Cuba entrega 1,3 milhão de hectares de terra ociosa para usufruto da população
A medida faz parte do "reordenamento" do setor agrícola, incluído no plano de reformas impulsionado pelo governo
O governo de Cuba terminou em setembro a entrega de mais de 1,3 milhões de hectares de terra em usufruto, das quais 79% se encontram sob exploração, a maioria nas mãos de agricultores "individuais".
O fundo de terras ociosas de Cuba foi estimado em 2008 em mais de 1,8 milhão de hectares, por isso o jornal oficial Granma ressaltou neste sábado (29/10) que as entregas em usufruto e o posterior índice de exploração "contribuíram para reverter o estado desfavorável em que estavam estes terrenos".
O diretor do Centro Nacional de Controle da Terra, Pedro Olivera, informou ao jornal que foram concedidos 1.313.396 hectares desde julho de 2008, quando o governo do presidente Raul Castro decretou as entregas em usufruto para revitalizar a agricultura.
A medida faz parte do "reordenamento" do setor agrícola, incluído no plano de reformas impulsionado pelo governo, com o propósito de atualizar o modelo econômico da ilha.
Segundo o Granma, as terras entregues estão sob responsabilidade de 146.816 usufrutuários individuais, que representam 97% do total das solicitações recebidas pelo governo.
Além disso, ressalta que dos novos agricultores um quarto não tem vínculo trabalhista anterior, 13% são aposentados, a terceira parte são jovens de 18 a 35 anos e mais de 13 mil são mulheres.
O jornal destacou que o novo sistema de usufruto na ilha não só permite um aumento na produção de alimentos, mas gera "grandes oportunidades de emprego".
Em agosto, o governo cubano rebaixou os preços de vários produtos agrícolas para estimular a produção de alimentos, em particular nas parcelas de usufrutuários.
Os meios de comunicação oficiais informaram em julho que o direito de exploração das terras recebidas por mais de 9 mil pessoas foi retirado por "aproveitamento ineficiente".
Quando foi decretado o regime de usufruto em 2008, 51% do total das terras cultiváveis da ilha estava inativo ou mal explorado.
Em Cuba, a revitalização da agricultura para aumentar a produção de alimentos é considerada um assunto de segurança nacional, porque o país gasta mais de US$ 1,5 bilhão ao ano importando 80% dos alimentos que consome.
Fonte: Opera Mundi - 29/10/2011
Comentário: Pensei que o socialismo era um exemplo de auto-suficiência em produção de alimentos? Pelo jeito os socialistas não gostam de trabalhar, isto é, colocar a mão na massa, gostam mais de trabalho intelectual? Segundo o MST, apenas no capitalismo tem terras ociosas? Pelo jeito esqueceu de Cuba.O MST deveria invadir Cuba?
O mais interessante de tudo isso, Cuba ataca veemente o capitalismo, principalmente os EUA, mas esse país é o principal fornecedor de alimentos para Cuba.
Vejamos:
Segundo dados divulgados pelo Conselho Comercial e Econômico EUA-Cuba, as exportações norte-americanas de alimentos para a ilha atingiram 344,3 milhões de dólares entre janeiro e novembro de 2010. No mesmo período de 2009, o movimento foi de 486,7 milhões de dólares.
As importações cubanas de frango congelado, trigo, derivados de soja, milho, feijão e outros produtos dos EUA alcançaram seu auge em 2008 - 710 milhões de dólares - e em seguida tiveram uma queda de 24 por cento em 2009.
A importação de alimentos dos EUA para Cuba está caindo, pois os EUA exigem pagamentos em dinheiro "vivo."
Segundo o Conselho Comercial e Econômico, entidade nova-iorquina que monitora as relações bilaterais, Cuba passou a comprar mais alimentos do Brasil, França, Canadá, Rússia e China, nações junto às quais tem crédito.
Não entendo como um país considerado como a única jóia da coroa socialista, a população é considerada bem alimentada, se importa quase tudo? Deve ser a estatística. A estatística é muito interessante, dependendo de seu ponto de vista, todos ficam satisfeitos. Por exemplo, eu chupo duas laranjas e você nenhuma, mas em média chupamos uma, todos ficam satisfeitos.
Coitado do mi Kamarada Fidel, muito provável, ele verá Cuba a sete palmos de terra, terra capitalista e produtiva.
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