O livro "Caçadas de Pedrinho" de Monteiro Lobato,
um dos maiores autores de literatura infantil, pode ser barrado nas escolas
públicas. Segundo o parecer do Conselho Nacional de Educação (CNE) a obra é
racista. A alegação foi aprovada por unanimidade pela Câmara de Educação Básica
do CNE e foi feito a partir de denúncia da Secretaria de Promoção da Igualdade
Racial. O parecer do CNE será avaliado pela Secretaria de Educação Básica e a
decisão final cabe ao Ministério da Educação (MEC).
O livro já foi distribuído pelo próprio MEC a colégios de
ensino fundamental pelo Programa Nacional de Biblioteca na Escola (PNBE).
Em nota técnica citada pelo CNE, a Secretaria de
Alfabetização e Diversidade do MEC diz que a obra só deve ser usada
"quando o professor tiver a compreensão dos processos históricos que geram
o racismo no Brasil".
Publicado em 1933, o livro de Monteiro Lobato, um dos
maiores nomes da literatura infantil brasileira, narras as aventuras da turma
do Sítio em busca de uma onça-pintada. Conforme o parecer do CNE, o racismo
estaria na abordagem da personagem Tia Nastácia e de animais como o urubu e o
macaco.
Um dos trechos da obra que sustenta a argumentação do CNE
diz: "Tia Nastácia, esquecida dos seus numerosos reumatismos, trepou, que
nem uma macaca de carvão". Outro diz: Não é a toa que macacos se parecem
tanto com os homens. Só dizem bobagens." De acordo com Nilma Lino Gomes,
professora da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e autora do parecer,
o livro deve ser banido das escolas ou só poderá ser adotado caso a obra seja
acompanhada de nota sobre os "estudos atuais e críticos que discutam a
presença de estereótipos raciais na literatura". Fonte: Globo Online -
29/10/2010
Comentário do leitor Odair de Almeida Lopes Junior no jornal
da Globo
As caçadas de Pedrinho censuradas pelo MEC
Enquanto muitos se embriagam entre um espocar e outro de
champagne para comemorar o fim da festa democrática encerrada neste 31 de
outubro, o MEC e um grupo sectário e minoritário de defesa da igualdade racial
estão prestes a praticar uma violência inominável e sem paralelo contra um dos
maiores escritores e brasileiros que já tivemos, Monteiro Lobato.
"Nem na época mais negra do regime militar, em que os
cidadãos que estão no atual cenário político dizem ter combatido, este símbolo
da literatura brasileira foi censurado"
Este grupo acaba de indicar para censura, isto mesmo,
censura, a conhecida obra "As Caçadas de Pedrinho", que seria distribuída
em todas as escolas estaduais da rede pública do país, sob o argumento de
conter uma abordagem racista de seus personagens. O livro, já impresso, corre o
risco de não mais ser distribuído.
Nem na época mais negra do regime militar, em que os cidadão
que estão no atual cenário político dizem ter combatido, este símbolo da
literatura brasileira foi censurado. Estendo a palavra ao MEC, a ABL, a ABI, e
aos intelectuais, articulistas deste jornal e todos aqueles que de alguma forma
podem impedir tamanha ignomínia e sandice. Ou será que estamos prestes a viver
mais uma ditadura, sempre imposta por grupos minoritários, desta vez
patrocinada por minorias raciais, religiosas e sexuais.
Chico Buarque de Hollanda, cabo eleitoral de Dilma Rousseff,
precisa tomar cuidado, pois pode ser o próximo. Afinal, suas músicas de duplo
sentido, podem de igual forma não serem compreendidas por estas pessoas. Fonte:
Globo Online - Publicada em 02/11/2010
Haddad rejeita veto do CNE a livro de Monteiro Lobato
O ministro da Educação, Fernando Haddad, disse nesta
quarta-feira que vai devolver ao Conselho Nacional de Educação (CNE), para
reconsideração, o parecer que aprovou restrições ao livro "Caçadas de
Pedrinho", de Monteiro Lobato, em escolas da rede pública. Haddad disse
que pessoalmente não considera a obra racista. Ele recebeu inúmeras
manifestações de educadores no sentido de não homologar o parecer do conselho.
Sem o aval do ministro a decisão do conselho não entra em vigor.
- É incomum a quantidade de manifestações que recebemos de
pessoas que são especialistas na área e que não vêem nenhum prejuízo em que
essa obra, de Monteiro Lobato, continue sendo adotada nas escolas - disse
Haddad.
Haddad disse que vai esperar o fim do prazo em que o parecer
fica aberto para consulta pública para no fim do mês devolver o texto aos
conselheiros, com o pedido de reconsideração. O ministro deixou claro que é
contra qualquer forma de veto ao livro, mas disse que não vê problema na
inserção de uma nota explicativa para contextualizar eventuais expressões de
cunho racista, como também propôs o conselho. Neste caso, porém, Haddad afirmou
que para tornar essa regra obrigatória o conselho precisaria detalhar melhor
como fazer isso.
