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sexta-feira, 29 de setembro de 2017

INSS gastou R$ 1,1 bilhão em benefícios pagos a mortos

O INSS (Instituto Nacional de Seguridade Social) registrou, em 2016, um rombo de pelo menos R$ 1,1 bilhão em aposentadorias e pensões pagas a beneficiários mortos --o deficit previdenciário fechou 2016 em R$ 149,73 bilhões, pior patamar desde 1995. A informação consta de um relatório elaborado por técnicos do Ministério da Transparência, Fiscalização e Controladoria-Geral da União ao qual o UOL obteve acesso. O documento indica que o rombo pode ser ainda maior e que há casos em que benefícios foram pagos em nome de pessoas mortas em 2005.

O governo começou, no segundo semestre do ano passado, uma revisão nos benefícios de auxílio-doença ou aposentadoria por invalidez.
O relatório do Ministério da Transparência explica a origem do rombo de R$ 1,1 bilhão no ano passado. Ela pode ser dividida em duas partes.

A primeira é o pagamento indevido a beneficiários mortos. Os beneficiários do INSS, na sua grande maioria, recebem suas aposentadorias e pensões por meio de bancos cadastrados. O dinheiro é depositado diretamente na conta dos titulares.

Quando um beneficiário morre, os cartórios têm até o dia 10 do mês seguinte ao ocorrido para informar ao INSS sobre o óbito. Pelas normas técnicas, após receber a informação, cabe ao órgão suspender o envio do dinheiro ao morto.

O problema, segundo os técnicos, é que nem sempre a suspensão dos benefícios acontece de forma automática. Eles destacam que a demora para a suspensão dos benefícios é resultado de uma conjunção de fatores que vai desde a falta de infraestrutura adequada para o processamento das informações até a diminuição do quadro de pessoal do órgão.

Um levantamento feito entre janeiro e agosto de 2016 detectou que o INSS pagou benefícios a 101.414 pessoas que constavam como mortos no SISOBI (Sistema Informatizado de Óbito), operado pela Secretaria de Previdência Social. Esse mesmo levantamento identificou 1.256 beneficiários cujas mortes tinham sido constatadas em 2005, mas que recebiam benefícios em 2016.
Em média, segundo esse estudo, o INSS levou quatro meses para suspender o benefício. O prejuízo apenas nesse período dos oito primeiros meses de 2016 foi de R$ 460 milhões. Em dezembro de 2016, o rombo totalizou R$ 1,134 bilhão.

A segunda parte da explicação desse prejuízo é, segundo os técnicos, resultado da dificuldade do INSS em reaver os valores depois que eles já foram depositados. Do R$ 1,134 bilhão pago a mortos constatado em 2016, apenas R$ 119,1 milhões foram recuperados, em torno de 10,4% do total.
Essa dificuldade, diz o documento, decorre de uma série de fatores, como o entrave imposto pelos bancos onde os beneficiários mortos mantinham suas contas para devolver os recursos.

O relatório diz que os bancos alegam, em muitos casos, que não podem simplesmente devolver os recursos por conta do sigilo bancário.
Outro fator, diz o documento, é a fragilidade dos controles internos no processo de cobrança administrativa, evidenciada pela incapacidade da entidade de fornecer respostas aos auditores. O relatório diz, por exemplo, que o INSS não conseguiu nem sequer informar ao Ministério da Transparência a quantidade de processos que o órgão já moveu para reaver recursos pagos indevidamente a beneficiários mortos.

Além disso, os técnicos do Ministério da Transparência constataram que "há progressiva perda da capacidade de governança do INSS, que não dispõe de informações e meios para aprimorar a prevenção às fraudes na concessão e manutenção de benefícios".
Segundo o órgão, o INSS não tem formas "efetivas de recuperar os valores pagos indevidamente".

