A equipe econômica estima que o impacto da greve dos
caminhoneiros custou ao país R$ 15 bilhões, ou 0,2% do PIB (Produto interno
Bruto). De acordo com o Ministério da Fazenda, o número foi discutido na
segunda-feira (11) em reunião do ministro Eduardo Guardia com economistas do
setor privado, em São Paulo. Fonte: UOL Economia - 12/06/2018
quarta-feira, 13 de junho de 2018
terça-feira, 12 de junho de 2018
Dez regras dos restaurantes na Alemanha
Da leitura conjunta do cardápio à Coca-Cola sem gelo e às
gorjetas no banheiro. Confira dez particularidades que você deve conhecer antes
de ir a um restaurante alemão.
1-SENTE-SE COM DESCONHECIDOS
Nos restaurantes alemães, você provavelmente não será
recebido por um funcionário sorridente, que segura um cardápio à porta. O lado
bom disso é que é possível escolher a própria mesa. Em pequenos cafés,
sentar-se com desconhecidos é comum, portanto, não fique surpreso se um
estranho se juntar à sua mesa, especialmente se você estiver sentado sozinho.
2-DIVIDA O CARDÁPIO
Já que não há "escolta" até a mesa, pode também
não haver ninguém para trazer um cardápio. Normalmente, há um ou dois sobre a
mesa, e, quase sempre, há menos cardápios do que cadeiras. Portanto, se você
for jantar com amigos, é bem possível que seja necessário ler as opções em
conjunto.
3-NÃO ESPERE ATENDIMENTO PERSONALIZADO
Não pense que um atendente irá parar ao lado da mesa assim
que você se sentar. Talvez seja necessário, primeiramente, dar uma boa olhada
em volta até que haja contato visual suficiente para que você possa fazer o
pedido. Geralmente, não há um funcionário específico para cada mesa.
4-NÃO VÁ COM SEDE
Não há bebida de graça nos restaurantes alemães. Ao
contrário de estabelecimentos em outros lugares do mundo, é preciso pagar até
mesmo por água, com ou sem gás. E fique atento: a água custa pelo menos o mesmo
que uma cerveja.
5- PENSE ANTES DE TOCAR
Em muitos restaurantes, pão acompanha a refeição, mas a
cesta não é reposta depois de esvaziada. No sul da Alemanha, pretzels e vários
tipos de pães costumam ser dispostos sobre as mesas, mas cuidado: o garçom
costuma contar exatamente o quanto foi consumido. Por isso, uma inocente
mordida poderá aumentar a conta.
6- APRENDA A LÍNGUA DO GARFO
Se a refeição foi finalizada há meia hora, mas o prato
continua sobre a mesa, é provável que você não fale a "língua do
garfo". Colocar os talheres na posição 3 ou 4 horas (pense nos ponteiros
do relógio) significa que você está satisfeito. Também é um sinal de que seus
companheiros de mesa podem roubar o que sobrou no seu prato.
7- NÃO ESPERE GELO NA BEBIDA
Cubos de gelo são uma raridade, mesmo para bebidas como
Coca-Cola ou Sprite. De acordo com a sabedoria popular, não é saudável consumir
líquidos não alcoólicos com temperatura abaixo da ambiente. Enquanto Coca, água
com gás, sucos e outras bebidas são servidas mornas, pode ter certeza de que a
cerveja estará na temperatura correta — ao menos para o gosto dos alemães e sem
cubos de gelo, é claro.
8- LEVE MOEDAS AO BANHEIRO
Depois de tomar Coca-Cola quente, é muito provável que você
precise ir ao banheiro. Não fique surpreso ao ver uma pessoa vestindo um jaleco
branco perto de um prato cheio de moedas. Ela está lá para limpar o banheiro e,
por isso, espera uma pequena gorjeta, independentemente de quanto custou a
comida. Não se esqueça de colocar uma moeda de 50 centavos no bolso antes de
deixar a mesa.
