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domingo, 23 de abril de 2017

Vôo de galinha

O termo, cunhado por economistas, descreve o fenômeno do crescimento que não consegue se sustentar ao longo do tempo, minguando-se em poucos anos. Alguns “voos de galinha” foram observados no país: no fim dos anos 50 (Plano de Metas),  anos 80  “milagre econômico”, e anos 2000.

Em 2005, o presidente Lula disse;

O Brasil não terá mais crescimento de "vôo de galinha", ou seja, descontínuo. É o que disse o presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante assinatura de convênios com universidades federais para a construção de centros universitários nas cinco regiões do país.

- Acreditem que o Brasil entrou, definitivamente, na rota do crescimento econômico. E não um crescimento de vôo de galinha, que cresce um ano e cai outro ano - disse na cerimônia realizada no Palácio do Planalto.

Lula voltou a afirmar que o país tem estabilidade e inflação controlada para crescer, sem interrupções, nos próximos dez ou 15 anos, "respeitando as intempéries que podem acontecer pelo mundo econômico afora".

- Crescemos, somos donos do nosso nariz, iremos estabelecer a nossa matriz de política econômica, a nossa política de crescimento, e queremos com os organismos multilaterais toda solidariedade do mundo, mas queremos tocar a economia brasileira à custa daquilo que nós temos de mais importante, que é a nossa força de trabalho - afirmou.

Obs: Nenhum país do mundo acredita ser possível manter o crescimento baseado somente no aumento da quantidade de mão de obra, como aconteceu em vários séculos da história mundial. Hoje, para crescer, é preciso aumentar a quantidade produzida por trabalhador, ou seja, aumentar a produtividade. Parece simples, mas envolve pesquisa e desenvolvimento científico, assim como melhorar o capital humano, a educação e o treinamento dos trabalhadores. Não basta apenas colocar crianças nas escolas, é preciso ter certeza de que as escolas são realmente boas. (Luciana Yeung, economista)

sábado, 22 de abril de 2017

Quais doenças genéticas podemos transmitir a nossos filhos?

Cada pessoa é portadora de entre três e cinco mutações genéticas recessivas. Algumas são especialmente frequentes, como a fibrose cística (presente em uma de cada 25 pessoas) ou a atrofia muscular espinhal (uma de cada 50). Ser portador não implica sofrer da doença, nem apresentar sintomas, nem que elas tenham se manifestado antes em algum parente. Mas se acontecer a casualidade de que os dois membros do casal tenham o mesmo gene alterado, existe um risco de 25% de que os filhos padeçam da patologia. Como saber isso?

Um dos últimos serviços que oferecem os centros de reprodução assistida são os chamados teste de compatibilidade genética. Graças a esta possibilidade, qualquer casal que quiser ter descendência poderá conhecer quais mutações possui cada um deles e se existe risco de transmitir determinadas doenças (dependendo do teste, entre 200 e 600 doenças são pesquisadas). Com esta informação terão claro se podem tentar uma gravidez natural sem assumir riscos (pelo menos, os conhecidos) ou se compensa recorrer a procedimentos para esquivar as mutações, seja através de um programa de doação de gametas (embriões ou óvulos) ou submeter-se a um processo de reprodução assistida que permita estudar os embriões no laboratório e implantar aquele que não tiver herdado a doença (diagnóstico genético pré‑implantacional).

Entre as patologias que podem ser evitadas está, além da fibrose cística e da atrofia muscular espinhal, a distrofia muscular de Duchenne, a síndrome de X frágil, a hemofilia, o hipotiroidismo congênito, a polipose renal recessiva, a surdez hereditária e um grupo de anemias hereditárias conhecidas como talassemias.

Diferentes colégios profissionais norte-americanos de genética (Colégio de Genética Médica dos EUA) ou de ginecologia (Colégio de Obstetras e Ginecologistas dos EUA) já aconselham este teste, independente da necessidade de ajuda para conceber.

Um dos principais laboratórios que oferece este teste é o Igenomix, que colabora com o Grupo IVI, entre outras clínicas de reprodução assistida. A empresa tem sede em Valência e também conta com laboratórios em Miami, Los Angeles, São Paulo, Milão, Nova Delhi e Dubai.

O preço dos testes mais completos está entre 700 e 800 euros.

Esses testes começaram a ser feitos nos programas de doação, tanto de esperma quanto de óvulos. “A lei obriga a analisar todos os doadores”, explica Julio Martín, do Igenomix. Desta forma, ao conhecer as características genéticas dos gametas é possível cruzar adequadamente com as do receptor para evitar a coincidência de mutações recessivas e o risco de transmitir doenças. É um procedimento já incorporado à rotina clínica.

Mas, além dos tratamentos de reprodução assistida, é cada vez mais frequente que casais que decidiram conceber de forma natural procurem os centros para solicitar este teste. “São pessoas que querem conhecer ao máximo os riscos que estão correndo”, afirma Barri, do Dexeus. “Nos Estados Unidos é mais comum, aqui vai ser cada vez mais frequente. De uns 600 pacientes que atendemos, 100 eram casais sem patologia”, explica. “Tivemos inclusive casos de solteiros que queriam saber se eram portadores de alguma mutação caso, no futuro , quisessem ter filhos”, acrescenta Xavier Vendrell. Fonte: El País - Valência 30 Mar 2015

Ainda faz sentido exigir que crianças saibam a tabuada de cor?

Antigamente, saber a tabuada de cor e poder fazer algumas contas de cabeça era uma necessidade cotidiana. Na padaria, no açougue, na mercearia - quem não soubesse contar seus miúdos corria o risco de sair com o troco errado. Hoje, na era das calculadoras e dos smartphones, será que habilidades como essas se tornam obsoletas? E que outras aptidões são necessárias para que as crianças de hoje vivam bem no século 21?

As calculadoras começaram a aparecer nas salas de aula do ocidente na década de 1970. Elas já existiam antes, mas à medida que seu preço e tamanho diminuíam, os modelos foram se multiplicando. Junto com a tecnologia, vieram os questionamentos.

Em que medida as calculadoras interferem na capacidade das crianças de raciocinar e resolver problemas? Mais recentemente, será que os novos minicomputadores estariam prejudicando a inteligência das crianças ao impedir que aprendam rudimentos de matemática?

Por outro lado, na era da cibernética, será que as crianças deveriam aprender sobre outros assuntos, como a internet ou técnicas de codificação? Ainda é importante aprender caligrafia, ou seria a digitação mais apropriada para o século 21?

No Reino Unido, com frequência líderes empresariais reclamam da falta de preparo dos adolescentes britânicos ao completarem seus estudos. Recentemente, o diretor da Confederação da Indústria Britânica (CBI, na sigla em inglês), John Cridland, declarou que ainda há problemas em áreas como alfabetização e matemática elementar no país. No passado, a CBI também criticou a falta de sociabilidade dos adolescentes - sua falta de habilidade na comunicação, suas posturas e comportamentos.

Para a Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura), a leitura, escrita e aritmética formam a base fundamental na educação.

Alfabetização e matemática elementar, solução de problemas e criatividade são, portanto, aptidões e habilidades que todas as crianças devem desenvolver. Mas segundo John Edwards, diretor da empresa espanhola de codificação DragonFly, falta uma, sociabilidade.

Edwards disse que todos os anos entrevista muitos candidatos a empregos na companhia, a maioria dos quais já tem grande conhecimento técnico. Ele descreveu uma entrevista recente, feita por Skype, com um candidato que acabou sendo contratado. "Ele era articulado e educado. Esses são atributos que deveriam ser ensinados a todas as pessoas porque saber se colocar é muito importante." "É claro que precisam ter habilidades técnicas, mas se eles já as possuem, faço a seleção usando o critério da sociabilidade." E além de entender de codificação - precisam também saber a tabuada? "Eu prefiro que as pessoas saibam (a tabuada) em vez de pegarem a calculadora", disse Edwards. "Não para que sejam capazes de recitá-la - mas para provar que têm a habilidade de aprender." Fonte: BBC News - 4 fevereiro 2015

Comentário: É uma forma de desenvolver a parte cognitiva, que envolve  diversos fatores como o pensamento, a linguagem, a percepção, a memória, o raciocínio etc., que fazem parte do desenvolvimento intelectual. Segundo os cientistas, o acesso permanente à internet modificou a maneira como armazenamos o conhecimento. Ao depararem com uma pergunta, logo pensamos  procurar em sites de busca e outras ferramentas para encontrar a resposta, em vez de tentar lembrar resposta certa por conta própria. É uma forma diferente de trabalhar a mente, o que não quer dizer que seja pior. O que se deve evitar é a acomodação, o cérebro também precisa trabalhar para se manter funcionando bem.  

Hoje a maioria das crianças não sabe  as quatro operações fundamentais da aritmética.

