Dados
divulgados por 13 segmentos da economia indicam perdas de mais de R$ 50 bilhões
com fábricas paradas, exportações suspensas, vendas adiadas e animais mortos,
entre outros problemas.
No
grupo de setores com maiores perdas estão;
■ Distribuição
de combustível, que deixou de vender o equivalente a R$ 11 bilhões,
■ Químico, com perda de faturamento de US$ 2,5 bilhões (cerca de R$ 9,5
bilhões).
■ A
cadeia produtiva da pecuária de corte deixou de movimentar entre R$ 8 bilhões e
R$ 10 bilhões.
■ Produtores
de aves e suínos contabilizam R$ 3 bilhões em prejuízos, incluindo a morte de
70 milhões de aves e de 20 milhões de suínos, a maior parte por falta de ração.
Mesmo após o fim da greve, a recuperação vai demorar a ocorrer. “O tempo que o
produtor deve levar para se reestruturar é de seis meses a um ano”, calcula o
superintendente técnico da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil
(CNA), Bruno Lucchi.
■ A Confederação Nacional da Indústria (CNI)
calcula perdas de US$ 1 bilhão (cerca de R$ 3,8 bilhões) só com exportações que
não foram concretizadas. Segundo a entidade, 45% das 660 mil empresas do país
estão paradas por falta de matéria prima ou pela dificuldade de enviar os
produtos.
■ A
Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec), por
exemplo, calcula em até 10 bilhões de reais os impactos para a cadeia produtiva
de pecuária de corte. Das 109 plantas de produção de carne do país, 107
pararam, e as duas que funcionam operam com menos de 50% da capacidade.
■ A
Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) calculou prejuízo de 2,9
bilhões de reais com obras paradas por falta de concreto
■ A
Associação Brasileira das Empresas Aéreas (ABEAR) registrou "mais de 270
voos cancelados" durante a semana de paralisação dos caminhoneiros.
"É estimado um prejuízo diário de mais de R$ 50 milhões, que envolve
cancelamentos, pousos técnicos para reabastecimentos, no shows [passageiros que
não apareceram para embarcar] e atendimento a passageiros que deixaram de
embarcar", informa a associação em nota.
IMPACTO
SOCIAL
O
Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT) estimou em 32,5
bilhões de reais o impacto total dos nove dias da crise dos combustíveis para a
economia nacional. A ausência de atividade econômica durante esses dias teria
resultado na perda de 4,7 bilhões de reais em arrecadação de impostos para a
União e para as administrações estaduais e municipais. “A arrecadação
tributária sobre os combustíveis é muito alta. O conjunto de produtos gasolina,
diesel e álcool representa 5% da arrecadação total do país”, diz Gilberto Luiz
do Amaral, coordenador de estudos do IBPT, que calcula em 110 bilhões de reais
a quantidade de impostos
OCIOSOS
Vários
setores não calcularam prejuízos, mas o balanço de suas atividades dá a
dimensão do estrago resultante da greve. “Estamos apavorados”, diz o presidente
executivo da Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados),
Heitor Klein. Pesquisa feita com associados da entidade indica que metade dos
300 mil funcionários das empresas do setor está ociosa em razão do
desabastecimento de matérias-primas. Estoques de calçados prontos, equivalentes
a um mês de produção aguardam condições de tráfego para serem despachados aos
lojistas. “Com base no volume de insumos que têm hoje, 85% das empresas só
conseguem trabalhar até sexta-feira”, diz Klein. Com isso, o número de
trabalhadores ociosos poderá chegar a 230 mil.
AUTOMÓVEIS
A
indústria automobilística, que mantém a maioria das 40 fábricas de diversas
marcas paralisadas desde sexta-feira, 25, já deixou de produzir aproximadamente
38 mil veículos. O setor emprega 113 mil funcionários e grande parte está em
casa, sem previsão de retorno.
Ainda
não há falta substancial de carros nas concessionárias, mas o desabastecimento
de peças de reposição começa a se agravar, diz Alarico Assumpção, presidente da
Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave).
PORTO
DE SANTOS
Com
dez dias com fluxo de caminhões praticamente nulo devido à paralisação dos
caminhoneiros, o porto de Santos tem prejuízos incalculáveis no atual momento e
irreparáveis, segundo o sindicato que representa os terminais portuários do
Estado de São Paulo, o Sopesp.
Somente
para o setor de navegação, os prejuízos chegam a cerca de US$ 100 milhões,
segundo levantamento do Sindamar (Sindicato das Agências de Navegação Marítima
do Estado de São Paulo). Fontes: Gazeta do Povo, El País e Folha de São Paulo - 30/05/2018
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