9- PREPARE-SE PARA DAR SUA OPINIÃO
Os garçons alemães são treinados para perguntar sobre a
satisfação do cliente quando tiram a mesa. Pode parecer não muito prático, uma
vez que o jantar já terminou e nada mais pode ser feito para melhorá-lo. A
resposta correta para "estava tudo em ordem?" é "bom". Se
você responder "horrível", esteja preparado para receber um mero e
educado aceno com a cabeça em troca.
10- CUIDADO COM AS GORJETAS
Num país estrangeiro, a hora da gorjeta pode levar turistas
a cometer gafes. Na Alemanha, a conta geralmente é arredondada. Destinar 5% a
10% do valor total é praticamente uma regra. Por uma refeição que custa 36,40
euros, é normal pagar 38 euros, caso você esteja satisfeito com a comida e o
serviço, 39, se você precisar de um euro para o banheiro, ou 40, se você não
quiser carregar o troco. Fonte: Deutsche Welle – Apr 21, 2017
sábado, 9 de junho de 2018
Serviço secreto soviético considerou “causar guerra civil no Brasil” em 1961
Jânio
Quadros ainda não tinha sido eleito presidente do Brasil quando, em visita a
Moscou, em 1959, fez uma promessa ao tradutor que o acompanhava na viagem pela
União Soviética: "Quando eu chegar ao poder, e chegarei com 100% de
certeza, você será o primeiro a receber o visto". O presidente eleito no
ano seguinte nunca saberia, mas Alexandr Ivanovich Alexeyev, que atuara como
seu tradutor, era um agente da KGB, a agência de inteligência soviética. Parte
dessa história, que culminaria na retomada das relações do Brasil com a União
Soviética em 1961, é contada no livro 1964 - O elo perdido (Vide Editorial,
2017), publicado no início deste ano. A obra é fruto da primeira investigação
brasileira nos arquivos do serviço de inteligência da antiga Tchecoslováquia, o
StB (sigla para "Segurança Estatal"), feita pelo paranaense Mauro
Kraenski em parceria com o tcheco Vladimír Petrilák. Submetida à KGB, a StB
atuou na América Latina durante a Guerra Fria e seus arquivos servem como
aperitivo das ações soviéticas no continente, já que os documentos de Moscou
seguem restritos.
"Não
há praticamente nada de pesquisa sobre a União Soviética nesse período",
comenta o professor Carlos Fico, do departamento de história da Universidade
Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Ele diz que não há muito interesse sobre o
assunto, e cogita que seja por conta da pouca interferência soviética no país.
Kraenski chegou aos arquivos tchecos por acaso. Trabalhava como guia no
Memorial e Museu Auschwitz-Bikernau, o antigo campo de concentração nazista na
Polônia, e se interessou pela história do país. Ao topar com a circulação de
informações erradas sobre os soviéticos no contexto polonês, decidiu buscar
informações em relação ao Brasil. Procurou na Polônia, mas foi encontrar
material mesmo na República Tcheca.
Para
conseguir adequar o polonês que ele fala ao tcheco dos documentos, o
pesquisador se associou ao tradutor Vladimír Petrilák. Os dois montaram um site
para divulgar o resultado das pesquisas e receber contribuições, já que não encontraram
nenhuma instituição governamental ou acadêmica disposta a patrocinar a
investigação. E qual foi a grande descoberta dos arquivos pela perspectiva dos
pesquisadores? “Talvez seja o fato de saber pela primeira vez sobre a atuação
de espiões de serviços de inteligência do bloco soviético no Brasil. Ou
descobrir que houve brasileiros que, segundo os documentos, colaboraram — de
forma consciente ou não, depende do caso — com esse serviço de espionagem
estrangeiro”, responde Kraenski, que ressalva algumas vezes ao longo do livro:
todas as informações dos arquivos secretos devem ser consideradas com cuidado.
Muitas delas não têm fontes alternativas para confirmação, mas, mesmo assim,
ele argumenta, são fonte relevante sobre o período.
