sábado, 12 de novembro de 2022

Coronavírus: Infectologistas defendem volta das máscaras e mais vacinação

A Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) defendeu, nesta sexta-feira (11), o incremento da vacinação, a volta do uso de máscaras e outras medidas para evitar que o cenário atual de alta nos casos de covid-19 traga um possível aumento de internações, superlotação nos hospitais e mais mortes no futuro.

A entidade divulgou nota técnica de alerta, elaborada por seu Comitê Científico de Covid-19 e Infecções Respiratórias e assinada pelo presidente da SBI, Alberto Chebabo.

"Pelo menos em quatro estados da federação, já se verifica com preocupação uma tendência de curva em aceleração importante de casos novos de infecção pelo SARS-COV-2 quando comparado com o mês anterior", diz o texto, baseado nos dados divulgados ontem (10) no Boletim InfoGripe, da Fundação Oswaldo Cruz.

A SBI alerta que o cenário é decorrente da subvariante Ômicron BQ.1 e outras variantes e pede que o Ministério da Saúde, a Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec) e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) tenham atenção especial às medidas sugeridas.

O primeiro ponto levantado pela sociedade científica é que é preciso incrementar as taxas de vacinação contra a covid-19, principalmente nas diferentes doses de reforço. A SBI avalia que as coberturas se encontram, todas, em níveis ainda insatisfatórios nos públicos-alvo.

Os infectologistas recomendam também garantir a aquisição de doses suficientes de vacina para imunizar todas as crianças de 6 meses a 5 anos de idade, independente da presença de comorbidades. Até o momento, a vacinação da faixa de 6 meses a 3 anos ainda está restrita a crianças com comorbidades, e o Ministério da Saúde iniciou ontem (10) a distribuição de 1 milhão de doses de vacinas destinadas a elas.

A SBI também pede a rápida aprovação e acesso às vacinas covid-19 bivalentes de segunda geração, atualizadas com as novas variantes, que estão atualmente em análise pela Anvisa. Procurada pela Agência Brasil, a agência respondeu que os processos estão em fase final de análise, e é esperado que a deliberação ocorra em breve, embora não haja uma data fixada para isso. Fonte: Agência Brasil - 11/11/2022 - 20:24

Coronavírus: Situação do Brasil até 11 de novembro de 2022

 


Coronavírus: Internações por covid-19 disparam em São Paulo

O surgimento de uma nova subvariante do coronavírus, a pouca adesão às doses de reforço das vacinas e as aglomerações na campanha eleitoral voltaram a aumentar a transmissão do vírus. Em São Paulo, o retorno da pandemia de covid-19 aumentou rapidamente os diagnósticos e as internações pela doença no SUS (Sistema Único de Saúde) e em hospitais da rede privada, como o Albert Einstein e o Sírio Libanês.

"Os dados apontam um crescimento acelerado nas admissões hospitalares em leitos covid no estado nas duas últimas semanas", afirmou o coordenador da Info Tracker, plataforma de monitoramento da pandemia das universidades estaduais paulistas USP e Unesp.

Como o Ministério da Saúde não consolidou os dados nacionais de internação, a Info Tracker colheu as informações no estado de São Paulo, capital, Grande São Paulo e interior.

O pesquisador e professor da Unesp diz que a preocupação é maior na capital e Região Metropolitana, em "uma escalada que se iniciou há duas semanas".

"A capital tem concentrado atualmente 60% das novas admissões hospitalares de todo o estado", calcula. "Esse aumento começa a reverberar, ainda que em menor grau, nas regiões adjacentes à Região Metropolitana, como Sorocaba, Campinas e São José dos Campos."

Está previsto para as próximas semanas um aumento generalizado em todo o estado." Wallace Casaca, da Info Tracker

Vai ter nova onda?

Casaca prefere chamar o aumento de casos de repique, uma vez que a gravidade dos casos é menor do que no passado, com menos internações e mortes. Já a infectologista do Instituto de Infectologia Emílio Ribas, Rosana Richtmann, diz que "chamaria de uma nova onda, mesmo que uma marola", em razão do aumento de casos, da chegada das festas de fim de ano e da flexibilização das medidas sanitárias.

"Não quero assustar ninguém porque a gravidade dos casos é mesmo muito menor, mas temos uma tendência", diz Richtmann. "É indiscutível que o número de casos está francamente aumentando."

O que fazer agora? "Os vírus mudam, mas as recomendações são as mesmas: um dos vilões de transmissão são nossas mãos: sempre faça a higienização com álcool em gel ou sabão para diminuir a possibilidade de contaminação do ambiente e de se contaminar", diz a médica.

Recomendo aos mais vulneráveis usar máscara em transporte público, principalmente em horários de pico. Se algum familiar estiver sintomático no fim de ano, tenha o bom senso de respeitar os mais vulneráveis e evitar as festas. Fonte: UOL, em São Paulo-12/11/2022 11h51