O Ministério da Saúde contabiliza, até a tarde desta
segunda-feira (23), 1.891 casos oficiais de infecção pelo novo coronavírus no
país. Até o momento, há o registro de 34 mortes em razão da covid-19.
Dos falecimentos, 30 são na cidade de São Paulo. As outras
quatro são em municípios do estado do Rio.
DISCREPÂNCIA DE NÚMEROS
Entre os números oficiais do governo federal e a quantidade
real de infectados e de mortos em decorrência da doença há um abismo — e há
alguns motivos para essa discrepância.
1.Os dados são contabilizados pelas secretarias estaduais de
saúde, e há uma janela de até 23 horas para que esses casos sejam incorporados
à contagem federal
2.Estima-se que até 80% dos infectados por coronavírus
tenham sintomas leves e podem não perceber que estão doentes -- e, portanto,
não procurar o sistema de saúde para fazer exame
3.Nem todos pacientes estão sendo testados. Em muitas
cidades, apenas os grupos de risco -- idosos e portadores de doenças crônicas
-- estão sendo submetidos aos exames. O procedimento não é exclusivo do Brasil:
muitos países, inclusive desenvolvidos, reservam testes apenas aos casos mais
graves. A explicação? Como não há remédio específico para coronavírus, não há
diferença no tratamento entre quem tem a doença ou uma gripe comum, então
muitos países consideram mais inteligente do ponto de vista do uso de recursos
testar apenas os casos que requeiram internação.
4.Nos EUA, um estudo estima que o número de infectados seja
até cinco vezes o dado oficial.
RÁPIDA EVOLUÇÃO
O Ministério da Saúde estima que os casos de covid-19,
doença causada pelo novo coronavírus, dobrarão a cada três dias no país se
medidas de restrição de contato social, como cancelamento de eventos, não forem
adotadas. Alguns estados, como São Paulo, já tomaram medidas neste
sentido.
AUMENTO RÁPIDO VISTO NO MUNDO
Além do Ministério da Saúde, pesquisadores independentes
também projetam aumento da doença no Brasil, repetindo curvas vistas em outras
partes do mundo.
Após analisar o histórico recente de 50 nações, o centro de
pesquisa clínica do Hospital Infantil Sabará, em São Paulo, calculou que a
covid-19 tem a capacidade de se decuplicar (multiplicar o total de casos por
10) a cada 7,2 dias.
Na prática, isso quer dizer que o Brasil deve ter 4.000
infectados 15 dias após o 50º caso — que foi registrado na última quarta (11).
Uma semana depois, esse número poderá chegar a 30 mil pacientes com
coronavírus.
Do UOL, em São Paulo-16/03/2020 16h12Atualizada em
23/03/2020 19h52
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