quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Em 2008 remunera-se o terrorista de 1968



Daqui a oito dias completam-se 40 anos de um episódio pouco lembrado e injustamente inconcluso. À primeira hora de 20 de março de 1968, o jovem Orlando Lovecchio Filho, de 22 anos, deixou seu carro numa garagem da avenida Paulista e tomou o caminho de casa. Uma explosão arrebentou-lhe a perna esquerda. Pegara a sobra de um atentado contra o consulado americano, praticado por terroristas da Vanguarda Popular Revolucionária. (Nem todos os militantes da VPR podem ser chamados de terroristas, mas quem punha bomba em lugar público, terrorista era.)

Lovecchio teve a perna amputada abaixo do joelho e a carreira de piloto comercial destruída. O atentado foi conduzido por Diógenes Carvalho Oliveira e pelos arquitetos Sérgio Ferro e Rodrigo Lefèvre, além de Dulce Maia e uma pessoa que não foi identificada.

A bomba do consulado americano explodiu oito dias antes do assassinato de Edson Luís de Lima Souto no restaurante do Calabouço, no Rio de Janeiro, e nove meses antes da imposição ao país do Ato Institucional nº 5. Essas referências cronológicas desamparam a teoria segundo a qual o AI-5 provocou o surgimento da esquerda armada. Até onde é possível fazer afirmações desse tipo, pode-se dizer que sem o AI-5 certamente continuaria a haver terrorismo e sem terrorismo certamente teria havido o AI-5.

O caso de Lovecchio tem outra dimensão. Passados 40 anos, ele recebe da Viúva uma pensão especial de R$ 571 mensais. Nada a ver com o Bolsa Ditadura. Para não estimular o gênero coitadinho, é bom registrar que ele reorganizou sua vida, caminha com uma prótese, é corretor e imóveis e mora em Santos com a mãe e um filho.

A vítima da bomba não teve direito ao Bolsa Ditadura, mas o bombista Diógenes teve. No dia 24 de janeiro passado, o governo concedeu-lhe uma aposentadoria de R$ 1.627 mensais, reconhecendo ainda uma dívida de R$ 400 mil de pagamentos atrasados.

Em 1968, com mestrado cubano em explosivos, Diógenes atacou dois quartéis, participou de quatro assaltos, três atentados a bomba e uma execução. Em menos de um ano, esteve na cena de três mortes, entre as quais a do capitão americano Charles Chandler, abatido quando saía de casa. Tudo isso antes do AI-5.

Diógenes foi preso em março de 1969 e um ano depois foi trocado pelo cônsul japonês, seqüestrado em São Paulo. Durante o tempo em que esteve preso, ele foi torturado pelos militares que comandavam a repressão política. Por isso foi uma vítima da ditadura, com direito a ser indenizado pelo que sofreu. Daí a atribuir suas malfeitorias a uma luta pela democracia iria enorme distância. O que ele queria era outra ditadura. Andou por Cuba, Chile, China e Coréia do Norte. Voltou ao Brasil com a anistia e tornou-se o "Diógenes do PT". Apanhado num contubérnio do grão-petismo gaúcho com o jogo do bicho, deixou o partido em 2002.

Lovecchio, que ficou sem a perna, recebe um terço do que é pago ao cidadão que organizou a explosão que o mutilou. (Um projeto que revê o valor de sua pensão, de iniciativa da ex-deputada petista Mariângela Duarte, está adormecido na Câmara.)

Em 1968, antes do AI-5, morreram sete pessoas pela mão do terrorismo de esquerda. Há algo de errado na aritmética das indenizações e na álgebra que faz de Diógenes uma vítima e de Lovecchio um estorvo. Afinal, os terroristas também sonham.Fonte: Folha de São Paulo - 2 de março de 2008 - Elio Gaspari 

sábado, 11 de agosto de 2012

Critérios raciais da Lei de Cotas nas universidades podem causardistorções



As cotas geram discriminação e pode provocar ódio. Pouco importa brancos, negros, pardos, indígenas, somos todos brasileiros com direitos iguais.

Constituição: Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade.

Fixar o porcentual de cotas para negros, pardos e indígenas de acordo com a proporção dessas populações nos Estados pode criar distorções na aprovação das universidades federais. Isso porque o volume de inscritos no vestibulares nem sempre tem correlação com esse porcentual. Além disso, o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) possibilita que candidatos de outros Estados concorram em qualquer universidade federal do País.

Essa reserva de vagas por cor de pele está na Lei de Cotas aprovada no Senado anteontem. O projeto, que precisa ser sancionado pela presidente Dilma Rousseff, prevê que 50% das vagas das universidade federais sejam reservadas para alunos da escola pública - respeitando as reservas por cor de pele e renda.

Pelo Enem, por exemplo, um aluno de Santa Catarina - cuja população negra e parda não chega a 16% - pode concorrer pela cota com mais chances de sucesso em uma instituição do Pará, Maranhão e Bahia. Nesses Estados, o porcentual total da população negra e parda é superior a 76%, segundo o último censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Quando se olha as proporções de inscritos em todo o Brasil no Enem, divididos por cor de pele, os números seguem a realidade nacional apurada pelo IBGE. Mas, quando se diferencia por Estados, algumas distorções aparecem. O Rio é um exemplo.

O Estado tem quatro universidades federais, entre elas a UFRJ - a maior federal do País. Todas terão de respeitar a proporção de 51% de negros e pardos, indicada pelo Censo. Mas a participação de inscritos no Enem de 2010, por exemplo, foi de 43% - representando uma diferença de 18% entre essas realidades. O porcentual pode parecer pequeno, mas significará a substituição de candidatos de escolas particulares daquele Estado por negros e pardos de outros - valendo-se de uma cota alheia a ele.

O porcentual menor de negros entre os inscritos, na comparação com a proporção do Estado, é também visto em outros vestibulares. Na Fuvest, por exemplo, esse grupo corresponde a 18,1% das inscrições, e a proporção de São Paulo é de 34,82%. O vestibular da USP, no entanto, não será afetado pela lei.

