Panstrongylus megistus têm o corpo marrom com manchas vermelhas e mede de 2,5 a 4 cm de comprimento. Os bichos são de comportamento noturno e atraídos pela luz. Voam num raio de 400 metros, distância que pode ficar maior se houver corrente de vento.

Quem vive perto de matas e de parques deve fechar portas e janelas ao escurecer, além de vedar frestas.
A dispersão dos barbeiros começou em setembro, com a primavera, quando ficou perceptível um aumento de exemplares adultos, porque eles buscam novos ambientes para colonização.

TRANSMISSÃO DA DOENÇA
 A transmissão da doença se dá pelas fezes que o barbeiro deposita sobre a pele enquanto suga o sangue.
Geralmente, a picada provoca coceira e o ato de coçar facilita a penetração do protozoário pelo local. O parasita também pode entrar no organismo através da mucosa dos olhos, do nariz ou da boca ou de feridas e cortes recentes na pele.

Silva explica que atualmente não é este tipo de transmissão da doença de Chagas que preocupa as autoridades. A mais frequente é pela ingestão de alimentos à base de açaí ou de cana-de-açúcar, por exemplo. Em locais sem higiene adequada, o barbeiro pode ser triturado durante o preparo do alimento.

Também deve-se tomar um cuidado especial com os saruês (gambás), para que não permaneçam nos forros das casas. Eles são reservatórios do Trypanosoma cruzi. “Se os saruês servirem de fonte de alimento para os barbeiros, o risco de transmissão é amplificado”, diz Silva.

O RESSURGIMENTO
Desde 2016, foram encontrados 61 barbeiros Panstrongylus megistus no município de Taboão da Serra, todos em casas perto de matas, segundo a prefeitura.

Uma moradora achou três em sua residência. A família levou um susto, porque um deles estava no berço do filho dela. A Sucen foi acionada e esteve no local. Os bichos foram levados ao CCZ (Centro de Controle de Zoonoses) e a família tomou providências: a partir das 17h, os acessos à casa ficam fechados. As janelas e portas ganharam telas e protetores, respectivamente.

Itapecerica da Serra, Santana do Parnaíba, Embu das Artes e Carapicuíba também tiveram casos de barbeiro.
Em um caso em Embu das Artes, os bichos moravam num colchão e utilizavam um casal como fonte de alimentação.

Em Carapicuíba, o órgão coletou mais de 57 exemplares em diferentes estágios de desenvolvimento. Eles estavam associados a gambás que moravam nos forros de três casas dentro de uma mesma propriedade, mas nenhum apresentou positividade para o Trypanosoma cruzi, segundo a prefeitura.

Desde 2018, as equipes da Sucen registraram Panstrongylus megistus em áreas próximas a matas nos bairros Jardim Amaralina, Cohab Raposo Tavares, Jardim Esmeralda e Butantã (zona oeste).
Se houver uma expansão territorial dos barbeiros, a situação pode se agravar e no final deste ano os moradores do Tucuruvi e entorno do Parque da Cantareira [zona norte], e da região do Zoológico [zona sul], deverão encontrar exemplares dentro de casa.

Outras áreas também são vulneráveis ao aparecimento de barbeiros —Cotia e Osasco (Grande SP) e o ABC paulista.
Quem encontrar exemplares de barbeiro deve acionar a prefeitura e encaminhá-los, de preferência vivos, ao Centro de Controle de Zoonoses ou órgão semelhante. Fonte: Folha de São Paulo - 6.out.2019  



quarta-feira, 9 de outubro de 2019

Por que as folhas caem no outono?

Vermelho, amarelo e laranja são as cores do outono na Europa, quando as árvores perdem a tradicional cor verde. Entenda o porquê dessa mudança.

MÁGICA TRANSFORMAÇÃO
Parece meio óbvio que folhas são verdes. Mas, na Europa, elas têm essa cor apenas na primavera e no verão. No outono, as folhas são marrons, vermelhas ou amarelas.


