quinta-feira, 19 de maio de 2016

Protesto sobre ato anti-impeachment em Cannes

Foi um ato simples e que funcionou. Fiquei tocado", disse o diretor brasileiro Kleber Mendonça Filho sobre a repercussão do ato anti-impeachment feito pela equipe do longa no Festival de Cannes.
A estreia do filme nacional no evento francês, na tarde de terça (17), foi marcada pelo ato, encampado pelo diretor e pelo elenco, incluindo a atriz principal, Sonia Braga. A manifestação em apoio ao mandato de Dilma Rousseff (PT) teve repercussão internacional.

Antes da projeção, assim que subiu a escadaria que dá para o Palais, a equipe estendeu cartazes com dizeres como "o Brasil está sofrendo um golpe de Estado". Dentro do cinema, outros convidados brasileiros estenderam uma faixa.

Coordenador de cinema da Fundação Joaquim Nabuco (Recife), vinculada ao Ministério da Educação e Cultura, o diretor participou da manifestação em Cannes na terça-feira (17), quando parte da equipe do filme apresentou à imprensa internacional cartazes dizendo que o impeachment de Dilma Rousseff foi um golpe. Folha de São Paulo - 18/05/2016  10h32

Comentário: Os artistas, produtores  estão mais preocupados em perderem os benefícios. São os aproveitadores de boquinhas (são as coxinhas recheadas com mortadela)  
O cineasta é beneficiário da Lei de Audiovisual (dinheiro público) e coordenador do Cinema da Casa do Museu em Recife, da Fundação Joaquim Nabuco, que era presidida por um dos fundadores da CUT, Paulo Rubem Santiago, indicado pelo ex-ministro da Educação. O Portal da Transparência mostra que "Aquarius" recebeu R$ 1 milhão ao ser um dos selecionados no edital BNDES de Cinema de 2014 e que o cineasta recebe R$ 3.800 mensais para trabalhar na fundação.

segunda-feira, 16 de maio de 2016

Morte de Cauby Peixoto

O cantor Cauby Peixoto morreu na noite de domingo, 15 de maio, aos 85 anos. Ele estava internado no hospital Sancta Maggiore, no bairro do Itaim Bibi, zona sul de São Paulo, desde 9 de maio, por causa de uma pneumonia.   Cauby Peixoto foi o último dos moicanos. Com a sua morte, vai junto um estilo de cantor que já não existe mais, aquele de vozeirão aveludado, romântico incurável, ideal para se ouvir dançando num daqueles bailes dos anos dourados.

Foi o mais longevo de todos os nossos cantores desse naipe, com 65 anos de carreira ininterruptos, sem que o metal da voz jamais lhe faltasse, sempre gravando e fazendo grandes shows. Até o fim.

Nas Rádios Nacional e Tupi, Cauby foi cantor-galã, tendo um séquito de fãs que o rasgavam para levar um pedacinho de sua roupa, desmaiavam quando lhe viam, enfim, eram aficionadas por ele.  

Nesse tempo, encantou a todos com as românticas "Conceição", "Tarde Fria", "Molambo", "Nono Mandamento" e "Prece de Amor", a tarantela kitsch "Canção do Rouxinol" e grandes versões, como "É Tão Sublime o Amor", "Daqui Para a Eternidade" e a que o lançou ao sucesso, "Blue Gardenia", do repertório de Nat King Cole --que ele teve a honra de conhecer pessoalmente.

Renascimento
Durante a década de 1970, foi o rei da noite, cantou em pequenas boates pelo país e estava um pouco apagado da mídia quando em 1980 o diretor da Som Livre, João Araújo, decidiu dar um gás em sua carreira.

Nascia o álbum "Cauby! Cauby!", em que deu uma geral no repertório, com autores mais jovens ou sofisticados. A faixa-título era um autorretrato deslumbrante do cantor pintado por Caetano Veloso. "Loucura", de Joanna e Sarah Benchimol, estourou na novela "Baila Comigo" e "Bastidores", de Chico Buarque, virou seu emblema pela vida afora: "Cantei, cantei, nem sei como eu cantava assim... Fonte: UOL 16/05/2016

sexta-feira, 13 de maio de 2016

Funeral do PT ?

O cientistas político André Singer  definiu o lulismo como um modelo de composição política centrado nos predicados carismáticos de Lula e envolto numa estratégia econômica de incentivo ao consumo – como a geração de emprego e renda, apoio do Estado a investimentos privados e a políticas sociais para socorrer os mais pobres.
Mas  13 anos, 5 meses de governo petista termina de maneira sombria deixando a recessão econômica atual como  a pior da história brasileira acompanhada da “herança maldita” com uma série de escândalos de corrupção. Instalou-se no governo uma quadrilha criminosa organizada; o assalto à Petrobras, o petrolão,  o festival de propinas, a bolsa empresarial das montadoras e das empreiteiras, e o rombo nas contas públicas. O país está no volume morto e poderá ser levado para o buraco negro. A crise fez o Brasil regredir uma década.