SERVIÇO
DE INTELIGÊNCIA
Os
autores do livro se concentraram na pesquisa dos documentos do I Departamento
da StB, responsável pelo serviço de inteligência no exterior, onde descobriram
que uma rede de 30 agentes e cerca de 100 "figurantes" — potenciais
agentes que colaboraram com o serviço de inteligência sem saber — atuou no
Brasil de 1952 a 1971. “O serviço de inteligência tchecoslovaco determinava
objetos ou alvos de interesse, com o objetivo de entrar, infiltrar ou penetrar
operacionalmente através de sua rede de agentes para aquisição de informações
ou materiais relacionados com determinadas tarefas", diz Kraenski. Entre
os principais alvos estavam o Itamaraty, o Governo federal e o parlamento, além
de instituições como a Petrobras, o Exército e o BNDES. Os soviéticos buscavam
brasileiros de perfil nacionalista e antiamericano, mas que não tivessem laços
tão evidentes com o Partido Comunista Brasileiro, e usavam desde o argumento
ideológico e o oferecimento de presentes até o pagamento de honorários e
estratégias de chantagem baseadas em informações constrangedoras.
Entre
as operações mais ousadas do serviço de inteligência tchecoslovaco, os autores
incluem a intermediação de armamentos para o Brasil, a falsificação de
documentos para implicar os Estados Unidos no golpe de 1964 e o financiamento
de ao menos um jornal, como parte de um projeto — maior e não finalizado — que
tinha como meta criar uma emissora de tevê e uma rádio de alcance continental.
O envio de 20.000 metralhadoras de produção tcheca para o Brasil acabaria acontecendo
sem a interferência direta da StB e chegou a virar assunto no parlamento
brasileiro à época. Os documentos também expõem como os tchecos, sempre
interessados em disputar com os Estados Unidos a influência na região, atuaram
no Brasil para melhorar a imagem do regime cubano pós-revolução e até criaram
uma operação para reagir, em 1961, a um possível golpe de Estado.
"O
camarada ministro confirmou a operação ativa I-V de criptônimo LUTA, cujo
objetivo é causar demonstrações e tumultos antiamericanos e — em caso de seus
surgimentos — causar uma guerra civil no Brasil. Um dos objetivos desta
operação ativa é fazer com que representantes nacionalistas tomem o poder no
Brasil", diz documento de 23 de outubro de 1961 exposto no livro. A
operação, que envolveu contatos com o então governador do Rio Grande do Sul
Leonel Brizola e as Ligas Camponesas lideradas por Francisco Julião, durou
apenas seis meses, de novembro de 1961 a abril de 1962, e provavelmente foi
encerrada quando os responsáveis perceberam a dificuldade de executá-la.
O
GOLPE
A
pesquisa de Kraenski e Petrilák mostra ainda que os tchecoslovacos foram
surpreendidos quando os militares tomaram o poder na virada de março para abril
de 1964. A falha do serviço de inteligência em antecipar a derrubada do
presidente João Goulart foi atribuída posteriormente à falta de contatos entre
a direita brasileira. Nos relatórios internos, os agentes destacaram a
"hesitação típica de Goulart e a sua incapacidade de levar as coisas até o
fim" como motivo de uma queda sem reação. "Não se podia sequer falar
em derrota, pois a derrota pressupõe uma luta, e no Brasil houve somente uma
tomada pacífica de poder pela direita", diz um trecho do mesmo documento,
um relato sobre o golpe de Estado destinado apenas à elite do partido comunista
tchecoslovaco.
As
atividades soviéticas no Brasil sofreram um grande abalo após a tomada de poder
pelos militares. Os agentes tchecoslovacos, que contavam entre seus contatos
com jornalistas, funcionários públicos e até um deputado federal, tiveram de se
retrair. Vários de seus "figurantes" se refugiaram em embaixadas
estrangeiras e no exterior ou perderam os cargos que lhes garantiam relevância.