Erro inadmissível, diz auditor de ministério
Para o coordenador-geral de auditoria da área de Previdência do Ministério da Transparência, Cristiano Soares Pinto, o pagamento a beneficiários mortos é "inadmissível". "Essa questão dos mortos é inadmissível. Já colocamos no relatório, fizemos recomendações e, na semana passada, oficiamos o INSS para ver que medidas eles tomaram. Estamos aguardando o posicionamento deles", afirmou.
Segundo o coordenador, o dinheiro gasto pelo INSS em pagamentos a mortos poderia ser revertido ao pagamento de beneficiários vivos. "Esse é um dinheiro que poderia estar no Tesouro, sendo usado para pagar pensões e aposentadorias a quem realmente precisa", disse. Fonte: Do UOL, em Brasília -18/09/2017

quinta-feira, 7 de setembro de 2017

PF encontra malas de dinheiro em imóvel que seria ligado a Geddel

Malas e caixas com mais de 51 milhões de reais são encontradas em imóvel que teria sido emprestado a ex-ministro. Essa é a maior apreensão de dinheiro da história. Operação investiga fraude na Caixa Econômica Federal.

A Polícia Federal (PF) encontrou nesta terça-feira (05/09) malas e caixas cheias de dinheiro num apartamento que seria usado pelo ex-ministro Geddel Vieira Lima, em Salvador. De acordo com autoridades, o imóvel seria uma espécie de bunker para armazenagem de dinheiro.
A Polícia Federal informou que mais de 51 milhões de reais foram aprendidos no apartamento. Essa foi a maior apreensão de dinheiro em espécie da história.

A quantia estava guardada em pelo menos oito grandes malas e cinco caixas, de acordo com fotografias divulgadas pela Polícia Federal. As autoridades disseram que chegaram ao apartamento graças a informações recolhidas durante a investigação.

O apartamento está no nome de Silvio Silveira, que teria cedido o imóvel a Geddel, para que o ex-ministro guardasse, supostamente, pertences do pai, falecido em janeiro de 2016. Uma denúncia anônima alertou a polícia de que o apartamento estaria sendo utilizado para guardar caixas com documentos.

A operação desta terça-feira foi batizada de Tesouro Perdido, e é decorrente das últimas fases da Operação Cui Bono, que investiga fraudes na liberação de créditos da Caixa Econômica Federal entre 2011 e 2013. Nesta época, Geddel ocupou a vice-presidência de Pessoa Jurídica da instituição.

No mandado de busca, o juiz Vallisney de Souza Oliveira, da 10ª Vara Federal de Brasília, afirma que no imóvel há elementos que comprovam a prática dos crimes relacionados na manipulação de créditos e recursos realizada na Caixa Econômica Federal.

Geddel é acusado de receber 20 milhões de reais em propinas no esquema. O ex-ministro cumpre prisão domiciliar em Salvador.

Até novembro de 2016, Geddel era ministro da Secretaria de Governo de Temer, mas foi forçado a renunciar devido a fortes pressões decorrentes de suspeitas do crime de tráfico de influência. Ele foi acusado de pressionar autoridades para a liberação de uma obra embargada pelo Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) em Salvador. Fonte: Deutsche Welle – 05.09.2017

Comentário:

Sete máquinas de contagem de cédulas e mais de 12 horas de trabalho foram necessárias para que a Polícia Federal pudesse contabilizar o valor em dinheiro vivo.

sexta-feira, 28 de julho de 2017

PF deflagra Operação Cobra e prende Aldemir Bendine

A Polícia Federal (PF) prendeu na manhã desta quinta-feira em Sorocaba, interior de São Paulo, Aldemir Bendine, ex-presidente do Banco do Brasil e da Petrobras. Bendine é suspeito de prática dos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro e foi preso durante a 42ª fase da Operação Lava Jato. Antônio Carlos Vieira da Silva Júnior e o publicitário André Gustavo Vieira da Silva também foram detidos no Recife (PE). Ao todo, foram cumpridos 11 mandados de busca e apreensão e três mandados de prisão temporária no Distrito Federal e nos Estados de Pernambuco, Rio de Janeiro e São Paulo.

Esta fase da Lava Jato foi batizada de Cobra em uma referência ao codinome dado a Bendine nas tabelas de pagamentos de propinas apreendidas no chamado Setor de Operações Estruturadas do Grupo Odebrecht, descobertas durante a 23ª fase da Operação Lava Jato. A operação foi realizada um dia antes de uma viagem, aparentemente só de ida, de Bendine para Portugal. "Como ele tem cidadania italiana, consideramos que havia risco dele se refugiar no país", afirmou Athayde Ribeiro Costa, procurador da República, do Ministério Público Federal (MPF). André Gustavo foi preso no portão de embarque com destino a Portugal. A PF afirma que ele tinha negócios no país, tendo atuado inclusive em campanhas presidenciais.