Em O Príncipe, Nicolau Maquiavel disse : O defeito comum dos homens na bonança é não se preocupar com a tempestade.

quinta-feira, 12 de maio de 2016

Temer diz que não é hora de falar em crise, mas em trabalhar

No primeiro pronunciamento oficial como presidente interino do país, Michel Temer chamou de “ingrato” o momento político e econômico que o Brasil vive. No entanto, defendeu que agora não é mais hora de se falar em crise, “mas em trabalhar”. Temer disse que o maior desafio para que a economia brasileira saia da recessão “é parar o processo de queda livre dos investimentos”, sendo necessário para isso construir um ambiente propício para investidores. “O mundo está de olho no país, e havendo condições adequadas, a resposta será rápida”, disse, em discurso no Palácio do Planalto.

O presidente interino declarou que vai incentivar de “maneira significativa” as parcerias público-privadas, por acreditar que esse instrumento tem potencial para geração de empregos. “Sabemos que o Estado não pode tudo fazer, depende da atuação dos setores produtivos, empregadores de um lado, trabalhadores do outro. São esses dois polos que irão criar a nossa prosperidade”, argumentou.

Para Temer, compete ao Estado cuidar de áreas como segurança, saúde e educação, mas ele afirmou que o “restante” será compartilhado com a iniciativa privada.

Gestão pública
O presidente interino abordou a necessidade de equilibrar as contas públicas para que a economia volte a crescer e disse que seu governo vai focar na melhoria dos processos administrativos do governo, em busca de uma democracia “da eficiência”.  Michel Temer pediu confiança ao povo brasileiro para as mudanças que devem ocorrer. “Vamos precisar muito da governabilidade, que é o apoio do povo. O povo precisa colaborar e aplaudiu as medidas que venhamos a tomar”, disse.
Temer afirmou que pretende enxugar a máquina estatal. “A primeira medida na linha dessa redução está aqui representada. Já eliminamos vários ministérios da máquina pública e ao mesmo tempo nós não vamos parar por aí.  Já estão encomendados estudos para eliminar cargos comissionados e funções gratificadas”, informou.

Bolsa Família
O presidente interino disse que um projeto para garantir a empregabilidade exige a aplicação e a consolidação de projetos sociais, pelo fato de o Brasil “lamentavelmente ainda é um país pobre”. Ele garantiu que não haverá cortes nos programas sociais avaliados como bem-sucedidos, entre eles o Bolsa-Família, Pronatec, Fies, ProUni e Minha Casa, minha Vida, que segundo Temer serão aprimorados, além de mantidos. Ele afirmou que nenhuma das reformas propostas vai alterar os direitos adquiridos pelos cidadãos brasileiros nos últimos anos.

Executivo e Legislativo
Ao longo de sua fala, o presidente interino citou várias vezes a necessidade de união entre os Poderes e o povo. “Unidos poderemos enfrentar os desafios desse momento que é de grande dificuldade. Reitero que é urgente pacificar a nação e unificar o Brasil, é urgente fazermos um governo de salvação nacional.”, disse.
Temer ressaltou a importância da harmonia e do diálogo entre o Executivo e o Legislativo e disse que as reformas fundamentais serão fruto de um desdobramento ao longo do tempo. Para viabilizar reformas necessárias como a previdenciária e a trabalhista, em tramitação no Congresso Nacnoanl, o Executivo e Legislativo precisam trabalhar em harmonia e devem governar em conjunto. “Esta agenda difícil e complicada será balizada de um lado pelo diálogo e do outro pela soma de esforços”.

Um dos pontos em que disse que vai se empenhar é a revisão do Pacto Federativo. “Estados e municípios precisam ganhar autonomia verdadeira sobre a égide de uma federação real, e não sobre uma federação artificial como vemos atualmente.”

Respeito institucional
No início e no final do discurso, Temer disse que a intenção inicial era de que a cerimônia fosse realizada com a maior seriedade possível. Ele também declarou ter “respeito institucional” pela presidenta Dilma Rousseff.