O serviço seguiu por pelo menos mais sete anos, contudo, e seus registros ajudam
a entender o clima de desconfiança e medo que levou o país a passar 20 anos sob
o jugo de um regime militar. E esse é apenas o início da história do lado
soviético. Kraenski diz que ainda há material para ser pesquisado no arquivos
e, assim como ocorre no Brasil, desconfia-se que os documentos que os
tchecoslovacos registram como destruídos possam estar guardados em algum lugar
OS
BRASILEIROS "SÃO PESSOAS PREGUIÇOSAS E BEM LEVIANAS"
Os
arquivos tchecoslovacos se prestam também à crítica de costumes. Desde a chegada
ao Brasil, em 1952, os agentes registraram suas impressões em relatórios que
seriam repassados aos colegas que os substituiriam no futuro. Atuar no Brasil
não era exatamente uma prioridade, mas era considerado muito mais seguro do que
atuar nos Estados Unidos ou no Reino Unido. Em meio a reclamações sobre o calor
que fazia no Rio de Janeiro e a falta d'água por uma semana no apartamento de
Copacabana onde o primeiro chefe da rezidentura (base do serviço de
inteligência) tchecoslovaca no Brasil se instalou, encontram-se análises
sociológicas. "Todo o povo é educado em um espírito de desprezo para com o
trabalho, o que pode se observar, por exemplo, quando as faxineiras se recusam
a limpar janelas e assoalhos, o que obriga a contratação de mais faxineiras especialmente
para isso", registra o agente Jirí Kadlec, de codinome Honza.
Segundo
o primeiro agente da StB no Brasil, "homens e mulheres têm unhas tratadas,
todos querem a qualquer preço causar a impressão de que não precisam trabalhar
fisicamente". Em outro trecho, ele relata violência e assassinatos, um
deles cometido a 20 passos da embaixada tchecoslovaca: "Em plena luz do
dia, um homem cortou a garganta da esposa porque a mesma não queria partir com
ele para outra região do país em busca de uma vida melhor". Em outro
relatório, registra-se que "os brasileiros reconhecem como cozinha típica
somente a cozinha baiana" e que ela "pode levar à enfermidade".
A cervejas são boas, independente das marcas, mas os cigarros são ruins.
O
trecho mais impiedoso sobre os brasileiros reproduzido pelos pesquisadores no
livro 1964 - O elo perdido coube ao agente Václav Bubenícek (codinome Bakalár):
"Um brasileiro, ao contatar com um
estrangeiro, possui uma tendência em fazer uma grande quantidade de promessas,
já supondo que não cumprirá nenhuma delas". Referindo-se à classe média
urbana, ele diz que "são pessoas preguiçosas e bem levianas, com as quais
não se pode contar". "Os brasileiros de classe média frequentemente
surpreendem um europeu com uma longa lista de faculdades e cursos que
terminaram; mas, na verdade, o conhecimento adquirido por eles é muito
superficial, o que significa que no Brasil, por regra, encontramos pessoas
ignorantes, que, mesmo com numerosos títulos científicos, não chegam aos pés da
nossa gente com formação primária", finaliza. Fonte: El
País - São Paulo 6 JUN 2018
Morre Maria Esther Bueno, a maior tenista brasileira
Lenda do tênis mundial e por muitos anos comentarista da
modalidade no canal Sportv, Maria Esther Bueno morreu nesta sexta-feira. A
ex-atleta de 78 anos, que fez história durante as décadas de 1950 e 1960,
estava internada no Hospital 9 de Julho, em São Paulo, após ser diagnosticada
com um câncer na boca. Posteriormente, a doença evoluiu com metástase para
ombro e costas.
Com a raquete na mão, Maria Esther fez história e foi a
primeira representante brasileira a se destacar na modalidade. Durante a
carreira, a paulistana se tornou um dos principais nomes do esporte durante a
transição do amadorismo para o profissionalismo.
TÍTULOS
Profissional durante as décadas de 1950 e 1960, Maria Esther
Bueno foi número 1 do ranking mundial em quatro anos (1959, 1960, 1964 e 1966)
e venceu três vezes Wimbledon (1959, 1960 e 1964) e quatro vezes o US Open
(1959, 1963, 1964 e 1966) em torneios simples, além do Aberto do Austrália
(1960), Roland Garros (1960), cinco vezes Wimbledon (1958, 1960, 1963, 1965 e
1966) e quatro vezes o US Open (1960, 1962, 1966 e 1968) jogando em duplas.