STF. Crítico das cotas com critério racial, o advogado José Roberto Ferreira Militão concorda que há margem para distorções e diz que a lei abre espaço para questionamentos jurídicos. "A interpretação é dúbia e a questão deve ir para o Supremo Tribunal Federal", afirma ele, militante do movimento negro. Para Militão, a própria fixação do porcentual de negros causa múltiplas interpretações. "A lei, quando quer ser, é clara. Essa é um engodo, porque não fica claro se esse porcentual de negros será distribuído incluindo os cotistas por renda." A lei indica que os critérios serão definidos por cada universidade.

O diretor da ONG Educafro, frei David Santos, afirma que os negros vão se inserir nos processos seletivos cada vez mais. "O povo não é bobo, não fica participando de algo excludente, injusto. Agora tudo pode mudar."

Lei mexe em vagas federais

O Senado aprovou na noite de terça-feira o projeto que institui cotas nas universidades federais. O projeto começou a tramitar em 2008 e ficou parado por um período aguardando decisão do Supremo Tribunal Federal sobre a constitucionalidade das cotas - o que ocorreu no meio do ano.

De acordo com o projeto, 50% das vagas nas federais devem ser ocupadas por alunos de escolas públicas. Metade desse total será direcionada para candidatos com renda familiar de até 1,5 salário per capita. Dentro dessas vagas, a universidade deve respeitar o porcentual de negros, pardos, e índios de cada Estado, segundo o Censo do IBGE. A divisão é por curso e turno. A presidente Dilma Rousseff tem de sancionar a lei. Fonte: Estadão - 10 de agosto de 2012 

Comentário: É o jeitinho brasileiro No meu tempo de estudante de escola pública tinha exame para passar do primário para o ginásio, que não passasse tinha de fazer o admissão. Completando o ginásio na mesma escola tinha de fazer novo exame para o cientifico, Naquela época as escolas públicas em São Paulo eram referência em estudo, Apenas algumas particulares  eram consideradas do mesmo nível das escolas públicas. Socializaram as escolas públicas, socializaram as notas, socializaram a competição, não existe vencedor.  Pelo jeito as universidades federais vão pelo mesmo caminho  do ensino fundamental e médio, socialização das notas, todos vão obter o diploma. Só falta depois o governo impor o regime de cotas de trabalho, principalmente aos órgãos federais. O que impera no Brasil desde a democratização é a ideologização do ensino.  Coitado do pobre branco, asiático,  e outras etnias, esqueceram de vocês. Devem estudar muito.

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Hiroshima lembra 67 anos da bomba atômica

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Da cerimônia participaram representantes de 71 países, inclusive Estados Unidos e outras potências atômicas como Reino Unido e França

Hiroshima lembrou nesta segunda-feira (6) as vítimas da bomba atômica que há 67 anos arrasou a cidade e deixou 140 mil mortos, em uma data marcada ainda pela sombra do acidente de Fukushima no ano passado e um movimento antinuclear cada vez mais consolidado.

Cerca de 50 mil pessoas se reuniram no Parque da Paz de Hiroshima para homenagear as vítimas com um minuto de silêncio às 8h15 locais (18h15 do domingo, no horário de Brasília), a mesma na qual a bomba caía sobre a cidade.

"Little Boy", o nome com o qual Estados Unidos batizou a primeira bomba nuclear da história, reduziu a cinzas uma municipalidade hoje convertida em uma ativa cidade de mais de um milhão de habitantes que, a cada dia 6 de agosto, pede ao mundo que a tragédia não seja esquecida.

Da cerimônia participaram representantes de 71 países, inclusive Estados Unidos e outras potências atômicas como Reino Unido e França, que escutaram a chamada pela paz e pelo desarmamento nuclear do prefeito de Hiroshima, Kazumi Matsui.

Em seu discurso, Matsui pediu que as experiências dos idosos sobreviventes da bomba atômica sejam compartilhadas com o mundo e urgiu que o Japão lidere o movimento pela abolição total das armas nucleares.

Perante um público entre o qual se encontrava também o primeiro-ministro japonês, Yoshihiko Noda, o prefeito solicitou ao governo do Japão mais ajudas para os "hibakusha", como são conhecidas as vítimas das bombas atômicas, que durante anos tiveram que suportar o estigma da discriminação.

Na cerimônia esteve presente neste ano o neto do presidente americano Harry Truman, que ordenou o lançamento das bombas de Hiroshima e Nagasaki nos dias 6 e 9 de agosto de 1945, respectivamente, no capítulo final da Segunda Guerra Mundial.

Clifton Truman Daniel, de 55 anos, viajou ao Japão convidado por uma organização não governamental para participar das cerimônias nas duas cidades e reunir-se com sobreviventes de ambas tragédias.

Em declarações no final de semana em Tóquio, antes de viajar para Hiroshima, Truman Daniel ressaltou que para sua família é muito importante entender o que aconteceu e as "consequências totais" das decisões tomadas por seu avô. Fonte: Gazeta do Povo - 06/08/2012 

domingo, 5 de agosto de 2012

A ditadura civil-militar



Tornou-se um lugar comum chamar o regime político existente entre 1964 e 1979 de “ditadura militar”. Trata-se de um exercício de memória, que se mantém graças a diferentes interesses, a hábitos adquiridos e à preguiça intelectual. O problema é que esta memória não contribui para a compreensão da história recente do país e da ditadura em particular.

É inútil esconder a participação de amplos segmentos da população no golpe que instaurou a ditadura, em 1964. É como tapar o sol com a peneira.