Desde que começaram as delações de executivos da Odebrecht, Bendine está no radar da PF. O delator Fernando Reis, ex-presidente da Odebrecht Ambiental, contou que a empresa vinha sendo achacada por Bendine, desde a época em que ele era presidente do Banco do Brasil. O executivo estaria contrariado porque Marcelo Odebrecht tratava apenas com Guido Mantega (ex-ministro da Fazenda) durante o Governo Dilma Rousseff, pois queria ter acesso às benesses do caixa da empreiteira.

Segundo o empresário Marcelo Odebrecht e Fernando Reis, para facilitar alongar uma dívida da Odebrecht Agroindustrial com o banco, Bendine teria pedido 17 milhões de reais em "pédágio".  Mas a empresa considerou que ele não tinha poder para decidir de forma ativa no contrato de financiamento do Banco do Brasil e negou o pedido.

A situação mudou quando Bendine foi alçado por Dilma à presidência da Petrobras, após a renúncia de Graça Foster, no início de 2015, uma vez que o grupo tinha relações profundas com a petroleira. De acordo com a PF, Bendine utilizava o nome da ex-presidente Dilma para tentar se aproximar dos empreiteiros. No entanto, não há indícios de que ela esteja envolvida com os crimes do executivo.

Os delatores afirmaram que Bendine e seus operadores financeiros pediram 3 milhões de reais pra não prejudicar as relações entre a Petrobras e a Odebrecht. Os valores seriam pagos em três parcelas. Marcelo Odebrecht assumiu em delação que cedeu ao "achaque de Bendine" porque a coisa mudou de figura. "O cara é nomeado por ela [Dilma Rousseff], recém-eleito presidente na Petrobras, e a gente cheio de problemas na Petrobras, Lava Jato (...). A gente não vai pagar 17 [milhões], mas vamos administrando", afirmou o empresário.

De acordo com a PF, aparentemente, estes pagamentos somente foram interrompidos com a prisão de Marcelo Odebrecht, quando a Lava Jato já estava em operação. Bendine renunciou a presidência da estatal em maio de 2016, após uma sucessão de escândalos que envolvia a Petrobras e em meio a um cenário em que a empresa apresentava um dos maiores prejuízos da empresa na história. Fonte: El País - São Paulo 27 JUL 2017

quarta-feira, 12 de julho de 2017

Lula é condenado

“Não importa o quão alto você esteja, a lei ainda está acima de você”, diz Moro em sentença de Lula

No final do despacho em que condenou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o juiz federal Sérgio Moro afirma que não sente qualquer “satisfação pessoal” e lamenta que Lula tenha sido condenado criminalmente. O magistrado também cita um ditado do historiador britânico Thomas Fuller e completa o despacho dizendo “não importa o quão alto você esteja, a lei ainda está acima de você”.
 “Por fim, registre-se que a presente condenação não traz a este julgador qualquer satisfação pessoal, pelo contrário. É de todo lamentável que um ex-Presidente da República seja condenado criminalmente, mas a causa disso são os crimes por ele praticados e a culpa não é da regular aplicação da lei. Prevalece, enfim, o ditado “não importa o quão alto você esteja, a lei ainda está acima de você” (uma adaptação livre de “be you never so high the law is above you”)”, finalizou o magistrado.

O ex-presidente só será preso se o Tribunal Regional Federal da 4ª Região, em Porto Alegre, concordar com a sentença de Moro. “Entrentanto, considerando que a prisão cautelar de um ex-Presidente da República não deixa de envolver certos traumas, a prudência recomenda que se aguarde o julgamento pela Corte de Apelação antes de se extrair as consequências próprias da condenação. Assim, poderá o ex-Presidente Luiz apresentar a sua apelação em liberdade”, diz o despacho.

Na sentença, Moro absolveu o ex-presidente pelas “imputações de corrupção e lavagem de dinheiro envolvendo o armazenamento do acervo presidencial por falta de prova suficiente da materialidade”.

O ex-presidente foi denunciado em setembro de 2016. Na denúncia do Ministério Público Federal (MPF), Lula foi apontado como recebedor de vantagens pagas pela empreiteira OAS no triplex do Guarujá. Os laudos apontam melhorias no imóvel avaliadas em mais de R$ 777 mil, além de móveis estimados em R$ 320 mil e eletrodomésticos em R$ 19,2 mil.
De acordo com o MPF, Lula teria participado conscientemente do esquema criminoso, inclusive tendo ciência de que os Diretores da Petrobras utilizavam seus cargos para recebimento de vantagem indevida em favor de agentes políticos e partidos políticos.