Foi, também, medalha de ouro nos Jogos Pan-Americanos de São Paulo, em 1963. Ao
todo, foram 589 títulos na carreira, que lhe renderam a entrada para o hall da
fama do tênis em 1978.
HALL DA FAMA
Nascida em 11 de outubro de 1939, a lendária tenista brasileira
começou a carreira aos 12 e, ainda adolescente, conquistou o primeiro torneio.
A paulistana, que cresceu nas quadras do extinto Clube de Regatas Tietê e era
frequentadora assídua da Sociedade Harmonia de Tênis, teve a sua trajetória
profissional interrompida no final da década de 60 por uma lesão no cotovelo
direito.
De acordo com o Hall da Fama do Tênis, Maria Esther Bueno
ocupou o topo do ranking mundial em 1959, 1960, 1964 e 1966. A elegância da
brasileira também aparecia no estilo de jogo, como mostram obras dedicadas à
modalidade, reproduzidas pelo site da entidade que reconhece os melhores
tenistas da história.
“O incomparável balé de Maria Esther Bueno. Seu voleio
bonito, sempre jogando com ousadia e brio, a brasileira se tornou a primeira
sul-americana a conquistar Wimbledon”, escreveu Bud Collins em “A Enciclopédia
do Tênis.”
“Ela parecia como uma exótica gata siamesa na quadra. Maria
é sinuosa, elegante e feminina. É a Rainha de Wimbledon”, descreveu Gwen
Robyns, por sua vez, no livro “Wimbledon: The Hidden Dream”. Fonte: UOL, em São
Paulo (SP)-08/06/2018
domingo, 3 de junho de 2018
Temer anuncia Ivan Monteiro como presidente da Petrobras
O
presidente Michel Temer anunciou na
sexta-feira (01/09) que o engenheiro Ivan Monteiro será o novo
presidente da Petrobras. Ele substitui Pedro Parente, que pediu demissão após
críticas por causa de política de preços que elevou os valores dos combustíveis
e culminou na greve dos caminhoneiros. Monteiro foi o indicado do Conselho de
Administração da estatal para assumir a presidência da empresa interinamente.
Após a indicação, o engenheiro se reuniu com Temer em Brasília.
"Comunico
que, escolhido hoje como interino, Ivan Monteiro é diretor da Petrobras e será
recomendado ao Conselho de Administração para ser efetivado na presidência da
Petrobras", afirmou Temer durante um pronunciamento. O presidente
disse ainda que mantém o compromisso com a recuperação financeira da Petrobras
e que não pretende interferir na empresa. "Nós continuaremos com a
política econômica que tirou a estatal do prejuízo. Não haverá qualquer
interferência na política de preços da companhia", destacou.
Com
a nomeação de Monteiro, o governo deseja sinalizar ao mercado que pretende
manter a autonomia da estatal. Diante do temor de que a empresa pudesse
retornar à época de interferência política, os papéis da Petrobras desabaram
nos últimos dias.
A
indicação de Monteiro para presidência da estatal precisa ser confirmada
novamente pelo Conselho de Administração. Fonte: Deutsche Welle – 01.06.2018
Pedro Parente pede demissão da presidência da Petrobras
O
presidente da Petrobras, Pedro Parente, pediu demissão do cargo na manhã de sexta-feira (1º/06), durante uma reunião com o presidente Michel Temer, no
Palácio do Planalto. A demissão foi comunicada pela Petrobras por meio de fato
relevante divulgado ao mercado financeiro.
Parente
vinha enfrentando críticas devido à sua política de combustíveis. Colocada em
prática em julho de 2017, ela determinou que os preços de derivados de petróleo
comercializados pela empresa poderiam acompanhar diariamente as oscilações
internacionais da cotação do óleo cru.