FOTOSSÍNTESE
O pigmento verde nas folhas é a clorofila. Ele absorve a luz do sol e possibilita que plantas produzam açúcares a partir da água e do dióxido de carbono. A estrutura da clorofila se parece com o pigmento vermelho do sangue humano.

QUANDO CHEGA O OUTONO
Quando os dias se tornam mais curtos e as noites mais longas, uma árvore sabe que chegou o tempo de se preparar para o inverno. O processo começa devagar, com a quebra da clorofila em moléculas menores e seu armazenamento no tronco e raízes.

SURGE O VERMELHO
Além de clorofila, a folha tem também pigmentos vermelhos e amarelos. Na primavera e no verão, eles não são visíveis, pois o verde da clorofila esconde todas as outras cores. Quando a clorofila desaparece, o vermelho e o amarelo podem brilhar.

PALETA DE CORES
Carotenoides são responsáveis pelas cores douradas e laranjas. As antocianinas dão o tom dos vermelhos e violetas. Mas essas cores só aparecem quando o verde profundo para de encobri-las.

PALETA DE CORES
Carotenoides são responsáveis pelas cores douradas e laranjas. As antocianinas dão o tom dos vermelhos e violetas. Mas essas cores só aparecem quando o verde profundo para de encobri-las.

TANTO DESPERDÍCIO
As células de uma folha têm muita água. Se essa água congelasse e formasse cristais no inverno, as folhas quebrariam de qualquer jeito. Com temperaturas congelantes, não há nenhum motivo para mantê-las.

CHEGA O INVERNO
No inverno, as árvores não recebem quantidade suficiente de água para fazer a fotossíntese: mais um motivo para se livrar das folhas. Nestse período, as árvores hibernam, esperando por dias mais longos e quentes para que as folhas possam crescer novamente.

NEM TODAS
Algumas árvores se comportam de forma diferente, como estas na Floresta Amazônica, que estão sempre verdes. Como o inverno não é congelante em algumas partes do mundo, elas não precisam hibernar e mantêm as folhas e a clorofila durante todo o ano. Fonte: Deutsche Welle - Data 04.10.2019

segunda-feira, 7 de outubro de 2019

Oktoberfest de Munique

Os números da maior festa da cerveja do mundo
Você sabe quantos litros são consumidos na Oktoberfest de Munique? Confira os números que a tradicional festa da cerveja na Alemanha espera atingir neste ano.
A Oktoberfest recebe anualmente mais de 6 milhões de visitantes, que bebem mais de de 7 milhões de litros de cerveja.
São instalados 14 grandes pavilhões no imenso terreno onde ocorre a festa.
Em duas semanas são consumidos cerca de 100 bois, 500 mil frangos fritos, 70 mil joelhos de porco, 120 mil pares de salsichas brancas e  inúmeros pretzels, 15% dos visitantes da Oktoberfest são estrangeiros.
Os organizadores oferecem mais de 200 atrações e brincadeiras no festival da cerveja. Entre eles, o famoso tobogã. Deutsche Welle – 20.09.2019

sábado, 5 de outubro de 2019

As dez cervejas mais fortes do mundo

UTOPIAS, FABRICADA PELA SAMUEL ADAMS – 28%
Nesta garrafa de cerâmica que parece uma miniatura de caldeira de cobre usada em cervejarias está uma cerveja envelhecida 22 anos em barris onde já repousaram xerez, conhaques e uísques. A Samuel Adams, cervejaria de Boston (EUA), lança um novo lote da bebida com 27% de potência alcoólica a cada dois anos. Com um preço no varejo de 200 dólares, esta é a cerveja mais cara dos Estados Unidos.

TACTICAL NUCLEAR PENGUIN, DA BREWDOG – 32%
A cerveja é feita a partir de uma Imperial Stout (cerveja forte escura) congelada, o que inspirou o nome. A cerveja é congelada, e o gelo é removido, aumentando a graduação alcoólica, já que o álcool não congela. Os criadores sugerem que a bebida seja apreciada em pequenas doses, como "um bom whisky, um álbum de Frank Zappa ou a visita de um fantasma amigável".