De acordo com os  dados da Prova ABC, realizada pela ONG Todos Pela Educação em 2013, para as crianças do 3º ano fundamental, os resultados foram os seguintes;

Aos 8 anos, 70,8% das crianças não sabem matemática

Em leitura foi de 60,3% e em escrita, de 74,1%.

Segundo os coordenadores da avaliação, os resultados mostram que as crianças escrevem pior do que leem e indicam certo abandono do ensino de matemática.

sexta-feira, 21 de abril de 2017

Economia da América Latina entra numa zona de risco elevado

A América Latina vê seu futuro escapar. A crise do petróleo, o agravamento das tensões na Venezuela, no Brasil e na Argentina e o fim da bonança econômica turvam o sonho de um equilíbrio continental e reavivam o fantasma de turbulências do passado. Há alguns meses a incerteza se estende por este espaço de 605 milhões de habitante.

A América Latina há muito tempo abandonou o crescimento na faixa dos 5%, e agora, quando muito, hiberna. A previsão do FMI para este ano é de apenas 1,3%, praticamente a metade da cifra dos países desenvolvidos. Essa anemia, numa região com quase 170 milhões de pobres, ameaça jogar por terra os progressos da última década e aumentar o potencial de conflito político. “Os avanços sociais obtidos correrão riscos à medida que o ritmo de redução de pobreza for freado devido à desaceleração”, adverte Jorge Araújo, assessor do Banco Mundial para a América Latina.

Entre as causas do declive figuram a fragilidade da economia europeia e, sobretudo, a fadiga da China, incapaz de manter o alucinante ritmo de compra de matérias primas oriundas das economias austrais. Nesse contexto de debilidade internacional, a região sofreu um golpe inesperado e profundo: a queda dos preços do petróleo. A constatação de que não se trata de uma desvalorização provisória, e sim de um novo ciclo, acendeu os alarmes. Os países exportadores adotaram, com diferentes intensidades, cortes dos gastos públicos. Especialistas consideram que o baque poderá ser superado, mas deixará sequelas. “Graças às reformas políticas adotadas desde os anos noventa, a maioria de países da área está bem posicionada para enfrentar choques externos”, afirma Hamid Faruqee, economista do FMI.

México: possivelmente o país latino-americano mais bem preparado para resistir ao solavanco, resume os paradoxos do novo cenário. Embora seus cofres públicos ainda dependam em 30% dos dividendos petrolíferos, há décadas o país se esforça em diversificar sua economia e reduzir sua dependência em relação ao produto – de fato, em 20 anos a participação petroleira no PIB caiu de 11% para 5,9%. Apesar disso, a forte desvalorização do petróleo e o ajuste fiscal promovido pelo Governo, com o consequente efeito dominó numa estrutura econômica ainda imatura, reduziram suas perspectivas de crescimento para este ano e o próximo, impedindo a decolagem para os 5%, o objetivo político mais cobiçado.

Colômbia:  até recentemente uma locomotiva, já reduziu suas expectativas e encara um histórico processo de paz que consumirá grande parte de suas energias.

Brasil: O gigante do Hemisfério Sul, protagonista do milagre da década, atravessa agora uma tempestade perfeita. Seu PIB declina até a insignificância (previsão de 0,3% neste ano), enquanto sua liderança política, um de seus grandes trunfos, definha sob uma maciça onda de descontentamento e escândalos de corrupção.

Argentina: por sua vez, atravessa um amargo fim de ciclo, em situação recessiva e com uma inflação de 30% ao ano, enquanto sua presidenta, Cristina Fernández de Kirchner, prepara-se para encerrar seu mandato deixando uma nação consumida por uma extrema polarização política.

Venezuela: um país que vive em choque permanente, e ao qual a crise do petróleo (responsável por 95% das exportações) deixou à beira colapso. O regime chavista, com a maior inflação do planeta, gira atualmente sem um centro gravitacional conhecido, eternamente confrontado com os Estados Unidos e desvalorizado por uma repressão política de consequências imprevisíveis.

Nesse horizonte tormentoso, muitos olhares se voltam para a grande potência do norte. Washington, com sua renascida pujança, representa para muitos países a única esperança de reativação regional, e inclusive como substituto do colosso chinês. Mas os Estados Unidos também constituem uma ameaça: a mais que possível alta dos juros no segundo semestre poderá absorver fluxos de capital que até agora se direcionam para os países emergentes. O efeito seria imediato, algo semelhante a tirar a gasolina de um carro. A América Latina, embora muito longe dos desequilíbrios de décadas passadas, entrou em uma zona de risco elevado. Fonte: El País - 9 ABR 2015  

Comentário: O país que especializa em exportação de matérias-primas, apresenta um ciclo, em que os economistas denominam doença holandesa, quando o câmbio é favorável e a abundância de recursos naturais gera vantagens  levando-o a se especializar na produção desses bens e deixando o setor industrial em processo de desindustrialização ou menos competitivo,  o que, a longo prazo, inibe o desenvolvimento econômico. Acrescentando a política de consumo  e fatores externos tais como, redução do crescimento, e a valorização cambial, as exportações (preços) se tornam menos competitivos internacionalmente. A pobreza continuará na América Latina. A América Latina olha para o passado tentando corrigir os erros e esquece o futuro. A nova revolução tecnológica requer mais educação e menos demanda para o trabalho. A robotização da economia está cada vez mais comprimindo o mercado de trabalho e a América Latina parece mais uma locomotiva a vapor competindo num mercado mundial que utiliza trem de alta velocidade. 

quinta-feira, 20 de abril de 2017

Forças contra a modernização tecnológica

Em face da iminente necessidade de elevar a produtividade do trabalho e modernizar os processos produtivos, seria absurdo querer bloquear a entrada das modernas tecnologias nos processos produtivos por meio de leis.

Para muitos, pode ser surpreendente saber que isso pode ser feito no Brasil com base no inciso XXVII do artigo 7.º da Constituição federal, que estabelece uma proteção contra a automação. Não é brincadeira, pois muitos parlamentares já conseguiram aprovar leis inibidoras de tecnologia com base nesse princípio. Por exemplo, Aldo Rebelo (PCdoB/SP), atual ministro de Ciência, Tecnologia e Inovação, é autor da Lei n.º 9.956, que proíbe a instalação e o funcionamento de bombas de autosserviço nos postos de gasolina. Na mesma trajetória, propôs a proibição de catracas automáticas nos veículos de transporte coletivo, que deu origem a várias leis estaduais e municipais. Tais proibições redundaram num forte impedimento para baixar o custo dos combustíveis e do transporte público para os consumidores e usuários.

No rol dos que buscam frear o avanço tecnológico estão os parlamentares que pretendem estabelecer indenizações pagas aos empregados que trabalham em empresas que tentam substituir mão de obra por automação. Há, também, os que exigem a manutenção da estabilidade dos empregados pelo prazo que se fizer necessário para o seu treinamento e realocação em outras funções. São inúmeros os projetos de lei que visam a submeter a adoção de inovações tecnológicas ao aval dos sindicatos laborais.

Nos textos das entidades sindicais vê-se com frequência a recomendação para os sindicatos atuarem fortemente junto às empresas para impedir a modernização tecnológica que redunde em substituição de empregados, nos moldes do movimento dos ludistas que foram contra as inovações da Revolução Industrial no início do século 19.

No mundo jurídico, igualmente, vários autores defendem a regulação da modernização tecnológica por meio de expedientes inibidores como, por exemplo, a exigência de aumento de salário para os empregados remanescentes depois das dispensas de seus colegas relacionadas à automação.

Condutas desse tipo conspiram contra a produtividade do trabalho, a competitividade das empresas e o progresso do País. Sim, porque os nossos concorrentes não estão parados. Basta ver o seguinte: em 1980, a produtividade do trabalhador brasileiro era 670% maior do que a do chinês e 70% menor do que a do americano. Hoje, é 80% inferior à americana e 18% menor que a chinesa. No período considerado, a produtividade dos chineses cresceu 895%, enquanto a dos brasileiros aumentou meros 6% (Jorge Arbache, Sem inovação produtividade do país sobe só 6%, Valor, 13/10/2014). Ou seja, a corrida pela competitividade é feita em relação a um ponto móvel.

O Brasil está muito atrasado na implantação de inovações tecnológicas nos sistemas produtivos. Na União Europeia, só em 2014, foram registradas 274 mil patentes. No Brasil, ao longo dos últimos 30 anos, foram registradas apenas 41 mil patentes. Com isso, nosso país ocupa o penúltimo lugar no rol de patentes disponíveis, perdendo apenas para a Polônia, que ficou 45 anos debaixo do atraso comunista. E, no campo da competitividade, ocupa a 56.ª posição entre os 61 países estudados avaliados nesse campo.

