segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Estátua viva

Fotos tiradas em 17/02/2013 - Feira da Liberdade, São Paulo
Estátua viva ou estátua humana é uma performance artística em locais públicos de um artista de rua, imitando uma estátua com movimentos estáticos. Pausas sem movimento, controle sobre o corpo e técnicas e mímicas podem prender a atenção dos espectadores.

Os primeiros relatos de estátua viva chegam-nos do antigo teatro grego, onde em determinadas situações os atores faziam poses imitativas de estátuas. Na renascença apareceram representações de grupos em imobilidade querendo mostrar quadros vivos.



No final do século XIX, as esposas dos artistas de circo costumavam receber o público também com recriações de esculturas ou pinturas famosas.


 

Em 1987, António Santos aka Staticman começa as suas criações de estátuas vivas na rua (Rambla, Barcelona) e em 1988 bate o record Guinness de imobilidade (15h, 2min, 55 seg), com as suas apresentações pela Europa vai ganhando seguidores e hoje as estátuas vivas são presença em muitas das ruas das cidades deste nosso mundo. Fonte: Wikipedia

domingo, 3 de fevereiro de 2013

Queridos pais, amados filhos e familiares

Sou mãe de quatro filhos. Eu passei, totalizando os 75 dias dos meus dois primeiros filhos, na UTI Neonatal, mais os 140 dias do meu terceiro filho, também na UTI Neonatal, 215 dias diariamente dentro de uma UTI Neonatal.

Meu terceiro filho, eu perdi, ele ficou 140 dias em ventilação mecânica, nunca foi para casa. Nasceu com uma síndrome incompatível com a vida.

A dor que eu senti ao perdê-lo foi muito, muito grande... Sei que são situações diferentes da que vocês viveram com seus filhos e, talvez, o que eu passei não chegue nem perto do que vocês passaram e estão passando mas, situações à parte, eu gostaria de dizer que a dor da perda é indescritível, é única, é difícil, muitas vezes parece insuportável...

A perda de um filho abre uma ferida profunda, doída, que sangra sem parar. Você vai sentir esta dor o tempo todo, diariamente, até que em algum momento, de alguma maneira, esta ferida começa a cicatrizar. No lugar da ferida aberta ficará uma cicatriz. Há dias em que não a vemos e parece que ela nem está lá. Mas há dias em que nós podemos vê-la e senti-la como se ela estivesse ainda em forma de ferida, aberta, sangrando. Estes dias se alternam, não tem momento certo para acontecer, mas a dor da ferida aberta vai cedendo, cada vez mais, lugar para a convivência com a marca da cicatriz.

Para que isso aconteça é fundamental se permitir sentir, sofrer, viver esta dor. É preciso falar, chorar, não abafar os sentimentos, falar nem que seja com o seu íntimo em seus pensamentos... Buscar algo, alguém, em vocês mesmos, na fé de cada um, aquilo que possa ampará-los neste momento. Não ter vergonha de aceitar que, às vezes, a dor é muito mais forte do que nós... Só assim, um dia a ferida vai se transformar em uma cicatriz. E como toda cicatriz, vai nos acompanhar para o resto de nossas vidas. Mas acreditem, aos poucos, lentamente, vamos convivendo cada vez melhor com ela, e chega um dia em que a tempestade abre espaço para um dia de sol e, neste dia, mesmo olhando para nossa cicatriz, ao lembrarmos de tudo o que aconteceu vamos ter a doce lembrança dos bons e abençoados momentos em que estivemos ao lado de nossos amados filhos. E isto queridos pais, queridos familiares, é só nosso, ninguém nos tira, é eterno. E isto é muito mais significativo, muito mais forte em nossas vidas do que a presença da nossa cicatriz.

Que Deus abençoe a todos vocês, queridos pais, amados filhos e familiares.

Mãe e professora do curso de Psicologia da UFSM
Obs: Referente ao incêndio da Boate Kiss em Santa Maria
Diário de Santa Maria - 01/02/2013 | N° 3365- Angélica Dotto Londero

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Boate Kiss - Cai para 124 número de internados

Conforme dados do Ministério da Saúde, 65 permanecem em estado grave

Uma nova atualização do Ministério da Saúde aponta que 124 pessoas continuam internadas em hospitais do Rio Grande do Sul vítimas do incêndio na boate Kiss, em Santa Maria. Na noite de quinta-feira, o estudante Matheus Rafael Raschen teve a morte confirmada no Hospital de Pronto Socorro (HPS) de Porto Alegre. São 236 vítimas fatais.

Do total de feridos, 65 continuam em estado grave em Unidades de Terapia Intensiva (UTI), necessitando de ventilação mecânica — 43 em Porto Alegre, 19 em Santa Maria, dois em Canoas e um em Caxias do Sul. O restante dos internados está em alas de enfermarias, sendo 44 em Santa Maria, 13 em Porto Alegre, um em Canoas e um em Ijuí.

