domingo, 16 de fevereiro de 2014

Cuba premia comunistas mais dedicados

Nos esplêndidos bairros desta cidade dilapidada, antigas mansões estão sendo reformadas com ladrilhos importados. Homens de negócios saem para comer sushi e voltam para casa a bordo de resplandecentes Audis. Agora, na esperança de se perpetuar, o governo está erguendo algo especial para si próprio: um conjunto residencial chamado Projeto Granma, com centenas de confortáveis apartamentos em um complexo fechado que terá escolas e cinemas.

O Projeto Granma e as "cidades militares" do mesmo tipo, que estão surgindo em todo o país, são formados por edifícios em estilo caribenho que lhes servem de garantia, reservados para os mais ardorosos defensores da Revolução Cubana, de 1959: as famílias ligadas aos militares e aos funcionários do Ministério do Interior. Com seus terraços, ares-condicionados e pinturas novas, os apartamentos premiam oficialmente essa classe média e são um sinal da nova economia híbrida de Cuba, na qual o Estado às vezes pode competir com empresas privadas.

A habitação é apenas um dos exemplos da influência cada vez maior das Forças Armadas no plano que Raúl idealizou para Cuba. Analistas afirmam que, no curto prazo, o presidente depende dos militares para aprovar mudanças e manter a estabilidade enquanto se dedica às suas experiências de liberalização econômica.

Na presidência, Raúl acelerou o crescimento de uma oligarquia militar, como alguns estudiosos a definiram. O presidente da Comissão de Política Econômica, Marino Murillo, é um ex-oficial. O maior conglomerado estatal de Cuba, a Cimex, que, entre outras coisas, processa as remessas de moeda estrangeira dos cubanos residentes no exterior, é dirigido pelo coronel Héctor Oroza Busutin. O general Luis Alberto Rodríguez, genro de Raúl, é o mais alto executivo da holding dos militares, conhecida como Gaesa, que controla de 20% a 40% da economia cubana.

Segundo funcionários do governo, o orçamento do Exército para construções mais que dobrou desde 2010. Somadas ao Ministério do Interior, as Forças Armadas agora são a segunda maior entidade de Cuba no setor da construção. O Projeto Granma - que tem o nome da embarcação que levou Fidel do México a Cuba o início ao movimento revolucionário - é uma das novas incorporadoras militares para a construção de habitações em todo o país. Seu equivalente em Santiago de Cuba, onde começou a revolução, tem sido alvo de críticas dos cubanos que sobrevivem em casas danificadas pelo furacão Sandy. Mas, em sua tentativa de se rivalizar com o setor privado - ou com outros países - não por acaso as cores e a arquitetura do Granma, no mesmo bairro que Raúl chama de lar, dão a impressão de um complexo de apartamentos da Flórida.

Às suas margens, há um campo de futebol. Dentro da área do condomínio, as lâmpadas de iluminação pública ao longo das calçadas que se assemelham a clássicos lampiões de gás, enquanto os carros, outra benesse, lotam os estacionamentos. Num edifício de arcos arredondados, onde serão construídos um cinema, um mercado e uma clínica médica, um dos engenheiros do projeto disse que o Granma significará um lar para milhares de pessoas. "É uma coisa necessária", disse Rodríguez, o oficial que foi um dos primeiros a chegar ao Granma.

Mas, na gangorra que define a política econômica de Cuba nos dois últimos anos, o governo frequentemente lutou para estabelecer quando deveria permitir o funcionamento do mercado e quando proteger o establishment comunista.

Se você tem um negócio dirigido por militares, quando há uma transição, não demitirá essas pessoas, disse Dámaso. É uma maneira de preservar um espaço para os poderes estabelecidos numa futura sociedade cubana. Fonte: O Estado de São Paulo - 14 de fevereiro de 2014

Comentário: Não existe mercado socialista, é pura ilusão. O mercado por natureza é capitalista. A família Castro está no poder há 55 anos. Só agora percebeu que o socialismo não funciona. A única distribuição de renda cubana é o nivelamento da pobreza, pois falta tudo. A elite comunista tem suas Dachas. Quem sabe após a queda da família Castro, pois nada é eterno, abriremos a caixa preta, dos ícones da esquerda; educação e saúde. A principal  fonte de renda cubana é a exploração da mão de obra médica. É a prestação de serviços a países estrangeiros. Em 2012 o país obteve uma renda de 11 bilhões de dólares. Mais de noventa por cento do valor do serviço fica para o governo. Isso é trabalho forçado. Afinal quem explora o trabalhador o capitalismo ou socialismo? Com a palavra a esquerda.

Salário de professor em Cuba – 25 dólares
Salário médio em Cuba – 22 dólares (20 CUC)
Salário de jornalista – 15 dólares
Salário de médico – 15 a 30 dólares
Veja o vídeo, a ilha da fantasia comunista


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