Os Estados Unidos superaram a
marca de 5 milhões de pessoas infectadas pelo novo coronavírus desde o início
da epidemia no país, segundo dados divulgados no domingo (09/98) pela
Universidade Johns Hopkins, que monitora os avanços da covid-19 nos EUA e no
mundo.
Além de possuir o maior
número de infecções em todo o planeta, o país também contabiliza a maior
quantidade de mortes em razão da doença. Até este domingo, segundo a Johns
Hopkins, eram mais de 162 mil óbitos no país, quase o triplo do total oficial
de americanos mortos na guerra do Vietnã.
Autoridades americanas de
saúde afirmam que o número real das infecções no país seria 10 vezes maior do
que o oficial, o que significaria um total de 50 milhões de pessoas infectadas.
Essa subnotificação se explicaria pela baixa testagem na população e pelo fato
de que em torno de 40% dos portadores do coronavírus não apresentam sintomas.
Muitos europeus se dizem
espantados com a situação atual da doença nos EUA, uma vez que os americanos
tiveram tempo para se preparar para a chegada do vírus, ao contrário do que
ocorreu na Europa. O país poderia ter se beneficiado da experiência e
conhecimento médico adquirido nos meses anteriores pelos europeus, antes dos
pacientes infectados começarem a lotar as UTIs americanas.
Ao invés disso, o governo
americano adotou a estratégia de negar ou minimizar a extensão da doença, o que
pode ter contribuído para o aumento dos casos e das mortes, assim como diversas
outras atitudes tomadas pela Casa Branca.
O líder americano se recusou
durante meses a usar máscaras de proteção e chegou a colocar em dúvida alertas
de saúde dos próprios especialistas do governo. Ao mesmo tempo, o país vive um
processo de politização da resistência ao uso das máscaras e ao confinamento, o
que, segundo especialistas, amplifica o risco de contaminação.
Enquanto o coronavírus surgia
nos EUA, Trump dizia se tratar de uma farsa e que o vírus desapareceria
rapidamente com a chegada do calor no verão do hemisfério norte.
"NÃO HÁ ESTRATÉGIA
NACIONAL"
O Dr. David Ho, que coordena
uma equipe de cientistas da Universidade de Columbia, nos EUA, que desenvolvem
tratamentos contra a covid-19, critica com veemência a forma como o governo
americano vem lidando com o problema.
"Não há estratégia
nacional, não há liderança e não há um pedido para que a população haja de
forma unificada e obedeça em conjunto as medidas ", alertou Ho.
"Estamos completamente abandonados como nação", lamentou. Fonte: Deutsche
Welle-09.08.2020
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