segunda-feira, 24 de abril de 2017

França: Segundo turno

O 2º turno da eleição presidencial será disputado por Emmanuel Macron, de centro, e Marine Le Pen, da extrema-direita. François Fillon, dos republicanos, e Jean Luc Mélenchon, da extrema-esquerda, ficaram de fora, num resultado histórico. Macron obteve 24,01% dos votos e Le Pen, 21,30%. François Fillon, dos republicanos, foi o terceiro colocado, com 20,01%, e o socialista Jean-Luc Mélenchon ficou com 19,58%.
O segundo turno será realizado no próximo dia 7 de maio.

domingo, 23 de abril de 2017

Eleições na França

Macron e Le Pen disputarão segundo turno na França, apontam pesquisas boca de urna
Fonte: Le Monde

Brasil é líder da América Latina em casamentos precoces

Relatório do Banco Mundial revela que país ocupa quarta posição mundial em casamentos de meninas e lidera ranking na América Latina. Essas jovens são alvos potenciais de violência doméstica e estupro.

AMÉRICA LATINA
O Brasil é o país da América Latina líder em casamentos infantis, ou com meninas abaixo de 18 anos. Isso significa que 36% da população feminina brasileira menor de 18 anos está casada. Aos 15 anos, 11% das meninas brasileiras estão casadas.

MUNDO
No ranking mundial de países onde mais se realizam uniões matrimoniais infantis, a posição do Brasil também é alarmante: está em quarto lugar. Os dados foram divulgados  no relatório Fechando a Brecha: Melhorando as Leis de Proteção à Mulher contra a Violência, do Banco Mundial (Bird).

MATRIMÔNIO  PRECOCE
A legislação brasileira determina que a idade legal para o matrimônio é 18 anos, mas uma brecha permite o casamento a partir dos 16 anos desde que haja consentimento dos pais. Atualmente, no mundo, cerca de 15 milhões de meninas se casam antes de completar 18 anos. O estudo do Bird aponta que mais de 700 milhões de mulheres se casaram com menos de 18 anos em todo o mundo.
No caso brasileiro, não existe punição prevista para um casamento com um menor realizado sem observância dos preceitos legais, o que torna a situação ainda mais crítica, de acordo com a autora do estudo, Paula Tavares. No caso de gravidez, a lei permite até que o casamento seja realizado em qualquer idade. No censo populacional de 2010, por exemplo, foram registradas uniões consensuais (civis e/ou religiosas) de 88 mil meninos e meninas entre 10 a 14 anos. Segundo Tavares, Maranhão e Pará são os estados onde há o maior número de registros.
Em 158 nações analisadas no estudo do Bird há leis que permitem o casamento apenas após 18 anos. Porém, em 139 delas há exceções, como é o caso do Brasil. Não há previsão legal de punição para o casamento precoce em 63 dessas nações pesquisadas. Na América Latina, sete países (Uruguai, Chile, Equador, Peru, Venezuela, Guiana, Suriname) prevêem  de punição no Código Penal ou no Código Civil para quem autoriza ou realiza casamentos precoces.

ALVOS FÁCEIS DE VIOLÊNCIA E ESTUPRO
A autora do estudo afirma que as meninas que se casam antes da maioridade são potenciais alvos de violência doméstica e estupro marital.
De acordo com o relatório, muitas famílias em situação de pobreza veem no casamento precoce uma fonte de alívio financeiro. É um membro a menos da família para alimentar e, além disso, há países em que essas uniões precoces implicam negociações financeiras, com pagamento de dotes pelo futuro marido à família da noiva.
"Mulheres que se casam antes dos 18 anos têm probabilidade 22% maior de sofrer violência do seu parceiro íntimo. Um estudo em dois estados da Índia constatou que as meninas que se casaram antes dos 18 anos tinham o dobro da probabilidade de relatar agressão física ou ameaça por seus maridos do que as meninas que se casaram mais tarde", diz trecho do documento.

