A Fundação Internacional de Osteoporose (IOF na sigla em
inglês) lançou um mapa-múndi mostrando a média de ingestão de cálcio.
O mapa revela que muitas populações, incluindo a brasileira,
não estão recebendo cálcio suficiente em suas dietas.
O cálcio é um componente importante do osso, representando
entre 30 e 35% da sua massa, e sendo responsável por grande parte da sua
resistência. A baixa ingestão de cálcio tem sido associada à menor densidade
mineral óssea, o que aumenta o risco de osteoporose e fraturas.
É importante ingerir cálcio através da dieta, ou seja, pelos
alimentos, porque suplementos de cálcio e vitamina D não protegem contra
fraturas e podem até fazer mais mal do que bem.
INGESTÃO DE CÁLCIO NO MUNDO
Nos 74 países incluídos no mapa, a estimativa da ingestão
média de cálcio entre os adultos varia muito, desde um nível baixo, de 175
miligramas por dia (mg/dia) no Nepal, até um nível alto, de 1.233 mg/dia na
Islândia.
Os países da Ásia, África e América do Sul, em sua maioria,
têm baixo consumo de cálcio, variando entre cerca de 400 a 700 mg/dia. Há
grande variação na América Latina, onde a Colômbia tem uma ingestão média de
apenas 297 mg/dia, o Brasil apresenta um valor de 508 mg/dia, enquanto o México
está no topo da lista regional, com 805 mg/dia.
"Infelizmente, América Central e América do Sul não têm
informações epidemiológicas robustas sobre os níveis de ingestão de cálcio, e
os dados disponíveis são insuficientes ou refletem a ingestão dietética de um
pequeno grupo populacional," ressaltou a professora Patricia Clark, da
Universidade Nacional Autônoma do México
"O mapa revela que os dados publicados na Argentina,
Bolívia, Brasil, Chile e Colômbia mostram as médias de ingestão de cálcio entre
os mais baixos do mundo (600 mg/dia), o México é o país com maior ingestão
média de cálcio na região (800 mg/dia). No entanto, como em muitos países da
América Latina, também apresenta níveis sub-ótimos de vitamina D. Infelizmente,
os estudos disponíveis são limitados," acrescentou Patricia.
"O consumo médio dos brasileiros entre 20 e 60 anos é
de 505 mg/dia. Isso coloca o Brasil entre os países que estão com pouca
ingestão de cálcio no mundo (menos de 600 mg/dia). Estudos brasileiros estabelecem
que o cálcio é um dos nutrientes com maior prevalência de ingestão inadequada.
Ele mostrou sua preocupação com os baixos níveis de consumo de cálcio no
Brasil, onde as taxas de fratura de quadril estão aumentando rapidamente na
população mais velha. As fraturas de quadril são a consequência mais grave,
cara e potencialmente mortal da osteoporose. Projeções futuras para o Brasil
indicam que, em 2050, o número de fraturas de quadril vai ultrapassar de um
milhão, a menos que sejam tomadas medidas preventivas," disse o Dr.
Cristiano Zerbini, membro do Conselho Mundial da IOF pelo Brasil e coautor do
estudo.
RECOMENDAÇÕES SOBRE CÁLCIO PARA A SAÚDE
A quantidade de cálcio necessária varia em diferentes fases
da vida, sendo especialmente altas na adolescência, devido ao rápido
crescimento do esqueleto, e na velhice, quando a capacidade do corpo de
absorver o cálcio diminui. Em adultos mais velhos, a perda óssea ocorre a uma
taxa de cerca de 1% ao ano, resultando em perda de cálcio de aproximadamente 15
g por ano.
As recomendações para a ingestão diária de cálcio variam de
um país para o outro, geralmente entre 800 e 1.000 mg/dia para adultos
saudáveis, com maiores quantidades recomendadas para adolescentes, mulheres na
pós-menopausa, idosos e pessoas com osteoporose.
Os alimentos ricos em cálcio incluem;
■ todos os alimentos lácteos (leite, iogurte, queijos),
■ certos vegetais (como brócolis e couve); peixes,
■ incluindo enlatados, como sardinhas; algumas nozes;
■ produtos de soja com cálcio (tofu, leite de soja);
■ e algumas águas minerais (nem toda água engarrafada é água
mineral).
Fonte: Diário da Saúde-08/05/2018
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