O Brasil não pode ficar fora da modernização tecnológica. Os analistas do mercado de trabalho são unânimes ao afirmar que a tarefa mais urgente para ganhar competitividade e gerar empregos é a elevação substancial da produtividade do trabalho com base em melhoria do ensino e incorporação de inovações nos processos produtivos.

Não é o que pretendem os legisladores populistas que se apoiam numa Constituição para conspirar contra a modernização tecnológica. É incrível, mas é verdade. Desconheço caso semelhante em outros países.Fonte: O Estado de S.Paulo-José Pastore - 02 Junho 2015

Comentário: O Brasil está cheio de ludistas; Movimento Sem Terra, Movimento das Mulheres Camponesas, Movimentos Sociais, Sindicalistas, etc. É o país dos Fred Flintstones e Barney´s Rubble. O futuro do país é projetar, fabricar carroças. 

O ludismo (ou luddismo) foi um movimento que ia contra a mecanização do trabalho proporcionado pelo advento da Revolução Industrial. Adaptado aos dias de hoje, o termo ludita (do inglês luddite) identifica toda pessoa que se opõe à industrialização intensa ou a novas tecnologias, geralmente vinculadas ao movimento operário anarcoprimitivista.

As reclamações contra as máquinas e a sua substituição em relação à mão-de-obra humana, já eram normais. Mas foi em 1811, na Inglaterra, que o movimento operário estourou, ganhando uma dimensão significativa.

O nome deriva de Ned Ludd, personagem criada a fim de disseminar o ideal do movimento operário entre os trabalhadores. Os luditas chamaram muita atenção pelos seus atos. Invadiram fábricas e destruíram máquinas, que, segundo os luditas, por serem mais eficientes que os homens, tiravam seus trabalhos, requerendo, contudo, movimentos operários e duras horas de jornada de trabalho. Os luditas ficaram lembrados como "os quebradores de máquinas".

Para além de histórico, este termo representa também um conceito político, usado para designar todos aqueles que se opôem ao desenvolvimento tecnológico ou industrial. Estas pessoas são também chamadas de "luddites", em inglês, ou "luditas", em português, e o movimento social é hoje conhecido como o neoludismo.

terça-feira, 18 de abril de 2017

Os vegetarianos e a tentação da carne


Pesquisa feita no Reino Unido aponta que 37% dos vegetarianos acaba não resistindo à tentação depois de uma noitada. A maioria recorre a kebabs, hambúrgueres e bacon, e muitos admitem manter a escapada em segredo.

Mais de um terço dos vegetarianos não resiste à carne quando está sob influência do álcool, aponta uma pesquisa conduzida no Reino Unido e divulgada nesta semana.

A sondagem feita com cerca de 2 mil vegetarianos foi encomendada pelo site britânico voucherscodespro.co.uk. Quando indagados se comiam carne ocasionalmente quando bêbados, 37% admitiram que sim.

"Eu não conseguia acreditar nas estatísticas desta pesquisa. Conheço alguns vegetarianos que às vezes têm desejo de carne, mas parece que alguns estão cedendo ao desejo quando bêbados", disse o fundador do site, George Charles.

Destes 37% que admitiram ceder à tentação, 34% relataram comer carne toda vez em que ficam bêbados, e 26%, com frequência.

Kebabs, hambúrgueres e bacon são as comidas "proibidas" às quais os entrevistados disseram mais sucumbir, seguidas de frango frito e salsicha. Dos entrevistados, 69% disseram não contar para ninguém depois te ceder à tentação. Deutsche Welle - Data 09.10.2015

Comentário: Quem diria, o vegetariano verdadeiro, tem seu momento de fraqueza. A fraqueza humana. As fraquezas ou as tentações  estão sempre diante de nós, comemos pelo olhar (fantasia) ou comemos para sentir o paladar. O vegetariano tem aquele momento em que a tentação predomina e pode tirar o seu sono. Comer ou não comer? Coitado dos vegetarianos as tentações estão em todos os lugares. O álcool é o rivotril  do vegetariano, cede a tentação e saboreia um apetitoso hambúrguer, carne, etc.

domingo, 16 de abril de 2017

Drones comerciais

bligo-DroneComercial.jpgUma nova tecnologia deverá, nos próximos anos, automatizar os ares das cidades, agilizando entregas; os drones.

Veículos aéreos autônomos, ou drones, já existem há algum tempo, e vêm ocupando a mídia com notícias de ataques remotos a populações de países distantes. Mas, como a internet, o GPS e outras tecnologias militares que migraram para a arena civil, esses aviõezinhos independentes estão cada vez mais baratos, eficientes e populares. Já é possível encontrá-los em ação no acompanhamento de rebanhos em fazendas, monitoração de reservas florestais e auxílio em situações de risco. Até fotógrafos andam brincando com esses aviõezinhos para conseguir ângulos incomuns.

Não tardará para que avanços na tecnologia transformem o céu em arena de inovação. Os desafios ainda são grandes, tanto nos aparelhos quanto no espaço em que trafegam, mas as ideias são promissoras.

Surpreendentemente, uma das empresas com iniciativas mais concretas na área não é um dos gigantes em novidades tecnológicas, uma empresa de robôs ou companhia aérea, mas a Amazon. No final do ano passado, a megaloja digital anunciou planos para começar a usá-los em 2015 para acelerar suas entregas.

A princípio a notícia soaria como golpe publicitário se UPS e FedEx não tivessem pesquisas na mesma linha. Mas enquanto as empresas de courier buscam o transporte de grandes volumes de pacotes entre seus armazéns, a Amazon quer utilizá-los para entregar pacotes para o destinatário final.

De qualquer forma, a tecnologia é conhecida e o progresso é inevitável. Drones comerciais vieram para ficar e deverão ser empregados nas mais diversas áreas.

Isso, é claro, traz novas complicações. A principal delas é a de segurança. Mas também há riscos de privacidade e de ocupação do espaço aéreo. Fonte: Folha de São Paulo - 10 de fevereiro de 2014

Comentário: Recentemente um estudante alemão montou um drone,  e ele voou bem próximo ao palanque onde Angela Merkel discursava. Toda tecnologia tem seu lado perverso. Muito provável teremos vários 11 de setembro pontuais, usando drones com explosivos, comércio ilícito, etc 

 

sexta-feira, 14 de abril de 2017

Qual será o futuro do trabalho?

Dá medo, se compararmos uma empresa tradicional com uma empresa digital. Recentemente o Yahoo comprou o Tumblr  por mais de US$ 1 bilhão com apenas 178 empregados, enquanto uma empresa tradicional teria milhares de empregados.  A Kodak no seu auge tinha 140 mil empregados e valia US$ 28 bilhões e a Instagrand foi vendida por US$ 1 bilhão para o Facebook, com apenas 13 empregados.

Hoje a Petrobras vale a preço de mercado quase 120 bilhões de dólares, com 85 mil empregados. O que equivale a US$ 1,4 milhão por empregado. Enquanto a Tumblr vale US$ 5,7 milhões por empregado ou a Instagrand vale US$ 77 milhões por empregado. Vivemos a era de destruição de emprego.
Alguns especialistas  temem que poderemos entrar num período de hiper-desemprego, pois existe um descompasso entre as reais necessidades de empregados para as empresas e mão de obra disponível. O trabalhador está se tornando apenas um applet,  que executa funções especificas (lembra muito o filme de Charles Chaplin, Tempos Modernos). A internet não necessita de empregado estável e isso reflete nas empresas tradicionais,  que elimina mais postos de trabalhos e investe em tecnologia. Hoje temos os veículos ou aviões drones militares controlado remotamente e amanhã teremos os drones civis, ocupando postos de trabalho. ACCA

quinta-feira, 13 de abril de 2017

O robô roubou meu emprego

Mundo hiperconectado torna ambiente corporativo mais competitivo e reduz número de vagas de trabalho

Tenho dado muitas entrevistas a canais de televisão ultimamente, e continuo impressionado com o avanço da tecnologia nos últimos anos. Essa é uma noite típica em uma importante rede de TV a cabo: você chega num estúdio em Washington e é recebido por uma pessoa que prenderá o microfone na sua roupa. Em seguida, ela o posiciona na poltrona do estúdio, e então você olha diretamente numa câmera robótica que está sendo operada por alguém numa sala de controle em Nova York e falará com o âncora, onde quer que ele esteja.

Imagine quantos empregos desapareceram reduzidos a apenas um. Levanto essa questão porque não há dúvida de que a razão principal da taxa de desemprego dos EUA ter chegado a 9,1% é a queda vertiginosa da demanda agregada na Grande Recessão. Mas não é a única. "A Grande Recessão" também coincide com a "Grande Inflexão", e a determina. Na última década, mudamos de um mundo conectado (graças ao fim da Guerra Fria, à globalização e à internet) para um mundo hiperconectado (graças às mesmas forças que se expandiram num ritmo ainda mais acelerado).