As marchas da Família com Deus e pela Liberdade mobilizaram dezenas de milhões de pessoas, de todas as classes sociais, contra o governo João Goulart. A primeira marcha realizou-se em São Paulo, em 19 de março de 1964, reunindo meio milhão de pessoas. Foi convocada em reação ao Comício pelas Reformas que teve lugar uma semana antes, no Rio de Janeiro, com 350 mil pessoas. Depois houve a Marcha da Vitória, para comemorar o triunfo do golpe, no Rio de Janeiro, em 2 de abril. Estiveram ali, no mínimo, a mesma quantidade de pessoas que em São Paulo. Sucederam-se marchas nas capitais dos estados e em cidades menores. Até setembro de 1964, marchou-se sem descanso. Mesmo descontada a tendência humana a aderir à Ordem, trata-se de um impressionante movimento de massas.

Nas marchas desaguaram sentimentos disseminados, entre os quais, e principalmente, o medo, um grande medo.

De que as gentes que marcharam tinham medo?

Tinham medo das anunciadas reformas, que prometiam acabar com o latifúndio e os capitais estrangeiros, conceder o voto aos analfabetos e aos soldados, proteger os assalariados e os inquilinos, mudar os padrões de ensino e aprendizado, expropriar o sistema bancário, estimular a cultura nacional. Se aplicadas, as reformas revolucionariam o país. Por isto entusiasmavam tanto. Mas também metiam medo. Iriam abalar tradições, questionar hierarquias de saber e de poder. E se o país mergulhasse no caos, na negação da religião? Viria o comunismo? O Brasil viraria uma grande Cuba? O espectro do comunismo. Para muitos, a palavra era associada à miséria, à destruição da família e dos valores éticos.

É preciso recuperar a atmosfera da época, os tempos da Guerra Fria. De um lado, os EUA e o chamado mundo livre, ocidental e cristão. De outro, a União Soviética e o mundo socialista. Não havia espaço para meios-termos. A luta do Bem contra o Mal. Para muitos, Jango era o Mal; a ditadura, se fosse o caso, um Bem.

No Brasil, estiveram com as Marchas a maioria dos partidos, lideranças empresariais, políticas e religiosas, e entidades da sociedade civil, como a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e a Conferência Nacional dos Bispos Brasileiros (CNBB), as direitas. A favor das reformas, uma parte ponderável de sindicatos de trabalhadores urbanos e rurais, alguns partidos, as esquerdas. Difícil dizer quem tinha a maioria. Mas é impossível não ver as multidões — civis — que apoiaram a instauração da ditadura.

A frente que apoiou o golpe era heterogênea. Muitos que dela tomaram parte queriam apenas uma intervenção rápida, brutal, mas rápida. Lideranças civis como Carlos Lacerda, Magalhães Pinto, Adhemar de Barros, Ulysses Guimarães, Juscelino Kubitschek, entre tantos outros, aceitavam que os militares fizessem o trabalho sujo de prender e cassar. Logo depois se retomaria o jogo politico, excluídas as forças de esquerda radicais.

Não foi isso que aconteceu. Para surpresa de muitos, os milicos vieram para ficar. E ficaram longo tempo. Assumiram um protagonismo inesperado. Houve cinco generais-presidentes. Ditadores. Eleitos indiretamente por congressos ameaçados, mas participativos. Os três poderes republicanos eram o Exército, a Marinha e a Aeronáutica. Os militares mandavam e desmandavam. Ocupavam postos no aparelho de segurança, nas empresas estatais e privadas. Choviam as verbas. Os soldos em alta e toda a sorte de mordomias e créditos. Nunca fora tão fácil “sacrificar-se pela Pátria”.

E os civis? O que fizeram? Apenas se encolheram? Reprimidos?

A resposta é positiva para os que se opuseram. Também aqui houve diferenças. Mas todos os oposicionistas — moderados ou radicais — sofreram o peso da repressão.

Entretanto, expressivos segmentos apoiaram a ditadura. Houve, é claro, ziguezagues, metamorfoses, ambivalências. Gente que apoiou do início ao fim. Outros aplaudiram a vitória e depois migraram para as oposições. Houve os que vaiaram ou aplaudiram, segundo as circunstâncias. A favor e contra. Sem falar nos que não eram contra nem a favor — muito pelo contrário.

Na história da ditadura, como sempre, a coisa não foi linear, sucedendo-se conjunturas mais e menos favoráveis. Houve um momento de apoio forte — entre 1969 e 1974. Paradoxalmente, os chamados anos de chumbo. Porque foram também, e ao mesmo tempo, anos de ouro para não poucos. O Brasil festejou então a conquista do tricampeonato mundial, em 1970, e os 150 anos de Independência. Quem se importava que as comemorações fossem regidas pela ditadura? É elucidativa a trajetória da Aliança Renovadora Nacional — a Arena, partido criado em 1965 para apoiar o regime. As lideranças civis aí presentes atestam a articulação dos civis no apoio à ditadura. Era “o maior partido do Ocidente”, um grande partido. Enquanto existiu, ganhou quase todas as eleições.

Também seria interessante pesquisar as grandes empresas estatais e privadas, os ministérios, as comissões e os conselhos de assessoramento, os cursos de pós-graduação, as universidades, as academias científicas e literárias, os meios de comunicação, a diplomacia, os tribunais. Estiveram ali, colaborando, eminentes personalidades, homens de Bem, alguns seriam mesmo tentados a dizer que estavam acima do Bem e do Mal.

Sem falar no mais triste: enquanto a tortura comia solta nas cadeias, como produto de uma política de Estado, o general Médici era ovacionado nos estádios.

Na segunda metade dos anos 1970, cresceu o movimento pela restauração do regime democrático. Em 1979, os Atos Institucionais foram, afinal, revogados. Deu-se início a um processo de transição democrática, que durou até 1988, quando uma nova Constituição foi aprovada por representantes eleitos. Entre 1979 e 1988, ainda não havia uma democracia constituída, mas já não existia uma ditadura.

Entretanto, a obsessão em caracterizar a ditadura como apenas militar levou, e leva até hoje, a marcar o ano de 1985 como o do fim da ditadura, porque ali se encerrou o mandato do último general-presidente. A ironia é que ele foi sucedido por um politico — José Sarney — que desde o início apoiou o regime, tornando-se ao longo do tempo um de seus principais dirigentes…civis.

