A América Latina é, junto com
os EUA, epicentro da pandemia. Mas toda regra tem sua exceção. O Uruguai tem um
histórico impressionante quando comparado a muitos outros países
latino-americanos. De acordo com o Centro Europeu de Prevenção e Controle de
Doenças (ECDC), o pequeno país sul-americano registrou;
-1.516 infecções e
-42 mortes; desde o início da epidemia, em 13 de março
deste ano.
QUAL ESTRATÉGIA O URUGUAI
ESTÁ BUSCANDO PARA EVITAR A CRISE CORONAVÍRUS VISTA EM SEUS VIZINHOS?
Os especialistas consultados
pela DW destacam que não existe uma resposta única e que os vários fatores,
como é frequente no combate às epidemias, vão além de meras questões de saúde.
"No início, o desejo de unidade nacional era crucial. Todos os
atores-chave se uniram para enfrentar a pandemia de forma abrangente",
explica Giovanni Escalante, representante da Organização Panamericana de Saúde
no Uruguai, em entrevista à DW. Além disso, ele diz que o país sempre teve um
bom sistema de vigilância epidemiológica.
"O país sul-americano já
havia feito seu dever de casa antes da pandemia", diz o especialista
Giovanni Escalante. "O Uruguai ganhou uma experiência extremamente valiosa
no combate a surtos como o de sarampo, ocorrido em 2019." Nesse caso, as
autoridades responderam com um amplo programa de vacinação e conseguiram
controlar a situação.
Além de uma política de saúde
ambiciosa, grandes investimentos também têm sido feitos em educação e política
social. O sistema social uruguaio é referência regional em áreas como o
atendimento as crianças, idosos e necessitados. Além disso, o país foi o
primeiro da América Latina a permitir o retorno às escolas apesar da pandemia.
BAIXA DENSIDADE POPULACIONAL
Detalhe não menos importante,
a demografia do país também desempenha um papel importante. Gonzalo Moratorio
ressalta que a baixa densidade populacional do país favorece o controle dos
surtos epidêmicos. Além disso, a capital Montevidéu – onde vive cerca de metade
dos uruguaios – "é uma cidade que conseguiu manter o equilíbrio na
distribuição dos espaços verdes e públicos".
As regras de distanciamento
social também moldam a vida cotidiana no Uruguai. A disciplina da população
evitou até agora uma quarentena forçada. No entanto, a solidão, a depressão e
as doenças mentais aumentaram. Apesar dos sucessos, a situação pode mudar a
qualquer momento. “Enquanto vizinhos como o Brasil não conseguirem controlar a
pandemia, a cooperação nas fronteiras continuará sendo outra prioridade",
diz Gonzalo Moratorio. Um dos maiores desafios é melhorar ainda mais as opções
de diagnóstico e alerta precoce. Fonte: Deutsche Welle-23 de agosto
Comentário: A população é de
cerca de 3,5 milhões de habitantes, sendo 1,8 milhão vivem na capital,
Montevidéu, e em sua área metropolitana.
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