sábado, 6 de novembro de 2010

Censura do MEC:As Caçadas de Pedrinho


O livro "Caçadas de Pedrinho" de Monteiro Lobato, um dos maiores autores de literatura infantil, pode ser barrado nas escolas públicas. Segundo o parecer do Conselho Nacional de Educação (CNE) a obra é racista. A alegação foi aprovada por unanimidade pela Câmara de Educação Básica do CNE e foi feito a partir de denúncia da Secretaria de Promoção da Igualdade Racial. O parecer do CNE será avaliado pela Secretaria de Educação Básica e a decisão final cabe ao Ministério da Educação (MEC).

O livro já foi distribuído pelo próprio MEC a colégios de ensino fundamental pelo Programa Nacional de Biblioteca na Escola (PNBE).
Em nota técnica citada pelo CNE, a Secretaria de Alfabetização e Diversidade do MEC diz que a obra só deve ser usada "quando o professor tiver a compreensão dos processos históricos que geram o racismo no Brasil".

Publicado em 1933, o livro de Monteiro Lobato, um dos maiores nomes da literatura infantil brasileira, narras as aventuras da turma do Sítio em busca de uma onça-pintada. Conforme o parecer do CNE, o racismo estaria na abordagem da personagem Tia Nastácia e de animais como o urubu e o macaco.

Um dos trechos da obra que sustenta a argumentação do CNE diz: "Tia Nastácia, esquecida dos seus numerosos reumatismos, trepou, que nem uma macaca de carvão". Outro diz: Não é a toa que macacos se parecem tanto com os homens. Só dizem bobagens." De acordo com Nilma Lino Gomes, professora da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e autora do parecer, o livro deve ser banido das escolas ou só poderá ser adotado caso a obra seja acompanhada de nota sobre os "estudos atuais e críticos que discutam a presença de estereótipos raciais na literatura". Fonte: Globo Online - 29/10/2010

Comentário do leitor Odair de Almeida Lopes Junior no jornal da Globo

As caçadas de Pedrinho censuradas pelo MEC

Enquanto muitos se embriagam entre um espocar e outro de champagne para comemorar o fim da festa democrática encerrada neste 31 de outubro, o MEC e um grupo sectário e minoritário de defesa da igualdade racial estão prestes a praticar uma violência inominável e sem paralelo contra um dos maiores escritores e brasileiros que já tivemos, Monteiro Lobato.
"Nem na época mais negra do regime militar, em que os cidadãos que estão no atual cenário político dizem ter combatido, este símbolo da literatura brasileira foi censurado"

Este grupo acaba de indicar para censura, isto mesmo, censura, a conhecida obra "As Caçadas de Pedrinho", que seria distribuída em todas as escolas estaduais da rede pública do país, sob o argumento de conter uma abordagem racista de seus personagens. O livro, já impresso, corre o risco de não mais ser distribuído.
Nem na época mais negra do regime militar, em que os cidadão que estão no atual cenário político dizem ter combatido, este símbolo da literatura brasileira foi censurado. Estendo a palavra ao MEC, a ABL, a ABI, e aos intelectuais, articulistas deste jornal e todos aqueles que de alguma forma podem impedir tamanha ignomínia e sandice. Ou será que estamos prestes a viver mais uma ditadura, sempre imposta por grupos minoritários, desta vez patrocinada por minorias raciais, religiosas e sexuais.

Chico Buarque de Hollanda, cabo eleitoral de Dilma Rousseff, precisa tomar cuidado, pois pode ser o próximo. Afinal, suas músicas de duplo sentido, podem de igual forma não serem compreendidas por estas pessoas. Fonte: Globo Online - Publicada em 02/11/2010

Haddad rejeita veto do CNE a livro de Monteiro Lobato

O ministro da Educação, Fernando Haddad, disse nesta quarta-feira que vai devolver ao Conselho Nacional de Educação (CNE), para reconsideração, o parecer que aprovou restrições ao livro "Caçadas de Pedrinho", de Monteiro Lobato, em escolas da rede pública. Haddad disse que pessoalmente não considera a obra racista. Ele recebeu inúmeras manifestações de educadores no sentido de não homologar o parecer do conselho. Sem o aval do ministro a decisão do conselho não entra em vigor.

- É incomum a quantidade de manifestações que recebemos de pessoas que são especialistas na área e que não vêem nenhum prejuízo em que essa obra, de Monteiro Lobato, continue sendo adotada nas escolas - disse Haddad.
Haddad disse que vai esperar o fim do prazo em que o parecer fica aberto para consulta pública para no fim do mês devolver o texto aos conselheiros, com o pedido de reconsideração. O ministro deixou claro que é contra qualquer forma de veto ao livro, mas disse que não vê problema na inserção de uma nota explicativa para contextualizar eventuais expressões de cunho racista, como também propôs o conselho. Neste caso, porém, Haddad afirmou que para tornar essa regra obrigatória o conselho precisaria detalhar melhor como fazer isso.