Estender a ditadura até 1985 não seria uma incongruência? O adjetivo “militar” o requer.

Ora, desde 1979 o estado de exceção, que existe enquanto os governantes podem editar ou revogar as leis pelo exercício arbitrário de sua vontade, estava encerrado. E não foi preciso esperar 1985 para que não mais existissem presos políticos. Por outro lado, o Poder Judiciário recuperara a autonomia. Desde o início dos anos 1980, passou a haver pluralismo politico-partidário e sindical. Liberdade de expressão e de imprensa. Grandes movimentos puderam ocorrer livremente, como a Campanha das Diretas Já, mobilizando milhões de pessoas entre 1983-1984. Como sustentar que tudo isto acontecia no contexto de uma ditadura? Um equívoco?

Não, não se trata de esclarecer um equívoco. Mas de desvendar uma interessada memória e suas bases de sustentação.

São interessados na memória atual as lideranças e entidades civis que apoiaram a ditadura. Se ela foi “apenas” militar, todas elas passam para o campo das oposições. Desde sempre. Desaparecem os civis que se beneficiaram do regime ditatorial. Os que financiaram a máquina repressiva. Os que celebraram os atos de exceção. O mesmo se pode dizer dos segmentos sociais que, em algum momento, apoiaram a ditadura. E dos que defendem a ideia não demonstrada, mas assumida como verdade, de que a maioria das pessoas sempre fora — e foi — contra a ditadura.

Por essas razões é injusto dizer — outro lugar comum — que o povo não tem memória. Ao contrário, a história atual está saturada de memória. Seletiva e conveniente, como toda memória. No exercício desta absolve-se a sociedade de qualquer tipo de participação nesse triste — e sinistro — processo. Apagam-se as pontes existentes entre a ditadura e os passados próximo e distante, assim como os desdobramentos dela na atual democracia, emblematicamente traduzidos na decisão do Supremo Tribunal Federal em 2010, impedindo a revisão da Lei da Anistia. Varridos para debaixo do tapete os fundamentos sociais e históricos da construção da ditadura.

Enquanto tudo isso prevalecer, a História será uma simples refém da memória, e serão escassas as possibilidades de compreensão das complexas relações entre sociedade e ditadura. Fonte: O Globo - 31.03.2012 - Daniel Aarão Reis, professor de História Contemporânea da UFF

Comentário: O professor  descreve de maneira precisa a participação da sociedade civil em apoio a ditadura militar. Mas ele esquece de analisar por que  as organizações da esquerda, marxista e socialista levantaram a bandeira contra o regime em favor de uma falsa democracia se havia uma participação majoritária da sociedade civil em apoio ao regime militar?

Transcrevo o depoimento dado pelo professor  ao Centro de Ensino Unificado de Brasília - CEUB.

No ano de 1970, o senhor foi preso e depois foi para a Argélia. O senhor se  exilou ou foi forçado? 

Nem me exilei, nem fui forçado. Fui beneficiado por uma ação revolucionária  que capturou o embaixador alemão no Brasil, exigindo, em troca da vida dele, a  libertação de 40 presos políticos, entre os quais, eu me encontrava. A ação aconteceu  em junho de 1970 e o grupo todo foi para a Argélia, pois a ditadura não teve outra saída  senão aceitar as exigências dos revolucionários.

Quando jovem, fui militante de uma organização revolucionária, a Dissidência  Comunista da então Guanabara, a DI-GB, a mais charmosa organização revolucionária  então existente, que, por ocasião da captura do embaixador estadonidense no Brasil, assumiu o nome de Movimento Revolucionário 8 de Outubro/MR-8. Abraçava na época  a proposta de uma revolução catastrófica, a ser implementada por um processo de luta  armada, visando estabelecer uma ditadura revolucionária, no padrão que era comum aos  socialismos existentes (URSS, China e Cuba). De lá para cá, guardei a perspectiva geral  de mudanças radicais no sistema capitalista, continuo me considerando socialista, mas  sou adepto da idéia de que o socialismo deve ser almejado, e conquistado, como um  processo de radicalização da democracia, através de métodos reformistas revolucionários. Não fiz mais, a rigor, do que recuperar os princípios e as propostas dos  grandes revolucionários socialistas do século XIX.

No depoimento ele confessa  a luta armada visando estabelecer uma ditadura revolucionária, no padrão que era comum aos  socialismos existentes.

Mas critica os métodos do regime militar para obter informações dessas organizações, a tortura, prisões, etc. Mas essas organizações podiam matar, colocar bombas, capturar pessoas, em nome de uma causa, em que a maioria da sociedade não a apoiava.

O mais interessante ele continua socialista, utiliza a democracia para expor suas idéias e apóia   movimentos radicais revolucionários para implantar o regime socialista, que não admite pluralismo político e livre pensamento. O método reformista revolucionário nada mais é do que uma assembléia constituinte popular que visa a implantação de uma partido único ou não admite partidos políticos.

A esquerda esquece de lembrar  e principalmente os jornais atuais de informar aos mais jovens o genocídios ou holocaustro russos que foram iguais ou piores do que dos nazistas

Só para lembrar

1- genocídio de 1932-33, o regime de Josef Stalin matou sete milhões de ucranianos e enviou outros dois milhões para campos de concentração.

2- De 1929, quando o Gulag iniciou sua maior expansão, a 1953, quando Stalin morreu, as melhores estimativas indicam que cerca de 18 milhões de pessoas passaram por esse enorme sistema.

3- No decorrer da existência da URSS, surgiram pelo menos 476 complexos distintos de campos, consistindo em milhares de campos individuais, cada um dos quais tendo de algumas centenas a muitos milhares de pessoas.4 Os presos trabalhavam em quase todas as atividades imagináveis - derrubada e corte de árvores, transporte dessa madeira, mineração, construção civil, manufatura, agropecuária, projeto de aviões e peças de artilharia - e, na realidade, viviam num Estado dentro do Estado, quase numa civilização em separado.

