segunda-feira, 24 de agosto de 2020

Coronavírus: A receita de sucesso do Uruguai contra o coronavírus

A América Latina é, junto com os EUA, epicentro da pandemia. Mas toda regra tem sua exceção. O Uruguai tem um histórico impressionante quando comparado a muitos outros países latino-americanos. De acordo com o Centro Europeu de Prevenção e Controle de Doenças (ECDC), o pequeno país sul-americano registrou;
-1.516 infecções e
-42 mortes;  desde o início da epidemia, em 13 de março deste ano.

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Os especialistas consultados pela DW destacam que não existe uma resposta única e que os vários fatores, como é frequente no combate às epidemias, vão além de meras questões de saúde. "No início, o desejo de unidade nacional era crucial. Todos os atores-chave se uniram para enfrentar a pandemia de forma abrangente", explica Giovanni Escalante, representante da Organização Panamericana de Saúde no Uruguai, em entrevista à DW. Além disso, ele diz que o país sempre teve um bom sistema de vigilância epidemiológica.

"O país sul-americano já havia feito seu dever de casa antes da pandemia", diz o especialista Giovanni Escalante. "O Uruguai ganhou uma experiência extremamente valiosa no combate a surtos como o de sarampo, ocorrido em 2019." Nesse caso, as autoridades responderam com um amplo programa de vacinação e conseguiram controlar a situação.
Além de uma política de saúde ambiciosa, grandes investimentos também têm sido feitos em educação e política social. O sistema social uruguaio é referência regional em áreas como o atendimento as crianças, idosos e necessitados. Além disso, o país foi o primeiro da América Latina a permitir o retorno às escolas apesar da pandemia.

BAIXA DENSIDADE POPULACIONAL
Detalhe não menos importante, a demografia do país também desempenha um papel importante. Gonzalo Moratorio ressalta que a baixa densidade populacional do país favorece o controle dos surtos epidêmicos. Além disso, a capital Montevidéu – onde vive cerca de metade dos uruguaios – "é uma cidade que conseguiu manter o equilíbrio na distribuição dos espaços verdes e públicos".
As regras de distanciamento social também moldam a vida cotidiana no Uruguai. A disciplina da população evitou até agora uma quarentena forçada. No entanto, a solidão, a depressão e as doenças mentais aumentaram. Apesar dos sucessos, a situação pode mudar a qualquer momento. “Enquanto vizinhos como o Brasil não conseguirem controlar a pandemia, a cooperação nas fronteiras continuará sendo outra prioridade", diz Gonzalo Moratorio. Um dos maiores desafios é melhorar ainda mais as opções de diagnóstico e alerta precoce. Fonte: Deutsche Welle-23 de agosto
Comentário: A população é de cerca de 3,5 milhões de habitantes, sendo 1,8 milhão vivem na capital, Montevidéu, e em sua área metropolitana.

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