É quase meia-noite no centro
de Berlim, e um grupo de jovens turistas bávaros está aproveitando o clima
quente de verão em um bar situado em um dos muitos pátios da cidade. A maioria
deles está sentada a pouca distância uns dos outros em um banco comprido de
madeira, bebendo cerveja e falando alto. Distanciamento social não existe.
Ninguém usa máscara.
Eles dizem que o bar no
povoado em que moram está fechado por causa do coronavírus, então decidiram vir
para a capital para se divertir. Medo de pegar o coronavírus? "Nem um
pouco", diz um deles. Os outros concordam: "Não temos medo. Somos
jovens e saudáveis."
E quanto à possibilidade de
uma segunda onda de infecções, causada, em parte, por pessoas que festejam
demais? "Na minha opinião, isso é infundado", responde um deles. Um
amigo se intromete: "É pura especulação".
FESTEJANDO COM CRIATIVIDADE
Embora as casas noturnas de
Berlim estejam fechadas há meses, os berlinenses e os turistas encontraram
outras maneiras de comemorar durante a pandemia.
Os bares e restaurantes
costumam ficar lotados, especialmente se tiverem capacidade para sentar ao ar
livre, e os parques e as florestas se transformaram em cenário de raves
improvisadas.
As autoridades estão bem
cientes de que é difícil manter o distanciamento social quando as pessoas bebem
e festejam. E também sabem que isso se tornou um problema de saúde pública.
Os casos de coronavírus
aumentaram significativamente na Alemanha nas últimas semanas, e as autoridades
de saúde pública disseram que a culpa é, em parte, da negligência.
Além disso, mais jovens
parecem estar testando positivo na Alemanha. De acordo com as autoridades
sanitárias do país, a idade média dos que estão se infectando é agora de 32
anos. Na Páscoa, era de 52 anos.
EM BERLIM, A MAIORIA DOS
INFECTADOS TEM ENTRE 30 E 39 ANOS.
Stephan von Dassel,
subprefeito do bairro de Mitte, no centro de Berlim, diz estar preocupado com
isso. "Voltamos ao patamar em que estávamos em março e no início de abril,
quase 200 casos em 10 dias”, diz, referindo-se a Mitte, um dos bairros mais
afetados pelo aumento das infecções na capital alemã.
“Alguns dos números da infecção vêm do retorno
de turistas, mas também de frequentadores de festas e pessoas que obviamente
não cumprem mais as normas de proteção”, acrescenta.
Von Dassel admite que ele e
seus quase 50 funcionários não podem fiscalizar cada um dos 2.800 bares e
restaurantes em seu distrito, então ele enfatiza ser necessário que os donos de
bar e os frequentadores também tenham senso de responsabilidade.
Bares e restaurantes devem
garantir que haja espaço suficiente entre as mesas e manter listas de
visitantes para rastrear infecções. Os garçons devem usar máscaras de proteção
e devem garantir que os convidados também as usem quando não estiverem em suas
mesas. Fonte: Deutsche Welle- 23.08.2020
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