A palavra Gulag é um acrônimo de Glavnoe Upravlenie Lagerei, ou Administração Central dos Campos. Com o tempo, passou também a indicar não só a administração dos campos de concentração, mas também o próprio sistema soviético de trabalho escravo, em todas as suas formas e variedades: campos de trabalhos forçados, campos punitivos, campos criminais e políticos, campos femininos, campos infantis, campos de trânsito. De modo ainda mais amplo, Gulag veio a significar todo o sistema repressivo soviético, o conjunto de procedimentos que os presos outrora denominaram "o moedor de carne": as prisões, os interrogatórios, o traslado em vagões de gado sem aquecimento, o trabalho forçado, a destruição de famílias, os anos de degredo, as mortes prematuras e desnecessárias.   

Mas a ideologia também distorceu o modo pelo qual compreendemos a história da URSS e da Europa oriental.A partir dos anos 1930, uma parte pequena da esquerda ocidental deu duro para explicar e às vezes desculpar dos  campos e o terror que os criou. Em 1936, quando milhões de lavradores soviéticos já trabalhavam nos campos ou viviam em degredo, os socialistas britânicos Sidney e Beatrice Webb publicaram um vasto levantamento sobre a URSS, o qual explicava, entre outras coisas, que "o oprimido camponês soviético vai aos poucos adquirindo a sensação de liberdade política".Na época dos grandes julgamentos de Moscou, enquanto Stalin arbitrariamente condenava aos campos milhares de membros inocentes do Partido, o dramaturgo Bertold Brecht disse ao filósofo Sidney Hook que, "quanto mais inocentes eles são, mais merecem morrer".

Não foi apenas a extrema esquerda, nem apenas os comunistas ocidentais, os que ficaram tentados a arranjar para os crimes de Stalin desculpas que nunca teriam apresentado para os de Hitler. Os ideais comunistas - justiça social, igualdade para todos - são simplesmente muito mais atraentes para a maioria das pessoas no Ocidente do que a defesa nazista do racismo e do triunfo do mais forte. Mesmo que na prática a ideologia comunista significasse algo muito diferente, era mais difícil aos descendentes intelectuais da Guerra de Independência dos Estados Unidos e da Revolução Francesa condenarem um sistema que, pelo menos, parecia semelhante ao deles próprios. Talvez isso ajude a explicar por que, desde o começo, relatos em primeira mão sobre o Gulag eram freqüentemente repudiados ou depreciados pelas mesmíssimas pessoas que jamais teriam colocado em dúvida o testemunho do Holocausto escrito por Primo Levi ou Eli Wiesel. Fonte:  Gulag : Uma História dos Campos de Prisioneiros Soviéticos – autora  Anne Applebaum

Veja o lema da esquerda, os ideais comunistas - justiça social, igualdade para todos, o que fizeram a Rússia e a Europa Oriental? Nada, apenas miséria, nivelamento da pobreza, trabalhos forçados, etc  E esse lema continua persistindo no meio da esquerda atual, como nome sugestivo de democracia popular.

Como se diz o regime militar foi o lobo-mau e a esquerda continua sendo o chapeuzinho vermelho.

sábado, 4 de agosto de 2012

PT- Banco de Fomento da Corrupção



O partido fundou o Banco de Fomento da Corrupção. Os acionistas têm participação nos lucros e dividendos. A função do banco é social  para grandeza do país. É o sonho do poder eterno.

A lista é longa de acionistas

Presidente

José Dirceu, ex-ministro da Casa Civil, apontado como "líder" do mensalão. Segundo a Procuradoria, ele negociou acordos com os partidos de apoio ao presidente Lula e criou o esquema clandestino de financiamento. Teria oferecido dinheiro aos parlamentares federais José Janene, Pedro Corrêa e Pedro Henry para que estes votassem a favor de matérias do interesse do governo federal, segundo o STF. Acusação: formação de quadrilha e corrupção ativa. O que aconteceu: foi destituído do cargo na Casa Civil, deixou a liderança do PT, teve o mandato de deputado federal cassado em 2005, tornando-se inelegível até 2015.

Principal acionista

Marcos Valério, empresário e publicitário. Era sócio nas agências DNA Propaganda e SMP&B Comunicação, que tinham contas do governo federal. Segundo a Procuradoria, ele criou um esquema que financiou o PT e partidos aliados por meio de recursos desviados, obtidos em contratos firmados com o Banco do Brasil e a Câmara dos Deputados; empréstimos fraudulentos dos bancos Rural e BMG teriam disfarçado a origem do dinheiro. Teria enviado, de forma ilícita, dinheiro para a conta bancária criada no exterior pelo publicitário Duda Mendonça. Acusação: formação de quadrilha, peculato, corrupção ativa, lavagem de dinheiro e evasão de divisas. O que aconteceu: em 2011, ele ficou 11 dias preso após ser detido por suspeita de grilagem de terras e sonegação. Em 2012, foi condenado a mais de nove anos de prisão pelos crimes de sonegação fiscal e falsificação de documento público

Diretoria

José Genoino, deputado federal do PT-SP e ex-presidente do partido. Seria o responsável por formular propostas de acordos aos líderes dos partidos que comporiam a base aliada do governo e por negociar o valor a ser pago se as propostas fossem aceitas; teria representado José Dirceu perante os parlamentares. Acusação: formação de quadrilha e corrupção ativa. O que aconteceu: renunciou à presidência do PT em 2005. No ano seguinte foi eleito deputado federal. Tornou-se assessor no Ministério da Defesa

Assessoria da Presidência e Diretorias

Conselho de Administradores

1-Anderson Adauto, ex-ministro dos Transportes. À época do mensalão, era deputado pelo PL (atual PR). Admitiu ter feito caixa dois nas 11 eleições que disputou. Teria recebido R$ 410 mil para saldar dívidas de campanha e R$ 950 mil de Marcos Valério, segundo o STF. Acusação: corrupção ativa e lavagem de dinheiro. O que aconteceu: se elegeu prefeito de Uberaba (MG) pelo PMDB em 2008, cujo mandato termina em 2012

2-Valdemar Costa Neto, deputado federal (PR-SP). Teria recebido R$ 8,8 milhões para votar a favor de matérias do interesse do governo federal. Junto aos réus Jacinto Lamas e Antônio Lamas recebeu cerca de R$ 11 milhões de propina, segundo a Procuradoria. Acusação: formação de quadrilha, corrupção passiva e lavagem de dinheiro.  