GRAVIDEZ PRECOCE E ABANDONO DOS ESTUDOS
Além dos riscos de violência e abuso sexual, o estudo aponta ainda que as meninas submetidas a esse tipo de situação tendem a ter filhos mais cedo, o que eleva a probabilidade de abandono dos estudos.
O relatório do Bird revela que o número de matrículas no ensino secundário de estudantes do sexo feminino é maior nas nações onde é prevista a idade legal de 18 anos para casamentos. Nos países onde a idade para se casar é abaixo de 18 anos, o índice de matrículas é de 69%; onde se estabelece o limite da maioridade, o percentual sobe para 85%.
Também fica evidente no estudo que as meninas que se casam precocemente têm chances menores de se colocarem no mercado de trabalho. Em países cujos casamentos abaixo de 18 anos são permitidos, o percentual de emprego feminino em relação à população é de 29%. Quando o universo analisado são os países em que os casamentos legais só têm aval acima de 18 anos, o percentual sobe para 50%. Fonte: Deutsche Welle - Data 09.03.2017

Comentário: É ciclo da pobreza. Serão futuras mães do Bolsa Família, sem qualificação  para o mercado de trabalho, principalmente sem educação.

Vôo de galinha

O termo, cunhado por economistas, descreve o fenômeno do crescimento que não consegue se sustentar ao longo do tempo, minguando-se em poucos anos. Alguns “voos de galinha” foram observados no país: no fim dos anos 50 (Plano de Metas),  anos 80  “milagre econômico”, e anos 2000.

Em 2005, o presidente Lula disse;

O Brasil não terá mais crescimento de "vôo de galinha", ou seja, descontínuo. É o que disse o presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante assinatura de convênios com universidades federais para a construção de centros universitários nas cinco regiões do país.

- Acreditem que o Brasil entrou, definitivamente, na rota do crescimento econômico. E não um crescimento de vôo de galinha, que cresce um ano e cai outro ano - disse na cerimônia realizada no Palácio do Planalto.

Lula voltou a afirmar que o país tem estabilidade e inflação controlada para crescer, sem interrupções, nos próximos dez ou 15 anos, "respeitando as intempéries que podem acontecer pelo mundo econômico afora".

- Crescemos, somos donos do nosso nariz, iremos estabelecer a nossa matriz de política econômica, a nossa política de crescimento, e queremos com os organismos multilaterais toda solidariedade do mundo, mas queremos tocar a economia brasileira à custa daquilo que nós temos de mais importante, que é a nossa força de trabalho - afirmou.

Obs: Nenhum país do mundo acredita ser possível manter o crescimento baseado somente no aumento da quantidade de mão de obra, como aconteceu em vários séculos da história mundial. Hoje, para crescer, é preciso aumentar a quantidade produzida por trabalhador, ou seja, aumentar a produtividade. Parece simples, mas envolve pesquisa e desenvolvimento científico, assim como melhorar o capital humano, a educação e o treinamento dos trabalhadores. Não basta apenas colocar crianças nas escolas, é preciso ter certeza de que as escolas são realmente boas. (Luciana Yeung, economista)

sábado, 22 de abril de 2017

Quais doenças genéticas podemos transmitir a nossos filhos?

Cada pessoa é portadora de entre três e cinco mutações genéticas recessivas. Algumas são especialmente frequentes, como a fibrose cística (presente em uma de cada 25 pessoas) ou a atrofia muscular espinhal (uma de cada 50). Ser portador não implica sofrer da doença, nem apresentar sintomas, nem que elas tenham se manifestado antes em algum parente. Mas se acontecer a casualidade de que os dois membros do casal tenham o mesmo gene alterado, existe um risco de 25% de que os filhos padeçam da patologia. Como saber isso?

Um dos últimos serviços que oferecem os centros de reprodução assistida são os chamados teste de compatibilidade genética. Graças a esta possibilidade, qualquer casal que quiser ter descendência poderá conhecer quais mutações possui cada um deles e se existe risco de transmitir determinadas doenças (dependendo do teste, entre 200 e 600 doenças são pesquisadas). Com esta informação terão claro se podem tentar uma gravidez natural sem assumir riscos (pelo menos, os conhecidos) ou se compensa recorrer a procedimentos para esquivar as mutações, seja através de um programa de doação de gametas (embriões ou óvulos) ou submeter-se a um processo de reprodução assistida que permita estudar os embriões no laboratório e implantar aquele que não tiver herdado a doença (diagnóstico genético pré‑implantacional).