Ainda segundo o ministério, cinco pessoas tiveram alta hospitalar na quinta-feira, todas em Santa Maria. Na mesma cidade foram registrados 92 atendimentos psicológicos a familiares das vítimas da tragédia. Fonte: Diario de Santa Maria - 01/02/2013 

terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Boate Kiss - 118 feridos continuam hospitalizados

O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, em entrevista coletiva hoje de manhã, afirmou que 118 feridos no incêndio em boate continuam hospitalizados. Deste número, 20 apresentam queimaduras graves e fazem parte de um grupo de 75 pessoas em estado crítico. Dos 65 pacientes que estão nos hospitais de Santa Maria, 27 estão utilizando ventilação mecânica para respirar. Outras 53 pessoas que sobreviveram ao incêndio estão em hospitais em Porto Alegre e outras cidades do estado. O ministro afirmou que vai continuar no Rio Grande do Sul, e todos dias estará na cidade para acompanhar os atendimentos as vítimas e também aos familiares, e divulgou que nas últimas 54 horas não foi registrado nenhum óbito. Fonte: A Razão - 29/01/2013    

domingo, 27 de janeiro de 2013

Tragédia - Boate Kiss - Parte1- Balanço de vítimas

Autoridades alteram para 233 o número de mortos em Santa Maria

Durante coletiva de imprensa em Santa Maria (RS) o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, afirmou que os esforços da equipes médicas, no momento, estão voltados a salvar a vida das pessoas que ficaram feridas durante incêndio na madrugada deste domingo (27) na boate Kiss, na cidade gaúcha. Durante a coletiva as autoridades anunciaram que chega em 233 o número de mortos, sendo 120 homens e 113 mulheres.

Ainda segundo informações concedidas pelo ministro outros 92 pacientes estão internados em hospitais de Santa Maria e outros 14 foram transferidos para unidades hospitalares de Porto Alegre.

"A primeira prioridade é buscar salvar as vidas. Ainda temos 92 pacientes internados nos hospitais de Santa Maria", afirmou Padilha na entrevista coletiva.

Dos 233 mortos até o momento 115 foram identificados, com 43 destes tendo os corpos liberados. Padilha afirmou que a identificação é complicada porque muitas das vítimas estavam sem documentos. Fonte: Yahoo Noticias – domingo, 27 de janeiro de 2013

Tragédia: Incêndio na boate Kiss em Santa Maria, RS

Informações do Corpo de Bombeiros dão conta de que, pelo menos, cerca de 400 pessoas estariam na boate Kiss, no momento do incêndio que teria ocorrido por volta das 2h, deste domingo.

Na boate, acontecia a festa de quatro cursos da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) — Agronomia, Medicina Veterinária, Pedagogia e Tecnologia dos Alimentos. Ainda no local, ocorreria a festa de um bloco de carnaval da cidade, o Nagandaya. Ainda conforme os bombeiros, parte da parede teria sido quebrada por pessoas para que pudessem auxiliar na saída e para ajudar a ventilar oxigênio.

Segundo informações preliminares, o fogo teria começado na espuma de isolamento acústico, no teto. As chamas se espalharam rapidamente e todo o ambiente encoberto por uma fumaça preta. O integrante de uma das bandas que se apresentou nesta noite, teria acendido um fogo de artifício - uma espécie de sinalizador - que teria iniciado o incêndio.

O local possuiria apenas uma porta de saída e houve tumulto na tentativa de fuga. Bombeiros e populares abriram um buraco na parede externa para possibilitar que mais pessoas conseguissem sair.

Equipes do corpo de bombeiros, Base Aérea de Santa Maria, Polícia Rodoviária Federal, Polícia Rodoviária Estadual, Brigada Militar, Batalhão de Operações Especiais e Samu contam, também, com o auxílio do serviço de ambulâncias de urgência e emergência de diversos hospitais e clínicas da cidade.

Balanço parcial de vítimas: O número de vítimas é 231 e outras 117 pessoas estão hospitalizadas. Até as 13h30min a lista de mortos não havia sido divulgada oficialmente.Fonte: Diário de Santa Maria - 27/01/2013 

Comentário: Dezenas de tragédias semelhantes   já ocorreram em outras partes do mundo, mas as lições não foram aprendidas.


sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Uma carta de São Pedro a Dilma

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Caro povo do Brasil: meu nome é Pedro. Vocês certamente me conhecem, pois fui um dos apóstolos de Jesus e o primeiro Papa. Dizem que sou santo, mas, eu mesmo não tinha certeza disso. Ultimamente meus colegas, alguns mais santos do que eu, andam dizendo que eu mereço o "posto" pela paciência infinita que tenho ao aturar as acusações das autoridades do setor elétrico brasileiro sobre falta de chuva. Aliás, nem sei por que recebi essa responsabilidade e não entendo essas rezas dirigidas para que eu faça chover ou parar de chover aqui e acolá. Não tenho esse controle fino que eles imaginam. A minha área de atuação é probabilística.

Vocês são bem grandinhos para saber que esse seu pedaço de planeta fica em área tropical, onde o clima é bastante imprevisível. Apesar dessas incertezas, vocês têm riquezas naturais que muitas outras áreas da Terra não dispõem. Se, com tudo o que têm ai, vocês não conseguem construir um sistema que gere eletricidade de forma confiável e barata, então vocês devem estar fazendo tudo errado.