3- João Paulo Cunha, deputado federal (PT-SP). Teria recebido R$ 50 mil da empresa SMP&B para que esta prestasse serviços à Câmara dos Deputados. É acusado de ter desviado R$ 252 mil, que pertenciam à Câmara, para forjar a contratação de assessor pessoal que não teria executado nenhum serviço. Teria desviado ainda cerca de R$ 536 mil para o grupo de Marcos Valério. Acusação: corrupção passiva, lavagem de dinheiro e peculato. O que aconteceu: foi absolvido pelo plenário da Câmara em 2005 e foi reeleito em 2006 e 2010. Foi indicado pelo PT para presidir a Comissão de Constituição e Justiça da Câmara. Atualmente integra o diretório nacional do partido e é candidato à Prefeitura de Osasco (SP)  

4- Enivaldo Quadrado, doleiro e ex-sócio da corretora Bônus-Banval. Teria sido um dos responsáveis pela lavagem de dinheiro para o PP, um dos partidos que teria recebido dinheiro do esquema. Acusação: formação de quadrilha e lavagem de dinheiro. O que aconteceu: foi preso em 2008 ao ser flagrado com R$ 1,2 milhão escondido na cueca, na meia e na bagagem, no aeroporto de Cumbica, em Guarulhos. Responde em liberdade

5- Henrique Pizzolato, ex-diretor de marketing do Banco do Brasil e membro do PT. Teria recebido R$ 326 mil para desviar recursos após renovação de contrato publicitário com a DNA Propaganda, além de ter antecipado para a empresa R$ 73,8 milhões e, junto a outros sócios, desviado dinheiro público no montante de R$ 2,9 milhões, segundo o STF. Acusação: peculato, corrupção passiva e lavagem de dinheiro. O que aconteceu: desligou-se da instituição e antecipou sua aposentadoria após as denúncias

6-José Rodrigues Borba, ex-deputado do PMDB-PR. Teria sido beneficiado pelo esquema entre o Banco Rural e a empresa SMP&B e recebido R$ 200 mil para votar a favor de matérias do interesse do governo. Acusação: corrupção passiva e lavagem de dinheiro. O que aconteceu: se elegeu prefeito de Jandaia do Sul, no interior do Paraná, em 2008 

7-Carlos Alberto Rodrigues, conhecido como Bispo Rodrigues, ex-deputado do PR-RJ. Teria recebido R$ 150 mil para votar com o governo federal. Acusação: corrupção passiva e lavagem de dinheiro. O que aconteceu: renunciou ao mandato para escapar da cassação e deixou de ser bispo. Em 2009, voltou a trabalhar na Igreja Universal, onde dirige a Rádio Nova AM 

8-José Luiz Alves, ex-secretário do ex-ministro dos Transportes, Anderson Adauto. Teria recebido dinheiro em espécie oriundo de recursos desviados de contratos publicitários para pagamento de dívidas de diretórios regionais do PT e de outros partidos aliados. Teria intermediado o pagamento de R$ 950 mil de Marcos Valério para Adauto, segundo o STF e a Procuradoria. Acusação: lavagem de dinheiro. O que aconteceu: é presidente do Codau (Centro Operacional de Desenvolvimento e Saneamento de Uberaba-MG) 

9-João Cláudio Genu, ex-assessor do PP na Câmara. Teria sido beneficiado pelo esquema entre o Banco Rural e a empresa SMP&B. Seria o responsável por intermediar pagamentos a deputados do PP. Junto a eles, teria recebido cerca de R$ 4 milhões de propina. Acusação: formação de quadrilha, corrupção passiva e lavagem de dinheiro. O que aconteceu: seu advogado preferiu não informar o paradeiro de Genu 

10-João Magno de Moura, ex-deputado do PT-MG. Teria recebido R$ 360 mil do esquema por meio de dois intermediários. Acusação: lavagem de dinheiro. O que aconteceu: foi absolvido na Câmara, que votou contra a cassação de seu mandato. Não continua na vida pública Jorge

11-Luiz Carlos da Silva, o professor Luizinho, ex-deputado federal (PT-SP). Teria usado um assessor para receber R$ 20 mil no Banco Rural, cuja entrega teria sido autorizada por Delúbio Soares, segundo o STF. Acusação: lavagem de dinheiro. O que aconteceu: tentou se eleger senador em 2008, mas abandonou a vida pública. Abriu uma empresa de reflorestamento  

12-Pedro Henry, deputado federal (PP-MT). Teria recebido, junto a outros parlamentares, R$ 2,9 milhões para votar a favor de matérias do interesse do governo federal. Acusação: formação de quadrilha, corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

13-Pedro Corrêa, ex-deputado federal (PP-PE). Teria recebido, junto a outros parlamentares, R$ 2,9 milhões para votar a favor de matérias do interesse do governo federal. Acusação: formação de quadrilha, corrupção passiva e lavagem de dinheiro. O que aconteceu: teve o mandato cassado em 2006 como presidente do PP e atualmente não exerce nenhuma função no partido. É médico e atua como pecuarista 

14-Paulo Roberto Galvão da Rocha, ex-deputado federal (PT-PA). Teria recebido R$ 820 mil de Marcos Valério pelo esquema. Acusação: lavagem de dinheiro. O que aconteceu: renunciou ao cargo de deputado em 2005, candidatou-se e foi eleito novamente deputado federal em 2006. Nas eleições de 2010, teve a candidatura ao Senado cassada devido à renúncia Lula

15-Romeu Queiroz, ex-deputado federal (PTB-MG). Teria viabilizado pagamento de R$ 4,5 milhões para Roberto Jefferson votar a favor de matérias do interesse do governo. Teria recebido, em proveito próprio, quantia de R$ 102 mil. Acusação: corrupção passiva e lavagem de dinheiro.  