Com
a alta do petróleo no mercado externo, a gasolina e o diesel sofreram mais de
uma centena de reajustes no período. Os aumentos acabaram alimentando a
insatisfação social no Brasil e deram impulso à greve de caminhoneiros que
paralisou o país.
Nos
últimos dias, pedidos de demissão de Parente vinham se multiplicando no meio
político. As críticas partiram até mesmo de membros da base aliada.
Em
sua carta de demissão, entregue a Temer, Parente disse que sua permanência na
Petrobras "deixou de ser positiva e de contribuir para a construção das
alternativas que o governo tem pela frente".
"A
greve dos caminhoneiros e suas graves consequências para a vida do País
desencadearam um intenso e por vezes emocional debate sobre as origens dessa
crise e colocaram a política de preços da Petrobras sob intenso
questionamento", escreveu Parente.
Em
comunicado, a Petrobras anunciou que o Conselho de Administração da estatal
indicou Ivan Monteiro para a presidência interina da empresa. O engenheiro é o
atual diretor executivo da Área Financeira e de Relacionamento com Investidores
e acumulará as duas funções.
Monteiro
começou a trabalhar na estatal junto com o ex-presidente Aldemir Bendine,
nomeado pela então presidente Dilma Rousseff. Alvo de investigação na Operação
Lava Jato, Bendine perdeu o cargo. Monteiro, porém, permaneceu na estatal. Ele
já passou pelo Banco do Brasil e em diversas instituições do mercado
financeiro.
TRAJETÓRIA
E CRISE
Parente
assumiu a presidência da Petrobras em maio de 2016 com a missão de recuperar a
empresa, que acumulava prejuízos bilionários e vinha perdendo valor de mercado
por causa das políticas de subvenções de combustíveis promovidas pelo governo
Dilma Rousseff e escândalos de corrupção.
A
nomeação agradou o mercado. Temer se comprometeu a deixar para trás o
intervencionismo na empresa que marcou o governo Dilma e garantir independência
a Parente. A nova política ajudou a rechear os cofres da empresa, que viu seu
valor de mercado se recuperar. Há apenas duas semanas, Temer afirmou que
"salvou a vida" da Petrobras ao garantir que a empresa pudesse fixar
preços sem interferência do governo.
No
entanto, o Planalto não parece ter levado em conta o impacto social dessa
política e a possibilidade de altas sucessivas do petróleo, ainda mais num país
tão dependente do transporte rodoviário – em que mais de 60% da carga
transportada depende de caminhões.
Nos
últimos 11 meses, o valor do diesel que abastece os caminhões acabou saltando
56% na bomba. Caminhoneiros passaram a se queixar do valor e de reajustes
frequentes – algumas vezes até cinco por semana. Empresários começaram a
apontar que tanta flutuação impedia qualquer previsibilidade no planejamento.
Diante
da força da greve, que paralisou o país a partir de 21 de maio, a política de
preços naufragou. Parente anunciou no dia 23 de maio que a Petrobras iria
reduzir o valor do diesel em 10% por 15 dias. Segundo ele, não houve pressão do
governo.
Mas
investidores não acreditaram. Diante do temor de que a empresa havia retornado
aos dias de interferência política, os papéis da Petrobras desabaram.
O
governo ainda decidiu ampliar as medidas e anunciou que os reajustes do diesel
vão agora ser mensais e que o governo vai bancar as subvenções, completando a
desmoralização de Parente. No domingo passado, o ministro de Minas e Energia,
Moreira Franco, disse que tal "colchão" de compensação para a
Petrobras pode virar uma política permanente.
A
empresa acabou perdendo 173 bilhões de reais do seu valor de mercado, anulando
boa parte do trabalho de recuperação dos últimos dois anos. Nos últimos dias,
membros do governo afirmaram que saída de Parente não estava na pauta do
Planalto, mas analistas apontavam que era apenas uma questão de tempo para que
o executivo deixasse o cargo.
Após
o anúncio da saída do presidente, as ações da Petrobras sofreram nova queda de
11,5% nesta sexta-feira. Fonte: Deutsche Welle – 01.06.2018
sexta-feira, 1 de junho de 2018
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