BLACK DAMNATION VI MESSY, DA STRUISE – 39%
A Struise Brouwers é uma microcervejaria belga. A Black Damnation é feita a partir da Imperial Stout (cerveja forte escura). Entre as cervejas deles, a VI – Messy é a mais forte, com 39% de teor alcoólico. Ela nunca foi lançada comercialmente, mas quem a provou nos festivais de cerveja garante que o sabor é o mesmo de uma cerveja "normal", considerando as demais cervejas fortes desta lista.

SCHORSCHBOCK 40, DA SCHORSCHBRÄU – 40%
A Schorschbräu é uma séria concorrente da BrewDog na briga pela cerveja mais forte. Ela já havia demonstrado sua determinação com a Schorschbock 31%, uma Eisbock (a cerveja congela no tanque, e o gelo é retirado, daí o nome) mais forte do que qualquer outra, quando foi lançada em 2008. Sua versão de 40% foi fabricada no final de 2009, batendo a Penguin, da BrewDog.

SINK THE BISMARCK!, DA BREWDOG – 41%
A BrewDog respondeu em 2010 com esta, que batizou "Sink the Bismarck!" (Afundem o Bismarck!, maior navio de guerra nazista). Ela é descrita pela fabricante como uma IPA (India Pale Ale) quádrupla, com quatro vezes mais lúpulo, quatro vezes mais amarga e congelada quatro vezes. A 105 dólares a garrafa, também é pelo menos 40 vezes mais cara que uma cerveja convencional.

THE END OF HISTORY, DA BREWDOG – 55%
Para encerrar a batalha pelas cervejas mais fortes, a BrewDog lançou "The End of History" (o fim da história), com 55% de volume alcoólico. E deu também um toque controverso à embalagem: as garrafas vêm dentro de animais empalhados. Apenas 12 garrafas foram produzidas em 2010. Novas foram lançadas em 2016, e os apoiantes que investiram 20 mil dólares na empresa ganharam cada um uma garrafa.

SCHORSCHBOCK 57, DA SCHORSCHBRÄU – 57%
Em 2010, a Schorschbräu aumentou a graduação alcoólica da Schorschbock de 40% para 43%, e, no ano seguinte, lançou a Schorschbock 57%. A cervejaria alemã alega ser impossível aumentar ainda mais a potência alcoólica sem violar a Lei de Pureza da cerveja alemã, que existe há 500 anos e que segue em suas criações. Apenas 36 garrafas desta cerveja foram fabricadas, e cada uma custa 200 euros.

START THE FUTURE, DA KOELSCHIP – 60%
Também a holandesa Koelship criou uma série de cervejas fortes. Esta foi lançada um mês após a "The End of History", e por isso seu nome é "Start the Future" (comece o futuro). Apesar da produção limitada, o preço não disparou: 35 euros. Uma pechincha se comparada à da BrewDog em bichos empalhados, vendida a 750 euros.

ARMAGEDDON, DA BREWMEISTER – 65%
Outra fabricante escocesa, a Brewmeister, tentou o título de cerveja mais forte do mundo ao lançar a Armaggedon em 2012. Mas testes de laboratório comprovaram a adição de álcool ao produto. Desde então, ele não é mais produzida.

SNAKE VENOM, DA BREWMEISTER – 67,5%
Em 2013, a Brewmeister lançou a "Snake Venom" (veneno de serpente), que literalmente queima no estômago. O rótulo recomenda não exceder o consumo de 35 mililitros por vez. Com 67,5% de graduação alcoólica, realmente não é para puristas. O site RateBeer nem chega a classificar esta cerveja, pois também aqui teria sido adicionado álcool. A potência alcoólica de uma cerveja comum varia entre 4% e 7%. Fonte: Deutsche Welle- 01.10.2019 

Dez razões pelas quais você deve abandonar as redes sociais

Jaron Lanier é uma das pessoas com as declarações mais impactantes que se pode encontrar no Vale do Silício, com seus dreadlocks, seu olhar fulminante, sua inteligência afiada e seu caráter explosivo.