16- Rogério Tolentino, advogado e ex-sócio de Marcos Valério. Acusado de retirar valores de empréstimos simulados, entre eles um de R$ 410 mil. Seria um dos responsáveis por fazer pagamentos aos parlamentares. Acusação: formação de quadrilha, corrupção ativa e lavagem de dinheiro. O que aconteceu: foi o primeiro a ser punido entre os acusados de outro mensalão, o do PSDB mineiro, ainda em 2010. Foi condenado a sete anos de prisão e ao pagamento de 3.780 salários mínimos 

Controladoria

Delúbio Soares, ex-tesoureiro do PT durante a campanha presidencial de 2002 e no início do governo Lula. Segundo a Procuradoria, negociou com Marcos Valério a montagem do esquema e orientou a distribuição dos recursos ilegais. Acusação: formação de quadrilha e corrupção ativa.  

Tesouraria

1-José Roberto Salgado, ex-diretor do Banco Rural. Teria usado o cargo para conceder empréstimos sem as garantias exigidas. Teria sido um dos responsáveis por ordenar depósitos em conta no exterior criada pelo publicitário Duda Mendonça. Junto a outros três réus, é acusado de ter disponibilizado ao esquema do mensalão a quantia de R$ 32 milhões. Acusação: formação de quadrilha, lavagem de dinheiro, evasão de divisas e gestão fraudulenta de instituição financeira. 

2-Ayanna Tenório Tôrres de Jesus, ex-diretora do Banco Rural. Teria usado o cargo para conceder empréstimos sem as garantias exigidas. Junto a outros três réus, é acusada de ter disponibilizado ao esquema do mensalão a quantia de R$ 32 milhões. Acusação: formação de quadrilha, lavagem de dinheiro e gestão fraudulenta de instituição financeira. O que aconteceu: deixou a instituição e trabalha como autônoma prestando consultoria em recursos humanos, planejamento estratégico e administrativo 

3-Emerson Eloy Palmieri, ex-tesoureiro do PTB. Teria viabilizado, junto com outro réu, pagamento de R$ 4,5 milhões para Roberto Jefferson votar a favor de matérias do interesse do governo. Também teria sido beneficiado por esquema entre o Banco Rural e a empresa SMP&B. Acusação: corrupção passiva e lavagem de dinheiro. 

4-Breno Fischberg, ex-doleiro, sócio da corretora Bônus-Banval. Teria sido um dos responsáveis pela lavagem de dinheiro para o Partido Progressista, segundo o STF. Acusação: formação de quadrilha e lavagem de dinheiro. O que aconteceu: o advogado não informou qual a atual atividade do empresário 

5-Jacinto Lamas, ex-tesoureiro do PL (hoje PR). Teria sido beneficiado por esquema entre o Banco Rural e a empresa SMP&B. Junto com os réus Valdemar Costa Neto e Antônio Lamas, que foi absolvido do processo, teria recebido cerca de R$ 11 milhões de propina. Acusação: formação de quadrilha, corrupção passiva e lavagem de dinheiro. 

  Área de marketing

José Eduardo Mendonça (Duda Mendonça), publicitário. Teria criado empresa com registros no exterior para evitar a obrigatoriedade de declarar ao Banco Central qualquer depósito de sua titularidade (fonte: STF). Nesta conta, teria recebido cerca de R$ 10 milhões do PT pela campanha que elegeu Lula presidente em 2002. Acusação: lavagem de dinheiro e evasão de divisas. O que aconteceu: continua trabalhando com marketing político. Atuou, entre outros, na campanha que elegeu Marta Suplicy (PT-SP) ao Senado Federal

Comunicação

Luiz Gushiken, secretário de Comunicação do governo Lula em 2005. Acusado de crime de peculato. A Procuradoria pediu sua absolvição por falta de provas de envolvimento no esquema, mas ele ainda pode ser condenado pelo STF.

Assessoria da Comunicação

1-Kátia Rabello, ex-presidente do Banco Rural. Teria usado o cargo para conceder empréstimos sem as garantias exigidas. Teria sido uma das responsáveis por ordenar depósitos em conta no exterior criada pelo publicitário Duda Mendonça. Junto a outros três réus, é acusada de ter disponibilizado ao esquema do mensalão a quantia de R$ 32 milhões. Acusação: formação de quadrilha, lavagem de dinheiro, evasão de divisas e gestão fraudulenta de instituição financeira.  

2-Simone Vasconcelos, ex-gerente da empresa SMP&B. Teria enviado de forma ilícita dinheiro para a conta bancária criada no exterior pelo publicitário Duda Mendonça. Seria uma das responsáveis por fazer pagamentos aos parlamentares. Acusação: formação de quadrilha, corrupção ativa, lavagem de dinheiro e evasão de divisas.  

3-Zilmar Fernandes Silveira, sócia de Duda Mendonça. Teria recebido três parcelas de R$ 300 mil e duas de R$ 250 mil, em espécie, em agências do Banco Rural por meio do resgate de cheques nominais à empresa SMP&B Comunicação, sem registro dos reais beneficiários dos valores. Seria ainda responsável por movimentar uma conta criada pelo publicitário com registro no exterior. Acusação: evasão de divisas e lavagem de dinheiro.  

Offshore (Paraíso Fiscal)

1-Anita Leocádia, ex-assessora de Paulo Rocha. Atuaria como intermediária do ex-deputado no pagamento de propina. Em determinada ocasião teria recebido R$ 200 mil em espécie do próprio Marcos Valério. O total de recursos que teria recebido no esquema pode ter chegado a R$ 600 mil. Acusação: lavagem de dinheiro. 