- Há forma de abordar o problema sem mutilar a integralidade
da obra - afirmou o ministro.
Ao receber o parecer de volta, para reexame, o CNE deverá
alterá-lo. Do contrário, Haddad já demonstrou que não homologará o texto. Fonte:
Globo Online-04/11/2010
Comentário: Interessante a relatora do parecer do livro tem um currículo invejável de
conhecimento, porém falta bom senso. As vezes a pessoa tem altíssimo coleção de
títulos, mas baixo cognitvidade. Incrível que tal decisão foi do Conselho
Nacional de Educação.
O MEC está criando um conselho que lembra o filme Fahrenheit 451, onde os livros são
proibidos, opiniões próprias são consideradas anti-sociais e hedonistas, e o
pensamento crítico é suprimido. É o lado do obscurantismo racial que parece está
renascendo. E os movimentos afros ficaram quietos como boca de siri.
O mais interessante no ano passado o MEC aprovou contos
eróticos, que houve críticas de alguns pais, mas o MEC alegou que tem de
mostrar a realidade. Mas já tem aprovado a máquina de fazer amor politicamente
segura para a juventude, aperta um botão
cai uma camisinha de graça e em algumas
escolas públicas os banheiros já funcionam como moltelzinhos, nada melhor do
que, uma camisinha, e aulas práticas sexuais. Lembrando relaxe e goze na
escola. Camisinha é cultura, dependendo do livro não poooode????
Os tempos são outros o MEC distribui de graça camisinha, que
é cultura sexual, mas livro de graça, não. Não existe uma máquina politicamente
correta para cultura, o estudante aperta um botão e cai um livro. A autora do
parecer lembra os arapongas da ditadura, os censores.
Como disse bem o leitor Odair no jornal da Globo, “ Estamos prestes a viver mais uma ditadura,
sempre imposta por grupos minoritários, desta vez patrocinada por minorias
raciais, religiosas e sexuais”.
Desculpa o termo, mas quando trabalhei numa empresa, o meu
chefe dizia, quando um funcionário cometia um erro grotesco; Que cagada
estonteante! Que cagada, minha nossa! É que aconteceu com a relatora. Às vezes,
o recalque vem da infância que aflora numa oportunidade; É o que aconteceu.
“Dentro de cada um de
nós está a criança que fomos um dia. Esta criança constitui a base do que nos
tornamos, quem somos e o que seremos.” Dr. R. Joseph
Tá difícil hein!!!
ResponderExcluirComparar um simples parecer (que apresenta instruções de utilização de um
livro "démodé" produzido na década de 1930 - cheinho de expressões
racistas) à censura é realmente hilário. Porque as reportagens não questionam o
interesse comercial da globo em polemizar o parecer (em nenhum momento aparece
no parecer que o livro não deverá ser utilizado) mas adequado às discussões, ao
contexto atual que vivemos.
Que divertido é ler estas reportagens... A parte mais engraçada é quando
dizem que o parecer, a "censura" como alguns preferem, está sendo
produzida por grupos minoritários... Muito engraçado! Com o número de negros e
afro-brasileiros que temos em nosso país, chega a ser risível chamá-los de
"grupo minoritário".
Agora todo jornalista quer ser educador, parece que qualquer um pode opinar
a respeito de livros, conteúdos, educação sexual, educação para as relações étnico-raciais.
Parece que é simples assim... Um grupo de pretos decidem do nada escrever um
parecer... Continuem acreditando que Willian Boner e Cia têm mais autoridade
sobre a questão racial no nosso país e sobre as relações construídas
historicamente, definidas através da ideia de raça, do que autores, estudiosos
e professores que estudam a temática á décadas.
Onde vamos parar com tanta ignorância meu Deus!
Quando você lê um livro daquela época você deve retroagir no tempo e analisar o livro conforme os costumes da época.
ResponderExcluirSeu comentário é muito dispersivo, coloca William Boner, Globo, etc. A crítica sobre a censura do livro foi da mídia em geral. Imagina uma gravura de um pintor famoso que retrata um negro em situação, atual, segundo a sapiência do Conselho Nacional da Educação, julga constrangedora, recomenda pintar a gravura? É apenas um aparecer ou uma censura? Ou lembra o filme Laranja Mecânica na época da ditadura colocaram um tampão nas partes intimas dos personagens.