Jaron Lanier foi parte da criação do protocolo da Internet, é considerado o pai da realidade virtual e um dos informáticos mais brilhantes da história do Vale do Silício. É escritor, filósofo e um destacado compositor de música clássica e eletrônica, que colaborou com músicos como Terry Riley e Philip Glass. Na última década, se tornou um dos principais críticos do uso da tecnologia digital. Há alguns anos, publicou um livro com o pouco sutil título “Você não é um aplicativo”, e sua outra obra, mais recente, se chama “Dez Argumento para Você Deletar Agora Suas Redes Sociais”.

Atualmente, Lanier é consultor para Microsoft, e não vacila em dizer que é uma voz qualificada para criticar a tecnologia digital, pois ele mesmo sabe cimo estão sendo desenhados os algoritmos. “Na verdade, conheço os algoritmos. Não sou um estranho que olha e critica”, diz Jaron. “Falo como cientista informático, não como cientista social ou psicólogo. A partir dessa perspectiva, posso ver que o tempo está se acabando. O mundo está mudando rapidamente sob o nosso mando. Portanto, não fazer nada não é uma opção”.

Lanier acrescenta que “o algoritmo está tentando captar os parâmetros perfeitos para manipular o cérebro, enquanto o cérebro, para encontrar um significado mais profundo, está mudando as respostas aos experimentos do algoritmo... Já que o estímulo não significa nada para o algoritmo, pois é genuinamente aleatório, o cérebro não está respondendo a algo real, e sim a uma ficção. O processo – de se obcecar com uma elusiva miragem – causa dependência.

Lanier assegura que os algoritmos dos bancos de dados gigantes criaram um novo modelo no qual “o comportamento dos usuários é o produto”, um comportamento que está sendo constantemente modificado, pois a grande aposta é justamente essa, usar o mais avançado informaticamente para aprender a modificar a conduta da forma mais proveitosa para os interesses das corporações.

Basicamente, o que Lanier (que se considera um otimista) acredita é que a Internet pode ser salva, mas é preciso abandonar as redes sociais e desmontar os grandes monopólios que controlam as nuvens de dados.

O problema está no modo de operar destes algoritmos, que estão sendo ajustados constantemente para capturar a atenção dos usuários e fazer com que se comportem de uma forma que seja mais rentável.

Isso gera uma enorme negatividade, sensações de raiva, narcisismo, indignação, entre outras, pois estas plataformas aprenderam que as emoções negativas duram mais online: o ódio se canaliza melhor online.

Segundo Lanier, as ferramentas destas plataformas funcionam melhor para as pessoas que buscam reproduzir sentimentos negativos. “Portanto, o Estado Islâmico tem mais sucesso nas redes sociais que os ativistas da Primavera Árabe.
Os racistas obtêm mais impacto que o movimento Black Lives Matter (“Vidas Negras Importam”), criando este aumento no movimento nacionalista racista nos Estados Unidos de uma forma que não havíamos visto em gerações.
Estes são os dez argumentos de Lanier para que você abandone agora as redes sociais (que correspondem aos dez capítulos de seu livro):