Aliás, andei conversando com um grupo de famosos cuja opinião vocês devem considerar. Os doutores Ampére, Hertz, Faraday, Maxwell, Edson e outros opinaram sobre o caso. Todos foram unânimes em dizer que ficaram preocupados como vocês complicaram e encareceram um sistema relativamente simples. Afinal, essa é uma tecnologia do início do seu século passado. Já Benjamim Franklin não entendeu possíveis risadas dirigidas aos raios que ele tanto estudou. Ele acha que o assunto é sério.

Mas, voltando ao tema desta carta, parem de me culpar por possíveis racionamentos que vocês mesmo provocam! Afinal, um lugarzinho chamado Noruega tem a eletricidade produzida 100% por rios e, além de ser bem mais barata, não passa a penúria que vocês se impõem, de vez em quando. Eu nem precisaria me resguardar das acusações, mas, como sou santo, vou apresentar uns dados para que vocês se convençam da minha inocência.

Como a tarifa de energia é tão alta se quase todos kWh vem da água? Nem santo entende esse modelo

As chuvas, que vocês candidamente acham que eu controlo, alimentam os rios e fornecem a energia natural para que as usinas produzam os quilowatts que vocês necessitam. Portanto, é bom cuidarem das matas ciliares e darem mais importância ao aquecimento global, porque essa energia será fortemente afetada. O que pode ocorrer é uma maior frequência de secas e enchentes, uma péssima situação para seu sistema.

Em média, com suas usinas de 2012, eu geralmente entrego por volta de 500 TWh na soma das quatro regiões. Nada mal se comparado ao consumo de 513 TWh de vocês. Afinal, vocês têm outras fontes de energia.

Em 2012, ao contrário do que as autoridades do seu governo dizem, por motivos que não posso controlar, só entreguei 436 TWh, 13% abaixo da média. Pelas rezas que recebo, até parece uma grande desgraça, mas valores nesse entorno já ocorreram em mais de 10% dos anos que constam nos seus registros.

Se vocês estão arquivando os dados, podem verificar que em 5% dos anos a energia natural esteve 30% abaixo da média! Isso sim é que é problema! Portanto, não aceito reclamações sobre 2012! Se eu, mesmo sendo santo, não posso saber o que virá em 2013, não entendo como é que autoridades garantem que não haverá problemas. Se até consultores de confiança do seu governo afirmam que o risco de racionamento não é nulo, é bom tomar cuidado com as promessas.
Para os que ainda acham que sou o culpado, saibam que apenas 36% do histórico da energia dos rios ficaram abaixo da média, ou seja, 64% estão na média ou acima! A distribuição é assimétrica. E mais: de cada cinco anos, um tem água igual ou maior que 20% da média! Quando isso ocorre, acho que nem posso dizer que fui eu, pois, pelo menos energeticamente, é uma dádiva de Deus. A pergunta que tenho é: Quem está se aproveitando dessas "dádivas"? Como é que vocês democratizam essa energia extra?

Mas, continuando minha defesa, como foram as minhas últimas "entregas" em relação à média? Antes dos 87% de 2012 que vocês tanto reclamam, vejam: em 2011 - 119%; em 2010 - a média; em 2009 - 117%; em 2008 - 97%; em 2007 -104%; em 2006 - 94%; em 2005 -108% e em 2004 - 108%. Ora, não venham me dizer que não conseguiram "guardar" alguma água que sobra de um ano para o outro, porque, daqui de cima estou vendo que os reservatórios não estão enchendo completamente. Portanto, algum espaço para guardar água ainda resta.

Eu nem deveria me intrometer para assessorar, mas, como sou santo, talvez vocês estejam sendo perdulários com a água estocada. A geração das hidráulicas (pouco mais de 70% das usinas), sempre muito alta, está muito estranha.

A maior fonte de energia são as hidráulicas? Claro! Elas são mais baratas, e parte dessa energia é da substituição pelas térmicas, que ficam como seguro. Mas, como é feita essa "transferência"? Quem pode "comprar" energia na "safra"? Como a tarifa é tão alta se quase todos quilowatts vêm da água? Nem santo entende esse modelo!

Há alguns anjos que estão por aqui desde o início dos tempos. Eles me contaram que, durante a criação do mundo, alertaram ao criador que esse pedaço da Terra que iria se chamar Brasil "largaria" com uma enorme vantagem depois da descoberta do eletromagnetismo.

- Senhor, a abundância hídrica e a diversidade hidrológica irão trazer uma enorme vantagem a esse povo. É uma injustiça com as outras nações que surgirão. Ao que o Criador, com um sorriso enigmático, retrucou: - É, mas vocês vão ver os modelos que eles vão adotar lá....

Queiram-me bem

Simão, mais conhecido como S. Pedro

Fonte: Valor Econômico - 25/01/2013 - Roberto Pereira D´Araujo é engenheiro eletricista, diretor do Ilumina (Instituto do Desenvolvimento Estratégico do Setor Elétrico)