O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, anunciou neste sábado (31/10) um novo lockdown para a Inglaterra, que começa a vigorar na quinta-feira e deve durar até 2 de dezembro. As escolas e universidades, além de comércio de produtos essenciais devem permanecer abertas durante este período. As pessoas só poderão sair de casa por razões específicas, como educação, trabalho ou compra de mantimentos e remédios.
"Agora é a hora de agir porque não há
alternativa", disse Johnson, em discurso televisionado, ressaltando que o
coronavírus está se espalhando "ainda mais rápido do que no pior cenário
dos assessores científicos".
Johnson, que chegou a ser hospitalizado devido à covid-19,
acrescentou que "nenhum primeiro-ministro responsável" poderia
ignorar os números sombrios. "A menos que ajamos, podemos ver mortes neste
país chegarem a vários milhares por dia", disse.
Depois do primeiro lockdown nacional em março, o
primeiro-ministro se recusou a adotar a medida novamente. Em vez disso, optou
por restrições regionais baseadas em um sistema de alerta de três estágios. No
entanto, os especialistas vinham alertando há dias que essas medidas não eram
mais suficientes para conter a rápida disseminação do vírus.
Mudança de estratégia
A mudança dramática de estratégia foi provocada pela
disparada do número de casos de infecção por coronavírus no Reino Unido, que
ultrapassou o limite de um milhão, após quase 22 mil novas infecções terem sido
registradas em 24 horas.
Com mais de 46 mil mortes, o Reino Unido registrou o maior
número de óbitos em decorrência da covid-19 na Europa.
De acordo com especialistas, mesmo os prognósticos mais
sombrios para a pandemia serão superados: como mostram os documentos do Grupo
de Assessoria Científica para Emergências (Sage) do governo britânico, o número
de pessoas infectadas e internações hospitalares pode até exceder os cálculos
para o pior cenário. O pior cenário calculado em julho previu mais 85 mil
mortes em uma segunda onda de infecções no inverno.
Na Escócia, País de Gales e Irlanda do Norte, os governos
regionais já impuseram um bloqueio parcial em vista do número crescente de
infecções.
Toque de recolher na Áustria
Também neste sábado, o governo austríaco anunciou toque de recolher noturno, entre 20h e 6h – quando os cidadãos só poderão deixar seus lares por motivos determinados –, e o fechamento de cafés, bares e restaurantes, num momento em que a disseminação do coronavírus ameaça sobrecarregar os hospitais do país. Locais de lazer e cultura deverão permanecer fechados. Eventos também foram proibidos, com exceção de sepultamentos. O lockdown parcial austríaco vai vigorar quatro semanas, a partir desta terça-feira. Fonte: Deutsche Welle - DW | 31.10.2020
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