Nas alegações finais, a defesa argumentou que o triplex apontado pelos procuradores como sendo de Lula pertence a Caixa Econômica Federal. “Nem Léo Pinheiro nem a OAS tinham a disponibilidade deste imóvel para dar ou para prometer para quem quer que seja sem ter feito o pagamento à Caixa Econômica Federal”, declarou o advogado Cristiano Zanin Martins durante entrevista coletiva no dia 20 de junho.
Mesmo que condenado por Sérgio Moro, o ex-presidente ainda teria a possibilidade de recorrer em liberdade à segunda instância, o Tribunal Regional Federal da 4ª Região, em Porto Alegre e, posteriormente, aos tribunais superiores em Brasília.

OUTROS PROCESSOS NA LAVA JATO
O fim do processo relacionado ao triplex no Guarujá é apenas o primeiro que Lula enfrenta no âmbito da Lava Jato. O ex-presidente é réu em outras duas ações penais na 13º Vara Federal de Curitiba.
Ele também responde ao processo em que é acusado de participar de um esquema de corrupção envolvendo oito contratos entre a empreiteira Odebrecht e a Petrobras e a um de ter cometido crimes de corrupção e lavagem de dinheiro no caso envolvendo um sítio em Atibaia (SP). Fonte: UOL Noticias - Publicado: 12, julho 2017 

quarta-feira, 22 de março de 2017

Governo suspende licença para exportar de 21 frigoríficos sob suspeita



O ministro da Agricultura, Blairo Maggi, afirmou nesta segunda-feira (20) que o Brasil suspendeu a licença de exportação de 21 plantas de frigoríficos sob investigação na Operação Carne Fraca, mas que continuará a permitir a venda dos produtos dessas fábricas no mercado interno.  Essas fábricas exportam para mais de 30 países.

Ele declarou que as vendas dessas plantas estão sob "regime especial de inspeção", ou seja, têm a presença de representantes do Ministério da Agricultura fiscalizando os produtos.

"A garantia [ao consumidor] é que nosso sistema é forte. Estão sob suspeição, mas não posso simplesmente acabar com o nosso sistema produtivo por uma suspeição. Nos documentos sobre porque estão sob suspeita, nenhum deles está na lista por adulteração de produtos", disse. "São problemas de relacionamento de fiscais com donos de frigoríficos, não dá pra dizer que a suspeição é sobre a qualidade de produtos".

Para o ministro, no caso do mercado externo o governo corre contra o tempo para evitar perder mercados duramente conquistados.

"No mercado interno a gente tem mais controle para proteção dos nossos consumidores. Mas no mercado externo temos que correr porque não podemos permitir o fechamento de mercados, ou para reabrir serão muitos anos de trabalho", afirmou o ministro. "Nossa preocupação é não deixar sem resposta todos os pedidos".

Confira a lista dos frigoríficos com licença suspensa
1. Frigorífico Oregon S/A - Apucarana (PR)
2. Frango D M Indústria e Comercio de Alimentos Ltda.- Arapongas (PR)
3. Seara Alimentos Ltda.- Lapa (PR)
4. Peccin Agro Industrial Ltda. – EPP - Jaraguá do Sul (SC)
5. BRF S/A -Mineiros (GO)
6. Frigorífico Argus Ltda.- São José dos Pinhais (PR)
7. Frigomax Frigorífico e Comércio de Carnes Ltda. - Arapongas (PR)
8. Indústria e Comercio de Carnes Frigosantos Ltda.- Campo Magro (PR)
9. Peccin Agro Industrial Ltda.- Curitiba (PR)
10. JJZ Alimentos S. A.- Goianira (GO)
11. Balsa Comércio de Alimentos EIRELI – ME - Balsa Nova (PR)
12. Madero Indústria e Comercios S. A. - Ponta Grossa (PR)
13. Frigorífico Rainha da Paz Ltda. – ME- Ibiporã (PR)
14. Indústria de Laticínios S. S. P. M. A. Ltda.- Sapopemba (PR)
15. Breyer & CIA Ltda.- União da Vitória (PR)
16. Frigorífico Larissa Ltda. -Iporã (PR)
17. Central de Carnes Paranaense Ltda. – ME -Colombo (PR)
18. Frigorífico Souza Ramos Ltda.- Colombo (PR)
19. E. H. Constantino & Constantino Ltda. -Londrina (PR)
20. Fábrica de Farinhas de Carne Castro Ltda.- Castro (PR)
21. Transmeat Logística, Transportes e Serviços Ltda. -Balsa Nova (PR)
Fonte: Folha de São Paulo - 20/03/2017  

