O primeiro-ministro da Suécia, Stefan Löfven, anunciou na segunda-feira (16/11) que, a partir da próxima semana, serão proibidas no país as reuniões públicas com mais de oito pessoas, numa tentativa de conter a propagação do coronavírus.
Até agora, reuniões públicas
tinham que respeitar limites que variavam de 50 a 300 participantes, dependendo
do tipo de evento.
Esta é a segunda restrição
nesse sentido decretada em menos de duas semanas pelo governo sueco. No início
do mês, o governo já havia determinado a proibição da venda de álcool por
estabelecimentos a partir de 22h (hora local), além do fechamento de bares,
restaurantes e boates a partir de 22h30.
Como justificativa para a
nova medida, Löfven apontou o baixo cumprimento das restrições anteriores,
embora tenha admitido que se trata de algo "compreensível" dada a
longa duração da pandemia da covid-19. Ainda assim, o primeiro-ministro fez um
apelo para a população, para que todos obedeçam com o objetivo de barrar rapidamente
a transmissão do coronavírus.
"A situação no nosso
país é complicada e sensível. E vai piorar. Cumpra com seu dever, assuma a sua
responsabilidade para frear a propagação. Não vá à academia, nem à biblioteca,
nem jantar ou à festas. Fique em casa", disse o chefe de governo.
TAXA DE MORTALIDADE: Desde o
início da pandemia, a Suécia acumulou 177.355 casos de covid-19 e registrou
6.164 mortes. A taxa de mortalidade por 100 mil habitantes é de 60,53, similar
à da França (63,60), um dos países europeus que mais acumula mortes em números
absolutos. A Suécia também tem se saído muito pior que seus vizinhos
escandinavos. A Noruega, por exemplo, tem uma taxa de mortalidade de 5,53. A
Dinamarca, de 13,11.
Nas últimas duas semanas, de
acordo com os dados divulgados pelas autoridades da Suécia, a incidência da
doença chegou a 511,5 casos de infecção por cada 100 mil habitantes, mais do
que o dobro da registrada na Dinamarca, e também superior às da Holanda e do
Reino Unido, outros países muito afetados nesta segunda onda.
"O rápido aumento que
vimos na Europa chegou aqui com muita força. A carga no sistema de saúde
aumentou de forma clara e isso indica um contágio crescente", afirmou o
diretor da Agência de Saúde Pública, Johan Carlson.
MODELO PARA GOVERNOS
POPULISTAS: Atualmente com dados alarmantes, a Suécia foi apontada
frequentemente como um "modelo" a seguir por diversos governantes
populistas do mundo que ainda resistem a adotar medidas mais severas contra a
pandemia. Ao contrário de seus vizinhos escandinavos, a Suécia evitou fechar o
comércio e restaurantes no início da pandemia e manteve abertas as escolas do
ensino fundamental.
Apesar de ter adotado um
modelo mais flexível que seus vizinhos, nunca chegando a impor um
"lockdown" (bloqueio total) ou medidas mais severas de confinamento,
a Suécia também sempre esteve longe de permanecer em um caminho de normalidade,
seja pelo alto número de mortes em comparação com vizinhos ou pela falsa noção
de que pouco mudou na economia por causa da pandemia.
No primeiro semestre, o país
chegou a determinar o fechamento de instalações esportivas, baniu aglomerações
com mais de 50 pessoas e visitas a casas de repouso e fechou colégios e
universidades. Uma boa parte da população também passou a trabalhar em casa. O
governo também sempre incentivou medidas de distanciamento social e
restaurantes que descumpriram regras de distanciamento entre os clientes
chegaram a ser frechados. Fonte: Deutsche Welle -16.11.2020
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