1) Você está perdendo seu livre arbítrio.
2) Renunciar às redes sociais é a forma mais precisa de resistir à loucura dos nossos tempos.
3) As redes sociais estão tornando você um idiota.
4) As redes sociais estão minando a verdade.
5) As redes sociais fazem que aquilo que você diz não ter importância.
6) As redes sociais estão destruindo sua capacidade de empatia.
7) As redes sociais estão fazendo você ser infeliz.
8) As redes sociais não querem que você tenha dignidade econômica.
9) As redes sociais estão fazendo com que a política seja impossível.
10) As redes sociais odeiam a sua alma.
Fonte: Carta Capital - 23/05/2019

quinta-feira, 3 de outubro de 2019

Cerca de 800 mil pessoas se suicidam por ano, diz OMS

Cerca de 800 mil pessoas, uma a cada 40 segundos, se suicidam todos os anos no mundo, de acordo com um relatório apresentado nesta segunda-feira (09/09) pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
O suicídio é a segunda principal causa de morte de jovens entre 15 e 29 anos, atrás apenas de acidentes de trânsito.
"Cada morte é uma tragédia para a família, amigos e colegas. Suicídios, porém, são evitáveis. Pedimos a todos os países que incorporem estratégias comprovadas de prevenção ao suicídio nos programas nacionais de saúde", afirmou o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus.


TAXA GLOBAL DE SUICÍDIOS
■Os dados mais recentes disponíveis revelam que, em 2016, a taxa global de suicídios ficou em 10,5 por 100 mil pessoas.
■No Brasil, os casos ficaram abaixo da média global, com 6,1. No país, 13.467 tiraram a própria vida naquele ano.

TAXA DE SUICÍDIO
■O país com a maior taxa de suicídio é a Guiana, com mais de 30 por 100 mil habitantes, seguido da Rússia, com 26,5.
■No topo desta lista, figuram também Lituânia, Lesoto, Uganda, Sri Lanka, Coreia do Sul, Índia e Japão, além dos Estados Unidos, que registraram 13,7 suicídios por 100 mil habitantes.

O relatório mostrou ainda que, em todas as idades, o suicídio apresenta uma taxa maior entre homens do que entre mulheres, com uma média global 1,8 vez superior. Nos países desenvolvidos, porém, o número de homens que tiram a própria vida é três vezes maior que o das mulheres, embora os números entre os gêneros sejam mais semelhantes nos países em desenvolvimento, onde quase quatro em cada cinco suicídios são registrados.

A OMS destaca ainda uma redução na taxa global de suicídios, que de 14 por cada 100 mil habitantes no início deste século para 10,5 em 2016, sendo o continente americano a única região onde houve um aumento no número de casos.

MÉTODOS DE SUICÍDIOS
Segundo o relatório, os métodos mais comuns de suicídio são;
■enforcamento,
■envenenamento por agrotóxicos e
■armas de fogo.
Reduzir o acesso às armas e outros meios de tirar a própria vida é, segundo a OMS, uma das melhores medidas preventivas.

CAMPANHA
A OMS iniciou campanha para proibir ou pelo menos limitar o acesso a pesticidas, método usado para um em cada cinco suicídios e muito frequente nas áreas rurais dos países em desenvolvimento. Muitas vezes, suicídios com agrotóxicos "ocorrem em momentos de angústia, de maneira impulsiva, quando a pessoa pode ter dúvidas sobre se deve ou não tirar a própria vida. Nesta circunstância, você não deveria ter acesso a um método tão rápido", disse Alexandra Fleischmann, do departamento de saúde mental da OMS.

A organização argumenta, por exemplo, que na Coreia do Sul, um país com uma alta taxa de suicídio, os casos foram reduzidos pela metade entre 2011 e 2013 após a proibição de um potente herbicida.

O suicídio é, depois dos acidentes de trânsito, a segunda principal causa de mortes entre jovens de 15 a 29 anos, com mais de 200 mil casos em 2016, por isso a OMS procura focar na prevenção em faixas etárias mais jovens.

"É importante trabalhar com jovens nas escolas, ensiná-los como superar os problemas e situações estressantes", afirmou Fleischmann, também destacando o papel dos meios de comunicação para prevenir o suicídio, por exemplo, não lhe dando uma aura romântica nem sensacionalista.

As Nações Unidas estabeleceram nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável reduzir em um terço a taxa global de suicídios antes de 2030, no entanto, com o atual ritmo, essa meta não seria alcançada, alerta a organização. Fonte: Deutsche Welle -09.09.2019