O mundo conectado foi um desafio para os trabalhadores da indústria no Ocidente. Eles tiveram de competir com uma mão de obra barata. O mundo hiperconectado agora é um desafio para os trabalhadores de serviços. Eles precisam competir com um número maior de gênios vendidos a preços baratos - alguns dos quais são robôs ou microchips.

Escrevi sobre o mundo conectado em 2004, dizendo que o mundo tinha se "igualado". Entretanto, quando fiz essa afirmação o Facebook mal existia - e o Twitter, os iPads e o Skype ainda não tinham sido inventados ou estavam engatinhando. Agora eles estão explodindo, estão nos conduzindo do conectado para o hiperconectado.

Trata-se, ao mesmo tempo, de um enorme desafio e de uma enorme oportunidade. Nunca foi mais difícil encontrar um emprego e nunca foi tão fácil - para os que estão preparados para esse mundo - inventar um emprego ou encontrar um cliente. Qualquer pessoa que tenha alguma ideia pode se lançar num empreendimento da noite para o dia, usando um cartão de crédito, acessando cérebros, músculos e clientes onde quer que seja.

O termo "terceirização" também se tornou obsoleto. Hoje as empresas podem e buscam os melhores executivos e os maiores talentos para conseguir seus objetivos em qualquer parte do mundo. Matt Barrie é o fundador da freelancer.com, que hoje tem uma lista de 2,8 milhões de freelancers que oferecem todo tipo de serviço que você pode imaginar - como alguém que procura um designer para projetar um buggy que funcione nas dunas.

Quarenta pessoas agora estão se oferecendo para o trabalho a um preço médio de US$ 268.

Na realidade, não existe mais "dentro" nem "fora". No mundo hiperconectado, há apenas "bom", "melhor" e "o gênio". Gerentes e empreendedores de todas as partes agora têm mais acesso do que nunca às pessoas melhores e às geniais.

Obviamente, isto faz com que seja mais vital do que nunca ter escolas capazes de elevar e inspirar um número cada vez maior dos jovens a uma categoria melhor e cada vez melhor, porque mesmo os bons talvez não tenham mais chances e a média definitivamente desapareceu. Fonte: Estadão - 05 de outubro de 2011  

Comentário: Isso que está acontecendo nessa nova revolução industrial tecnológica, onde predomina a robotização humana/robótica, automatização, etc. A hierarquização tradicional de uma empresa praticamente acabou, diretoria, gerência e o restante. Antigamente tinha apenas o peão de fábrica, hoje existe  o peão de colarinho branco que faz tudo. Na década de 80 a indústria automobilística brasileira  tinha 112 mil trabalhadores para produzir 1,2 milhões de carros. Hoje com produção de veículos atingindo 3,6 milhões, com 137 mil trabalhadores. Se não considerarmos o avanço tecnológico, hoje,   a indústria automobilística  teria  336.500 trabalhadores. Podemos considerar que o avanço tecnológico está retirando 30% dos postos de trabalho ou um terço dos postos de trabalho.

Não haverá emprego para todo mundo. Essa é a realidade. A primavera social, a primavera do desemprego será predominante nos próximos anos. Será a primavera negra. O jovem não terá o que perder. Será o pesadelo para a classe política e para economia. O jovem não foi educado naquele processo lento de cada ciclo existe uma espera, faz parte da vida. O jovem está sendo educado no processo da conectividade, tudo é instantâneo. O processo lento e demorado não existe nesse ciclo de conectividade, pois predomina o anarquismo da internet. Eles querem mudança, mas não sabe o caminho.

quarta-feira, 12 de abril de 2017

É uma vida de cão, e é boa

Os cães nunca foram tão mimados quanto hoje; Theo Brody recebe tratamento no Chateau Poochie, na Flórida

Os cães sabem apreciar os prazeres simples da vida, quer estes sejam fuçar no lixo, rolar em algas marinhas em decomposição ou farejar os traseiros uns dos outros.

Como mestres Zen de quatro patas, eles captam a importância de viver o aqui e agora. Além de serem fiéis e protetores, têm muito a ensinar aos humanos.

Ou teriam, isto é, se seus donos deixassem de lhes impor programações tão antropomorfizadas e lhes permitissem ser simplesmente cachorros. Não que os cachorros estejam reclamando. Sob muitos aspectos, eles nunca foram tão mimados.

O setor da economia voltado aos bichos de estimação movimentou US$55 bilhões no ano passado apenas nos EUA, apesar da economia abalada que vem levando ao aumento dos casos de abandono de animais.

Para os cães de sorte que ainda têm casa, informou o "New York Times", as mordomias podem incluir casacos de chuva próprios para um desfile de moda; refeições gourmet à base de faisão ou pato; quitutes orgânicos à base de abóbora ou leite de iaque; antidepressivos, consultas com quiromantes e convênio médico.

Os cachorros que têm problemas de flatulência podem beneficiar-se da vela de aromaterapia "Fart & Away", que custa US$28. E os machos castrados talvez ganhem um par de "Neuticals" (US$1.000 cada) -próteses testiculares criados para ajudar "seu animal de estimação a conservar seu visual natural e auto-estima".

Se isso soa como obra de um bando de americanos insanos, considere o caso da China. Duas décadas atrás, os cachorros eram consumidos como alimentos; mantê-los como animais de estimação era proibido.

Hoje eles recebem tratamento de pequenos imperadores. O NYT relatou que há em Pequim lojas de quitutes, redes sociais e piscinas específicas para cães. Um mastim tibetano foi arrematado por US$600 mil e escoltado para seu novo lar em Xi'an num comboio de 30 Mercedes.

Em meio a tanta paparicação, o antes humilde cão não corre o risco de tornar-se arrogante como um gato? Jill Abramson, editora executiva do "NYT", escreve em "The Puppy Diaries" (diários do filhote) que foi humilhada por um "golden retriever" chamado Scout que devorou os óculos de seu marido, atacou uma mesa ao ar livre em um café sofisticado de Manhattan e pôs sua casa pacífica de pernas para o ar.

Um programa de televisão, "The Dog Whisperer" (O encantador de cães), trata de como reeducar animais bagunceiros. Outro, "Bad Dog!" (Cachorro Mau), destaca cachorros comicamente criminosos.

Tudo isso pode estar relacionado à trajetória seguida pelos animais de estimação, de ajudantes apreciados a figuras auxiliares emocionais poderosas, como escreveu Benedict Carey no NYT.

A psicóloga Froma Walsh, da Universidade de Chicago, disse a Carey que muitos cachorros são tratados como crianças. "Do mesmo modo como crianças acabam sendo envolvidas no sistema familiar e usadas como pacificadoras, intermediárias ou fontes de desavença, a mesma coisa acontece com animais".

Quer nós os enxerguemos como bichos de estimação, protetores ou substitutos de filhos, é difícil deixar de amar os cachorros. Mas faríamos bem em dar ouvidos ao conselho da atriz americana Martha Scott: "Não cometa o erro de tratar seus cachorros como humanos, senão eles o tratarão como cachorro". Fonte: Folha de São Paulo - 31 de outubro de 2011 - The New York Times 

sábado, 25 de março de 2017

Solidão no Facebook

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As redes sociais mascaram a ausência de comunicação entre as pessoas, diz o sociólogo francês Dominique Wolton

Agora que o Facebook virou filme e as redes sociais parecem ter liberado o homem para toda forma possível de comunicação, vem um intelectual francês dizer que vivemos sob a ameaça da "solidão interativa".

Dominique Wolton esteve no Brasil e disse que a internet não serve para a constituição da democracia: "Só funciona para formar comunidades" -em que todos partilham interesses comuns-, "e não sociedades" -onde é preciso conviver com as diferenças.

Sociólogo da comunicação e diretor do Centro Nacional de Pesquisa Científica (Paris), ele defende na entrevista abaixo que, depois do ambiente, a "comunicação será a grande questão do século 21". Em tempo: "A Rede Social", de David Fincher, estreia nos cinemas brasileiros no início de dezembro.

Folha - Como vê a internet?

Dominique Wolton - Faço parte de uma minoria que não é fascinada por ela. Claro, é formidável para a comunicação entre pessoas e grupos que se interessam pela mesma coisa e, do ponto de vista pessoal, é melhor do que o rádio, a TV ou o jornal.

Mas, do ponto de vista da coesão social, é uma forma de comunicação muito frágil. A grandeza da imprensa, do rádio e da TV é justamente a de fazer a ligação entre meios sociais que são fundamentalmente diferentes. Nesse sentido, a internet não é uma mídia, mas um sistema de comunicação comunitário.

Mas e as redes sociais?

Elas retomam uma questão social muita antiga, que é a de procurar pessoas, amigos, amor. São um progresso técnico, sem dúvida, mas a comunicação humana não é algo tão simples.