2-Vinícius Samarane, ex-diretor e atual vice-presidente do Banco Rural. É citado como integrante do núcleo financeiro do esquema e teria usado o cargo para conceder empréstimos sem as garantias exigidas. Teria sido um dos responsáveis por ordenar depósitos em conta no exterior criada pelo publicitário Duda Mendonça e, junto a outros três réus, é acusado de ter disponibilizado R$ 32 milhões ao esquema. Acusação: formação de quadrilha, lavagem de dinheiro, evasão de divisas e gestão fraudulenta de instituição financeira. 

3-Carlos Alberto Quaglia, doleiro e ex-dono da empresa Natimar. Teria sido um dos responsáveis pela lavagem de dinheiro para o Partido Progressista. Acusação: formação de quadrilha e lavagem de dinheiro. O que aconteceu: fechou a empresa logo após a denúncia. Seu paradeiro não foi informado pelo advogado

4-Cristiano de Mello Paz, ex-sócio de Marcos Valério. Teria enviado de forma ilícita dinheiro para a conta bancária criada no exterior pelo publicitário Duda Mendonça. Seria um dos responsáveis por fazer pagamentos aos parlamentares. Junto a outros sócios, teria desviado dinheiro público no montante de R$ 2,9 milhões. Acusação: formação de quadrilha, peculato, corrupção ativa, lavagem de dinheiro e evasão de divisas. O que aconteceu: em 2012, foi condenado a mais de nove anos de prisão pelos crimes de sonegação fiscal e falsificação de documento público. 

5-Geiza Dias dos Santos, ex-funcionária da SMP&B. Teria enviado de forma ilícita dinheiro para a conta bancária criada no exterior pelo publicitário Duda Mendonça. Seria uma das responsáveis por fazer pagamentos aos parlamentares. Acusação: formação de quadrilha, corrupção ativa, lavagem de dinheiro e evasão de divisas. 

6- Ramon Hollerbach, ex-sócio de Marcos Valério. Acusado de participar da negociação dos empréstimos e dos contratos de Valério com o Banco do Brasil e a Câmara dos Deputados. Acusação: formação de quadrilha, peculato, corrupção ativa, lavagem de dinheiro e evasão de divisas. O que aconteceu: em 2012, ao lado de Valério, foi condenado pela Justiça Federal de MG a nove anos de prisão pelos crimes de sonegação fiscal e falsificação de documento público; o processo envolvia irregularidades cometidas na empresa SMP&B. 

7-Roberto Jefferson, deputado cassado do PTB-RJ, atualmente é presidente da legenda. Foi quem denunciou o esquema do mensalão. Teria sido beneficiado por esquema entre o Banco Rural e a empresa SMP&B e ainda recebido R$ 4.545.000,00 para votar a favor de matérias do interesse do governo federal, segundo o STF. Acusação: corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Fonte: UOL Notícias- Julho de 2012

sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Vídeo sensual provoca demissão da vice-ministra na Costa Rica



A vice-ministra da Juventude e Cultura da Costa Rica, Karina Bolaños, foi demitida após um vídeo no qual aparece em trajes íntimos ter vazado e provocado sensação na internet.

No vídeo, a vice-ministra é vista de sutiã e calcinha diante da câmera, dizendo estar sentindo muita falta de seu namorado.

O escândalo ganhou proporção ainda maior após a presidente da Costa Rica, Laura Chinchilla, ter optado pela demissão sumária de Bolaños.

"Ainda que as informações que circularam estejam estritamente relacionadas com a vida privada de Bolaños e não com o seu trabalho como funcionária pública, o afastamento do cargo se deu para que ele possa enfrentar esse caso no âmbito privado'', afirmou o ministro da Cultura, Manuel Obregón.

Em entrevista à rede de TV CNN, a ex-vice-ministra disse que ''acreditava que ia ter mais apoio''. E ainda acrescentou que ''o trabalho não deve se medir por questões que são da vida íntima e pessoal''.

DIREITO À DEFESA

"Respeito a decisão de dona Laura Chinchila, mas como mulher teria direito a me defender", afirmou expressou Bolaños na entrevista à CNN.

A vice-ministra disse que respeita o povo da Costa Rica e os jovens que representa, mas acrescentou que ''o vídeo não tem nada que me envergonhe''.

Bolaños contou que o vídeo foi gravado por ela mesma em 2007. De acordo com Bolaños, as imagens que foram parar nas redes sociais foram roubadas de seu computador por um técnico de informática, que desde então vinha tentando extorqui-la.

Ela afirma que não revelou o nome do suposto ladrão do vídeo porque não dispunha de provas para incriminá-lo.

A agora vice-ministra disse que respeita o povo da Costa Rica e os jovens que representa, mas acrescentou que ''o vídeo não tem nada que a envergonhe.Fonte: Folha.com - 01/08/2012 

Comentário: A internet provoca uma magia nas mulheres. É boa noite cinderela eletrônica, fácil de tirar a roupa,  ser atriz por alguns minutos do teatro de variedades ou de rebolado,  imaginar  em fotos sensuais, sem constrangimento, obedecendo basicamente a todos os comandos  da câmera. No day-after é o dia da audiência  ou do Ibope do Youtube.

Algumas mulheres acordam do sonho letárgico induzido pela internet, o que fiz da minha vida? Outras fizeram de modo calculado para ser a Maria do Youtube

Para evitar ser vítima deste tipo de crime cibernético, tenha cautela: não leve a internet, a câmera  para seu quarto, não aceite aquele piscar da câmera, e não descuide de seu corpo. Qualquer descuido o Allien eletrônico induz boa noite cinderela.

O vídeo foi censurado  pelo Youtube,  aprovado apenas para maiores de idade.

http://www.youtube.com/watch?v=_X0w0WLbClE

Não basta à mulher de César ser honesta, ela precisa parecer honesta. Quem exerce função pública deve evocar transparência e lisura na conduta.

quinta-feira, 2 de agosto de 2012