- Há forma de abordar o problema sem mutilar a integralidade da obra - afirmou o ministro.

Ao receber o parecer de volta, para reexame, o CNE deverá alterá-lo. Do contrário, Haddad já demonstrou que não homologará o texto. Fonte: Globo Online-04/11/2010

Comentário: Interessante a relatora do parecer   do livro tem um currículo invejável de conhecimento, porém falta bom senso. As vezes a pessoa tem altíssimo coleção de títulos, mas baixo cognitvidade. Incrível que tal decisão foi do Conselho Nacional de Educação.

O MEC está criando um conselho que lembra o filme   Fahrenheit 451, onde os livros são proibidos, opiniões próprias são consideradas anti-sociais e hedonistas, e o pensamento crítico é suprimido. É o lado do obscurantismo racial que parece está renascendo. E os movimentos afros ficaram quietos como boca de siri.
O mais interessante no ano passado o MEC aprovou contos eróticos, que houve críticas de alguns pais, mas o MEC alegou que tem de mostrar a realidade. Mas já tem aprovado a máquina de fazer amor politicamente segura para a juventude,  aperta um botão cai uma camisinha de graça e  em algumas escolas públicas os banheiros já funcionam como moltelzinhos, nada melhor do que, uma camisinha, e aulas práticas sexuais. Lembrando relaxe e goze na escola. Camisinha é cultura, dependendo do livro não poooode????
Os tempos são outros o MEC distribui de graça camisinha, que é cultura sexual, mas livro de graça, não. Não existe uma máquina politicamente correta para cultura, o estudante aperta um botão e cai um livro. A autora do parecer lembra os arapongas da ditadura, os censores.

Como disse bem o leitor Odair no jornal da Globo,  “ Estamos prestes a viver mais uma ditadura, sempre imposta por grupos minoritários, desta vez patrocinada por minorias raciais, religiosas e sexuais”.
Desculpa o termo, mas quando trabalhei numa empresa, o meu chefe dizia, quando um funcionário cometia um erro grotesco; Que cagada estonteante! Que cagada, minha nossa! É que aconteceu com a relatora. Às vezes, o recalque vem da infância que aflora numa oportunidade; É o que aconteceu.
 “Dentro de cada um de nós está a criança que fomos um dia. Esta criança constitui a base do que nos tornamos, quem somos e o que seremos.” Dr. R. Joseph

5 comentários:

  1. Tá difícil hein!!!
    Comparar um simples parecer (que apresenta instruções de utilização de um
    livro "démodé" produzido na década de 1930 - cheinho de expressões
    racistas) à censura é realmente hilário. Porque as reportagens não questionam o
    interesse comercial da globo em polemizar o parecer (em nenhum momento aparece
    no parecer que o livro não deverá ser utilizado) mas adequado às discussões, ao
    contexto atual que vivemos.
    Que divertido é ler estas reportagens... A parte mais engraçada é quando
    dizem que o parecer, a "censura" como alguns preferem, está sendo
    produzida por grupos minoritários... Muito engraçado! Com o número de negros e
    afro-brasileiros que temos em nosso país, chega a ser risível chamá-los de
    "grupo minoritário".
    Agora todo jornalista quer ser educador, parece que qualquer um pode opinar
    a respeito de livros, conteúdos, educação sexual, educação para as relações étnico-raciais.
    Parece que é simples assim... Um grupo de pretos decidem do nada escrever um
    parecer... Continuem acreditando que Willian Boner e Cia têm mais autoridade
    sobre a questão racial no nosso país e sobre as relações construídas
    historicamente, definidas através da ideia de raça, do que autores, estudiosos
    e professores que estudam a temática á décadas.
    Onde vamos parar com tanta ignorância meu Deus!