Porque em algum momento será preciso que as pessoas se encontrem fisicamente -e aí reside toda a grandeza e dificuldade da comunicação para o ser humano.

Então a solidão é um risco nessas redes?

Sem dúvida: a "solidão interativa". Podemos passar horas, dias na internet e sermos incapazes de ter uma verdadeira relação humana com quer que seja.

Isso tem a ver com o conceito que criou -o de "sociedade individualista de massa"?

Sim, porque na comunicação ocidental procuramos duas coisas inteiramente contraditórias: a liberdade individual -modelo herdado do século 18- e a igualdade por meio da inserção na sociedade de massa -que é o modelo do socialismo.

Usamos a internet porque ela é a liberdade individual. Na internet, todo mundo tem o direito de dar sua opinião, mas emitir uma opinião não significa comunicar-se.

Porque, se a expressão é uma fase da comunicação, a outra é o retorno por parte de um receptor e a negociação que implica -e isso toma tempo!

Há um fascínio pela rapidez da internet e por sua falta de controle.

Mas essa falta de controle é demagógica, porque a democracia não é a ausência de leis, mas a existência de leis utilizadas por todos.

A internet foi decisiva para a eleição de Barack Obama?

Acho que se projetou um sonho que não correspondeu à realidade. Obama sempre foi ligado às questões sociais e sabia de sua importância. O que fez foi usar a internet para multiplicar a eficácia dessas relações. Usou a internet de modo bastante clássico.

O Google está nos tornando estúpidos?

Ele está se tornando a primeira indústria do conhecimento, concentrando de forma gigantesca a informação e o saber -o que é um perigo.

Se um grupo de mídia quisesse concentrar toda a distribuição de informação, alguém diria: "Atenção, monopólio!". Mas não se faz isso em relação à internet, tamanho é o fascínio pela técnica na sociedade atual.

O papel está condenado?

Ao contrário! Porque internet é rapidez, livros e jornais são lentidão e legitimidade -informação organizada. A abundância de informações não suprime a questão prévia de que educação é formação.

Fonte: Folha de São Paulo - São Paulo, 09 de novembro de 2010 

Comentário: Uma propaganda do jornal do Estado de São Paulo define bem  a diferença entre a internet e leitura. Informações passam, mas conhecimento fica. Informações envelhecem, mas o conhecimento enriquece.

sexta-feira, 24 de março de 2017

Se meu fusca falasse

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O livro "A Verdadeira História do Fusca" revela como Hitler tomou o projeto de um engenheiro judeu para construir um dos maiores sucessos da era nazista

Era feinho, desconfortável e barulhento. Tinha fama de não deixar ninguém na mão, mas, já em seus últimos suspiros no Brasil, em 1996, era carro de pobre, suburbano ou nostálgico.

E, no entanto, o Fusca representou a maior revolução da história da indústria automobilística. A novidade, agora revelada em livro que sai no Brasil, é que sua concepção, seu design e o próprio conceito de "Volkswagen" (ou, traduzindo, carro do povo) foram criados por um engenheiro judeu -Josef Ganz- e, posteriormente, apropriados por Adolf Hitler.

A narrativa rocambolesca sobre aquele que se tornaria o automóvel mais vendido do planeta está contada em "A Verdadeira História do Fusca", do jornalista holandês Paul Schilperoord.

Adaptado para a produção em série por Ferdinand Porsche em 1938, o "KdF-Wagen" (era esse seu batismo de fábrica) se tornaria, juntamente com as auto-estradas ("Autobahns"), um dos maiores orgulhos do regime nazista (1933-45).

Apaixonado pelo carro "desde criança", Schilperoord explica na entrevista a seguir como Ganz criou o conceito de carro pequeno, seguro, econômico e barato ("deveria custar o mesmo que uma motocicleta").

Mas também lamenta que Ferdinand Porsche tenha se imortalizado como o inventor do Fusca, enquanto Josef Ganz, perseguido pela Gestapo (a polícia secreta), tenha caído no esquecimento.

Folha - Qual a importância do Maikäfer, o primeiro protótipo de carro pequeno desenvolvido por Ganz, para a indústria automobilística?

Paul Schilperoord - Com esse projeto, de 1931, e o anterior (o Ardie-Ganz, de 1930), demonstrou ser possível construir um carro leve, pequeno e com estabilidade e dirigibilidade excelentes.

Antes dele, a maior parte dos engenheiros acreditava que um carro precisaria ser grande e pesado para apresentar boa estabilidade.

O Maikäfer também dispunha de suspensão totalmente independente -coisa de que nenhum carro dispunha até então, nem mesmo os maiores e mais luxuosos-, baixo centro de gravidade, linhas curvas etc.

Ganz iniciou uma revolução no design automotivo ao dar início a um novo modo de pensar carros -e o mais famoso a emergir desse novo conceito foi o Fusca.

Folha de São Paulo - São Paulo, sábado, 04 de dezembro de 2010

Fusca no Brasil

O primeiro Volkswagen brasileiro foi lançado em 1959, obedecendo, com poucas modificações, ao projeto de Ferdinand Porsche, lançado na Alemanha vinte anos antes.

A partir de 1950, o Fusca começou a ser vendido no Brasil. Chegando pelo porto de Santos, as trinta primeiras unidades foram logo vendidas (a família Matarazzo foi uma das primeiras a comprar). O carro vinha desmontado da Alemanha (ou em kits "CKD", "Completely Knocked Down"), e curiosamente não era montado pela Volkswagen, que ainda não havia se instalado no Brasil. A empresa responsável pela montagem era a Brasmotor (mesmo grupo dono da Brastemp, por exemplo). O modelo importado era o conhecido "Split Window", com vidro traseiro dividido em dois, modelo Export (havia o Standard, mais simples, nunca trazido para o Brasil).

Em 1954 passava a contar com janela traseira oval.Em 1953 o Fusca deixou de ser montado pela Brasmotor e a Volkswagen assumiu a montagem do carro no Brasil, com peças vindas da Alemanha. O modelo produzido já era o que tinha janela traseira única, oval. Em 1959 o Fusca passou a ser oficialmente produzido no país, embora parte das suas peças ainda fosse importada. A janela traseira aumentou de tamanho e passou a ser retangular neste modelo.

Em 1960 a fábrica alterou o volante. As maçanetas externas ganharam botão de acionamento e o estribo ganhou revestimento na cor do carro. (versão monocromática)

Em 1961 o carro passou a ter: caixa de marchas sincronizada, para resolver o problema das "arranhadas"; ganhou nova lanterna traseira de formato oval (versão que durou nos modelos standard até 1983) e o painel ganhou uma alça de segurança para o passageiro.

Em 1961, novas lanternas traseiras. A nova janela havia sido introduzida em 1959.

A dianteira tradicional dos anos 1960.Em 1962 o Fusca passou a ter chassi nacional, faróis com luzes assimétricas, gancho cabide e reservatório de fluido de freio de plástico. Em 1963 ganhou novo descanso de braço, lavador de para-brisas pneumático e janelas traseiras basculantes, além de amortecedor de direção. Em 1964 passou a vir com novo tanque de combustível.

Em 1966 houve mudanças na caixa de marcha e no distribuidor.

Em 1967, a Volkswagen adotou um motor de 1.300 cc e 46cv no lugar do antigo 1200, de 36cv. Nas propagandas, apareciam os carros com uma cauda de tigre saindo da traseira em alusão a maior potência. O vidro traseiro ficou 20% maior e o acionamento da seta foi para a coluna de direção. Foi também o fim do sistema elétrico de 6 volts para a chegada do de 12V.

Vale notar que foi durante esta época que o Fusca sedimentou a Volkswagen no mercado nacional, permitindo o lançamento de vários derivados no mercado nacional, tais como o Vw 1600, o TL, a Variant, o Karmann Ghia TC, o SP2, a Variant II, o Brasília e o Gol.

Em 1969, novos bancos e espelhos retrovisores foram adicionados à linha. Em retrospecto, embora muitos falem que o Fusca de 1954 a 1969 só tenha mudado o vigia traseiro e o para-brisa, neste período foram feitas mais de 2.500 mudanças no motor e em outras partes do automóvel.

Em 1970 o Fusca 1300 teve duas versões, uma igual ao do ano anterior e outra que chegou no meio do ano, com alterações nos pará-choques (lâmina simples). Chegou também uma versão com o novo motor 1500 de 52cv. Ocorreram mudanças na tampa do motor, tampa do porta-malas e para-choques.O Fusca 1500 durou de 1970 até 1975.

Em 1973 foi abandonado o modelo de farol de perfil abaulado, sendo adotado o farol de perfil reto, que durou até o fim da linha. As fendas de ventilação do capô traseiro deixaram de ser cinco de cada lado, e passaram a ser dois grupos com oito e seis fendas de cada lado do capô.