Entre as patologias que podem ser evitadas está, além da fibrose cística e da atrofia muscular espinhal, a distrofia muscular de Duchenne, a síndrome de X frágil, a hemofilia, o hipotiroidismo congênito, a polipose renal recessiva, a surdez hereditária e um grupo de anemias hereditárias conhecidas como talassemias.

Diferentes colégios profissionais norte-americanos de genética (Colégio de Genética Médica dos EUA) ou de ginecologia (Colégio de Obstetras e Ginecologistas dos EUA) já aconselham este teste, independente da necessidade de ajuda para conceber.

Um dos principais laboratórios que oferece este teste é o Igenomix, que colabora com o Grupo IVI, entre outras clínicas de reprodução assistida. A empresa tem sede em Valência e também conta com laboratórios em Miami, Los Angeles, São Paulo, Milão, Nova Delhi e Dubai.

O preço dos testes mais completos está entre 700 e 800 euros.

Esses testes começaram a ser feitos nos programas de doação, tanto de esperma quanto de óvulos. “A lei obriga a analisar todos os doadores”, explica Julio Martín, do Igenomix. Desta forma, ao conhecer as características genéticas dos gametas é possível cruzar adequadamente com as do receptor para evitar a coincidência de mutações recessivas e o risco de transmitir doenças. É um procedimento já incorporado à rotina clínica.

Mas, além dos tratamentos de reprodução assistida, é cada vez mais frequente que casais que decidiram conceber de forma natural procurem os centros para solicitar este teste. “São pessoas que querem conhecer ao máximo os riscos que estão correndo”, afirma Barri, do Dexeus. “Nos Estados Unidos é mais comum, aqui vai ser cada vez mais frequente. De uns 600 pacientes que atendemos, 100 eram casais sem patologia”, explica. “Tivemos inclusive casos de solteiros que queriam saber se eram portadores de alguma mutação caso, no futuro , quisessem ter filhos”, acrescenta Xavier Vendrell. Fonte: El País - Valência 30 Mar 2015

Ainda faz sentido exigir que crianças saibam a tabuada de cor?

Antigamente, saber a tabuada de cor e poder fazer algumas contas de cabeça era uma necessidade cotidiana. Na padaria, no açougue, na mercearia - quem não soubesse contar seus miúdos corria o risco de sair com o troco errado. Hoje, na era das calculadoras e dos smartphones, será que habilidades como essas se tornam obsoletas? E que outras aptidões são necessárias para que as crianças de hoje vivam bem no século 21?

As calculadoras começaram a aparecer nas salas de aula do ocidente na década de 1970. Elas já existiam antes, mas à medida que seu preço e tamanho diminuíam, os modelos foram se multiplicando. Junto com a tecnologia, vieram os questionamentos.

Em que medida as calculadoras interferem na capacidade das crianças de raciocinar e resolver problemas? Mais recentemente, será que os novos minicomputadores estariam prejudicando a inteligência das crianças ao impedir que aprendam rudimentos de matemática?

Por outro lado, na era da cibernética, será que as crianças deveriam aprender sobre outros assuntos, como a internet ou técnicas de codificação? Ainda é importante aprender caligrafia, ou seria a digitação mais apropriada para o século 21?

No Reino Unido, com frequência líderes empresariais reclamam da falta de preparo dos adolescentes britânicos ao completarem seus estudos. Recentemente, o diretor da Confederação da Indústria Britânica (CBI, na sigla em inglês), John Cridland, declarou que ainda há problemas em áreas como alfabetização e matemática elementar no país. No passado, a CBI também criticou a falta de sociabilidade dos adolescentes - sua falta de habilidade na comunicação, suas posturas e comportamentos.

Para a Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura), a leitura, escrita e aritmética formam a base fundamental na educação.

Alfabetização e matemática elementar, solução de problemas e criatividade são, portanto, aptidões e habilidades que todas as crianças devem desenvolver. Mas segundo John Edwards, diretor da empresa espanhola de codificação DragonFly, falta uma, sociabilidade.

