O Brasil registrou, em 2024, 9,1 milhões de pessoas com 15 anos ou mais que não sabem ler nem escrever —uma taxa de analfabetismo de 5,3%. Os dados são da Pnad Contínua Educação 2024, divulgada hoje pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
O QUE ACONTECEU
A taxa de analfabetismo caiu
de 6,7%, em 2016, para 5,3%, em 2024, redução de 1,4 ponto percentual, segundo
o IBGE.
O indicador mostra que o
Brasil atendeu parcialmente à Meta 9 do PNE (Plano Nacional de Educação), em
vigor até dezembro de 2025, no que diz respeito à redução da taxa de
analfabetismo entre pessoas com 15 anos ou mais para 6,5% até 2015. No entanto,
não cumpriu a meta de erradicação total até 2024.
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Maior parte dos
analfabetos está na Região Nordeste (55,6% do total): 5,1 milhões de
indivíduos.
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O Sudeste aparece
em seguida (22,5%), com 2,1 milhões de pessoas.
ANALFABETISMO NO BRASIL AINDA
ESTÁ FORTEMENTE ASSOCIADO À IDADE.
Em 2024, 5,1 milhões de
analfabetos tinham 60 anos ou mais, o que equivale a uma taxa de 14,9% nesse
grupo. Entre os mais jovens, os percentuais diminuem progressivamente: 9,1%
entre as pessoas com 40 anos ou mais, 6,3% entre aquelas com 25 anos ou mais, e
5,3% na população com 15 anos ou mais.
A DESIGUALDADE DE GÊNERO
TAMBÉM APARECE NOS DADOS.
A taxa de analfabetismo entre
mulheres de 15 anos ou mais foi de 5,0%, enquanto entre os homens foi de 5,6%.
Entre os idosos, o percentual de mulheres analfabetas (15,0%) superou levemente
o dos homens (14,7%). Para o instituto, "apesar da leve oscilação, essa
diferença segue como uma das menores da série histórica, indicando uma
tendência de equilíbrio entre os sexos".
A ANÁLISE POR COR OU RAÇA
ESCANCARA DESIGUALDADES EDUCACIONAIS.
Entre as pessoas de 15 anos
ou mais, 3,1% dos brancos eram analfabetos, enquanto a taxa foi de 6,9% entre
pretos ou pardos. A disparidade é ainda mais acentuada entre os idosos: 21,8%
das pessoas pretas ou pardas com 60 anos ou mais não sabiam ler nem escrever,
frente a 8,1% dos brancos. Mesmo com uma queda de 0,9 p.p. entre os idosos
pretos ou pardos em relação a 2023, "a taxa permanece quase três vezes
superior à observada entre pessoas brancas da mesma faixa etária, evidenciando
um legado estrutural de exclusão educacional", destaca o IBGE.
DESIGUALDADES NO NÍVEL DE
ESCOLARIDADE
Segundo o IBGE, 56% da
população com 25 anos ou mais havia concluído, no mínimo, o ensino médio.
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"Destaca-se
o percentual de pessoas com o ensino médio completo, que passou de 29,9%, em
2022, para 31,3%, em 2024", aponta a pesquisa.
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Entre os que não
completaram o ciclo básico, 5,5% não tinham instrução alguma.
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Outros 26,2%
tinham ensino fundamental incompleto, 7,4% haviam concluído o fundamental e
4,9% interromperam os estudos no médio.
A DESIGUALDADE POR GÊNERO
PERMANECE.
Em 2024, 57,8% das mulheres
com 25 anos ou mais haviam completado a educação básica obrigatória, contra
54,0% entre os homens. Os dois grupos apresentaram crescimento em relação ao
ano anterior, o que revela "uma tendência positiva no acesso à
escolarização".
DISPARIDADE ENTRE BRANCOS E
PRETOS SE MANTÉM.
"63,4% das pessoas de
cor branca haviam concluído o ciclo básico educacional, contra 50,0% das
pessoas de cor preta ou parda, resultando em uma diferença de 13,4 p.p. entre
esses grupos", aponta a pesquisa. O número é praticamente o mesmo de 2023,
quando a diferença era de 13,5 pontos percentuais.
O número médio de anos de
estudo da população com 25 anos ou mais foi de 10,1 em 2024, frente a 9,9 em
2023.
As mulheres seguem com maior
escolaridade média (10,3 anos) do que os homens (9,9 anos). A diferença por
raça ou cor também persiste: pessoas brancas alcançaram 11 anos de estudo,
enquanto pretas ou pardas atingiram 9,4 anos. A desigualdade, embora ainda
significativa, caiu em relação a 2023, quando era de 2 anos. Fonte: UOL, em São Paulo - 13/06/2025