A partir de 1974 o carro passou a contar com uma entrada de ar no caput dianteiro, que chegava ao interior do carro através do painel e saía por aberturas atrás dos vidros laterais traseiros, as populares "orelhinhas". Muitos pensam que sua função é ventilar o interior do carro quando, na verdade, é o inverso. As janelas laterais traseiras passam a ser fixas. Também são apresentados novos faróis e distribuidor à vácuo.

Em 1975 foi introduzido o "Bizorrão" ou "Super-Fuscão": o Fusca 1600-S. Essa versão contava com carburação dupla, desenvolvendo 65 cv SAE, volante de direção esportiva de três raios, rodas aro 14 (idênticas às da Brasília), painel com conta-giros, marcador de temperatura, relógio e amperímetro. Também tinha uma cobertura plástica na cor preta sobre a tampa traseira, que lembrava as asas de um besouro.

Em 1976 é lançada a versão 1.300-L. O perfil entre o quebra-vento e o vidro dianteiro deixa de ser cromado.

Em 1977, o Fusca apareceu com mudanças estruturais, comando do limpador de para-brisas na chave de seta e barra de direção retrátil, que protege o motorista em caso de choque frontal. Também ocorreu uma mudança no bocal do tanque, que passou para a lateral direita do carro.

Em 1978 O interruptor do pisca-alerta foi transferido para a coluna de direção e foi adotada uma chave única para portas, capô do motor e ignição.

No meio de 1979, houve uma alteração nos modelos 1300 L e 1600, as lanternas traseiras (capela) se tornam maiores e passam a ser chamadas "Fafá", em alusão aos grandes seios da cantora Fafá de Belém. O modelo de lanterna menor continuou a ser utilizado nas versões 1300.

Em 1982 chegou um painel com relógios retangulares e a nova versão 1300 GL com "luxos" como rádio AM/FM, acendedor de cigarros, apoios de cabeça dianteiros, desembaçador do vidro traseiro, janelas traseiras basculantes, protetor de borracha nos para-choques, aquecimento e novo logotipo 1300 em branco com o GL em vermelho.

Em 1983, a empresa resolveu rebatizar o modelo no Brasil, adotando finalmente o nome que se tornara popular, Fusca. Até então o automóvel era oficialmente denominado "VW Sedan" nos registros dos Detrans. A lanterna modelo Fafá passou a ser padrão para este modelo único, fabricado somente com o motor 1300.

Em 1984 o motor 1300 deixou de ser produzido. Agora passa a equipá-lo o novo motor 1600, mais moderno, e o carro passa a contar também com freios a disco na dianteira, mais eficientes.

Em 1986 a Volkswagen desistiu de fabricá-lo alegando que era um modelo muito obsoleto, apesar de ser ainda um dos doze carros mais vendidos daquela época. Um dos motivos era a necessidade de abrir espaço em linha de montagem da fábrica de São Bernardo do Campo para o Santana e para o VW Fox, a ser exportado para os EUA.

Em 1993, por sugestão do então presidente Itamar Franco a empresa voltou a fabricar o modelo. Itamar queria a fabricação de carros populares e sugeriu que o Brasil precisava de um carro como o Fusca. Foi aprovada então a Lei do carro popular, que previa isenções de impostos para os carros com motor 1.0 e também para os que tivessem com refrigeração a ar, sendo assim e o Fusca e a Kombi, embora tivessem motores de 1.6l, foram incluídos. O carro vendeu muito menos que da meta esperada pela Volkswagen.

A principal razão para que o Fusca não vendesse tão bem se deve ao fato de seu acabamento espartano demais diante dos concorrentes surgidos em meados da década de 1990, como o Fiat Uno Mille e Chevrolet Corsa de primeira geração, que tinham preços muito próximos do velho Besouro, porém, com acabamento e espaço interno melhores que os do Fusca.

Em 1996, a empresa deixou de produzir novamente o carro, com uma série especial denominada Série Ouro. A partir daí, ele só seria produzido no México. Nesse segundo período, foram produzidos no Brasil cerca de 47.000 exemplares.

Atualmente, o Fusca permanece com um dos carros usados mais vendidos no mercado nacional. Fonte: Wikipédia

sábado, 19 de dezembro de 2015

Museu do Amanhã no Rio de Janeiro

Um dos símbolos da revitalização da região portuária do Rio de Janeiro, o Museu do Amanhã está prestes a abrir as portas para o público na Praça Mauá neste sábado, 19 de janeiro.

PROJETO ARQUITETÔNICO: Com projeto arquitetônico do espanhol Santiago Calatrava, o edifício do novo museu da Praça Mauá chama atenção pelas formas orgânicas inspiradas nas bromélias do Jardim Botânico. Cercado por espelhos d'água, jardim, ciclovia e área de lazer, o museu usa a tecnologia como suporte para a arte e a ciência.

O Museu do Amanhã foi erguido no Píer Mauá, em meio a uma grande área verde. São cerca de 30 mil m² e auditório para 400 pessoas, loja, cafeteria e restaurante.  

O prédio tem 15 mil m² e arquitetura sustentável. O projeto arquitetônico utiliza recursos naturais do local - como, por exemplo, a água da Baía de Guanabara, utilizada na climatização do interior do Museu e reutilizada no espelho d´água.

No telhado da construção, grandes estruturas de aço, que se movimentam como asas, servem de base para placas de captação de energia solar.  

O público carioca poderá vivenciar o conceito de museu experiencial, com o conteúdo apresentado de forma sensorial e interativa, semelhante ao Museu da Língua Portuguesa e o Museu do Futebol, em São Paulo. O foco do museu é explorar algumas tendências das próximas décadas, como as mudanças climáticas, o crescimento da população, a alteração da biodiversidade, o avanço da tecnologia, entre outros.

A exposição principal será dividida em cinco áreas: Cosmos, Terra, Antropoceno, Amanhãs e Nós. Em cada uma delas, o visitante tem acesso a um panorama geral sobre os temas. A área dedicada às exposições temporárias será inaugurada com a instalação audiovisual "Perimetral", de Vik Muniz, Andrucha Waddington e o escritório de design SuperUber. Fonte: UOL, no Rio de Janeiro 17/12/2015

Link - http://www.museudoamanha.org.br/

sábado, 28 de novembro de 2015

Os alunos de Harvard terão de jurar que não irão colar

Neste ano, os estudantes de Harvard  estão fazendo  algo inédito  na história da  prestigiada universidade norte americana: prometer não colar nem plagiar.

Mais especificamente, estão aderindo a um código de honra em que juram respeitar os valores da integridade acadêmica.

Isso quer dizer que os estudantes precisam se comprometer a não colar nas provas, a não inventar números em artigos científicos ou copiar trechos escritos por outras pessoas – ou seja, plagiar. E não se trata de uma promessa feita só uma vez.

Brett Flehinger, decano-adjunto de Integridade Acadêmica e Conduta Estudantil de Harvard, diz que os alunos agora se comprometem com o juramento antes de começar o ano e reafirmam o compromisso em momentos como antes de fazer as provas, por exemplo.

Mudança cultural

A mensagem é de "mudar a cultura", afirma Flehinger, reafirmando respeitar os princípios de honestidade acadêmica em vez de apenas se correr atrás de notas altas.

"Os estudantes estão sob muita pressão, e nem toda essa pressão é saudável", disse. O código de honra deve devolver um pouco de equilíbrio à questão.

"O que tentamos transmitir aos estudantes é que a precisão e a honestidade são os fundamentos de todo o trabalho acadêmico e do conhecimento", reitera o decano. Alunos da universidade terão que fazer juramento pelo menos três vezes

O Código de Honra de Harvard

Os membros da comunidade de Harvard se comprometem a produzir trabalho acadêmico íntegro, o que significa um trabalho feito em concordância com padrões intelectuais e acadêmicos de atribuição exata das fontes, uso e coleta de dados apropriados e transparência no reconhecimento das contribuições de ideias, descobertas, interpretações e conclusões de outros.

Cola em provas, plágio ou a fraudulenta representação de ideias ou linguagem de outros como própria, a falsificação de dados ou qualquer outra instância de desonestidade acadêmica violam os padrões de nossa comunidade, assim como os padrões do mundo em geral e no campo do conhecimento.

Escândalo

A adoção do código de honra ocorreu após um escândalo, em 2012. Durante uma prova, mais de 100 estudantes foram investigados por colar e cerca de 70 foram sancionados.

O que realmente sacudiu a instituição foi a magnitude da desonestidade, que representou uma mancha na reputação de uma universidade acostumada a ocupar os primeiros postos dos rankings mundiais e onde estudaram oito presidentes dos EUA.

Mas que diferença poderia fazer um código de honra?

Cary Cooper, professor de psicologia organizacional e saúde da britânica Manchester Business School, não acredita que isso afete muito os alunos desonestos.