Edwards disse que todos os anos entrevista muitos candidatos a empregos na companhia, a maioria dos quais já tem grande conhecimento técnico. Ele descreveu uma entrevista recente, feita por Skype, com um candidato que acabou sendo contratado. "Ele era articulado e educado. Esses são atributos que deveriam ser ensinados a todas as pessoas porque saber se colocar é muito importante." "É claro que precisam ter habilidades técnicas, mas se eles já as possuem, faço a seleção usando o critério da sociabilidade." E além de entender de codificação - precisam também saber a tabuada? "Eu prefiro que as pessoas saibam (a tabuada) em vez de pegarem a calculadora", disse Edwards. "Não para que sejam capazes de recitá-la - mas para provar que têm a habilidade de aprender." Fonte: BBC News - 4 fevereiro 2015

Comentário: É uma forma de desenvolver a parte cognitiva, que envolve  diversos fatores como o pensamento, a linguagem, a percepção, a memória, o raciocínio etc., que fazem parte do desenvolvimento intelectual. Segundo os cientistas, o acesso permanente à internet modificou a maneira como armazenamos o conhecimento. Ao depararem com uma pergunta, logo pensamos  procurar em sites de busca e outras ferramentas para encontrar a resposta, em vez de tentar lembrar resposta certa por conta própria. É uma forma diferente de trabalhar a mente, o que não quer dizer que seja pior. O que se deve evitar é a acomodação, o cérebro também precisa trabalhar para se manter funcionando bem.  

Hoje a maioria das crianças não sabe  as quatro operações fundamentais da aritmética.

De acordo com os  dados da Prova ABC, realizada pela ONG Todos Pela Educação em 2013, para as crianças do 3º ano fundamental, os resultados foram os seguintes;

Aos 8 anos, 70,8% das crianças não sabem matemática

Em leitura foi de 60,3% e em escrita, de 74,1%.

Segundo os coordenadores da avaliação, os resultados mostram que as crianças escrevem pior do que leem e indicam certo abandono do ensino de matemática.

sexta-feira, 21 de abril de 2017

Metrô: contraste entre SP e Seul

Imagine uma metrópole emergente que, diferentemente de cidades da Europa e dos EUA, demorou para começar a construir sua rede de metrô e inaugurou a primeira linha só em 1974.

Com mais de 10 milhões de habitantes na capital e de 20 milhões na região metropolitana, enfrentou nas últimas quatro décadas períodos de boom e de derrocada econômica, além de eventos esportivos mundiais que poderiam impulsionar a infraestrutura de transporte. Foi assim em São Paulo, foi assim em Seul.

Hoje, a metrópole paulista tem 78 km e 68 estações de metrô, enquanto a coreana tem 327 km e 302 estações.

Ou seja, apesar de pontos de partida e características semelhantes, Seul conseguiu adotar um ritmo de expansão equivalente a quatro vezes a velocidade de construção em São Paulo, a cargo do governo, controlado pelo PSDB há mais de duas décadas.

As duas capitais comemoram 40 anos de relação como "cidades irmãs" -ou "gêmeas", nas palavras do embaixador brasileiro na Coreia do Sul, Luis Fernando de Andrade Serra. Essa irmandade foi um dos motivos para a visita do prefeito João Doria (PSDB) a Seul nos últimos dias.

Embora a evolução da renda nos dois países tenha tido rumos distintos nas últimas décadas, os fatores para explicar essa disparidade no ritmo de expansão do metrô vão muito além da falta de dinheiro, ainda que esse seja um dos pontos a serem considerados.
Os motivos passam por decisões políticas de diferentes instâncias de governo, participação federal pesada nos investimentos, parceria privada já consolidada, trâmites burocráticos simplificados, menor dificuldade para obras nas ruas e soluções criativas.

SP X SEUL
Apesar de terem começado a construir metrô na mesma época, metrópoles adotaram ritmos muito diferentes
Cidade
São Paulo
Seul
Estações de metrô
68
302
Inauguração da primeira linha de metrô
1974
1974
Linhas de metrô
6
9
Passageiros, em milhões por dia
4,7
6,9
População da cidade
12 milhões
10 milhões
População da região metropolitana
21 milhões
25 milhões
Rede atual de metrô, em km
78
327
Fonte: Folha de São Paulo - 16/04/2017