Cerimônia
Durante a cerimônia, Temer deu posse aos 23 ministros que vão compor a equipe de governo. No início da tarde, a assessoria de imprensa da vice-presidência já havia anunciado os nomes dos novos ministros e a redução do número de ministérios. O Ministério da Cultura, por exemplo, será incorporado ao Ministério da Educação; e o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação vai se fundir ao das Comunicações, entre muitas outras mudanças.
Temer foi notificado sobre o afastamento da presidenta Dilma Rousseff do cargo por até 180 dias hoje pela manhã, às 11h27, no Palácio do Jaburu, residência oficial da vice-presidência. A partir de então, Michel Temer passou a ser presidente interino e ter plenos poderes para nomear ministros e gerenciar o Orçamento da União. Fonte: Agência Brasil - 12/05/2016 

Afastada, Dilma diz que impeachment é golpe

Em seu primeiro discurso como presidente afastada, na manhã desta quinta-feira, Dilma Rousseff afirmou que o processo de impeachment é "fraudulento" e um "verdadeiro golpe".

Aplaudida diversas vezes durante sua fala no Palácio do Planalto, a petista disse que o que está em jogo no processo é "o respeito às urnas, a vontade soberana do povo brasileiro e a Constituição". Ainda em seu discurso de saída do Planalto, Dilma afirmou que não cometeu crime de responsabilidade e se disse alvo de injustiças.

"É um processo frágil, juridicamente incompetente, é a maior das brutalidades que pode ser cometida contra qualquer ser humano: puni-lo por um crime que não cometeu. Não existe injustiça mais devastadora do que condenar um inocente."

A presidente afastada afirmou também que o processo partiu de uma oposição "inconformada" com o resultado das eleições e que passou a "conspirar abertamente" pelo seu afastamento.
"Tenho sido alvo de intensa e incessante sabotagem. O objetivo evidente tem sido me impedir de governar."

E acrescentou que o maior risco para o país é ser dirigido por um governo "sem voto, que não tem legitimidade".
"A população saberá dizer não ao golpe. Aos brasileiros que são contra o golpe, faço um chamado: mantenham-se mobilizados, unidos e em paz. A luta para democracia não tem data para terminar. E nós vamos vencer."

Manifestantes
Depois desse pronunciamento, ela falou aos manifestantes pró-governo reunidos do lado de fora do Planalto.
Ao lado do ex-presidente Lula e do presidente nacional do PT, Rui Falcão, Dilma repetiu o discurso de que não cometeu crimes. E frisou que os atos dos quais é acusada - mudar gastos do governo sem aprovação do Congresso e manobras contábeis para maquiar as contas públicas - são "corriqueiros".
"Esses atos foram feitos por todos aqueles que me antecederam. Se não era crime naquela época, também não é crime agora."
Aos som de gritos de "Fora Temer", a presidente afastada atribuiu a abertura do processo de impeachment a um ato de vingança do então presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), pelo fato de o PT ter votado contra sua absolvição na Comissão de Ética da Casa.

"Que ele (Cunha) estava fazendo uma chantagem contra esse governo. E eu não sou mulher para aceitar esse tipo de chantagem." Fonte: BBC Brasil - quinta-feira, 12 de maio de 2016

Slogan do governo Temer será 'Ordem e progresso'

O slogan do governo Michel Temer (PMDB) será "Ordem e progresso", numa referência direta ao lema da bandeira brasileira.
A marca, criada pelo publicitário Elsinho Mouco, é azul e tem a esfera da bandeira no centro.
A ideia é lembrar a necessidade de "recuperar o país da desorganização política, econômica e social e retomar o crescimento econômico. Essa é a tradução do conceito 'Ordem e progresso'". Fonte: Folha de São Paulo - 12/05/2016  

Senado aprova processo de impeachment e afasta Dilma

O Senado aceitou, no início da manhã desta quinta-feira (12), o pedido de abertura do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT). Foram 55 votos a favor e 22 contra. Dilma deixa a Presidência um ano e quatro meses depois de assumir seu segundo mandato.  A sessão durou 20 horas e meia.

Por volta das 11h da manhã, Dilma foi comunicada oficialmente sobre o afastamento e assinou a intimação no Planalto. Em seguida, Michel Temer (PMDB) foi notificado e assumiu a Presidência interinamente.

Dilma fica oficialmente afastada do cargo por até 180 dias a partir da notificação da decisão do Senado. O processo no Senado, no entanto, pode acabar antes dos seis meses. Se for considerada culpada, ela sai do cargo definitivamente e fica inelegível por oito anos (não pode se candidatar a nenhum cargo público). Temer será o presidente até o fim de 2018. Se for inocentada, volta à Presidência.

Os senadores discursaram por quase 20 horas. A primeira a falar, Ana Amélia (PP-RS), começou às 11h20 da quarta-feira. O último, Raimundo Lira (PMDB-PB), terminou às 5h45 da quinta-feira.

Depois de encerrado o debate, o relator da comissão do impeachment no Senado, Antonio Anastasia (PSDB-MG), falou por 15 minutos, seguido pelo ministro da Advocacia-Geral da União (AGU), José Eduardo Cardozo, que discursou pela defesa de Dilma. Fonte: UOL-12/05/2016