"A universidade aplica isso porque impõe um guia explícito de conduta ética e moral e sobre o que é inapropriado." Dessa forma, se houver uma falha e surgir um escândalo, as universidades podem dizer que suas regras são claras. Assim, limitam os danos a sua reputação e o risco de demandas judiciais por parte dos estudantes, mas não criam um "sistema de valores institucional", diz Cooper.

Mas ele também assinala que a maneira de colar mudou com a internet trazendo novas incertezas sobre copiar e compartilhar, e que é possível que mesmo os estudantes não interpretem suas ações como desonestas. Isso inclui os de alto nível, de quem se espera um "desempenho excepcional", indica. Eles "racionalizaram" que "não há nada mal nisso", que é o que os outros estudantes fazem."Há algumas pessoas que estão tão motivadas para obter bons resultados que acabam cruzando a linha." Fonte: BBC Brasil - 23 novembro 2015


Comentário: No Brasil você encontrará  em algumas conceituadas universidades públicas, nos corredores das salas de aula, nos painéis de aviso, empresas ou prestadoras de serviços oferecendo trabalhos inéditos para pós-graduação e garantindo a qualidade do trabalho e que os professores não perceberão colagem, compilação de dados ou ideias. Também encontrará assessoria para trabalho de conclusão de cursos (TCC). O jeitinho ou a malandragem brasileira já começa na formação escolar.  

segunda-feira, 23 de novembro de 2015

Dez regras sociais da Alemanha que todo estrangeiro deveria conhecer

1-Respeite as diferenças: A sociedade alemã é construída com base no respeito e na tolerância. Os cidadãos são livres para seguir suas próprias preferências religiosas, sexuais, entre outras, desde que não violem os direitos de terceiros nesse processo. Homossexuais são respeitados, assim como pessoas de diferentes religiões – ou mesmo aquelas que não seguem religião nenhuma.

2-Respeite os direitos das mulheres:Na Alemanha, mulheres têm os mesmos direitos que os homens. Muitas vezes, elas são tão bem sucedidas em suas carreiras quanto eles. Mulheres podem se vestir como quiserem – seja uma roupa reservada ou uma mais ousada. A violência contra a mulher é proibida, e a lei vale naturalmente também dentro dos casamentos.

3- Não trabalhe sem permissão:Diferente de alguns países do Oriente Médio, da África, trabalhar na Alemanha sem uma permissão de trabalho é contra a lei. Se alguém for pego trabalhando nessa situação pode ser multado ou até mesmo preso. Não vale a pena arriscar.

4- Pague os impostos:O sistema tributário alemão é bastante complicado. Ainda assim, não pagar impostos é ilegal. De acordo com a lei, é considerado um "roubo contra a comunidade". O pagamento de impostos é obrigatório, assim como o voto é um direito do cidadão. Estrangeiros que trabalham na Alemanha também precisam pagar impostos.

5- Crianças não podem apanhar:Bater em crianças na Alemanha é uma infração penal. Em casa ou na escola, o castigo que envolve violência, seja palmada ou pressão psicológica, não é aceito como uma forma de educar os pequenos. A lei é clara: "As crianças têm o direito de uma criação livre de violências. Punição física ou psicológica e outros tratamentos degradantes são proibidos".

6- Crianças têm de ir à escola:Crianças em idade escolar não podem ficar em casa – muito menos trabalhar. Ao completar seis anos, elas precisam estar registradas em uma escola e comparecer às aulas. A partir daí, são pelo menos mais dez anos de estudos. Dispensas escolares por motivos religiosos não são permitidas na Alemanha.

7- Cuide do meio ambiente:Proteger o meio ambiente é importante para a maioria dos alemães. Muita verba tem sido investida na limpeza de rios e na melhoria da qualidade do ar. Reciclar também é importante. O lixo é cuidadosamente separado: papel, plástico, resíduos de comida e outros objetos não recicláveis devem ser jogados em lixeiras específicas, separadas por cores.

8- Não faça barulho demais:Mesmo que você esteja em seu apartamento, curtindo a companhia de amigos que não vê há muito tempo, é de bom tom se preocupar com o barulho – evitando, assim, incomodar os vizinhos. Durante a noite, especificamente, isso pode rapidamente virar caso de polícia. Na Alemanha, é preciso manter o silêncio em casa entre as 22h e as 6h.

9- O que vale é o preço da etiqueta:O ato de negociar preços mais baixos, ou pechinchar, faz parte da cultura de muitos países. Na Alemanha, porém, assim como no Brasil, o que vale é o preço determinado na etiqueta – seja em supermercados, farmácias ou na maioria das lojas. A internet, por outro lado, é um ótimo lugar para se procurar por descontos.

10- Não chegue perto demais:Em muitas culturas, é comum abraçar, beijar e dar presentes às crianças da vizinhança. Mas, na Alemanha, tudo depende da permissão dos pais. Na dúvida, é melhor não se aproximar demais das crianças, mesmo que elas pareçam amigáveis com estranhos. Fonte: Deutsche Welle - 21.11.2015

Comentário: Devemos conhecer os costumes de cada  país de destino, a fim de respeitar e evitar situações constrangedoras.

sexta-feira, 30 de outubro de 2015

O deserto de Atacama florido no Chile

As abundantes chuvas dos últimos meses no deserto de Atacama, no Chile, propiciaram o florescimento mais espetacular em 18 anos. Fonte: El País - 29 OCT 2015 - 14:54 BRST

domingo, 18 de outubro de 2015

O declínio da mineração e seu legado na América Latina

A América Latina acaba de viver uma década de bonança na mineração que despertou esperanças de riqueza como poucas vezes em sua história, embalada pelo que parecia ser uma inesgotável demanda chinesa por cobre, carvão e outros minérios. Mas a bonança terminou.

A economia da China demonstrou ser como todas as outras, ou seja, uma economia de altos e baixos. E a redução recente do apetite chinês levou a uma freada brusca nos planos de investimento e venda de projetos multimilionários de mineração em países latino-americanos.

Nesta semana, por exemplo, a Glencore, uma gigante global desta indústria, anunciou que está vendendo a mina de Lomas Bayas, no Chile. Um caso que não é único em meio ao ajuste do setor diante da queda de preços internacionais de muitos produtos básicos.

Mas qual é o legado que fica desta chuva de dólares que caiu na região nos últimos dez anos com chegada de projetos de mineração, muitas vezes diante da resistência de comunidades onde eles se instalaram?

Epicentro global

A América Latina tornou-se neste anos um dos epicentros globais da mineração, recebendo 27% do total de investimentos em exploração, segundo o Banco Mundial.

É difícil subestimar tal volume de dinheiro. O órgão afirma que um só país, o Chile, recebeu dividendos da mineração da ordem de US$41 bilhões (R$ 155,8 bilhões) em 2011, ou 19% de seu Produto Interno Bruto (PIB). O Peru recebeu US$17 bilhões e a Bolívia, US$ 1,3 bilhão.

No Brasil e no México, as duas maiores economias da região, a contribuição desta indústria não foi tão dominante em comparação com as demais atividades, dada a maior diversificação de suas economias, mas o valor recebido por ambos estão longe de serem desprezíveis. No Brasil, por exemplo, a receita gerada pela mineração alcançou US$67 bilhões, ou 3% do PIB.

Apesar da desaceleração, o Banco Mundial espera que os novos investimentos para a região até 2020 cheguem a US$200 bilhões.

Emprego e impostos

A OCMAL (Observatório de Conflitos de Mineração da América Latina  )também alega que o impacto socioeconômico positivo da mineração é menos que supõem os elevados montantes de investimento que caracterizam o setor.

"O significado econômico e social da mineração é muito baixo. Ainda que seja tão importante para as economias do Chile e do Peru, por exemplo, no melhor dos casos só consegue empregar 1% da população economicamente ativa", afirma Padilla. Esta é uma acusação frequentemente direcionada às mineradoras, que respondem com dados da contribuição que fazem às finanças públicas e do impacto direto que isso terá sobre a vida de milhões de pessoas.

Segundo a publicação "Chile, País Minerador", da Sociedade de Mineração do Chile (Sonami), "de cada quatro pesos recebidos pelo Estado chileno entre 2006 e 2011, praticamente veio da mineração. Este montante equivale aos orçamentos dos ministérios da Saúde, Obras Públicas e Economia".

As lições

A América Latina vem experimentando ciclos de bonança e depressão na mineração desde o início do século 16. Terá, então, aprendido as lições necessárias para aproveitar a próxima leva de anos de vacas gordas?

A recomendação é simplesmente não depender tanto da mineração. "Se a bonança das commodities terminou, ao menos por agora, a América Latina precisa diversificar sua economia de produtos primários com uma gama mais ampla de setores competitivos para exportação", diz Lisa Sachs, diretora do Centro de Investimento Sustentável da Universidade de Columbia, nos Estados Unidos.