segunda-feira, 20 de março de 2017

Operação carne fraca

Além da corrupção de agentes públicos ligados ao Ministério da Agricultura, a "Operação Carne Fraca" deflagrada na sexta-feira (17) também verificou irregularidades feitas por empresas para adulterar alimentos. Entre elas, estava a utilização de carnes estragadas na composição de salsichas e linguiças.

A operação, com foco na venda ilegal de carnes por frigoríficos, deverá cumprir 38 mandados de prisão. Cerca de 1.100 agentes da Polícia Federal participam das ações.

A operação visa desarticular uma organização criminosa liderada por fiscais agropecuários federais do Ministério da Agricultura e empresários do agronegócio. "Os agentes públicos, utilizando-se do poder fiscalizatório do cargo, mediante pagamento de propina, atuavam para facilitar a produção de alimentos adulterados, emitindo certificados sanitários sem qualquer fiscalização efetiva", diz a PF.

Entre as empresas investigadas estão a JBS (maior processadora de carne bovina do mundo), a BRF Foods (que surgiu da fusão da Sadia com a Perdigão) e Seara.
Em nota, a JBS negou irregularidades na produção e venda de carnes. Também em nota, a BRF diz que está colaborando com as autoridades e que cumpre as normas e regulamentos referentes à produção e comercialização de seus produtos.

CARNE COM ADITIVOS ELEVADOS
Segundo as investigações, a Peccin Agro Industrial, por exemplo, "maquiava" os produtos com ácido ascórbico, substância popularmente conhecida como vitamina C, mas que pode ser cancerígena quando consumida em excesso.
O delegado da Polícia Federal Maurício Moscardi Grillo disse que algumas das empresas investigadas usavam ácido e outros elementos químicos muito acima do permitido por lei para maquiar o aspecto físico de alimento vencidos e estragados. "Alguns são cancerígenos e usados para poder maquiar a característica física", afirmou.
Além disso, a Peccin utilizava notas fiscais falsas de produtos com SIF (Serviço de Inspeção Federal) para a compra de carne estragada. Um laboratório responsável por analisar as amostras de produtos alimentícios também estaria envolvido na fraude.

FRAUDE EM MERENDA ESCOLAR
De acordo com os investigadores, o frigorífico Souza Ramos estaria envolvido num esquema de fraude, junto a outras duas empresas, no fornecimento de merenda escolar no Estado do Paraná.
Os produtos oferecidos estariam em desacordo com as exigências contratuais, como salsichas contendo carne de frango quando deveriam ser compostas por carne de peru. O caso está já estava sendo investigado e resultou na suspensão da entrega da merenda escolar e na abertura de um processo administrativo.

CARNE ESTRAGADA
Outra empresa que teria vendido carne estragada é o frigorífico Larissa. De acordo com as investigações, a companhia também seria responsável por emitir notas fiscais falsas e transportar produtos fora da temperatura adequada.

JUIZ DIZ QUE PRÁTICA É MODUS OPERANDI
Referindo-se ao grupo criminoso composto por proprietários e representantes de frigoríficos, "incluindo grandes da indústria de alimentos, como Seara e BRF", o juiz federal Marcos Josegrei da Silva, 14ª Vara da Justiça Federal de Curitiba, afirmou que todos eles "têm como modus operandi a prática de irregularidades nas empresas nas quais trabalham".

"Algumas que foram observadas ao longo do tempo de investigação, com certas variações entre os envolvidos (nem todos cometem todas as irregularidades adiante): reembalagem de produtos vencidos; excesso de água; inobservância da temperatura adequada das câmaras frigoríficas; assinaturas de certificados para exportação fora da sede da empresa e do Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento), sem checagem in loco; venda de carne imprópria para o consumo humano; uso de produtos cancerígenos em doses altas para ocultar as características que impediriam o consumo pelo consumidor", resumiu. Fonte: UOL 17/03/2017