Insatisfeitos com o Império, os militares planejavam para o dia
20 de novembro o golpe que proclamaria a República no Brasil.
Mas, no dia 14, começou a correr pelo Rio de Janeiro o boato
de que o marechal Deodoro da Fonseca, um dos líderes do movimento, havia sido
preso. Diante disso, os republicanos resolveram agir.
6h
Informados sobre a intensa movimentação que ocorria em todos
os batalhões militares do Rio de Janeiro, os ministros do gabinete de governo,
liderados pelo primeiro-ministro, o visconde de Ouro Preto, se reúnem para
discutir formas de enfrentar os militares.
Enquanto isso, as tropas republicanas começam a mobilizar-se
pela cidade. Uma grande parte do efetivo policial, vindo de Niterói, desembarca
no Rio para se unir ao marechal Deodoro.
Outra parte da força fica na ponte da Armação, a espera de
embarcações. O 7º e o 10º Batalhões, além do Corpo de Bombeiros, amanhecem
vazios. Os soldados começam a dirigir-se ao campo de Santana, no centro da
então capital federal.
7h
Uma força de fuzileiros navais sobe a rua do Ouvidor e
começam a ser ouvidos pela cidade as primeiras palavras de ordem em defesa da
República gritadas abertamente. Os soldados estão prontos para o confronto
armado. Todos os oficiais que acompanham o grupo levam revólveres nas cinturas.
8h
É quase impossível chegar ao campo de Santana devido ao
grande número de soldados que se dirige para o local com o objetivo de unir-se
aos líderes republicanos.
Uma força do 10º Batalhão, fiel à Monarquia, ocupa todo o
largo da Lapa para impedir a passagem de estudantes da Escola Militar, que
apoiaram maciçamente a Proclamação.
8h30
O marechal Deodoro da Fonseca encontra-se com o barão de
Ladário, que ocupava o cargo de ministro da Marinha, na entrada do ministério.
O barão, afirmando que tinha a obrigação de defender a
Monarquia, saca duas armas com o objetivo de atacar Deodoro. Um praça do
Exército que presencia a cena entra em ação e atira contra o nobre, que cai
ferido.
9h
Todas as estações de polícia são fechadas na cidade. A
movimentação de militares nas ruas é cada vez maior. À porta de uma taverna em
uma esquina da rua são Lourenço pode ser visto o barão de Ladário, ferido, à
espera de cuidados médicos.
9h30
Militares republicanos tomam a Secretaria do Império e
cercam a sala onde ocorre a reunião do gabinete ministerial.
Os revolucionários dão voz de prisão aos ministros e afirmam
que todos seriam liberados assim que renunciassem a seus cargos.
A situação torna-se tensa, até que Deodoro declara que
nenhum dos monarquistas sofreria qualquer agressão ou retaliação, desde que
concordassem em reconhecer o novo governo.
10h
Os integrantes do ministério monarquista, sem enxergar outra
saída, rendem-se e concordam em anunciar a renúncia coletiva.
Deodoro encaminha-se para o campo de Santana, onde
representantes das Forças Armadas o aguardavam, já festejando o sucesso do
golpe e o início da República.
10h30
Deodoro entra no quartel de Santana em triunfo, abraçado,
entre aclamações. O Exército dá vivas à República. Alunos da Escola Militar
conseguem passar pelo largo da Lapa, pois os soldados monarquistas já não
ofereciam resistência.
10h45
O marechal Deodoro é carregado em triunfo. O 2º Batalhão de
Artilharia dá uma salva de 21 tiros. Está instalada a República. Fonte: Folha de São Paulo - 15.nov.2019
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