Para a especialista, a ênfase deveria ser agora em investimentos em educação e pesquisa para fortalecer setores de alta tecnologia. Talvez assim as próximas bonanças econômicas da região sejam mais duradouras.

Fonte: BBC Brasil - 18 outubro 2015


Comentário: A conquista da América pelos espanhóis iniciou-se no final do século XV, a partir da Segunda viagem de Colombo,  com objetivo da expansão marítima espanhola visando práticas mercantilistas adotadas pelos Estados daquela  época.  A expansão visava  obter riquezas,  principalmente com o comércio de especiarias. A expansão portuguesa seguiu o mesmo caminho, obtenção de riquezas.

A America Latina continua com o mesmo formato desenvolvimento, fornecedora de matéria  prima (commodities),  mão de obra não qualificada, índice demográfico de pobreza elevada, falta de planejamento familiar e a base de tudo isso a total indiferença com a educação.

O assistencialismo a pobreza apenas reproduz a pobreza em vez de combatê-la. É a filantropia da pobreza. Como disse Eduardo Campos; Vemos as filhas da Bolsa Família serem mães do Bolsa Família. Vamos assistir a elas serem avós da Bolsa Família? É o ciclo da pobreza. Só poderá ser eliminada pela qualificação dos serviços universais de educação e saúde. 

Mas os políticos e os governos  gostam muito do assistencialismo  para reforçar o clientelismo e o partidarismo.

sábado, 3 de outubro de 2015

Regente-Mor de Dilma

1443917864677-bligo-DilmaLula1.jpgLula reafirma seu poder com reforma ministerial de Dilma, diz NYT. 

A reforma ministerial anunciada pela presidente Dilma Rousseff reafirma o poder de seu antecessor e padrinho político, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que emplacou um "confidente" como ministro da Casa Civil, disse o jornal americano New York Times.O diário disse neste sábado que as mudanças feitas pela presidente são um "esforço para conseguir apoio a suas medidas de austeridade enquanto enfrenta pedidos por sua saída".

Dilma anunciou na sexta-feira a redução no número de ministérios, de 39 para 31, o corte de 3 mil cargos comissionados e a redução de 10% no salário dela e dos ministros.

O PMDB ganhou a cobiçada pasta da Saúde e passou a comandar sete ministérios, ao invés de seis. Este é o partido do presidente da Câmara, Eduardo Cunha, "o principal crítico de Dilma" e que tem "o poder de decidir os pedidos para iniciar os procedimentos de impeachment contra Dilma", disse o NYT.

A presidente confirmou também a troca do comando da Casa Civil: substituiu Aloizio Mercadante, de sua confiança, por Jaques Wagner, petista próximo a Lula. "Nos bastidores da troca, seu poderoso antecessor, Luiz Inácio Lula da Silva, está reafirmando seu poder ao emplacar um confidente, Jaques Wagner, como ministro da Casa Civil. Ao mesmo tempo, o PMDB... está aumentando seu poder", disse a reportagem.

Segundo o jornal, as mudanças "refletem como Dilma está lutando para remontar uma coalizão fragmentada" enquanto PT e PMDB sofrem com o escândalo de corrupção na Petrobras, sob investigação na operação Lava Jato, da Polícia Federal.

O NYT diz que Dilma é uma "líder cercada", e cita economistas que afirmam que as medidas resultarão apenas em "economias simbólicas", já que o déficit do Orçamento "inchou" em meio a uma grave crise econômica. Palácio do Planalto: foram cortados oito ministérios e 10% de salários dela e de ministros. A reforma, no entanto, deverá dar tempo para que a presidente reconstrua seu poder, disse o texto, citando analistas políticos. Fonte: BBC Brasil - 3 outubro 2015

domingo, 27 de setembro de 2015

Alckmin: Prêmio à gestão na crise hídrica

Em meio a racionamento, governador tem atuação enaltecida por deputados. Premiação a tucano virá após uma série de críticas à condução das medidas para reagir à pior seca em 85 anos

Em meio a um racionamento de água que atinge milhares de pessoas da Grande SP, o governo Geraldo Alckmin (PSDB) disse que irá a Brasília no mês que vem para receber pessoalmente um prêmio dado pelo Congresso Nacional por sua gestão nos recursos hídricos do Estado.

O governador foi um dos vencedores do prêmio sobre iniciativas de mobilidade e saneamento criado por uma comissão da Câmara. O nome de Alckmin foi indicado pelo deputado tucano João Paulo Papa (SP), ex-diretor da Sabesp.

O deputado disse que a atual crise hídrica apenas joga luz no esforço do governador no setor de saneamento.

Na avaliação do governador, "São Paulo hoje é um modelo para o Brasil do ponto de vista de recursos hídricos".

O Estado de SP atravessa a pior estiagem dos últimos 85 anos. Agravada no início de 2014, a crise deixou à beira do colapso os principais reservatórios, enquanto diferentes bairros convivem com torneiras secas até 20 horas por dia.

Para a ANA (Agência Nacional de Águas), faltou planejamento ao Estado. Já para o TCE (Tribunal de Contas do Estado), o governo paulista tinha indícios da gravidade da estiagem e poderia ter adotado ações mais eficientes. Fonte: Folha de São Paulo - quinta-feira, 24 de setembro de 2015

Comentário: Em 26/09/2017,  a situação o Sistema Cantareira continua no volume morto; 16,1%.

 A premiação é criticada por especialistas;

1-Édison Carlos, do Instituto Trata Brasil, reconhece que São Paulo é o mais avançado em saneamento (justificativa dada para a concessão do prêmio), mas, segundo ele, nenhum Estado deveria ser premiado, já que todos estão muito longe de níveis satisfatórios de saneamento.

São Paulo, inclusive, não trata nem metade de seu esgoto. Édison disse acreditar que o momento para o prêmio é "inoportuno".

2-Mario Mantovani, diretor de políticas públicas da Fundação SOS Mata Atlântica, o prêmio é "equivocado" diante do momento vivido pelo Estado. "Acredito que a repercussão foi mais negativa do que positiva para o governador", diz ele.

3- Carlos Thadeu, do Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor), a escolha de Alckmin para a premiação é um "acinte". "Milhares de pessoas passam por graves casos de falta de água e o governador é premiado. Não faz sentido", questiona.

4-  Marussia Whately, da rede Aliança Pela Água, a concessão do prêmio "beira a falta de respeito com as pessoas que sofrem e ainda sofrerão com os efeitos da crise hídrica no Estado".

"Já é de conhecimento público, e inclusive citado em relatórios do Tribunal de Contas do Estado, que é falta de planejamento da gestão Geraldo Alckmin", diz sobre os problemas de abastecimento. Fonte: Folha de São Paulo - 24 de setembro de 2015

A fita cassete não morreu

A fita-cassete, que muitos julgavam morta, está mais viva do que nunca. A National Audio Company, uma das últimas empresas que ainda se dedicam a esse produto, afirma estar vivendo seus melhores anos desde que abriu as portas, no remoto ano de 1969. “Nosso modelo de negócio pode ser descrito como teimoso e estúpido. Fomos teimosos demais para desistir”, afirma Steve Stepp, presidente da empresa.

A National Audio é o maior – e um dos últimos – fabricantes de fitas-cassete nos Estados Unidos. Seu sucesso, aliás, talvez resida no fato de ser uma empresa quase sem concorrentes. Só neste ano ela fabricou mais de 10 milhões de fitas, e suas vendas cresceram expressivos 20%. “É provável que o real motivo do crescimento da nossa empresa seja o movimento retrô”, acrescenta Stepp. “Muita gente sente saudade de ter uma fita-cassete nas mãos.” Para muitos, trata-se de uma forma de voltar aos anos noventa, quando os toca-fitas deliciavam os amantes da música, permitindo que escutassem suas bandas favoritas em qualquer lugar.

Música independente

“Houve um movimento de alguns grupos de música independente pela retomada desse som mais quente, e desde então essa tendência não para de crescer”, salienta a diretora de produção da National Audio, Susie Brown.

A empresa, com sede em Springfield (Missouri), tem acordos com a maioria das gravadoras, incluindo Sony Music Entertainment e Universal Music Group, e com um pequeno número de bandas independentes. Aproximadamente 70% do seu faturamento provêm da venda de fitas gravadas com música, e o resto é resultado da venda de fitas virgens.

A empresa, como não poderia deixar de ser, ainda usa em sua linha de produção máquinas fabricadas na década de setenta. Fonte: El País - 6 SEP 2015

Comentário: Velhos tempos, que vivíamos quadro a quadro, passo a passo. Hoje tudo é instantâneo; o presente é o futuro. Os adoradores das redes sociais. Sorria, você está na rede social, é o mundo da Poliana.