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  2.  Quando você lê um livro daquela época você deve retroagir no tempo e analisar o livro conforme os costumes da época.
    Seu comentário é muito dispersivo,  coloca William Boner, Globo, etc. A crítica sobre a censura do livro foi da mídia em geral.  Imagina uma gravura  de um pintor famoso que retrata um negro  em situação, atual, segundo a sapiência do Conselho Nacional da Educação, julga constrangedora, recomenda pintar a gravura?  É apenas um aparecer ou uma censura? Ou lembra o filme Laranja Mecânica  na época da ditadura colocaram um tampão nas partes intimas dos personagens.
    Os livros  do Monteiro Lobato  apresentam seres encantados, bichos falantes e situações inverossímeis. Foram escritas para despertar na criança o gosto pela leitura e fecundar a imaginação. Não existem livros clássicos démodé e sim leitores. A proibição da circulação do livro nas salas de aulas do ensino médio é uma censura. A relatora do processo professora da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e autora do parecer, disse textualmente: o livro deve ser banido das escolas ou só poderá ser adotado caso a obra seja acompanhada de nota sobre os "estudos atuais e críticos que discutam a presença de estereótipos raciais na literatura". O que você entende o livro deve ser banido? Procura no dicionário da língua portuguesa o significado da palavra  banido.
    “Dentro de cada um de nós está a criança que fomos um dia. Esta criança constitui a base do que nos tornamos, quem somos e o que seremos.” Neurocientista Dr. R. Joseph O recalque, o ranço ideológico vem desde criança e se torna radical quando pretensamente a pessoa estuda extrapola sua ideologia radical, política, raça, etc.
    Daqui a pouco o Saci do Monteiro Lobato deve ser branco, ter perna mecânica, não fumar por causa dos grupos minoritários
    Se olharmos para a África atual  qual é o panorama? Escravidão entre africanos, genocídio,  guerra entre etnias,  nem entre eles a cor da pele  prevalece, e sim a etnia, mercado de escravos, guerra religiosa, etc. É assim que é a humanidade desde o seu nascimento.  Não esqueça a origem do Homo sapiens é africano.

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  3. Considerar esse parecer do Mec como uma censura é querer fugir do foco do assunto. O questionamento trazido se concentra no foco de o livro ter expressoes racistas que acaba por muitas vezes coisificando as nossas crianças negras brasileiras.A prospota nao é deixar de reconhecer a grande qualidade nas obras de Monteito Lobato mas sim impedir que nossas crianças tenham sua auto estima afundada com expressoes que fazem colocar e se sentirem inferiores a outras.Nao nem um pouco me importando de que esteja colocando criticas na obra de Monteiro Lobato mas sim impedir que tais expressoes racistas chegam aos ouvidos de nossas crianças negras.Que por vezes já sofrem de maneira silenciosa o peso da discriminaçao .

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  4. Então você deve criticar as novelas da Globo, do tempo da escravidão que trata o negro pejorativamente  Ou as novelas atuais em que negro dificilmente tem o papel principal. A TV causa muito mais impacto do que um livro, principalmente no Brasil,  em que a população não é muito adepta a leitura.   Ou os programas humorísticos que sempre tem um negro maquiado. A obra do Monteiro Lobato deve ser analisado de acordo com a  época e principalmente  é uma obra de fantasia.
    Durante a ditadura a censura era declarada e ponto final. Na nossa democracia da esquerda a censura é sutil, muda umas palavras,  pinta o personagem de outra cor, muda a expressão do diálogo, etc. Você acha natural esse tipo de censura?
    Daqui a pouco o Saci do Monteiro Lobato deve ser branco? O MEC autoriza a distribuição de camisinha nas escolas, tudo acha natural, mas um livro pode ser censurado. Pode ler um conto erótico nas escolas, como já foi aprovado por esse Conselho de Sapiência, mas uma literatura clássica não? No sábado,  dia da Consciência Negra, o certo deveria ser Consciência da Humanidade, pois tanto negros, brancos, asiáticos, índios, foram escravizados em certas épocas da historia humanidade, virou uma data racista, só os negros foram escravizados. Nos primórdios da historia da humanidade, existia apenas vencedores e derrotados. Os derrotados tornavam-se escravos. O mais interessante disso tudo, no sábado, o governo fez uma inserção no horário de TV, quem estava falando era um mulato, porque não um negro na acepção da palavra. Hoje o mulato pode dizer que é negro por causa de cotas para universidade ou por causa de cotas para trabalho? Tem gente até briga    para ser considerado como ascendente negro ou melhor afro para entrar na Universidade.
    O que o governo está criando é o racismo de segregação que no Brasil não tinha, aqui o racismo é mais social e cultural. E depois a expressão afro é interessante, pois a origem da humanidade é africana. Não tem lógica a comunidade negra assumir que somente ela é afro? São expressões importadas do famigerado politicamente correto que provoca mais distorção, realça o racismo, etc. O racismo existe entre todas as raças por questões sociais, culturais, etc. A própria sociedade deve harmonizar isso e não governo criando certos estereótipos do tipo Black or White americanizado  ou da ONU. É assim começa o Fahrenheit 451. 

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  5. Estava eu pensando nessa idiotice de quem não tem nada importante para fazer e fica procurando cabelo em ovo, ou chifre em cabeça de cavalo, quando me lembrei de uma música do folclore gaucho que, com base nos pareceres de uma funcionariazinha do MEC, deveria mudar o nome e a letra para "AFRODESCENDENTEZINHO DO PASTOREIO". Não seria hilário?
    Pronto, já dei minha contribuição para o festival de babaquices que assola o país.

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