Enquanto mundo supera marca
de 30 milhões de casos de covid-19, governos europeus lutam contra taxas
alarmantes de transmissão. Reino Unido limita reuniões, e França se prepara
para endurecer medidas em várias cidades.
Grande parte da Europa se
prepara para aumentar restrições para conter o coronavírus após o mundo superar
a marca de 30 milhões de infecções na sexta-feira (18/09) e a Organização
Mundial da Saúde (OMS) alertar para "taxas alarmantes de
transmissão".
Mais de 946 mil pessoas já
morreram de covid-19 desde que surgiu pela primeira vez na China no final do
ano passado, segundo dados da Universidade Johns Hopkins. A Europa contabilizou
mais de 200 mil óbitos.
O diretor regional da OMS
para a Europa, Hans Kluge, disse que um aumento observado neste mês "deve
servir como um alerta", depois que o continente registrou 54 mil infecções
em um único dia na semana passada – um novo recorde. "Embora os números
reflitam testes mais abrangentes, eles também mostram taxas alarmantes de
transmissão em toda a região", disse Kluge em entrevista coletiva online
de Copenhague.
ALEMANHA
Um dia após a Alemanha
registrar a maior cifra de novos casos diários desde abril, o ministro da Saúde
alemão, Jens Spahn, reiterou nesta sexta-feira, ante o aumento de contágios
diários registrados no país, que a estabilização dos números
depende de todos os cidadãos respeitarem as normas aparentemente "banais,
mas muito eficazes", como distanciamento, medidas de higiene e uso de
máscaras.
As autoridades sanitárias alemãs contabilizaram
nesta sexta-feira 1.916 novos casos em 24 horas, número ligeiramente inferior
aos 2.194 registrados no dia anterior, cifra mais elevada desde 23 de abril.
ESPANHA
Na Espanha, a capital, Madri,
disse enfrentar uma nova alta de contágios, pedindo uma ação
"decisiva" do governo espanhol, que marcou para esta sexta-feira o
anúncio de uma série de novas restrições. Autoridades madrilenhas alertaram que
o sistema de saúde regional está sob crescente pressão, com um em cada cinco
leitos hospitalares ocupados por pacientes com covid‑19.
A tensão cresce na cidade com
a perspectiva de um retorno a um lockdown, depois que um alto funcionário
regional de saúde levantou, na quarta-feira, a possibilidade de que isso ocorra
em áreas mais atingidas.
REINO UNIDO
No Reino Unido, novas
restrições entram em vigor nesta sexta-feira, com o primeiro-ministro
britânico, Boris Johnson, alertando que os pubs podem ter que fechar mais cedo
para ajudar a evitar uma "segunda onda" de infecções.
Cerca de 2 milhões de pessoas
no nordeste da Inglaterra, incluindo nas cidades de Newcastle e Sunderland, não
poderão encontrar pessoas fora de suas casas. Apenas o serviço de mesa será
permitido nos bares, e locais de entretenimento terão que fechar até as 22h.
O governo já impôs novas
regras em toda a Inglaterra nesta segunda-feira, limitando a socialização a grupos
de até seis pessoas, já que os casos diários atingiram níveis não vistos desde
o início de maio.
FRANÇA
Na França, as autoridades
também estão preparando restrições mais rígidas em várias cidades para conter
um ressurgimento, depois de quase 10 mil novos casos por dia terem sido
registrados na semana passada.
O ministro francês da Saúde,
Olivier Veran, disse que em Lyon e Nice novas regras entram em vigor no sábado,
depois que restrições às reuniões públicas foram impostas esta semana em
Bordeaux e Marselha.
REPÚBLICA TCHECA
A República Tcheca registrou
3.130 casos na quinta-feira — quase o mesmo que o contabilizado em todo o mês
de março. A cifra é o terceiro recorde diário seguido no país e corresponde à
segunda maior taxa de novos casos diários por 100 mil habitantes na Europa,
depois da Espanha. Autoridades alertam que hospitais podem chegar ao limite de
capacidade.
ORIENTE MÉDIO
Enquanto isso, no Oriente
Médio, Israel se prepara para se tornar o primeiro país desenvolvido do mundo a
impor uma segunda paralisação nacional, começando na tarde desta sexta-feira.
A medida gerou protestos em
Tel Aviv na noite de quinta-feira, quando centenas foram às ruas contra as
restrições, que devem entrar em vigor poucas horas antes do Ano Novo Judaico e
cobrirão outros feriados religiosos, incluindo o Yom Kippur.
O país tem a segunda maior
taxa de infecção por vírus do mundo, depois do Bahrein, de acordo com dados da
AFP. Sob as novas medidas israelenses, os residentes não poderão se afastar
mais de 500 metros de suas casas.
AÇÕES LEGAIS
Enquanto isso, aumenta mundialmente
a irritação dos cidadãos em relação à forma como as autoridades em todo o mundo
responderam ao vírus. Alguns governos estão enfrentando ações legais por
supostas falhas de gestão.
Uma associação francesa de vítimas da covid-19 planeja entrar com uma ação judicial contra o primeiro-ministro francês, Jean Castex. Processos também foram movidos na China por parentes de doentes mortos, mas muitos desistiram, enquanto dezenas de outros enfrentam pressão das autoridades para não abrirem o processo. Famílias acusam os governos das províncias de Wuhan e Hubei, onde começou a pandemia global, de esconder o surto quando ele surgiu, não alertar o público e impedir a resposta, permitindo que a covid-19 se disseminasse.. Fonte: Deutsche Weklle – 18.09.2020
Nenhum comentário:
Postar um comentário