Os livros do Monteiro Lobato apresentam seres encantados, bichos falantes e situações inverossímeis. Foram escritas para despertar na criança o gosto pela leitura e fecundar a imaginação. Não existem livros clássicos démodé e sim leitores. A proibição da circulação do livro nas salas de aulas do ensino médio é uma censura. A relatora do processo professora da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e autora do parecer, disse textualmente: o livro deve ser banido das escolas ou só poderá ser adotado caso a obra seja acompanhada de nota sobre os "estudos atuais e críticos que discutam a presença de estereótipos raciais na literatura". O que você entende o livro deve ser banido? Procura no dicionário da língua portuguesa o significado da palavra banido.
“Dentro de cada um de nós está a criança que fomos um dia. Esta criança constitui a base do que nos tornamos, quem somos e o que seremos.” Neurocientista Dr. R. Joseph O recalque, o ranço ideológico vem desde criança e se torna radical quando pretensamente a pessoa estuda extrapola sua ideologia radical, política, raça, etc.
Daqui a pouco o Saci do Monteiro Lobato deve ser branco, ter perna mecânica, não fumar por causa dos grupos minoritários
Se olharmos para a África atual qual é o panorama? Escravidão entre africanos, genocídio, guerra entre etnias, nem entre eles a cor da pele prevalece, e sim a etnia, mercado de escravos, guerra religiosa, etc. É assim que é a humanidade desde o seu nascimento. Não esqueça a origem do Homo sapiens é africano.
Considerar esse parecer do Mec como uma censura é querer fugir do foco do assunto. O questionamento trazido se concentra no foco de o livro ter expressoes racistas que acaba por muitas vezes coisificando as nossas crianças negras brasileiras.A prospota nao é deixar de reconhecer a grande qualidade nas obras de Monteito Lobato mas sim impedir que nossas crianças tenham sua auto estima afundada com expressoes que fazem colocar e se sentirem inferiores a outras.Nao nem um pouco me importando de que esteja colocando criticas na obra de Monteiro Lobato mas sim impedir que tais expressoes racistas chegam aos ouvidos de nossas crianças negras.Que por vezes já sofrem de maneira silenciosa o peso da discriminaçao .
ResponderExcluirEntão você deve criticar as novelas da Globo, do tempo da escravidão que trata o negro pejorativamente Ou as novelas atuais em que negro dificilmente tem o papel principal. A TV causa muito mais impacto do que um livro, principalmente no Brasil, em que a população não é muito adepta a leitura. Ou os programas humorísticos que sempre tem um negro maquiado. A obra do Monteiro Lobato deve ser analisado de acordo com a época e principalmente é uma obra de fantasia.
ResponderExcluirDurante a ditadura a censura era declarada e ponto final. Na nossa democracia da esquerda a censura é sutil, muda umas palavras, pinta o personagem de outra cor, muda a expressão do diálogo, etc. Você acha natural esse tipo de censura?
Daqui a pouco o Saci do Monteiro Lobato deve ser branco? O MEC autoriza a distribuição de camisinha nas escolas, tudo acha natural, mas um livro pode ser censurado. Pode ler um conto erótico nas escolas, como já foi aprovado por esse Conselho de Sapiência, mas uma literatura clássica não? No sábado, dia da Consciência Negra, o certo deveria ser Consciência da Humanidade, pois tanto negros, brancos, asiáticos, índios, foram escravizados em certas épocas da historia humanidade, virou uma data racista, só os negros foram escravizados. Nos primórdios da historia da humanidade, existia apenas vencedores e derrotados. Os derrotados tornavam-se escravos. O mais interessante disso tudo, no sábado, o governo fez uma inserção no horário de TV, quem estava falando era um mulato, porque não um negro na acepção da palavra. Hoje o mulato pode dizer que é negro por causa de cotas para universidade ou por causa de cotas para trabalho? Tem gente até briga para ser considerado como ascendente negro ou melhor afro para entrar na Universidade.
O que o governo está criando é o racismo de segregação que no Brasil não tinha, aqui o racismo é mais social e cultural. E depois a expressão afro é interessante, pois a origem da humanidade é africana. Não tem lógica a comunidade negra assumir que somente ela é afro? São expressões importadas do famigerado politicamente correto que provoca mais distorção, realça o racismo, etc. O racismo existe entre todas as raças por questões sociais, culturais, etc. A própria sociedade deve harmonizar isso e não governo criando certos estereótipos do tipo Black or White americanizado ou da ONU. É assim começa o Fahrenheit 451.
Estava eu pensando nessa idiotice de quem não tem nada importante para fazer e fica procurando cabelo em ovo, ou chifre em cabeça de cavalo, quando me lembrei de uma música do folclore gaucho que, com base nos pareceres de uma funcionariazinha do MEC, deveria mudar o nome e a letra para "AFRODESCENDENTEZINHO DO PASTOREIO". Não seria hilário?
ResponderExcluirPronto, já dei minha contribuição para o festival de babaquices que assola o país.