domingo, 21 de março de 2021

Coronavírus: Nova onda de covid-19 atinge a Europa

 Uma nova explosão no número de casos de covid-19 levou neste fim de semana vários países da Europa a retomarem medidas de restrições, em meio à crescente frustração da população com o avanço lento da vacinação.

França e Itália confinaram novamente grande parte de sua população, enquanto a Alemanha, há meses em lockdown, deve anunciar nesta segunda-feira (22/03) a suspensão da reabertura tímida que tentava levar adiante.

Segundo o Centro Europeu para Prevenção e Controle de Doenças, agência da União Europeia, 20 países do bloco enfrentam atualmente uma escalada no número de casos. Destes, 15 estão com as UTIs a cada dia mais cheias. Em três semanas, a incidência de infecções por covid-19 subiu em média mais de 34% nos países, o que é atribuído ao avanço de novas variantes da doença, como a britânica.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) alertou para a necessidade de não afrouxar medidas de confinamento. E especialistas dizem que a vacinação, no estágio em que se encontra, não será suficiente para evitar mais uma onda de covid. "A incidência de casos continua sua tendência crescente. Já vimos três semanas consecutivas de crescimento em casos covid-19, com mais de 1,2 milhões de novos casos relatados na semana passada em toda a Europa”, disse na quarta-feira Hans Henri P. Kluge, diretor da OMS para a Europa. "Que não haja dúvidas: a vacinação por si só - particularmente dada a variada aceitação nos países - não substitui as medidas de saúde pública e sociais."

A experiência na UE está divergindo do Reino Unido e dos EUA, que implementaram programas de vacinação eficazes e estão vendo as taxas de casos caírem.

EXPLOSÃO DE CASOS NA ALEMANHA: Na Alemanha, o aumento de novos casos cresce há três semanas, e especialistas falam em "crescimento exponencial" atribuído diretamente à variante britânica – 75% dos casos testados seriam dela.

A incidência acumulada de covid-19 na Alemanha em sete dias é de 103,9 novos casos por 100 mil habitantes. É a primeira vez que a marca de 100 é superada em quase dois meses. As novas infecções totalizaram 13.733 nas últimas 24 horas, quase três mil a mais do que há uma semana.

Nos últimos dias, a incidência tem aumentado acentuadamente: 86,2 na quarta-feira, 90 na quinta-feira, 95,6 na sexta-feira e 99,9 no sábado, em comparação com 79 casos no domingo passado e 65 há duas semanas.

Como a chanceler Angela Merkel antecipou na sexta-feira, na reunião com os governadores nesta segunda-feira não será para aliviar ainda mais as restrições, mas para reintroduzir algumas das medidas que já estão em vigor há algum tempo.

FRANÇA: Na França, por sua vez, mais de um terço da população está agora sob medidas de restrição de movimentação.

ITÁLIA: Na Itália, metade das 20 regiões, que incluem as cidades de Roma, Milão e Veneza, estão sob duras restrições desde a semana passada.

Em regiões demarcadas como "zonas vermelhas", as pessoas não poderão sair de suas casas, exceto por motivos de trabalho ou saúde, com todas as lojas não essenciais fechadas.

VACINAÇÃO LENTA: A União Europeia enfrenta a nova onda de covid-19 com grande preocupação econômica – seu PIB sofreu contração de 6,4% no ano passado e esperava-se para este ano uma retomada mais rápida. O futuro, dizem especialistas, depende em muito da eficácia das campanhas de vacinação.

Mas, enquanto nos EUA um em cada seis adultos já foi totalmente vacinado contra covid-19, e o Reino Unido já aplicou a primeira dose em metade da população, na UE a coisa caminha mais devagar. 

Nos países do bloco europeu, em média apenas 10% da população recebeu uma primeira dose da vacina. Totalmente vacinados, foram até o início deste domingo apenas 4,5% da população do bloco.

Uma cúpula da UE marcada para quinta e sexta-feira em Bruxelas não será mais realizada pessoalmente devido à aceleração da nova onda do coronavírus na Europa. O chefe do Conselho Europeu, Charles Michel, que organiza as reuniões regulares dos líderes,  tomou a decisão após a explosão dos casos nesta semana. A reunião está marcada para tratar de vários temas sensíveis, incluindo a desorganização na resposta da UE à pandemia. Fonte: Deutsche Welle – 21.03.2021

Índia avisa que entrega de vacina ao Brasil vai atrasar

 O Instituto Serum, responsável pela produção na Índia da vacina contra a covid-19 desenvolvida pela AstraZeneca e a Universidade de Oxford, comunicou ao Brasil que não conseguirá cumprir os prazos de entrega dos imunizantes comprados pelo governo Jair Bolsonaro.

A informação foi publicada neste domingo (21/03) pelo jornal indiano Indian Times. Segundo o diário, o chefe do instituto, Adar Poonawalla, enviou uma carta à Fiocruz confirmando a suspensão das entregas, sem data exata para restabelecimento.

O Brasil, de acordo com Poonawalla, recebeu até agora 4 milhões dos 20 milhões de vacinas encomendados. A cifra difere da previsão mais recente da Fiocruz. Segundo a fundação, a negociação com a AstraZeneca e o Instituto Serum incluía a aquisição de mais oito milhões de doses ao longo dos próximos dois meses.

O atraso anunciada pelo Instituto Serum afeta também outros países, como Marrocos e Arábia Saudita. Ele foi justificado pelo aumento da demanda interna e dificuldades no trabalho de expansão de capacidade.

No início do mês, em declarações ao Congresso, o então ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, já havia indicado que poderia haver atrasos em março na carga vinda da Índia.

PRESSÃO INTERNA NA ÍNDIA: A Índia, o maior fabricante mundial de vacinas, está sendo criticada domesticamente por doar ou vender mais doses do que administra em casa. O país está em meio a mais uma onda de covid-19, e já registrou mais de 11,6 milhões de infectados.

A informação do atraso de entregas ao Brasil é noticiado dias depois de o Reino Unido anunciar que teria que retardar seu programa de vacinação no próximo mês porque o instituto indiano demoraria a entregar doses planejadas. O Instituto Serum forneceu até agora metade das doses dos 10 milhões que o governo britânico encomendou.

Uma fonte citada pela agência de notícias Reuters disse que o Serum trabalha para expandir sua produção mensal de 60 para 100 milhões de doses até abril ou maio.

Originalmente, o instituto deveria vender vacinas apenas para países de média e baixa renda, principalmente na Ásia e África, mas problemas de produção em outras instalações da AstraZeneca forçaram-no a enviar para muitos outros países em nome da AstraZeneca.

A Índia doou até agora 8 milhões de doses e vendeu quase 52 milhões para 75 países, principalmente a vacina da AstraZeneca feita pelo Serum. A Índia já administrou mais de 44 milhões de doses desde que iniciou sua campanha de imunização, em meados de janeiro. Fonte: Deutsche Welle – 21.03.2021

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